segunda-feira, 31 de maio de 2021

Quarta-feira da 9ª semana do Tempo Comum

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

Oração preparatória: Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.

1ª Leitura (Tob 3,1-11a.16-17a): Naqueles dias, eu, Tobit, de alma angustiada, gemendo e chorando, comecei a dizer entre suspiros a seguinte oração: «Vós sois justo, Senhor, e são justas todas as vossas obras. Os vossos caminhos são misericórdia e fidelidade, Vós sois o juiz do mundo. Agora, Senhor, lembrai-Vos de mim e olhai para mim. Não me castigueis pelos meus pecados e erros, nem pelos dos meus antepassados, que cometemos na vossa presença, desobedecendo aos vossos mandamentos. Por isso Vós nos entregastes à pilhagem, ao cativeiro e à morte, ao escárnio, à zombaria e ao insulto de todos os povos entre os quais nos dispersastes. Na verdade, todas as vossas sentenças são justas, quando me tratais assim, por causa dos meus pecados e pelos dos meus antepassados, porque não cumprimos os vossos mandamentos, nem procedemos fielmente para convosco. Mas agora tratai-me como for do vosso agrado, ordenai que me seja tirada a vida, para que eu desapareça da face da terra e em terra me venha a tornar. Para mim, na verdade, é melhor morrer do que viver, pois tive de ouvir ofensas caluniosas e sinto uma grande tristeza. Senhor, fazei que eu me livre desta aflição, deixai-me partir para a eterna morada. Não afasteis de mim o vosso rosto, Senhor, porque para mim é melhor morrer do que suportar tão grande aflição na minha vida e ter de ouvir tantos insultos». No mesmo dia, sucedeu que Sara, filha de Raguel, que vivia em Ecbátana da Média, também foi insultada por uma serva de seu pai. Ela tinha casado sete vezes, mas Asmodeu, o demónio malfazejo, matava-lhe os maridos, antes de viverem com ela, conforme está prescrito às esposas. A serva dizia-lhe: «És tu que matas os teus maridos: já casaste com sete homens e não usaste o nome de nenhum deles. Porque nos tratas mal por causa da sua morte? Vai-te com eles e que nunca se veja nascer de ti filho nem filha». Nesse dia, Sara entristeceu-se profundamente e começou a chorar. Subiu à sala do andar superior da casa de seu pai e quis enforcar-se. Mas, refletindo, pensou: «Talvez insultem meu pai e lhe digam: ‘Só tinhas uma filha querida e ela enforcou-se por causa das suas desgraças’. Assim faria descer meu pai à morada dos mortos, cheio de desgosto na sua velhice. É melhor que, em vez de me enforcar, eu suplique ao Senhor que me faça morrer, para não mais ter de ouvir insultos na minha vida. Então estendeu as mãos para a janela e começou a rezar. Nesse momento, a prece de ambos foi escutada pelo Deus da glória e o Anjo Rafael foi enviado para dar remédio a Tobit e a Sara.

Salmo Responsorial: 24

R. Senhor, meu Deus, em Vós confio.

Senhor, meu Deus, em Vós confio, Não seja confundido nem escarneçam de mim os inimigos. Não serão confundidos os que esperam em Vós, mas serão confundidos os que sem razão faltam à palavra.

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador.

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias e das vossas graças que são eternas. Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência, por causa da vossa bondade, Senhor.

O Senhor é bom e recato, ensina o caminho aos pecadores. Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

Aleluia. Eu sou a ressurreição e a vida, diz o Senhor: quem acredita em Mim não morrerá. Aleluia.

Evangelho (Mc 12,18-27): Uns saduceus, os quais dizem não existir ressurreição, aproximaram-se de Jesus e lhe perguntaram: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão e este morrer, deixando a mulher sem filhos, ele deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. Havia sete irmãos. O mais velho casou-se com uma mulher e morreu sem deixar descendência. O segundo, então, casou-se com ela e igualmente morreu sem deixar descendência. A mesma coisa aconteceu com o terceiro. E nenhum dos sete irmãos deixou descendência. Depois de todos, morreu também a mulher. Na ressurreição, quando ressuscitarem, ela será a esposa de qual deles? Pois os sete a tiveram por esposa?». Jesus respondeu: «Acaso não estais errados, porque não compreendeis as Escrituras, nem o poder de Deus? Quando ressuscitarem dos mortos, os homens e as mulheres não se casarão; serão como anjos no céu. Quanto à ressurreição dos mortos, não lestes, no livro de Moisés, na passagem da sarça ardente, como Deus lhe falou: ‘Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó! ’ Ele é Deus não de mortos, mas de vivos! Estais muito errados».

«Ele é Deus não de mortos, mas de vivos»

Pe. D. Federico Elías ALCAMÁN Riffo (Puchuncaví - Valparaíso, Chile)

Hoje, a Santa Igreja nos põe em nossa consideração —pela palavra de Cristo— a realidade da ressurreição e as propriedades dos corpos ressuscitados. Por conseguinte, o Evangelho narra-nos o encontro de Jesus com os saduceus, os que —por meio de um caso hipotético distorcido— apresentam-lhe uma dificuldade a respeito da ressurreição dos mortos, verdade na qual eles não acreditavam.

Dizem-lhe que, se uma mulher enviuvar sete vezes, «ela será a esposa de qual deles? [dos sete esposos]» (Mc 12, 23). Procuram, desse jeito, ridicularizar a doutrina de Jesus. Mas, o Senhor desfaz a dificuldade expondo que, «quando ressuscitarem dos mortos, os homens e as mulheres não se casarão; serão como anjos no céu» (Mc 12,25).

