quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

1º de fevereiro

Beata Candelária de São José
Virgem de nossa Ordem

Candelária de São José (Susana Paz Castillo Ramírez), nasceu em Altagracia de Orituco, Venezuela, em 11 de agosto de 1863. Distinguiu-se por seu amor aos enfermos e aos pobres. Junto com outras jovens de sua cidade e com o apoio de um grupo de médicos e do padre Sixto Sosa, pároco de Altagracia de Orituco, fundou um hospital para atender a todos os necessitados, começando com isto a fundação da Congregação das Irmãzinhas dos Pobres de Altagracia, atualmente denominada Irmãs Terceiras Carmelitas Regulares também conhecidas como Carmelitas da Madre Candelária ou Venezuelanas.  Morreu em 31 de janeiro de 1940. Foi beatificada em 27 de abril de 2008 em Caracas (Venezuela).

Salmodia, leitura, responsório breve e preces do dia corrente.

Oração
Ó Deus que vos alegrais em habitar nos corações puros, concedei-nos, por intercessão da beata Candelária de São José, viver, por vossa graça, de tal maneira que mereçamos ter-vos sempre conosco.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Quinta-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Beata Candelária de São José
Virgem de nossa Ordem
Evangelho (Mc 6,7-13): Ele chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois e deu-lhes poder sobre os espíritos impuros. Mandou que não levassem nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro à cintura, mas que calçassem sandálias e não usassem duas túnicas. Dizia-lhes ainda: «Quando entrardes numa casa, permanecei ali até a vossa partida. Se em algum lugar não vos receberem, nem vos escutarem, saí de lá e sacudi a poeira dos vossos pés, para que sirva de testemunho contra eles». Eles então saíram para proclamar que o povo se convertesse. Expulsavam muitos demônios, ungiam com óleo numerosos doentes e os curavam.

«Ele chamou os Doze, começou a enviá-los dois a dois. Eles então saíram para proclamar que o povo se convertesse»

+ Rev. D. Josep VALL i Mundó (Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho relata a primeira das missões apostólicas. Cristo envia os Doze a predicar, a curar todo tipo de enfermos e a preparar os caminhos da salvação definitiva. Esta é a missão da Igreja, e também a de cada cristão. O Concilio Vaticano II afirmou que «a vocação cristã implica como tal a vocação ao apostolado. Nenhum membro tem uma função passiva. Portanto, quem não se esforçasse pelo crescimento do corpo seria por isso mesmo inútil para toda a Igreja como também para se mesmo».

O mundo atual necessita — como dizia Gustave Thibon — um “suplemento de alma” para poder regenerá-lo. Só Cristo com sua doutrina é medicina para as enfermidades de todo o mundo. Este tem suas crises. Não se trata somente de uma parcial crise moral, ou de valores humanos: é uma crise de todo o conjunto. E o término mais exato para defini-la é o de uma “crise de alma”.

Os cristãos com a graça e a doutrina de Jesus, estão no meio das estruturas temporais para vivificá-las e ordená-las para o Criador: «Que o mundo, pela predicação da Igreja, escutando possa crer, crendo possa esperar, e esperando possa amar» (Santo Agostinho). O cristão não pode fugir deste mundo. Tal como escrevia Bernanos: «Nos lançastes no meio da massa, no meio da multidão como levedura; reconquistaremos, palmo a palmo, o universo que o pecado nos arrebatou; Senhor: devolver-te-emos tal e como o recebemos aquela primeira manhã dos dias, em toda sua ordem e em toda sua santidade».

Um dos segredos está em amar ao mundo com toda a alma e viver com amor a missão encomendada por Cristo aos Apóstolos e a todos nós. Com palavras de São Josémaria, «o apostolado é amor de Deus, que se desborda, com entrega de nós mesmo aos outros (...). E a ânsia do apostolado é a manifestação exata, adequada, necessária, da vida interior». Este será nosso testemunho cotidiano no meio dos homens e ao longo de todas as épocas.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* O Evangelho de hoje descreve a continuidade do que vimos no evangelho de ontem. A passagem por Nazaré foi dolorosa para Jesus. Ele foi rejeitado pelo seu povo (Mc 6,1-5). O que antes era a sua comunidade, agora já não é mais. Alguma coisa mudou. A partir deste momento, como informa o Evangelho de hoje, Jesus começou a andar pelos povoados da Galileia para anunciar a Boa Nova (Mc 6,6) e a enviar os doze em missão. Nos anos 70, época em que Marcos escrevia o seu evangelho, as comunidades cristãs viviam uma situação difícil, sem horizonte. Humanamente falando, não havia futuro para elas. Em 64, Nero começou a perseguir os cristãos. Em 65, estourou a revolta dos judeus da Palestina contra Roma. Em 70, Jerusalém foi totalmente destruída pelos romanos. Por isso, a descrição do envio dos discípulos, após o conflito em Nazaré, era fonte de luz e de ânimo para os cristãos.

* Marcos 6,7. O objetivo da Missão
O conflito cresceu e tocou de perto a pessoa de Jesus. Como ele reage? De duas maneiras. 1) Diante do fechamento do povo da sua comunidade, Jesus deixou Nazaré de lado e começou a percorrer os povoados nas redondezas (Mc 6,6).
2) Ele alargou a missão e intensificou o anúncio da Boa Nova chamando outras pessoas para envolvê-las na missão. “Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus”.
O objetivo da missão é simples e profundo. Os discípulos participam da missão de Jesus. Não podem ir sozinhos, mas devem ir dois a dois, pois duas pessoas representam melhor a comunidade do que uma só e podem ajudar-se mutuamente. Eles recebem poder sobre os espíritos impuros, isto é, devem aliviar o sofrimento do povo e, através da purificação, devem abrir as portas do acesso direto a Deus.

* Marcos 6,8-11. As atitudes a serem tomadas na Missão
As recomendações são simples: “recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. E Jesus disse ainda: "Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles". E eles foram. É o começo de uma nova etapa. Agora já não é só Jesus, mas é todo o grupo que vai anunciar a Boa Nova de Deus ao povo. Se a pregação de Jesus já dava conflito, quanto mais agora, com a pregação de todo o grupo. Se o mistério já era grande, ainda será maior com a missão intensificada.

* Marcos 6,12-13. O resultado da missão.
“Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo”. Anunciar a Boa Nova, provocar conversão ou mudança nas pessoas e aliviar a dor do povo, curando as doenças e expulsando os males.

