ORAÇÃO
PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
LECTIO
DIVINA
1ª Leitura (Si 44,1.9-13): Celebremos os louvores dos homens ilustres, dos nossos antepassados através das gerações. Alguns houve que não deixaram lembrança, desapareceram como se não tivessem existido, passaram como se não tivessem nascido, tanto eles como os seus filhos. Mas outros foram homens virtuosos e as suas boas obras não foram esquecidas. Na sua descendência permanece a excelente herança que deles nasceu. Os seus filhos são fiéis à aliança e, graças a eles, também os filhos dos seus filhos. A sua descendência permanece para sempre e jamais se apagará a sua glória.
Salmo
Responsorial: 149
R. O Senhor ama o seu povo.
Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor na
assembleia dos santos. Alegre-se Israel em seu Criador, rejubilem os filhos de
Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças, cantem ao som do tímpano e
da cítara, porque o Senhor ama o seu povo, coroa os humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis, cantem jubilosos em suas
casas; em sua boca os louvores de Deus. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho
(Mc 11,11-25): Jesus
entrou em Jerusalém e foi ao templo. Lá observou todas as coisas. Mas, como já
era tarde, ele e os Doze foram para Betânia. No dia seguinte, ao saírem de
Betânia, Jesus sentiu fome. Avistando de longe uma figueira coberta de folhas,
foi lá ver se encontrava algum fruto. Chegando perto, só encontrou folhas, pois
não era tempo de figos. Então reagiu dizendo à figueira: «Nunca mais ninguém
coma do teu fruto». Os discípulos ouviram isso. Foram então a Jerusalém.
Entrando no templo, Jesus começou a expulsar os que ali estavam vendendo e
comprando. Derrubou as mesas dos que trocavam moedas e as bancas dos vendedores
de pombas. Também não permitia que se carregassem objetos passando pelo templo.
Pôs-se a ensinar e dizia-lhes: «Não está escrito que a minha casa será chamada
casa de oração para todos os povos? Vós, porém, fizestes dela um antro de
ladrões». Os sumos sacerdotes e os escribas ouviram isso e procuravam um modo
de matá-lo. Mas tinham medo de Jesus, pois a multidão estava maravilhada com o
ensinamento dele. E quando anoiteceu, Jesus e os discípulos foram saindo da
cidade. De manhã cedo, ao passarem, verificaram que a figueira tinha secado
desde a raiz. Pedro lembrou-se e disse: «Rabi, olha, a figueira que
amaldiçoaste secou”». Jesus lhes observou: «Tende fé em Deus. Em verdade, vos
digo: se alguém disser a esta montanha: ‘Arranca-te e joga-te no mar’, sem
duvidar no coração, mas acreditando que vai acontecer, então acontecerá. Por isso,
vos digo: tudo o que pedirdes na oração, crede que já o recebestes, e vos será
concedido. E, quando estiverdes de pé para a oração, se tendes alguma coisa
contra alguém, perdoai, para que vosso Pai que está nos céus também perdoe os
vossos pecados».
Hoje fruto e petição são palavras-chave no Evangelho. O
Senhor aproxima-se a uma figueira e não encontrou frutos: somente folharada,
reagiu maldizendo-a. Segundo Santo Isidoro de Sevilha, "Figo" e
"fruto" têm a mesma raiz. Ao dia seguinte, os Apóstolos surpresos,
lhe dizem: «Rabi, olha, a figueira que amaldiçoaste secou» (Mc 11,21). Em
resposta, Jesus Cristo lhes fala de fé e de oração: «Tende fé em Deus» (Mc
11,22).
Há pessoas que quase não rezam, e quando o fazem,
procuram que Deus lhes resolva um problema complicado no qual já não veem a
solução. E o justificam com as palavras de Jesus que acabamos de ouvir: «Tudo o
que pedirdes na oração, crede que já o recebestes, e vos será concedido» (Mc
11,24). Têm ração e é humano, compreensível, e lícito que, ante os problemas
que nos superam, confiemos em Deus, em alguma força superior a nós.
Mas tenho que acrescentar que toda oração é
"inútil" («vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós lho
peçais»: Mt 6,8), na medida em que não tem uma utilidade prática direta, como
—por exemplo— acender uma luz. Não recebemos nada em troca por rezar, porque
todo o que recebemos de Deus é graça sobre graça.
Então, não é preciso rezar? Ao contrário: já que agora
sabemos que é graça, a oração tem mais valor: porque é "inútil" e é
"gratuita". Ainda com tudo, existem três benefícios que nos dá a
oração de petição: paz interior (encontrar ao amigo Jesus e confiar em Deus
relaxa); pensar sobre um problema, racionalizá-lo, e saber traçá-lo é já tê-lo
quase resolvido; e em terceiro lugar ajuda-nos a discernir entre aquilo que é
bom e aquilo que tal vez por causa do nosso capricho queremos em nossas
intenções da oração. Então, a posteriori, entendemos com os olhos da fé o que
Jesus diz: «Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, vo-lo farei, para que o Pai
seja glorificado no Filho» (Jo 14,13).