Assim, nosso Senhor aproveita a circunstância para afirmar a existência da ressurreição, citando o que Deus lhe disse a Moisés no episódio da sarça: «Eu sou o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó», e acrescenta: «Ele é Deus não de mortos, mas de vivos» (Mc 12,26-27). Jesus lhes reprova quanto estão errados, já que não entendem a Escritura nem o poder de Deus; e ainda mais, esta verdade já estava revelada no Antigo Testamento: assim o ensinaram Isaias, a mãe dos Macabeus, Job e outros.

Santo Agostinho descrevia a vida como eterna e amorosa comunhão: «não padeceras aí limites nem estreiteza ao possuir tudo; terás tudo e teu irmão terá tudo também, porque vós, tu e ele, os convertereis em um só, e este único todo também terá a Aquele que os possua a ambos».

Nós, longe de duvidar das Escrituras e do poder misericordioso de Deus, aderimos com a mente e o coração a essa verdade esperançosa, gozamos de não ficar frustrados na nossa sede de vida, plena e eterna, a qual é confirmada no mesmo Deus, em sua glória e felicidade. Diante deste convite divino, fica-nos fomentar as nossas ânsias de ver a Deus, o nosso desejo de estar para sempre reinando junto a Ele.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No evangelho de hoje continua o confronto entre Jesus e as autoridades. Depois dos sacerdotes, anciãos e escribas (Mc 12,1-12) e os fariseus e herodianos (Mc 12,13-17), agora aparecem os saduceus que fazem uma pergunta sobre a ressurreição. Assunto polêmico, que causava briga entre saduceus e fariseus (Mc 12,18-27; cf. At 23,6-1).

* Nas comunidades cristãs dos anos setenta, época em que Macros escreve o seu evangelho, havia alguns cristãos que, para não serem perseguidos, tentavam conciliar o projeto de Jesus com o projeto do império romano. Os outros que resistiam ao império eram perseguidos, acusados e interrogados pelas autoridades ou por vizinhos que se sentiam incomodados pelo testemunho deles. A descrição dos conflitos de Jesus com as autoridades era uma ajuda muito grande para os cristãos não se deixarem manipular pela ideologia do império. Ao lerem estes episódios de conflito de Jesus com as autoridades, os cristãos perseguidos se animavam e criavam coragem para continuar na caminhada.

* Marcos 12,18-23. Os Saduceus. Os saduceus eram uma elite aristocrata de latifundiários e comerciantes. Eram conservadores. Não aceitavam a fé na ressurreição. Naquele tempo, esta fé começava a ser valorizada pelos fariseus e pela piedade popular. Ela animava a resistência do povo contra a dominação tanto dos romanos como dos sacerdotes, dos anciãos e dos próprios saduceus. Para os saduceus, o reino messiânico já estava presente na situação de bem-estar que eles estavam vivendo. Eles seguiam a assim chamada “Teologia da Retribuição” que distorcia a realidade. Segundo esta teologia, Deus retribui com riqueza e bem-estar aos que observam a lei de Deus, e castiga com sofrimento e pobreza os que praticam o mal. Assim, se entende por que os saduceus não queriam mudanças. Queriam que a religião permanecesse tal como era, imutável como o próprio Deus. Por isso não aceitavam a fé na ressurreição e na ajuda dos anjos, que sustentava a luta daqueles que buscavam mudanças e libertação.

* Marcos 12,19-23. A pergunta dos Saduceus. Eles chegam até Jesus e, para criticar e ridicularizar a fé na ressurreição, contam o caso fictício daquela mulher que casou sete vezes e, no fim, morreu sem filhos. A assim chamada lei do levirato obrigava a viúva sem filhos a casar com o irmão do falecido marido. O filho que nascesse deste novo casamento era considerado filho do falecido marido. Assim, este teria uma descendência. Mas no caso proposto pelos saduceus, a mulher, apesar de ter tido sete maridos, ficou sem marido. Eles perguntam a Jesus: “Na ressurreição, quando eles ressuscitarem, de quem ela será? Todos os sete se casaram com ela!" Era para dizer que crer na ressurreição levaria a pessoa a aceitar o absurdo.

* Marcos 12,24-27: A resposta de Jesus. Jesus responde duramente: “Vocês não entendem nada, nem do poder de Deus, nem da Escritura!” Jesus explica que a condição das pessoas depois da morte será totalmente diferente da condição atual. Depois da morte já não haverá mais casamento, mas todas serão como os anjos no céu. Os saduceus imaginavam a vida no céu igual à vida aqui na terra. No fim, Jesus conclui: “Nosso Deus não é um Deus de mortos, mas sim de vivos! Vocês estão muito errados!” Os discípulos e as discípulas devem estar de sobreaviso: quem estiver do lado destes saduceus estará do lado oposto de Deus!

Para um confronto pessoal

1) Qual é hoje o sentido da frase: “Deus não é Deus dos mortos, mas sim dos vivos!”

2) Será que eu creio mesmo na ressurreição? O que significa para mim “creio na ressurreição da carne e na vida eterna”?

LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, ...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, ...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam, ...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de sofrimentos, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, ...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança, ...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação, ...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos, ...
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

ORAÇÃO: Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)

Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte. Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

domingo, 30 de maio de 2021

Terça-feira da 9ª semana do Tempo Comum

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

São Justino, mártir

Oração preparatória: Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.