* O envio dos discípulos em Missão
No tempo de Jesus havia vários outros movimentos de renovação. Por exemplo, os essênios e os fariseus. Também eles procuravam uma nova maneira de conviver em comunidade e tinham os seus missionários (cf. Mt 23,15). Mas estes, quando iam em missão, iam prevenidos. Levavam sacola e dinheiro para cuidar da sua própria comida. Pois não confiavam na comida do povo que nem sempre era ritualmente “pura”. Ao contrário dos outros missionários, os discípulos e as discípulas de Jesus recebem recomendações diferentes que ajudam a entender os pontos fundamentais da missão de anunciar a Boa Nova.

Nova, que recebem de Jesus e que ainda é a nossa missão:
a) Deviam ir sem nada.
Não podiam levar nada, nem bolsa, nem dinheiro na cintura, nem bastão, nem pão, nem sandálias, nem sequer duas túnicas. Isto significa que Jesus os obriga a confiar na hospitalidade. Pois quem vai sem nada, vai porque confia no povo e acredita que vai ser recebido. Com esta atitude criticavam as leis de exclusão, ensinadas pela religião oficial, e mostravam, pela nova prática, que tinham outros critérios de comunidade.

b) Deviam comer o que o povo lhes dava.
Não podiam viver separados com sua própria comida mas deviam aceitar a comunhão de mesa (Lc 10,8). Isto significa que, no contato com o povo, não deviam ter medo de perder a pureza tal como era ensinada na época. Com esta atitude criticavam as leis da pureza em vigor e mostravam, pela nova prática, que tinham outro acesso à pureza, isto é, à intimidade com Deus.

c) Deviam ficar hospedados na primeira casa em que fossem acolhidos.
Deviam conviver de maneira estável e não andar de casa em casa. Deviam trabalhar como todo mundo e viver do que recebiam em troca, “pois o operário merece o seu salário” (Lc 10,7). Com outras palavras, eles deviam participar da vida e do trabalho do povo, e o povo os acolheria na sua comunidade e partilharia com eles casa e comida. Significa que deviam confiar na partilha.

d) Deviam tratar dos doentes, curar os leprosos e expulsar os demônios (Lc 10,9; Mc 6,7.13; Mt 10,8).
Deviam exercer a função de “defensor” (goêl) e acolher para dentro do clã, dentro da comunidade, os que viviam excluídos. Com esta atitude criticavam a situação de desintegração da vida comunitária do clã e apontavam saídas concretas.

Estes eram os quatro pontos básicos que deviam animar a atitude dos missionários ou das missionárias que anunciavam a Boa Nova de Deus em nome de Jesus: hospitalidade, comunhão de mesa, partilha e acolhida aos excluídos (defensor, goêl). Caso estas quatro exigências fossem preenchidas, eles podiam e deviam gritar aos quatro ventos: “O Reino chegou!” (cf. Lc 10,1-12; 9,1-6; Mc 6,7-13; Mt 10,6-16). Pois o Reino de Deus que Jesus nos revelou não é uma doutrina, nem um catecismo, nem uma lei. O Reino de Deus acontece e se faz presente quando as pessoas, motivadas pela sua fé em Jesus, decidem conviver em comunidade para, assim, testemunhar e revelar a todos que Deus é Pai e Mãe e que, portanto, nós, seres humanos, somos irmãos e irmãs uns dos outros. Jesus queria que a comunidade local fosse novamente uma expressão da Aliança, do Reino, do amor de Deus como Pai, que faz de todos irmãos e irmãs.

Para um confronto pessoal
1. Você participa da missão como discípulo ou discípula de Jesus?
2. Qual o ponto da missão dos apóstolos que tem maior importância para nós hoje? Por quê?

terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Quarta-feira da 4ª semana do Tempo Comum - São João Bosco, Presbítero

São João Bosco, presbítero
Evangelho (Mc 6,1-6): Saindo dali, Jesus foi para sua própria terra. Seus discípulos o acompanhavam. No sábado, ele começou a ensinar na sinagoga, e muitos dos que o ouviam se admiravam. «De onde lhe vem isso?», diziam. «Que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos? Não é ele o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, Jose, Judas e Simão? E suas irmãs não estão aqui conosco?» E ele se tornou para eles uma pedra de tropeço. Jesus, então, dizia-lhes: «Um profeta só não é valorizado na sua própria terra, entre os parentes e na própria casa». E não conseguia fazer ali nenhum milagre, a não ser impor as mãos a uns poucos doentes. Ele se admirava da incredulidade deles. E percorria os povoados da região, ensinando.

«De onde lhe vem isso? E que sabedoria é esta que lhe foi dada? E esses milagres realizados por suas mãos?»

Rev. D. Miquel MASATS i Roca (Girona, Espanha)

Hoje o Evangelho nos mostra como Jesus via à sinagoga de Nazaré, o lugar onde ele tinha sido criado. O sábado é o dia dedicado ao Senhor e os judeus se reúnem para escutar a Palavra de Deus. Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. (cf. Mc 1,22).

Deus nos fala também hoje mediante a Escritura. Na sinagoga se leem as Escrituras e, depois, um dos entendidos se ocupava de comentá-las, mostrando seu sentido e a mensagem que Deus quer transmitir através delas. Atribui-se a Santo Agostinho a seguinte reflexão: «Assim como em oração nós falamos com Deus, na leitura é Deus quem nos fala».

O fato de que Jesus, Filho de Deus, seja conhecido entre seus concidadãos por seu trabalho, nos oferece uma perspectiva insuspeitada para nossa vida ordinária. O trabalho profissional de cada um de nós é meio de encontro com Deus e, portanto, realidade santificável e santificadora. Com palavras de São José Maria Escrivá: «Vossa vocação humana é parte, e parte importante, de vossa vocação divina. Esta é a razão pela qual devemos santificá-lo contribuindo ao mesmo tempo, à santificação dos outros, de vossos semelhantes, santificando vosso trabalho e vosso ambiente: essa profissão ou oficio que enche vossos dias, que dá fisionomia peculiar a vossa personalidade humana, que é vossa maneira de estar no mundo; esse lar, essa vossa família; e essa nação, em que nascestes e a que amas».

Acaba a passagem do Evangelho dizendo que Jesus «Não pôde fazer ali milagre algum. Curou apenas alguns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirava-se ele da desconfiança deles. E ensinando, percorria as aldeias circunvizinhas» (Mc 6,5-6). Também hoje o Senhor nos pede mais fé Nele para realizar coisas que superam nossas possibilidades humanas. Os milagres manifestam o poder de Deus e a necessidade que temos Dele na nossa vida de cada dia.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* O evangelho de hoje fala da visita de Jesus a Nazaré e descreve como o povo de Nazaré se fechou e não quis aceitá-lo (Mc 6,1-6). O evangelho de amanhã descreve como Jesus se abriu para o povo da Galileia enviando seus discípulos em missão (Mc 6,7-13).