Depois de uma longa viagem, durante a qual anunciou o
Reino e realizou prodígios, que manifestavam a sua presença, Jesus chega a
Jerusalém. Entra no templo, examina a situação, e retira-se para Betânia, onde
pernoita.
No dia seguinte dá-se o episódio da maldição da figueira,
um evento que tem dado azo a muitas discussões e hipóteses entre os exegetas.
Não vamos entrar nelas. Mas, encorajados pela liturgia que nos faz ler hoje
três episódios do ministério de Jesus em Jerusalém, - a maldição da figueira
(vv. 12-14), a expulsão dos profanadores do tempo (vv. 15-19), a exortação à fé
(vv. 22-25), - vamos procurar descobrir a ligação que há entre eles. Jesus tem
fome, procura figos na figueira e não os encontra. Marcos informa que «não era
tempo de figos» (v. 14). Este evento enquadra-se no contexto da revelação que
Jesus está a completar. O tempo da fé é salvífico, e não cronológico. Jesus
revela que o Pai, n´Ele, tem fome e tem sede, não de alimento ou de bebida, mas
de amor, de justiça, de retidão; tem fome e sede de respeito pela sua morada, e
não da profanação do templo santo, que somos cada um de nós. Para saciar esta
fome e esta sede, todo o tempo e todo o lugar são bons. Israel perdera a sua
fecundidade religiosa porque, explorando o povo simples no próprio templo de
Deus, não amava a humanidade e não podia, por conseguinte, correr o risco da
maravilhosa aventura da oração e da fé.
Jesus, no evangelho de hoje, nos surpreende. Estamos
habituados a repetir as suas palavras: «aprendei de mim, porque sou manso e
humilde de coração» (Mt 11,29). Hoje, porém, o Senhor parece-nos violento. De
fato, o amor de Jesus não é mole. É um amor forte, que em certas ocasiões se
manifesta de modo verdadeiramente violento: «Jesus começou a expulsar os que
vendiam e compravam no templo; deitou por terra as mesas dos cambistas e os
bancos dos vendedores de pombas» (Mt 11,12). O que o faz atuar é o seu amor
pelo Pai e por nós. Quer purificar a casa do Pai que deve tornar-se «casa de
oração para todos os povos», e não uma «covil de ladrões».
O episódio da figueira que não tem frutos ilumina este
amor. A propósito desta árvore que, amaldiçoada por Jesus, seca, - gesto
simbólico que mostra a necessidade de produzir frutos abençoados por Deus -
Jesus faz o seguinte comentário: «Tende fé em Deus. Em verdade vos digo, se
alguém disser a este monte: ‘Tira-te daí e lança-te ao mar’, e não vacilar em
seu coração, mas acreditar que o que diz se vai realizar, assim acontecerá» (v.
23). Jesus, que está sempre em íntima comunhão com o Pai, conhece a sua
generosidade. Por isso, convida-nos a esta oração confiante. E não se esquece
do amor fraterno. Por isso, acrescenta: «Quando vos levantais para orar, se
tiverdes alguma coisa contra alguém, perdoai-lhe primeiro, para que o vosso Pai
que está no céu vos perdoe também as vossas ofensas.» (vv. 24-25). O amor pelo
Pai está intimamente unido ao amor pelos homens, os homens que Ele ama. Para
estar unidos ao Pai, e crescer nessa união, é preciso abrir o coração aos
outros, ainda que pecadores, ainda que nos tenham ofendido, como fez Jesus.
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
1ª Leitura (Si 44,1.9-13): Celebremos os louvores dos homens ilustres, dos nossos antepassados através das gerações. Alguns houve que não deixaram lembrança, desapareceram como se não tivessem existido, passaram como se não tivessem nascido, tanto eles como os seus filhos. Mas outros foram homens virtuosos e as suas boas obras não foram esquecidas. Na sua descendência permanece a excelente herança que deles nasceu. Os seus filhos são fiéis à aliança e, graças a eles, também os filhos dos seus filhos. A sua descendência permanece para sempre e jamais se apagará a sua glória.
R. O Senhor ama o seu povo.
Aleluia. Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis
fruto e o vosso fruto permaneça. Aleluia.
«Tudo o que pedirdes na oração, crede que já o
recebestes»
Fra. Agustí BOADAS Llavat OFM (Barcelona, Espanha)
Reflexão
Peçamos ao Senhor uma vida cheia de fé, uma vida assentada no amor, mesmo por aqueles que são contra nós. É assim que imitamos o Pai que está no céu. É assim que seguimos os bons exemplos dos Santos, e deixamos atrás de nós um rasto luminoso de bem.
LADAINHA
DO SAGRADO CORAÇÃO
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus,...
Coração de Jesus, de majestade infinita,...
Coração de Jesus, templo santo de Deus,...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu,...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade,...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor,...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes,...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor,...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações,...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência,...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade,...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências,...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos,...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso,...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade,...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados,...
Coração de Jesus, saturado de sofrimentos,...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte,...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição,...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação,...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores,...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam,...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram,...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
Eu...(nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para honrá-lo, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer, nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.