1ª Leitura (Tob 2,9-14): Eu, Tobit, naquela noite de Pentecostes, depois de ter sepultado o morto, tomei banho, entrei no pátio da minha casa e deitei-me junto ao muro do pátio, com o rosto descoberto por causa do calor. E não reparei que no muro, por cima de mim, havia pardais. O seu excremento quente caiu-me nos olhos, produzindo neles manchas brancas. Fui ter com os médicos para me tratar, mas quanto mais me aplicavam remédios, mais me cegavam as manchas, até que fiquei completamente cego. Estive sem ver durante quatro anos e todos os meus parentes se entristeceram por minha causa. Aicar sustentou-me durante dois anos, antes de partir para Elimaida. Entretanto, Ana, minha mulher, ocupava-se em trabalhos femininos: enviava-os aos clientes e eles pagavam o preço. No dia sete do segundo mês, terminou uma encomenda e entregou-a aos clientes. Eles pagaram tudo e ainda lhe deram um cabrito. Quando ela entrou em casa, o cabrito começou a berrar. Chamei então minha mulher e perguntei-lhe: «Donde vem este cabrito? Não terá sido roubado? Vai entregá-lo ao dono, porque não podemos comer nada roubado». Ela respondeu-me: «É um presente que me deram além do pagamento». Mas eu não acreditei e insisti para que o entregasse ao dono. E por causa disto, estava indignado com ela. Então ela disse-me: «Onde estão as tuas esmolas? Onde estão as tuas boas obras? Agora tudo está claro a teu respeito».

Salmo Responsorial: 111

R. Feliz o homem que espera no Senhor

Feliz o homem que teme o Senhor e ama ardentemente os seus preceitos. A sua descendência será poderosa sobre a terra, será abençoada a geração dos justos.

Brilha aos homens retos como luz nas trevas o homem misericordioso, compassivo e justo. Ele não receia más notícias, seu coração está firme, confiado no Senhor.

O seu coração é inabalável, nada teme e verá os adversários confundidos. Reparte com largueza pelos pobres, a sua generosidade permanece para sempre.

Aleluia. Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, ilumine os olhos do nosso coração, para conhecermos a esperança a que fomos chamados. Aleluia.

Evangelho (Mc 12,13-17): Então, mandaram alguns fariseus e partidários de Herodes, para apanhar Jesus em alguma palavra. Logo que chegaram, disseram-lhe: «Mestre, sabemos que és verdadeiro e não te deixas influenciar por ninguém. Tu não olhas a aparência das pessoas, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus. Diz-nos: é permitido ou não pagar imposto a César? Devemos dá-lo ou não?». Ele percebeu-lhes o fingimento e respondeu: «Por que me armais uma armadilha? Trazei-me a moeda do imposto para eu ver». Trouxeram-lhe uma moeda. Ele perguntou: «De quem é esta figura e a inscrição?». Responderam: «De César». Então, Jesus disse: «Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus ». E estavam extremamente admirados a respeito dele.

«Devolvei, pois, a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus»

Rev. D. Manuel SÁNCHEZ Sánchez (Sevilla, Espanha)

Hoje, maravilhamo-nos, mais uma vez, com o engenho e sabedoria de Cristo. Ele, com a sua magistral resposta, assinala diretamente a justa autonomia das realidades terrenas: «Devolvei, pois, a César o que é de César» (Mc 12,17).

Mas a Palavra de hoje é algo mais que saber sair de um apuro; é uma questão que tem atualidade em todos os momentos da nossa vida: que estou dando a Deus?; é realmente o mais importante na minha vida? Onde pus o coração? Porque… «onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração» (Lc 13,34).

De fato, segundo São Jerônimo, «tendes que dar forçosamente a César a moeda que tem impressa a sua imagem; mas vós entregai com gosto todo o vosso ser a Deus, porque em nós está impressa a sua imagem e não a de César». Ao longo da sua vida, Jesus Cristo apresenta constantemente a questão da eleição. Somos nós os que estamos chamados a escolher, e as opções são claras: viver partindo dos valores deste mundo, ou viver partindo dos valores do Evangelho.

É sempre tempo de escolha, tempo de conversão, tempo para voltar a “recolocar” a nossa vida na dinâmica de Deus. Será a oração e, especialmente a realizada com a Palavra de Deus, a que nos vai revelando o que Deus quer de nós. O que sabe escolher a Deus, converte-se em morada de Deus, pois «se alguém me ama, guardará a minha Palavra, e meu Pai o amará, e o veremos, e faremos morada nele» (Jo 14,23). É a oração que se converte na autêntica escola onde, como afirma Tertuliano, «Cristo nos vai ensinando qual era o desígnio do Pai que Ele realizava no mundo, e qual a conduta do homem para que seja conforme a esse mesmo desígnio» Saibamos, portanto, escolher o que nos convém!

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* No evangelho de hoje continua o confronto entre Jesus e as autoridades. Os sacerdotes, anciãos e escribas tinham sido criticados e denunciados por Jesus na parábola da vinha (Mc 12,1-12). Agora, os mesmos pedem aos fariseus e herodianos para armar uma cilada contra Jesus, a fim de poder apanhá-lo e condená-lo. Estes perguntam a Jesus sobre o imposto a ser pago aos romanos. Era um assunto polêmico que dividia a opinião pública. Os adversários de Jesus querem a todo custo acusá-lo e, assim, diminuir a sua influência junto do povo. Grupos, que antes eram inimigos entre si, agora se unem para combater Jesus que pisava no calo de todos eles. Isto acontece também hoje. Muitas vezes, pessoas ou grupos, inimigos entre si, se unem para defender seus privilégios contra aqueles que os incomodam com o anúncio da verdade e da justiça.

* Marcos 12,13-14. A pergunta dos fariseus e herodianos. Fariseus e herodianos eram as lideranças locais nos povoados da Galileia. Bem antes, eles já tinham decidido matar Jesus (Mc 3,6). Agora, a mando dos Sacerdotes e Anciãos, eles querem saber de Jesus se ele é a favor ou contra o pagamento do imposto aos romanos, a César. Pergunta esperta, cheia de malícia! Sob a aparência de fidelidade à lei de Deus, buscam motivos para poder acusá-lo. Se Jesus dissesse: “Deve pagar!”, poderiam acusá-lo junto ao povo como amigo dos romanos. Se ele dissesse: “Não deve pagar!”, poderiam acusá-lo junto às autoridades romanas como subversivo. Parecia uma sinuca sem saída!