* Marcos 6,1-2ª: Jesus volta para Nazaré
 “Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga”. Sempre é bom voltar para a terra da gente e reencontrar as pessoas amigas. Após longa ausência, Jesus também voltou e, como de costume, no dia de sábado, foi na sinagoga participar da reunião da comunidade. Jesus não era coordenador da comunidade, mesmo assim ele tomou a palavra e começou a ensinar. Sinal de que as pessoas podiam participar e expressar sua opinião.

* Marcos 6,2b-3: Reação do povo de Nazaré frente a Jesus.
O povo de Cafarnaum tinha aceitado o ensinamento de Jesus (Mc 1,22), mas o povo de Nazaré não gostou das palavras de Jesus e ficou escandalizado. Motivo? Jesus, o moço que eles conheciam desde criança, como é que ele agora ficou tão diferente? Eles não aceitaram o mistério de Deus presente em Jesus, um ser humano comum como eles, conhecido de todos! Para poder falar de Deus ele teria que ser diferente deles! Como se vê, nem tudo foi bem sucedido para Jesus. As pessoas que deveriam ser as primeiras a aceitar a Boa Nova, estas eram as que mais se recusavam a aceitá-la. O conflito não era só com os de fora de casa, mas também e, sobretudo com os próprios parentes e o povo de Nazaré. Eles se recusaram a crer em Jesus, porque não conseguiam entender o mistério de Deus que envolvia a pessoa de Jesus: “De onde lhe vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? Ele não é o carpinteiro, o filho de Maria, irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?” Não deram conta de crer em Jesus!

* Os irmãos e as irmãs de Jesus.  A expressão “irmãos de Jesus” é causa de muita polêmica entre católicos e protestantes. Baseando-se neste e em outros textos, os protestantes dizem que Jesus teve mais irmãos e irmãs e que Maria teve mais filhos! Os católicos dizem que Maria não teve outros filhos. O que pensar disso? Em primeiro lugar, as duas posições, tanto dos católicos como dos protestantes, ambas têm argumentos tirados da Bíblia e da Tradição das suas respectivas Igrejas. Por isso, não convém brigar nem discutir esta questão com argumentos só de cabeça. Pois trata-se de convicções profundas, que têm a ver com a fé e com o sentimento de ambos. Argumento só de cabeça não consegue desfazer uma convicção do coração! Apenas irrita e afasta! Mesmo quando não concordo com a opinião do outro, devo sempre respeitá-la. Em segundo lugar, em vez de brigar em torno de textos, nós todos, católicos e protestantes, deveríamos unir-nos para lutar em defesa da vida, criada por Deus, vida tão desfigurada pela pobreza, pela injustiça, pela falta de fé. Deveríamos lembrar algumas outras frases de Jesus: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). “Que todos sejam um, para que o mundo creia que Tu, Pai, me enviaste” (Jo 17,21). “Quem não é contra nós é a favor” (Mc 10,39.40).

* Marcos 6,4-6. Reação de Jesus diante da atitude do povo de Nazaré.
Jesus sabe muito bem que “santo de casa não faz milagre”. Ele diz: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família!” De fato, onde não existe aceitação nem fé, a gente não pode fazer nada. O preconceito o impede. Jesus, mesmo querendo, não pôde fazer nada e ele ficou admirado da falta de fé deles. Por isso, diante da porta fechada da sua própria comunidade, ele “começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados”. A experiência de rejeição levou Jesus a mudar sua prática. Ele se dirige aos outros povoados e, como veremos no evangelho de amanhã, ele envolve os discípulos na missão dando instruções de como devem dar continuidade à missão.

Para um confronto pessoal
1. Jesus teve problemas com seus parentes e com a sua comunidade. Desde que você começou a viver melhor o evangelho, alguma coisa mudou no seu relacionamento com a sua família e seus parentes?
2. Jesus não pôde fazer muitos milagres em Nazaré porque faltou a fé. E hoje, será que ele encontraria fé em nós, em mim?

domingo, 28 de janeiro de 2018

29 de janeiro

Beata Arcângela Girlani
Virgem de nossa Ordem


Nascida em Trino Vercellese, na Itália Setentrional, em meados do séc. XV, tomou o hábito carmelita em Parma, onde também veio a ser prioresa. Mais tarde exerceu o mesmo cargo no novo Mosteiro de Mântua, por ela fundado, onde morreu no dia 25 de janeiro de 1495. Animada por um vivo sentido da presença do Deus uno e trino, distinguiu-se pela sua especial devoção à SS. Trindade. Em colaboração com o Padre-Geral B. João Soreth, e seguindo as Constituições por ele renovadas, favoreceu uma observância viva do espírito do Carmelo nos mosteiros que lhe tinham sido confiados. O seu culto imemorial foi aprovado a 1 de outubro de 1864 pelo Papa Pio IX.

HINO DE LAUDES E VÉSPERAS
Arcângela bem-aventurada,
que chama te conduziu
à celestial morada?

Que olhar te atraiu?
Que doce voz te chamou?
Que amor te seduziu?

Ao seu amor aspiraste
e pra de todo o ganhar
os bens do mundo deixaste.

Vê-te o Carmelo chegar
humilde e fervorosa ...
Quanta luz hás de espalhar!

"Como és bela e graciosa!
Os teus olhos me fascinam:
levanta-te e vem, ó formosa!"

Dos que no exílio caminham
rumo à eternidade
sê Anjo de Caridade!

Salmodia, Leitura, Responsório breve e Preces do Dia Corrente.

Oração
Senhor, que fizestes da bem-aventurada Arcângela uma enamorada do mistério da vossa eterna Trindade, concedei-nos, por sua intercessão, que, saboreando na terra a felicidade da vossa glória, Vos contemplemos um dia no Céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Segunda-feira da 4ª semana do Tempo Comum

