São Maximiliano Mª Kolbe, presbítero e mártir
Salmo Responsorial: 15
R. O Senhor é a minha herança.
Defendei-me,
Senhor: Vós sois o meu refúgio. Digo ao Senhor: «Vós sois o meu Deus». Senhor,
porção da minha herança e do meu cálice, está nas vossas mãos o meu destino.
Bendigo o
Senhor por me ter aconselhado, até de noite me inspira interiormente. O Senhor
está sempre na minha presença, com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o
meu coração se alegra e a minha alma exulta e até o meu corpo descansa
tranquilo. Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos, nem
deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Dar-me-eis
a conhecer os caminhos da vida, alegria plena na vossa presença, delícias
eternas à vossa direita.
Aleluia. Bendito
sejais, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelastes aos pequeninos os
mistérios do reino. Aleluia.
Evangelho (Mt
19,13-15): Naquele momento, levaram crianças a
Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os
discípulos, porém, as repreenderam. Jesus disse: «Deixai as crianças, e não as
impeçais de virem a mim; porque a pessoas assim é que pertence o Reino dos
Céus». E depois de impor as mãos sobre elas, ele partiu dali.
«Levaram crianças a
Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os
discípulos, porém, as repreenderam»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Os pobres,
quer dizer, os mais carentes, os mais necessitados, são objeto de particular
predileção por parte do Senhor. E as crianças, os pequenos são muito “pobres”.
São pobres em idade, são pobres em formação… São indefesos. Por isso a Igreja —
Nossa “Mãe” — dispõe que os pais levem cedo os seus filhos a batizar, para que
o Espírito Santo ponha moradia nas suas almas e entrem no calor da comunidade
dos crentes. Assim o indica tanto o Catecismo da Igreja bem como o Código do
Direito Canônico, ordenamentos da mais alta esfera da Igreja (que, com toda a
comunidade, deve ter ordenamentos).
Mas não!
Quando forem crescidos! É absurda esta maneira de proceder. E, se não,
perguntemo-nos: —Que comerá esta criança? O que a sua mãe lhe der, sem esperar
que a criança especifique o que prefere. —Que língua falará esta criança? A que
lhe falarem os seus pais (ou seja, a criança nunca poderá escolher nenhuma
língua). —Para que escola irá esta criança? Para a que os seus pais o levarem,
sem esperarem que o menino defina os estudos que prefere.
- O que
comeu Jesus? Aquilo que lhe deu sua Mãe, Maria. —Que língua falou Jesus? A dos
seus pais. —Que religião aprendeu e praticou o Menino Jesus? A dos seus pais, a
religião judia. Depois, quando já era mais crescido, mas graças à instrução que
recebera de seus pais, fundou uma nova religião… Mas, primeiro, a dos seus
pais, como é natural.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Mateus 19,13: A atitude dos
discípulos frente às crianças. Levaram
as crianças até Jesus, para que impusesse as mãos nelas e rezasse por elas. Os
discípulos repreendiam as mães. Por que? Provavelmente, de acordo com as normas
severas das leis da impureza, crianças pequenas nas condições em que viviam
eram consideradas impuras. Se elas tocassem em Jesus, Jesus ficaria impuro. Por
isso, era importante evitar que elas chegassem perto e tocassem nele. Pois já
havia acontecido uma vez, quando um leproso tocou em Jesus. Jesus ficou impuro
e já não podia entrar na cidade. Tinha de ficar em lugares desertos (Mc 1,4-45)
* Mateus 19,14-15: A atitude da
Jesus: acolhe e defende a vida das crianças. Jesus repreende os discípulos e diz: Deixem as
crianças, e não lhes proíbam de vir a mim, porque o Reino do Céu pertence a
elas." Jesus não se importa de transgredir as normas que impediam a
fraternidade e o acolhimento a ser dado aos pequenos. A nova experiência de
Deus como Pai marcou a vida de Jesus e lhe deu olhos novos para perceber e
avaliar o relacionamento entre as pessoas. Jesus se coloca do lado dos
pequenos, dos excluídos, e assume a sua defesa. Impressiona quando se junta
tudo que a Bíblia informa sobre as atitudes de Jesus em defesa da vida das
crianças, dos pequenos:
1. Agradecer pelo
Reino presente nos pequenos.
A alegria de Jesus é grande, quando percebe que as crianças, os pequenos,
entendem as coisas do Reino que ele anunciava ao povo. “Pai, eu te agradeço!”
(Mt 11,25-26) Jesus reconhece que os pequenos entendem mais do Reino que os
doutores!
2. Defender o direito
de gritar.
Quando Jesus, entrando no Templo, derrubou as mesas dos cambistas, eram as
crianças as que mais gritavam. “Hosana ao filho de Davi!” (Mt 21,15).
Criticadas pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, Jesus as defende e em
sua defesa invoca as Escrituras (Mt 21,16).
3.
Identificar-se com os pequenos. Jesus abraça as crianças e identifica-se com
elas. Quem recebe uma criança, é a Jesus que recebe (Mc 9, 37). “E tudo que
vocês fizerem a um destes mais pequenos foi a mim que o fizeram” (Mt 25,40).
4. Acolher e não
escandalizar.
Uma das palavras mais duras de Jesus é contra os que causam escândalo nos
pequenos, isto é, são o motivo pelo qual os pequenos deixam de acreditar em
Deus. Para estes, melhor seria ter uma pedra de moinho amarrada no pescoço e
ser jogado no fundo do mar (Lc 17,1-2; Mt 18,5-7). Jesus condena o sistema,
tanto político como religioso, que é motivo de criança, gente humilde, perder
sua fé em Deus.
5. Tornar-se como
criança. Jesus
pede que os discípulos se tornem como criança e aceitem o Reino como criança.
Sem isso não é possível entrar no Reino (Lc 9,46-48). Ele coloca a criança como
professor de adulto! O que não era normal. Costumamos fazer o contrário.
6. Acolher e tocar. (O evangelho de hoje) Mães com
crianças chegam perto de Jesus para pedir a bênção. Os apóstolos reagem e as
afastam. Jesus corrige os adultos e acolhe as mães com as crianças. Toca nelas
e lhes dá um abraço. “Deixem vir as crianças, não as impeçam!” (Mc 10,13-16; Mt
19,13-15). Dentro das normas da época, tanto as mães como as crianças pequenas,
todas elas viviam, praticamente, num estado permanente de impureza legal. Tocar
nelas significava contrair impureza! Jesus não se incomoda
7. Acolher e curar. São muitas as crianças e jovens que
ele acolhe, cura ou ressuscita: a filha
do Jairo de 12 anos (Mc 5,41-42), a filha da mulher Cananéia (Mc 7,29-30), o
filho da viúva de Naim (Lc 7,14-15), o menino epilético (Mc 9,25-26), o filho
do Centurião (Lc 7,9-10), o filho do funcionário público (Jo 4,50), o menino
dos cinco pães e dois peixes (Jo 6,9).
Para um confronto pessoal
1) Crianças: o que você já aprendeu das crianças ao longo
dos anos da sua vida? E o que as crianças aprenderam de você sobre Deus, sobre
Jesus e sobre a vida?
2) Qual a imagem de Deus que irradio para as crianças?
Deus severo, bondoso, distante ou ausente?
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