* Marcos 12, 15-17: A resposta de Jesus. Jesus percebe a hipocrisia. Na sua resposta, ele não perde tempo em discussões inúteis, e vai direto ao centro da questão. Em vez de responder e de discutir o assunto do tributo a César, ele pede que lhe mostrem a moeda, e pergunta: "De quem é esta imagem e inscrição?" Eles respondem: "De César!" Resposta de Jesus: "Então, dêem a César o que é de César, mas a Deus o que é de Deus!”. Na prática, eles já reconheciam a autoridade de César. Já estavam dando a César o que era de César, pois usavam as moedas dele para comprar e vender e até para pagar o imposto ao Templo! O que interessa a Jesus é que “dêem a Deus o que é de Deus!”, isto é, que devolvam a Deus o povo, por eles desviado, pois com os seus ensinamentos bloqueavam a entrada do Reino para o povo (Mt 23,13). Outros explicam esta frase de Jesus de outra maneira: “Dêem a Deus o que é de Deus!”, isto é, pratiquem a justiça e a honestidade conforme o exige a Lei de Deus, pois pela hipocrisia vocês estão negando a Deus o que lhe é devido. Os discípulos e as discípulas devem tomar consciência! Pois era o fermento destes fariseus e herodianos que estava cegando os olhos deles! (Mc 8,15).

* Impostos, tributos, taxas e dízimos- No tempo de Jesus, o povo da Palestina pagava muitos impostos, taxas, tributos e dízimos, tanto aos romanos como ao Templo. O império romano invadiu a Palestina no ano 63 aC e passou a exigir muitos impostos e tributos. Pelos cálculos feitos, metade ou mais do orçamento familiar era para os impostos, tributos, taxas e dízimos. Os impostos exigidos pelos romanos eram de dois tipos: direto e indireto:

1. O imposto Direto era sobre as propriedades e sobre as pessoas. Imposto sobre as propriedades (tributum soli): os fiscais do governo verificavam o tamanho da propriedade, da produção e do número de escravos e fixavam a quantia a ser paga. Periodicamente, havia nova fiscalização através dos censos. Imposto sobre as pessoas (tributum capitis): era para as classes pobres sem terra. Incluía tanto homens como mulheres entre 12 e 65 anos. Era sobre a força do trabalho: 20% da renda de cada pessoa era para o imposto.

2. O imposto Indireto era sobre transações variadas. Coroa de ouro: Originalmente, era um presente ao imperador, mas tornou-se um imposto obrigatório. Era cobrado em ocasiões especiais como festas e visitas do imperador. Imposto sobre o sal: o sal era o monopólio do imperador. Só era tributado o sal para uso comercial. Por exemplo, o sal usado pelos pescadores para comercializar o peixe. Daqui vem a nossa palavra “salário”. Imposto na compra e venda: Em cada transação comercial pagava-se 1%. A cobrança era feita pelos fiscais na feira. Na compra de um escravo exigiam-se 4%. Em cada contrato comercial registrado, exigiam-se 2%. Imposto para exercer a profissão: Para tudo se precisava de licença. Por exemplo, um sapateiro na cidade de Palmira pagava um denário por mês. Um denário era o equivalente ao salário de um dia. Até as prostitutas tinham que pagar. Imposto sobre o uso de coisas de utilidade pública: O imperador Vespasiano introduziu o imposto para se poder usar as privadas públicas em Roma. Ele dizia “Dinheiro não fede!”

3. Outras Taxas e obrigações: Pedágio ou alfândega; Trabalho forçado; Despesa especial para o exército (dar hospedagem aos soldados; fornecer pagar comida para o sustento das tropas); Imposto para o Templo e o Culto.

Para um confronto pessoal

1. Você conhece algum caso de grupos ou de pessoas que eram inimigos entre si, mas que se juntaram para perseguir a pessoa honesta que os incomodava e denunciava? Isto já aconteceu alguma vez com você?

2. Qual é hoje o sentido da frase: “Dai a César o que é do César, e a Deus o que é de Deus”?

LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo, ...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas, ...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam, ...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de sofrimentos, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes, ...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança, ...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação, ...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos, ...
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade de nós.
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.

ORAÇÃO: Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.

CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)

Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado. Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.  Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós. Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

sábado, 29 de maio de 2021

31 de maio: A Visitação da Virgem Santa Maria

MÊS DE MARIA

ORAÇÃO PREPARATÓRIA: Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.

1ª Leitura (Sof 3,14-18): Clama jubilosamente, filha de Sião; solta brados de alegria, Israel. Exulta, rejubila de todo o coração, filha de Jerusalém. O Senhor revogou a sentença que te condenava, afastou os teus inimigos. O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti e já não temerás nenhum mal. Naquele dia, dir-se-á a Jerusalém: «Não temas, Sião, não desfaleçam as tuas mãos. O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador. Por causa de ti, Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa, como nos dias de festa». Afastei para longe de ti a desventura, a humilhação que te oprimia, Jerusalém.

Salmo Responsorial: Is 12

R. Exultai de alegria, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Deus é o meu Salvador, Tenho confiança e nada temo. O Senhor é a minha força e o meu louvor. Ele é a minha salvação.

Tirareis água com alegria das fontes da salvação. Agradecei ao Senhor, invocai o seu nome; anunciai aos povos a grandeza das suas obras, proclamai a todos que o seu nome é santo.