Bta Arcangela Girlani
Virgem de nossa Ordem
Evangelho (Mc 5,1-20): Jesus e os discípulos chegaram à outra margem do mar, na região dos gerasenos. Logo que Jesus desceu do barco, um homem que tinha um espírito impuro saiu do meio dos túmulos e foi a seu encontro. Ele morava nos túmulos, e ninguém conseguia amarrá-lo, nem mesmo com correntes. Muitas vezes tinha sido preso com grilhões e com correntes, mas ele arrebentava as correntes e quebrava os grilhões, e ninguém conseguia dominá-lo. Dia e noite andava entre os túmulos e pelos morros, gritando e ferindo-se com pedras. Ao ver Jesus, de longe, o homem correu, caiu de joelhos diante dele e gritou bem alto: «Que queres de mim, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? Por Deus, não me atormentes!». Jesus, porém, disse-lhe: «Espírito impuro, sai deste homem!»- E perguntou-lhe: «Qual é o teu nome?» Ele respondeu: «Legião é meu nome, pois somos muitos». E suplicava-lhe para que não o expulsasse daquela região. Entretanto estava pastando, no morro, uma grande manada de porcos. Os espíritos impuros suplicaram então: “Manda-nos entrar nos porcos». Jesus permitiu. Eles saíram do homem e entraram nos porcos. E os porcos, uns dois mil, se precipitaram pelo despenhadeiro no mar e foram se afogando. Os que cuidavam deles fugiram e espalharam a notícia na cidade e no campo. As pessoas saíram para ver o que tinha acontecido. Chegaram onde estava Jesus e viram o possesso sentado, vestido e no seu perfeito juízo — aquele que tivera o Legião. E ficaram com medo. Os que tinham presenciado o fato explicavam-lhes o que havia acontecido com o possesso e com os porcos. Então, suplicaram Jesus para que fosse embora do território deles.  Enquanto Jesus entrava no barco, o homem que tinha sido possesso pediu para que o deixasse ir com ele. Jesus, porém, não permitiu, mas disse-lhe: «Vai para casa, para junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor, em sua misericórdia, fez por ti». O homem foi embora e começou a anunciar, na Decápole, tudo quanto Jesus tinha feito por ele. E todos ficavam admirados.

«Espírito impuro, sai deste homem!»

Rev. D. Ramon Octavi SÁNCHEZ i Valero (Viladecans, Barcelona, Espanha)

Hoje encontramos um fragmento do Evangelho que pode provocar o sorriso a mais de um. Imaginar-se uns dos mil porcos precipitando-se pelo monte abaixo, não deixa de ser uma imagem um pouco cômica. Mas a verdade é que a eles não lhes fez nenhuma graça, se enfadaram muito e lhe pediram a Jesus que se fora de seu território.

A atitude deles, mesmo que humanamente poderia parecer lógica, não deixa de ser francamente recriminável: prefeririam ter salvado seus porcos antes que a cura do endemoninhado. Isto é, antes os bens materiais, que nos proporcionam dinheiro e bem-estar, que a vida em dignidade de um homem que não é dos “nossos”. Porque o que estava possuído por um espírito maligno só era uma pessoa que «Sempre, dia e noite, andava pelos sepulcros e nos montes, gritando e ferindo-se com pedras» (Mc 5,5).

Nós temos muitas vezes este perigo de apegar-nos ao que é nosso, e desesperar-nos quando perdemos aquilo que só é material. Assim, por exemplo, o camponês se desespera quando perde uma colheita mesmo tendo-a assegurada, ou o jogador de bolsa faz o mesmo quando suas ações perdem parte de seu valor. Em compensação, muitos poucos se desesperam vendo a fome ou a precariedade de tantos seres humanos, alguns dos quais vivem ao nosso lado.

Jesus sempre pôs em primeiro lugar as pessoas, mesmo antes que as leis e os poderosos de seu tempo. Mas nós, muitas vezes, pensamos só em nós mesmos e naquilo que acreditamos que nos traz felicidade, mesmo o egoísmo nunca traz felicidade. Como diria o bispo brasileiro Helder Câmara: «O egoísmo é a fonte mais infalível de infelicidade para si mesmo e para os que o rodeiam».

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* No Evangelho de hoje, vamos meditar um longo texto sobre a expulsão de um demônio que se chamava Legião e que oprimia e maltratava uma pessoa. Hoje há muita gente que usa os textos do evangelho sobre a expulsão dos demônios para meter medo nos outros. É pena! Marcos faz o contrário. Como veremos, ele associa a ação do poder do mal com quatro coisas:
1) Com o cemitério, o lugar dos mortos. A morte que mata a vida!
2) Com o porco, que era considerado um animal impuro. A impureza que separa de Deus! 
3) Com o mar, que era visto como símbolo do caos de antes da criação. O caos que destrói a natureza.
4) Com a palavra Legião, nome dos exércitos do império romano. O império que oprime e explora os povos.
Ora, Jesus vence o poder do mal nestes quatro pontos. A vitória de Jesus tinha um alcance enorme para as comunidades dos anos setenta, época em que Marcos escreve o seu evangelho. Elas viviam perseguidas pelas legiões romanas, cuja ideologia manipulava as crenças populares nos demônios para meter medo no povo e conseguir submissão!

* O poder do mal oprime, maltrata e aliena as pessoas. Os versículos iniciais descrevem a situação do povo antes da chegada de Jesus. Na maneira de descrever o comportamento do endemoninhado, Marcos associa o poder do mal com cemitério e morte. É um poder sem rumo, ameaçador, descontrolado e destruidor, que mete medo em todos. Priva a pessoa da consciência, do autocontrole e da autonomia.

* Diante da simples presença de Jesus o poder do mal desmorona e desintegra. Na maneira de descrever o primeiro contato entre Jesus e o homem possesso, Marcos acentua a desproporção total! O poder, que antes parecia tão forte, se derrete e se desmancha diante de Jesus. O homem cai de joelhos, pede para não ser expulso da região e entrega até o seu nome Legião. Através deste nome, Marcos associa o poder do mal com o poder político e militar do império romano que dominava o mundo através das suas Legiões.

* O poder do mal é impuro e não tem autonomia nem consistência. O demônio não tem poder sobre os seus próprios movimentos. Só consegue ir para dentro dos porcos com a permissão de Jesus! Uma vez dentro dos porcos, estes se precipitam no mar. Eram 2000 porcos! Na opinião do povo, o porco era símbolo da impureza que impedia o ser humano de relacionar-se com Deus e sentir-se acolhido por Ele. O mar era símbolo do caos que existia antes da criação e que, conforme a crença da época, ameaçava a vida. Este episódio dos porcos que se precipitam no mar é estranho e difícil de ser entendido. Mas a mensagem é muito clara: diante de Jesus, o poder do mal não tem autonomia nem consistência. Quem crê em Jesus já venceu o poder do mal e já não precisa ter medo!

* A reação do povo do lugar. Alertado pelos empregados que tomavam conta dos porcos, o povo do lugar veio e viu o homem liberto do poder do mal “em perfeito juízo”. Mas eles ficaram sem os porcos! Por isso, pedem a Jesus para ir embora. Para eles, os porcos eram mais importantes que o ser humano que acabava de ser devolvido a si mesmo. Assim é hoje: o sistema neoliberal pouco se importa com as pessoas. O que importa é o lucro!