Cantai ao Senhor, porque Ele fez maravilhas, anunciai-as em toda a terra. Entoai cânticos de alegria, habitantes de Sião, porque é grande no meio de vós o Santo de Israel.

Aleluia. Bendita sejais, ó Virgem Santa Maria, que acreditastes na palavra do Senhor. Aleluia.

Evangelho (Lc 1,39-56): Naqueles dias, Maria partiu apressadamente para a região montanhosa, dirigindo-se a uma cidade de Judá. Ela entrou na casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou de alegria em seu ventre, e Isabel ficou repleta do Espírito Santo. Com voz forte, ela exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como mereço que a mãe do meu Senhor venha me visitar? Logo que a tua saudação ressoou nos meus ouvidos, o menino pulou de alegria no meu ventre. Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor será cumprido!». Maria então disse: «A minha alma engrandece o Senhor, e meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque ele olhou para a humildade de sua serva. Todas as gerações, de agora em diante, me chamarão feliz, porque o Poderoso fez para mim coisas grandiosas. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o temem. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os que tem planos orgulhosos no coração. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Encheu de bens os famintos, e mandou embora os ricos de mãos vazias. Acolheu Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, conforme prometera a nossos pais, em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre». Maria ficou três meses com Isabel. Depois, voltou para sua casa.

«O menino pulou de alegria no meu ventre»

+ Mons. F. Xavier CIURANETA i Aymí Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

Hoje contemplamos o fato da Visitação da Virgem Maria a sua prima Isabel. Tão rapidamente como lhe foi comunicado que tinha sido escolhida por Deus Pai para ser Mãe do Filho de Deus e que sua prima Isabel tinha recebido também o dom da maternidade, caminha decididamente até a montanha para cumprimentar sua prima, para compartilhar com ela o gozo de terem sido agraciadas com o dom da maternidade e para servi-la.

A saudação da Mãe de Deus provoca que o menino, que Isabel leva no seu ventre, pule de entusiasmo dentro das entranhas de sua mãe. A Mãe de Deus, que leva Jesus no seu ventre é causa de alegria. A maternidade é um dom que gera alegria. As famílias alegram-se quando há um anúncio de uma nova vida. O nascimento de Cristo produz certamente «uma grande alegria» (Lc 2,10).

Apesar de tudo, hoje em dia, a maternidade não é devidamente valorizada. Frequentemente colocam-se em primeiro lugar outros interesses superficiais, que são manifestação de comodidade e de egoísmo. As possíveis renúncias que comporta o amor paternal e maternal, assustam a muitos matrimônios que, talvez pelos meios que receberam de Deus, devessem ser mais generosos e dizer “sim” mais responsavelmente a novas vidas. Muitas famílias deixam de ser “santuários da vida”. O Papa São João Paulo II constata que a contracepção e o aborto “têm as suas raízes numa mentalidade hedonista e irresponsável a respeito da sexualidade e pressupõem uma concepção egoísta da liberdade, que vê na procriação um obstáculo ao desenvolvimento da própria personalidade».

Isabel, durante cinco meses, não saía de casa, e pensava: «Isto é o que o Senhor fez por mim» (Lc 1,25). E Maria dizia: «A minha alma glorifica o Senhor (…) porque pôs os olhos na humildade da sua serva» (Lc 1,46.48). A Virgem Maria e Isabel valorizam e agradecem a obra de Deus nelas: a maternidade! É necessário que os católicos reencontrem o significado da vida como um dom sagrado de Deus aos seres humanos.

Reflexão de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

* Hoje, festa da visitação de Nossa Senhora, o evangelho fala da visita de Maria à sua prima Isabel. Quando Lucas fala de Maria, ele pensa nas comunidades do seu tempo que viviam espalhadas pelas cidades do império romano e lhes oferece em Maria o modelo de como devem relacionar-se com a Palavra de Deus. Certa vez, ao ouvir Jesus falar de Deus, uma mulher do povo exclamou: "Feliz o seio que te carregou, e os seios que te amamentaram". Elogiou a mãe de Jesus. Imediatamente, Jesus respondeu: "Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática" (Lc 11,27-28). Maria é o modelo da comunidade fiel que sabe ouvir e praticar a Palavra de Deus. Descrevendo a visita de Maria a Isabel, ele ensina como as comunidades devem fazer para transformar a visita de Deus em serviço aos irmãos e às irmãs.

* O episódio da visita de Maria a Isabel mostra ainda um outro aspecto bem próprio de Lucas. Todas as palavras e atitudes, sobretudo o cântico de Maria, formam uma grande celebração de louvor. Parece a descrição de uma solene liturgia. Assim, Lucas evoca o ambiente litúrgico e celebrativo, em que Jesus foi formado e em que as comunidades devem viver a sua fé.

* Lucas 1,39-40: Maria sai para visitar Isabel - Lucas acentua a prontidão de Maria em atender às exigências da Palavra de Deus. O anjo lhe falou da gravidez de Isabel e, imediatamente, Maria se levanta para verificar o que o anjo lhe tinha anunciado, e sai de casa para ir ajudar a uma pessoa necessitada. De Nazaré até as montanhas de Judá são mais de 100 quilômetros! Não havia ônibus nem trem.

* Lucas 1,41-44: Saudação de Isabel - Isabel representa o Antigo Testamento que termina. Maria, o Novo que começa. O Antigo Testamento acolhe o Novo com gratidão e confiança, reconhecendo nele o dom gratuito de Deus que vem realizar e completar toda a expectativa do povo. No encontro das duas mulheres manifesta-se o dom do Espírito que faz a criança estremecer de alegria no seio de Isabel. A Boa Nova de Deus revela a sua presença numa das coisas mais comuns da vida humana: duas donas de casa se visitando para se ajudar. Visita, alegria, gravidez, criança, ajuda mútua, casa, família: é nisto que Lucas quer que as comunidades (e nós todos) percebamos e descubramos a presença do Reino. As palavras de Isabel, até hoje, fazem parte do salmo mais conhecido e mais rezado da América Latina, que é a Ave Maria.