* Anunciar a Boa Nova é anunciar “o que o Senhor fez por você!” O homem liberto quer “seguir Jesus”, mas Jesus diz: “Vá para casa, para junto dos seus, e anuncia a eles o que o Senhor fez por você!”. Esta frase de Jesus, Marcos a dirige às comunidades e a todos nós. Para a maioria de nós “seguir Jesus” significa: “Vá para sua casa e anuncia aos seus o que o Senhor te fez!”

Para um confronto pessoal
1) Qual o ponto deste texto de que você mais gostou ou que mais chamou a sua atenção? Por que?
2) O homem curado quer seguir Jesus. Mas ele deve ficar em casa e contar a todo mundo o que Jesus fez por ele. O que Jesus fez por você que pode ser contado para os outros?

IV domingo do Tempo Comum

Textos: Deut 18, 15-20; 1 Cor 7, 32-35; Mc 1, 21-28

Evangelho (Mc 1,21-28): Entraram em Cafarnaum. No sábado, Jesus foi à sinagoga e pôs-se a ensinar. Todos ficaram admirados com seu ensinamento, pois ele os ensinava como quem tem autoridade, não como os escribas. Entre eles na sinagoga estava um homem com um espírito impuro; ele gritava: «Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: o Santo de Deus!». Jesus o repreendeu: «Cala-te, sai dele!».O espírito impuro sacudiu o homem com violência, deu um forte grito e saiu. Todos ficaram admirados e perguntavam uns aos outros: «Que é isto? Um ensinamento novo, e com autoridade: ele dá ordens até aos espíritos impuros, e eles lhe obedecem!». E sua fama se espalhou rapidamente por toda a região da Galileia.

«Um ensinamento novo, e com autoridade»

Rev. D. Jordi CASTELLET i Sala (Sant Hipòlit de Voltregà, Barcelona, Espanha)

Hoje, Cristo dirige-nos o seu grito enérgico, sem dúvidas e com autoridade: «Cala-te, sai dele!» (Mc 1,25). Disse-o aos espíritos malignos que vivem em nós e que não nos deixam ser livres, tal como Deus nos criou e desejou.

Se repararmos, os fundadores das ordens religiosas, a primeira norma que põem quando estabelecem a vida comunitária, é a do silêncio: numa casa onde se tenha que rezar, há-de reinar o silêncio e a contemplação. Como diz o ditado: «O bem não faz ruído; o ruído não faz bem». Por isto, Cristo ordena àquele espírito maligno que se cale, porque a sua obrigação é render-se diante de quem é a palavra, que «se fez carne, e habitou entre nós» (Jo 1,14).

Mas é certo que com a admiração que sentimos diante do Senhor, se pode misturar também um sentimento de suficiência, de tal maneira que cheguemos a pensar tal como Santo Agostinho dizia nas próprias confissões: «Senhor, faz-me casto, mas ainda não». A tentação é a de deixar para mais tarde a própria conversão, porque agora não encaixa com os nossos próprios planos pessoais.

O chamamento ao seguimento radical de Jesus Cristo é para o aqui e agora, para tornar possível o seu reino, que irrompe com dificuldade entre nós. Ele conhece a nossa tibieza, sabe que não nos gastamos fortemente na opção do Evangelho, mas que queremos contemporizar, ir tirando, ir vivendo, sem alarido e sem pressa.

O mal não pode conviver com o bem. A vida santa não permite o pecado. «Ninguém pode servir a dois senhores; porque odiará um e amará o outro» (Mt 6,24), disse Jesus Cristo. Refugiemo-nos na árvore sagrada da Cruz e que a sua sombra se projete sobre a nossa vida, e deixemos que seja Ele quem nos conforte, nos faça entender o porquê da nossa existência e nos conceda uma vida digna de Filhos de Deus.

O profeta só tem que dizer as palavras de quem o manda, embora sejam duras de ouvir e difíceis de colocar em prática.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Sto Tomás de Aquino
Desde o batismo, todo cristão é profeta. Da parte de Deus, o profeta anuncia a Boa Nova e denuncia o mal, em ordem à salvação dos homens. Quem escutar e prestar atenção se salvará. E, ai do profeta que não anunciar o que Deus lhe mandou! (primeira leitura).

Em primeiro lugar, ser profeta não significa preanunciar fatos futuros. Profeta não é só o que prediz de antemão o que vai acontecer, mas antes de tudo o que fala em lugar de outro. Não o que fala “antes”, mas “no lugar de”. O profeta judeu era propriamente o que falava em nome de Javé ou na sua honra, o que proclamava os seus louvores, o que pregava a sua doutrina e anunciava os seus decretos. Era o arauto, o interprete do Senhor. É certo que normalmente o Senhor governava o povo de Israel através dos seus legisladores. Mas às vezes queria manifestar vontades expressas, e para isso recorria ao profeta, não pedindo para ele um serviço, mas intimidando-o a cumprir uma ordem. Com frequência, como hoje com Moises (primeira leitura), enviava-o para falar diante de uma assembleia, sem que tivesse sido previamente convidado, e o profeta se via obrigado a ir das praças ao templo, e do templo aos palácios dos grandes, como um inoportuno, às vezes, como um estraga prazeres. Também o Senhor se valeu deles para anunciar o futuro. Assim predisseram muitos detalhes sobre o Messias que tinha que vir, e anunciaram que os grandes fatos do Antigo Testamento eram uma imagem do que aconteceria depois em Cristo e na Igreja. Fatos e palavras. Os profetas, com as suas palavras explicavam o sentido dos fatos, e anunciavam que no futuro esses fatos se repetiriam, mas num nível infinitamente superior. E chegou Cristo, o Grande Profeta definitivo.

Em segundo lugar, sim, Jesus é o Profeta definitivo que fala e age com autoridade. Não somente falaria em nome de Deus, mas que Ele mesmo seria a Fala de Deus, a Palavra de Deus, o Verbo de Deus. O Verbo feito carne. E veio para falar com todo o poder da majestade divina. Não só o que ensina a verdade, mas o que é a Verdade mesma. Não só o que marca o caminho da vida, mas que Ele mesmo é o Caminho e a Vida. Jesus falava com autoridade. Falar com autoridade é convencer e impulsionar. Para isso, se necessita uma coisa que todos têm; outra que poucos têm e outra que quase ninguém têm, e são: palavras prometedoras, que já saem sobrando; vida consequente com as palavras, que escasseia, e fatos que falem a vida e as palavras, que já faltam. Jesus com a sua palavra, a sua vida e os seus milagres assustava até os demônios e terminou com as suas interferências nas vidas dos homens; eis aqui o caso do possuído do evangelho de hoje. Só o poder de Jesus é capaz de exorcizar os homens, isto é, de tirar do corpo deles os demônios pós-modernos; o conforto materialista da vida, o hedonismo do prazer pelo prazer, o culto ao dinheiro, o culto ao êxito pessoal, o laicismo sem espírito, sem alma e sem Deus, a filosofia do descarto e da indiferença diante da pobreza humana. Estes são os únicos demônios que até agora eu conheço, a única autoridade em que creio e o único exorcismo que pratico, em nome de Jesus.

Finalmente, todo batizado também participa do profetismo de Jesus. Não só os sacerdotes são profetas. Também todo leigo batizado. Devemos oferecer a Deus os nossos lábios de modo que o Senhor possa continuar pregando através de nós durante todo o transcurso da história, expulsando esses demônios que continuam estragando os corpos e as almas de tantos que se deixam levar pelos feitiços prometendo a eterna juventude, como narra o escritor irlandês Oscar Wilde na sua obra “O retrato de Dorian Gray”, em troca de vender a sua alma ao Mefistófeles de bate a porta de nossa casa, parafraseando o Fausto do escritor e poeta alemão Goethe. E temos que pregar a boa nova em cima dos telhados: casa, fábrica, local de trabalho, escola, hospital, casa de anciãos… Até chegar a todas as periferias existenciais, físicas, morais e espirituais. Profetas que também saibamos denunciar com respeito todos os desvarios e injustiças de tantos -o pecado-, como fazia Cristo. E isto desde todos os meios lícitos e bons: meios de comunicação, púlpito, cátedras, mesa familiar. E não só com a palavra, mas, sobretudo com o exemplo de vida. Tomemos cuidado com os falsos profetas! Rapidamente se manifestam prometendo a teologia da prosperidade ou uma vida sem normas morais. Cristo já nos alertou.

Para refletir: Sou consciente de ser profeta desde o batismo? Anuncio com alegria e convencimento a Boa Nova do Evangelho, sem medo e sem temor? Denuncio o mal, sem colocar tempero no que diz Deus sobre os critérios mundanos? A quem não quis anunciar a mensagem de Cristo e denunciar com caridade o mal?

Para rezar: Medite estas palavras da primeira leitura: “Colocarei as minhas palavras na sua boca, e ele dirá tudo o que lhe ordenar”.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

27 de janeiro

Santo Enrique de Ossó y Cervelló
Presbítero


Nasceu em Vinebre (Catalunha, Espanha) em 16 de outubro de 1840. Foi ordenado sacerdote em 21 de setembro de 1867. Apóstolo das crianças na catequese, inspirador de movimentos seculares de espírito evangélico, diretor de almas, sentiu irresistivelmente o atrativo espiritual de Santa Teresa de Jesus, mestra de oração e filha da Igreja. À luz da sua doutrina, fundou em 1876 a Companhia de Santa Teresa, Instituto religioso feminino cujos membros têm como objetivo a formação da mulher na escola do Evangelho, seguindo os exemplos de Santa Teresa. Apóstolo dos novos tempos com a pregação e com a pena, após um duro calvário de provas e sofrimentos, morreu em Gilet (Valência, Espanha) no dia 27 de janeiro de 1896. Foi beatificado a 14 de outubro de 1979 e canonizado em Madrid no dia 16 de junho de 1993 por João Paulo II.

Salmodia, Leitura, Responsório breve e Preces do Dia Corrente.

Oração
Senhor, nosso Deus, que no presbítero Henrique de Ossó unistes maravilhosamente a oração contínua a uma atividade apostólica incansável, concedei-nos, por sua intercessão, que, perseverando no amor de Cristo, sirvamos a vossa Igreja com palavras e obras. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

Sábado III do Tempo Comum

Sto Henrique de Ossó, presbítero
Evangelho (Mc 4,35-41): Naquele dia, ao cair da tarde, Jesus disse aos discípulos: «Passemos para a outra margem!”». Eles despediram as multidões e levaram Jesus, do jeito como estava, consigo no barco; e outros barcos o acompanhavam. Veio, então, uma ventania tão forte que as ondas se jogavam dentro do barco; e este se enchia de água. Jesus estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro. Os discípulos o acordaram e disseram-lhe: «Mestre, não te importa que estejamos perecendo?». Ele se levantou e repreendeu o vento e o mar: «Silêncio! Cala-te!» O vento parou, e fez-se uma grande calmaria. Jesus disse-lhes então: «Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?». Eles sentiram grande temor e comentavam uns com os outros: «Quem é este, a quem obedecem até o vento e o mar?».

«Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?»

Rev. D. Joaquim FLURIACH i Domínguez (St. Esteve de P., Barcelona, Espanha)

Hoje, o Senhor discute com os discípulos por sua falta de fé: «Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?» (Mc 4,40). Jesus Cristo já havia dado suficientes mostras de ser Ele o Enviado e, mesmo assim, não acreditam. Não notam que, tendo com eles o próprio Senhor, nada devem temer. Jesus faz um paralelismo claro entre “fé” e “valentia”.

Em outro lugar do Evangelho, ante uma situação onde os Apóstolos duvidam, se diz que ainda não podiam acreditar porque não haviam recebido o Espírito Santo. O senhor deverá ter muita paciência para continuar ensinando aos primeiros aquilo que eles mesmos nos mostrarão depois, e do que serão firmes e valentes testemunhas.

Estaria muito bem que nós também nos sentíssemos “repreendidos”. Com mais motivo ainda! Recebemos o Espírito Santo que nos faz sentir capazes de entender como realmente o Senhor está conosco no caminho da vida, se realmente buscamos fazer sempre a vontade do Pai. Objetivamente, não temos nenhum motivo para a covardia. Ele é o único Senhor do Universo, porque «Eles ficaram penetrados de grande temor e cochichavam entre si: Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?» (Mc 4,41), como afirmam admirados os discípulos.

Então, o que é o que me dá medo? São motivos tão graves como para pôr em dúvida o poder infinitamente grande como é o do Amor que o Senhor nos tem? Esta é a pergunta que nossos irmãos mártires souberam responder, não com palavras, mas com sua própria vida. Como tantos irmãos nossos que, com a graça de Deus, cada dia fazem de cada contradição um passo mais no crescimento da fé e da esperança. Nós, por que não? É que não sentimos dentro de nós o desejo de amar ao Senhor com todo o pensamento, com todas as forças, com toda a alma?

Um dos grandes exemplos de valentia e de fé, temos em Maria, Auxilio dos cristãos, Rainha dos confessores. Ao pé da Cruz soube manter em pé a luz da fé... que se fez resplandecente no dia da Ressurreição!