* Lucas 1,45: O elogio que Isabel fez a Maria -  "Feliz aquela que acreditou, pois o que lhe foi dito da parte do Senhor vai acontecer". É o recado de Lucas às Comunidades: crer na Palavra de Deus, pois ela tem força para realizar aquilo que ela nos diz. É Palavra criadora. Gera vida nova no seio de uma virgem, no seio do povo pobre e abandonado que a acolhe com fé.

* Lucas 1,46-56: O cântico de Maria -  Muito provavelmente, este cântico já era conhecido e cantado nas Comunidades. Ele ensina como se deve rezar e cantar. Lucas 1,46-50: Maria começa proclamando a mudança que aconteceu na sua própria vida sob o olhar amoroso de Deus, cheio de misericórdia. Por isso, ela canta feliz: "Exulto de alegria em Deus, meu Salvador".  Lucas 1,51-53: Em seguida, canta a fidelidade de Deus para com seu povo e proclama a mudança que o braço de Javé estava realizando a favor dos pobres e famintos. A expressão "braço de Deus" lembra a libertação do Êxodo. É esta força salvadora de Deus que faz acontecer a mudança: dispersa os orgulhosos (1,51), destrona os poderosos e eleva os humildes (1,52), manda os ricos embora sem nada e aos famintos enche de bens (1,53).  Lucas 1,54-55: No fim, ela lembra que tudo isto é expressão da misericórdia de Deus para com o seu povo e expressão da sua fidelidade às promessas feitas à Abraão. A Boa Nova veio não como recompensa pela observância da Lei, mas como expressão da bondade e da fidelidade de Deus às promessas. É o que Paulo ensinava nas cartas aos Gálatas e aos Romanos.

O segundo livro de Samuel conta a história da Arca da Aliança. Davi quis colocá-la em sua casa, mas ficou com medo e disse. "Como virá a Arca de Javé para ficar na minha casa?" (2 Sam 6,9) Davi mandou que a Arca fosse para a casa de Obed-Edom. "E a Arca de Javé ficou três meses na casa de Obed-Edom, e Javé abençoou a Obed-Edom e a toda a sua família" (2 Sam 6,11). Maria, grávida de Jesus, é como a Arca da Aliança que, no Antigo Testamento, visitava as casas das pessoas trazendo benefícios. Ela vai para a casa de Isabel e fica lá três meses. E enquanto está na casa de Isabel, ela e toda a sua família é abençoada por Deus. A comunidade deve ser como a Nova Arca da Aliança. Visitando a casa das pessoas, deve trazer benefícios e graça de Deus para o povo.

Para um confronto pessoal

1) O que nos impede de descobrir e de viver a alegria da presença de Deus em nossa vida?

2) Onde e como a alegria da presença de Deus está acontecendo hoje na minha vida e na vida da comunidade?

ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO: Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus, ...
Santa Virgem das virgens, ...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança, ...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada, ...
Mãe sempre virgem, ...
Mãe amável, ...
Mãe admirável, ...
Mãe do bom conselho, ...
Mãe do Criador, ...
Mãe do Salvador, ...
Virgem prudentíssima, ...
Virgem digna de honra, ...
Virgem digna de louvor, ...
Virgem poderosa, ...
Virgem clemente, ...
Virgem fiel, ...
Espelho de justiça, ...
Sede da sabedoria, ...
Causa da nossa alegria, ...
Templo do Espírito Santo, ...
Tabernáculo da eterna glória, ...
Moradia consagrada a Deus, ...
Rosa mística, ...
Torre de Davi, ...
Fortaleza inexpugnável, ...
Santuário da divina presença, ...
Arca da Aliança, ...
Porta do Céu, ...
Estrela da Manhã, ...
Saúde dos enfermos, ...
Refúgio dos pecadores, ...
Conforto dos migrantes, ...
Consoladora dos aflitos, ...
Auxílio dos cristãos, ...
Rainha dos anjos, ...
Rainha dos patriarcas, ...
Rainha dos profetas, ...
Rainha dos apóstolos, ...
Rainha dos mártires, ...
Rainha dos confessores da fé, ...
Rainha das virgens, ...
Rainha de todos os santos, ...
Rainha concebida sem pecado, ...
Rainha assunta ao Céu, ...
Rainha do sacratíssimo Rosário, ...
Rainha das famílias, ...
Rainha da paz, ...
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós.
V – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R – Para que sejamos dignos da Promessa de Cristo.

ORAÇÃO - Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO: Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.

sexta-feira, 28 de maio de 2021

A Santíssima Trindade

MÊS DE MARIA

ORAÇÃO PREPARATÓRIA: Senhor, todo poderoso e infinitamente perfeito, de quem procede todo o ser e para quem todas as criaturas devem sempre se elevar, eu vos consagro este mês e os exercícios de devoção que em cada um de seus dias praticar, oferecendo-os para vossa maior glória em honra de Maria Santíssima. Concedei-me a graça de santificá-lo com piedade, recolhimento e fervor. Virgem Santa e Imaculada, minha terna Mãe, volvei para mim vossos olhares tão cheios de doçura e fazei-me sentir cada vez mais os benéficos efeitos de vossa valiosa proteção. Anjos do céu dirigi meus passos, guardai-me à sombra de vossas asas, pondo-me ao abrigo das ciladas do demônio, pedindo por mim a Jesus, Maria e José sua santa bênção. Amém.