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* O evangelho de hoje descreve a tempestade no lago e Jesus dormindo no barco. Nossas comunidades, muitas vezes, se sentem como um barquinho perdido no mar da vida, sem muita esperança de poder chegar ao porto. Jesus parece estar dormindo no nosso barco, pois não aparece nenhum poder divino para salvar-nos das dificuldades e da perseguição. Em vista desta situação de desespero, Marcos recolhe vários episódios que revelam como Jesus presente no meio da comunidade. Nas parábolas revelou o mistério do Reino presente nas coisas da vida (Mc 4,1-34). Agora começa a revelar o mistério do Reino presente no poder que Jesus exerce a favor dos discípulos, a favor do povo e, sobretudo, a favor dos excluídos e marginalizados. Jesus vence o mar, símbolo do caos (Mc 4,35-41). Nele atua um poder criador! Jesus vence e expulsa o demônio (Mc 5,1-20). Nele atua um poder libertador! Jesus vence a impureza e a morte (Mc 5,21-43). Nele atua o poder de vida! É o Jesus vencedor! Não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada que meditamos no evangelho de hoje.

* Marcos 4,35-36: O ponto de partida: “Vamos para o outro lado”.
Foi um dia pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,1-34), Jesus diz: “Vamos para o outro lado!” Do jeito que Jesus estava, eles o levam no barco, de onde tinha feito o discurso das parábolas. De tão cansado, Jesus deita e dorme em cima de um travesseiro. Este é o quadro inicial que Marcos pinta. Quadro bonito, bem humano.

* Marcos 4,37-38: A situação desesperadora: “Não te importa que pereçamos?”
O lago da Galileia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles acham que vão afundar, então a situação é perigosa mesmo! Jesus nem sequer acorda e continua dormindo. Este sono profundo não é só sinal do grande cansaço. É também expressão da confiança tranquila que ele tem em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e a dos discípulos é grande!

* Marcos 4,39-40: A reação de Jesus: “Vocês ainda não têm fé?”
Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Primeiro, ele se dirige ao mar e diz: “Fique quieto!” E logo o mar se acalma. Em seguida, se dirige aos discípulos e diz: “Por que vocês têm medo? Ainda não têm fé?” A impressão que se tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega numa casa e o cachorro, ao lado do dono, late muito. Aí não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio do mar acalmado evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Evoca o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2) Jesus refaz o êxodo e realiza a profecia anunciada pelo Salmo 107(106),25-30.

* Marcos 4,41: O não saber dos discípulos: “Quem é este homem?”
Jesus acalmou o mar e disse: “Então, vocês não têm fé?” Os discípulos não sabem o que responder e se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Jesus parece um estranho para eles! Apesar da longa convivência, não sabem direito quem ele é. Quem é este homem? Com esta pergunta na cabeça, as comunidades continuavam a leitura do evangelho. E até hoje, é esta mesma pergunta que nos leva a continuar a leitura dos Evangelhos. É o desejo de conhecer sempre melhor o significado de Jesus para a nossa vida.

* Quem é Jesus?
Marcos começa o seu evangelho dizendo: “Início da Boa Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus” (Mc 1,1). No fim, na hora da morte de Jesus, um soldado pagão declara: “Verdadeiramente, este homem era Filho de Deus!” (Mc 15,39) No começo e no fim do Evangelho, Jesus é chamado Filho de Deus. Entre o começo e o fim, aparecem muitos outros nomes de Jesus. Eis a lista: Messias ou Cristo (Mc 1,1; 8,29; 14,61; 15,32); Senhor (Mc 1,3; 5,19; 11,3); Filho amado (Mc 1,11; 9,7); Santo de Deus (Mc 1,24); Nazareno (Mc 1,24; 10,47; 14,67; 16,6); Filho do Homem (Mc 2,10.28; 8,31.38; 9,9.12.31; 10,33.45; 13,26; 14,21.21.41.62); Noivo (Mc 2,19); Filho de Deus (Mc 3,11); Filho do Deus altíssimo (Mc 5,7); Carpinteiro (Mc 6,3); Filho de Maria (Mc 6,3); Profeta (Mc 6,4.15; 8,28); Mestre (frequente); Filho de Davi (Mc 10,47.48; 12,35-37); Bendito (Mc 11,9); Filho (Mc 13,32); Pastor (Mc 14,27); Filho do Deus bendito (Mc 14, 61); Rei dos judeus (Mc 15,2.9.18.26); Rei de Israel (Mc 15,32),

Cada nome, título ou atributo é uma tentativa de expressar o que Jesus significava para as pessoas. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Além disso, alguns destes nomes dados a Jesus, inclusive os mais importantes e os mais tradicionais, são questionados e colocados em dúvida pelo próprio Evangelho de Marcos. Assim, na medida em que avançamos na leitura do evangelho, Marcos nos obriga a rever nossas ideias e a nos perguntar, cada vez de novo: “Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?” Quanto mais se avança na leitura do evangelho de Marcos, tanto mais se quebram os títulos e os critérios. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior! Aos poucos, o leitor, a leitora, vai se entregando e desiste de querer enquadrar Jesus em algum conceito conhecido ou ideia já pronta, e o aceita do jeito que ele mesmo se apresenta. O amor capta, a cabeça, não!

Para um confronto pessoal
1. As águas do mar da vida, alguma vez, já ameaçaram afogar você? O que o salvou?
2. Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Marcos escreveu o seu evangelho? Qual é, hoje, o mar agitado para nós?
3. Leia Isaías 43,2 e também Salmo 107(106),25-30, e compare-os com o episódio da tempestade acalmada. Qual a conclusão que você tira?

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

Sexta-feira da 3ª semana do Tempo Comum

Evangelho (Mc 4,26-34): Jesus dizia-lhes: «O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra. Quer ele esteja dormindo ou acordado, de dia ou de noite, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga. Ora, logo que o fruto está maduro, mete-se a foice, pois o tempo da colheita chegou». Jesus dizia-lhes: «Com que ainda podemos comparar o Reino de Deus? Com que parábola podemos apresentá-lo? É como um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças, com ramos grandes a tal ponto que os pássaros do céu podem fazer seus ninhos em sua sombra». Jesus lhes anunciava a palavra usando muitas parábolas como estas, de acordo com o que podiam compreender. Nada lhes falava sem usar parábolas. Mas, quando estava a sós com os discípulos, lhes explicava tudo.

«O Reino de Deus é como quando alguém lança a semente na terra e a terra produz o fruto por si mesma»

Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells (Salt, Girona, Espanha)

Hoje, Jesus fala às pessoas de uma experiência muito próxima das suas vidas: «Um homem lança a semente na terra (…); a semente germina e cresce (…). A terra produz o fruto por si mesma: primeiro aparecem as folhas, depois a espiga e, finalmente, os grãos que enchem a espiga» (Mc 4,26-28). Refere-se, com estas palavras, ao Reino de Deus, que consiste na «santidade e graça, Verdade e Vida, justiça, amor e paz» (Prefácio da Solenidade de Cristo Rei), que Jesus Cristo nos veio trazer. Este Reino tem de ser uma realidade, em primeiro lugar dentro de cada um de nós; depois, no nosso mundo.

Pelo Batismo, Jesus semeou, na alma de cada cristão, a graça, a santidade, a Verdade… Temos de fazer crescer esta semente para que frutifique em abundância de boas obras: de serviço e caridade, de amabilidade e generosidade, de sacrifício para cumprir bem o nosso dever de cada dia e para fazer felizes aqueles que nos rodeiam, de oração constante, de perdão e compreensão, de esforço para crescer em virtudes, de alegria…

Assim, este Reino de Deus – que começa dentro de cada um – se estenderá a nossa família, a nossa cidade, a nossa sociedade, ao nosso mundo. Porque quem vive assim, «que faz senão preparar o caminho do Senhor (…), a fim de que nele penetre a força da graça, que o ilumine a luz da verdade, que faça retos os caminhos que conduzem a Deus?» (São Gregório Magno).

A semente começa pequena, como «um grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a menor de todas as sementes. Mas, depois de semeada, cresce e se torna maior que todas as outras hortaliças» (Mc 4,31-32). Porém, a força de Deus difunde-se e cresce com um vigor surpreendente. Como nos primeiros tempos do Cristianismo, Jesus pede-nos hoje que difundamos o seu Reino por todo o mundo.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* É bonito ver como Jesus, cada vez de novo, buscava na vida e nos acontecimentos elementos e imagens que pudessem ajudar o povo a perceber e experimentar a presença do Reino. No evangelho de hoje ele, novamente, conta duas pequenas histórias que acontecem todos os dias na vida de todos nós: “A história da semente que cresce sozinha” e “A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande”.

* A história da semente que cresce sozinha. O agricultor que planta conhece o processo: semente, fiozinho verde, folha, espiga, grão. Ele não mete a foice antes do tempo. Sabe esperar. Mas não sabe como a terra, a chuva, o sol e a semente têm esta força de fazer crescer uma planta do nada até a fruta. Assim é o Reino de Deus. Tem processo, tem etapas e prazos, tem crescimento. Vai acontecendo. Produz fruto no tempo marcado. Mas ninguém sabe explicar a sua força misteriosa. Ninguém é dono. Só Deus!

* A história da pequena semente de mostarda que cresce e se torna grande. A semente de mostarda é pequena, mas ela cresce e, no fim, os passarinhos vêm para fazer seu ninho nos ramos. Assim é o Reino. Começa bem pequeno, cresce e estende seus ramos para os passarinhos fazerem seus ninhos. Começou com Jesus e uns poucos discípulos e discípulas. Foi perseguido e caluniado, preso e crucificado. Mas cresceu e foi estendendo seus ramos. A parábola deixa uma pergunta no ar que vai ter resposta mais adiante no evangelho: Quem são os passarinhos? O texto sugere que se trata dos pagãos que vão poder entrar na comunidade e ter parte no Reino.

* O motivo que levava Jesus a ensinar por meio de parábolas. Jesus contava muitas parábolas. Tudo tirado da vida do povo! Assim ele ajudava as pessoas a descobrir as coisas de Deus no quotidiano. Tornava o quotidiano transparente. Pois o extraordinário de Deus se esconde nas coisas ordinárias e comuns da vida de cada dia. O povo entendia da vida. Nas parábolas recebia a chave para abri-la e encontrar dentro dela os sinais de Deus.

Para um confronto pessoal
1) Jesus não explica as parábolas. Ele conta as histórias e provoca em nós a imaginação e a reflexão da descoberta. O que você descobriu nestas duas parábolas?
2) Tornar a vida transparente é o objetivo das parábolas. Ao longo dos anos, sua vida ficou mais transparente ou aconteceu o contrário?

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

25 de janeiro: A Conversão de São Paulo, apóstolo

Evangelho (Mc 16,15-18): Naquele tempo, Jesus apareceu-se às onze e disse-lhes: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Eis os sinais que acompanharão aqueles que crerem: expulsarão demônios em meu nome; falarão novas línguas; se pegarem em serpentes e beberem veneno mortal, não lhes fará mal algum; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, estes ficarão curados».

«Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova»

Rev. D. Josep GASSÓ i Lécera (Ripollet, Barcelona, Espanha)

Hoje, a Igreja celebra a festa da Conversão de São Paulo, apóstolo. O breve fragmento do Evangelho segundo São Marcos resume uma parte do discurso sobre a missão que confere o Senhor ressuscitado. Com a exortação de predicar por todo o mundo vai unida a tese de que a fé e o batismo são requisitos necessários para a salvação: «Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado» (Mc 16,16). Além disso, Cristo garante que aos predicadores lhes será dada a faculdade de fazer prodígios ou milagres que irão apoiar e confirmar sua predicação missionária (cf. Mc 16,17-18). A missão é grande — «Ide por todo o mundo» —, mas não faltará o acompanhamento do Senhor: «Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo» (Mt 28,20).

A oração coleta de hoje, própria da festa, nos diz: «Oh Deus, que com a predicação do Apóstolo São Paulo levaste a todos os povos ao conhecimento da verdade, concede-nos, ao celebrar hoje sua conversão, que, seguindo seu exemplo, caminhemos a Ti como testemunha de tua verdade». Uma verdade que Deus nos tem concedido conhecer e que tantas e tantas almas desejariam possuir: temos a responsabilidade de transmitir até onde possamos este maravilhoso patrimônio.

A Conversão de São Paulo é um grande acontecimento: ele passa de perseguidor a convertido, isto é, a servidor e defensor da causa de Cristo. Muitas vezes talvez, também nós mesmos nos fazemos de “perseguidores”: como São Paulo, devemos nos converter de “perseguidores” a servidores e defensores de Jesus Cristo.


Com Santa Maria, reconhecemos que o Altíssimo também tem prestado atenção em nós e nos tem escolhido para participar na missão sacerdotal e redentora de seu Filho divino: Regina apostolorum, Rainha dos apóstolos, rogai por nós!; fazei-nos valentes para dar testemunho de nossa fé cristã no mundo que devemos viver.