1ª Leitura (Dt 4,32-34.39-40): Moisés falou ao povo, dizendo: «Interroga os tempos antigos que te precederam, desde o dia em que Deus criou o homem sobre a terra. Dum extremo ao outro dos céus, sucedeu alguma vez coisa tão prodigiosa? Ouviu-se porventura palavra semelhante? Que povo escutou como tu a voz de Deus a falar do meio do fogo e continuou a viver? Qual foi o deus que formou para si uma nação no seio de outra nação, por meio de provas, sinais, prodígios e combates, com mão forte e braço estendido, juntamente com tremendas maravilhas, como fez por vós o Senhor vosso Deus no Egito, diante dos vossos olhos? Considera hoje e medita em teu coração que o Senhor é o único Deus, no alto dos céus e cá em baixo na terra, e não há outro. Cumprirás as suas leis e os seus mandamentos, que hoje te prescrevo, para seres feliz, tu e os teus filhos depois de ti, e tenhas longa vida na terra que o Senhor teu Deus te vai dar para sempre».

Salmo Responsorial: 32

R. Feliz o povo que o Senhor escolheu para sua herança.

A palavra do Senhor é reta, da fidelidade nascem as suas obras. Ele ama a justiça e a retidão: a terra está cheia da bondade do Senhor.

A palavra do Senhor criou os céus, o sopro da sua boca os adornou. Ele disse e tudo foi feito, Ele mandou e tudo foi criado.

Os olhos do Senhor estão voltados para os que O temem, para os que esperam na sua bondade, para libertar da morte as suas almas e os alimentar no tempo da fome.

A nossa alma espera o Senhor: Ele é o nosso amparo e protetor. Venha sobre nós a vossa bondade, porque em Vós esperamos, Senhor.

2ª Leitura (Rom 8,14-17): Irmãos: Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Vós não recebestes um espírito de escravidão para recair no temor, mas o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: «Abá, Pai». O próprio Espírito dá testemunho, em união com o nosso espírito, de que somos filhos de Deus. Se somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo; se sofrermos com Ele, também com Ele seremos glorificados.

Aleluia. Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que há de vir. Aleluia.

Evangelho (Mt 28,16-20): Os onze discípulos voltaram à Galileia, à montanha que Jesus lhes tinha indicado. Quando o viram, prostraram-se; mas alguns tiveram dúvida. Jesus se aproximou deles e disse: «Foi-me dada toda a autoridade no céu e na terra. Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos».

«Ide, pois, fazer discípulos entre todas as nações, e batizai-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo»

+ Mons. F. Xavier CIURANETA i Aymí Bispo Emérito de Lleida (Lleida, Espanha)

Hoje, a liturgia convida-nos adorar a Santíssima Trindade, nosso Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo. Um só deus em três pessoas, em nome do qual temos sido batizados. Pela graça do Batismo estamos chamados a formar parte na vida da Santíssima Trindade, aqui neste mundo, na obscuridade da fé e, após da morte, na vida eterna. Pelo Sacramento do Batismo, temos sido criados para participar da vida divina, chegando a ser até filho do Pai Deus, irmãos em Cristo e templos do Espírito Santo. No Batismo tem começado a nossa vida cristã, recebendo a vocação à santidade. Pelo Batismo, pertencemos a Aquele que é por excelência o Santo o «três vezes Santo». (cf.Is6,3)

O dom da santidade recebido no batismo pede a fidelidade uma tarefa de conversão evangélica que vai dirigir sempre a vida toda dos filhos de Deus: «A vontade de Deus é que sejais santos e que vos afasteis da imoralidade sexual» (1Tes 4,3). É um compromisso que afeta a todos os batizados. «Todos os fiéis, seja qual for o seu estado ou condição, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (Concilio Vaticano II, Lumen Gentium, n.40).

Se nosso batismo foi uma verdadeira entrada na santidade de Deus, não podemos conformarmos com uma vida medíocre, rotineira e superficial. Estamos chamados à perfeição no amor, já que o Batismo introduziu-nos na vida e na intimidade do amor de Deus.

Com agradecimento sincero, pelo desígnio benévolo de nosso Deus, que nos tem chamado a participar de sua vida de amor, o adoremos e o louvemos, hoje e sempre. «Seja bendito Deus Pai, seu único Filho e o Espírito Santo porque teve misericórdia de nós» (Antífona de entrada da missa).

Solenidade da Santíssima Trindade

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Deus é um Deus próximo. Os Padres da Igreja chamavam esta verdade de condescendência divina, um “abaixar-se de Deus”, acomodar-se às capacidades do homem. E tudo por amor.

Neste ciclo B se apresenta para nós um Deus próximo a nossa vida: que por amor gratuito fez de Israel o seu povo eleito, que por amor paterno lhe dirigiu a sua Palavra, que com amor firme o libertou “com mão forte e braço poderoso” da escravidão (1ª leitura), e que aos que estamos batizados no seu Nome nos concedeu ser filhos adotivos seus (2ª leitura) e nos lançou pelo mundo para ensinar esta verdade ensinada por Cristo (evangelho).

Em primeiro lugar, esse abaixar-se de Deus até nós foi progressivo. São Gregório Nazianzeno diz: “No Antigo Testamento se revelou claramente o Pai e começou a se revelar, de forma ainda velada e escura, o Filho. No Novo Testamento, se revelou claramente o Filho e começou a fazer-se luz o Espírito Santo. Agora (na Igreja), o Espírito habita entre nós e se revela abertamente. Desse modo, por sucessivas conquistas e ascensões, passando de claridade em claridade, era necessário que a luz da Trindade brilhasse diante dos olhos já iniciados na luz” (Oratio, 31,26). Santo Agostinho viu com mais clareza este mistério: esse Deus que se aproxima e condescende com o homem é Amor, é uma Trindade de Amor na qual o Pai é o amante, o Filho, o amado, e o Espírito Santo, a amor (cf. De Trinitate, VIII, 10,14; IX, 2,2). A primeira leitura nos dá gestos de amor desse Deus: nos fala através dos patriarcas, profetas; salva-nos da escravidão. Ele será a alegria para nós, com tal de guardarmos a sua Palavra e os seus mandamentos.

Em segundo lugar, na segunda leitura de hoje este Deus tão próximo dá um passo mais: é Pai amoroso e nós somos filhos no Filho. A analogia nos permite distinguir claramente entre a nossa filiação e a do Senhor Jesus: Ele é Filho por natureza, nós somos por incorporação. A mesma analogia, embora imperfeita, não é uma filiação fictícia, mas “uma participação real na vida do Filho único” (Catecismo da Igreja Católica, 460), “por quem podemos invocar Deus Pai com o mesmo nome familiar que usava Jesus: Abba” (Juan Pablo II, Catequese do dia 16 de dezembro, 1998). Por que é uma filiação autêntica? Porque se realizou em nós uma profunda mudança na nossa natureza, uma transformação ontológica que nos configura com o Senhor Jesus e nos incorpora no seu Corpo místico, que é a Igreja (Catecismo da Igreja Católica, 1121; 1272-1273). Por um Dom do Pai os que cremos no Filho único chegamos a ser verdadeiramente filhos no Filho único (Jo 1,12), segundo a comovida expressão do apóstolo João: “Vede com que amor o Pai nos amou para nos chamar filhos de Deus, e de fato, o somos!” (1 Jo 3,1).   

 

Finalmente, no evangelho se dá o terceiro passo desta bela revelação de Deus. Deus é Trindade. O Deus uno e simples, vive em três Pessoas: o Pai, o Filho, que assumiu carne em Cristo, e o Espírito Santo. A Trindade significa que Deus não é um Deus solitário, mas é uma comunidade de amor. Deus é um amor feito vida: amor como pessoa. O resto do que sabemos ou podemos saber de Deus vem como consequência. E neste evangelho, Cristo nos anuncia a missão que encomendou à Igreja. É uma triple missão: evangelizadora (“Ide e fazei discípulos”), celebrativa (“batizando-os no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”) e vivencial (“ensinando-os a guardar tudo que eu vos mandei”). 

Para refletir: Como experimento na minha vida o amor da Santíssima Trindade? Como trato cada dia a Trindade Santa? Com qual Pessoa divina tenho mais intimidade: com o Pai, com o Filho, com o Espírito Santo? Com quem mais me assemelho: com o Pai na sua ternura, com o Filho na sua sabedoria, como Espírito Santo no seu bálsamo consolador?

Para rezar: Rezemos com a beata Isabel da Trindade: “Ó meu Deus, trindade adorável, ajudai-me a esquecer-me de mim por inteiro para me estabelecer em Vós!  Ó meu Cristo amado, crucificado por amor! Sinto a minha impotência e vos peço que me revistais de Vós mesmo, que identifiqueis a minha alma com todos os movimentos da vossa alma; que me substituais, para que a minha vida não seja mais que uma irradiação da vossa própria vida. Vinde a mim como adorador, como reparador e como salvador…  Ó fogo consumidor, Espírito de amor! Vinde a mim, para se faça em minha alma uma como encarnação do Verbo: que eu seja para ele uma humanidade sobre acrescentada na que ele renove todo o seu mistério. E Vós, Ó Pai, inclinai-vos sobre a vossa criatura; não vejais nela mais que o vossa amado no qual pusestes todas as vossas complacências. Ó meus três, meu tudo, minha felicidade, solidão infinita, imensidão na qual me perco! Entrego-me a Vós como uma presa; sepultai-vos em mim para que me sepultar em Vós, na espera de ir para contemplar na vossa luz o abismo das vossas grandezas”.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

ORAÇÃO COMPOSTA POR SANTO AFONSO DE LIGÓRIO: Ó Maria, filha predileta do Altíssimo, pudesse eu oferecer-vos e consagrar-vos os meus primeiros anos, como vós vos oferecestes e consagrastes ao Senhor no templo! Mas é já passado esse período de minha vida! Todavia, antes começar tarde a vos servir do que ser sempre rebelde. Venho, pois, hoje, oferecer-me a Deus. Sustentai minha fraqueza, e por vossa intercessão alcançai-me de Jesus a graça de lhe ser fiel e a vós até a morte, a fim de que, depois de vos haver servido de todo o coração na vida, participe da glória e da felicidade eterna dos eleitos. Amém.

LADAINHA DE NOSSA SENHORA

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
Santa Mãe de Deus, ...
Santa Virgem das virgens, ...
Mãe de Jesus Cristo, ...
Mãe da Igreja, ...
Mãe da Misericórdia, ...
Mãe da Divina Graça, ...
Mãe da Esperança, ...
Mãe puríssima, ...
Mãe castíssima, ...
Mãe imaculada, ...
Mãe sempre virgem, ...
Mãe amável, ...
Mãe admirável, ...
Mãe do bom conselho, ...
Mãe do Criador, ...
Mãe do Salvador, ...
Virgem prudentíssima, ...
Virgem digna de honra, ...
Virgem digna de louvor, ...
Virgem poderosa, ...
Virgem clemente, ...
Virgem fiel, ...
Espelho de justiça, ...
Sede da sabedoria, ...
Causa da nossa alegria, ...
Templo do Espírito Santo, ...
Tabernáculo da eterna glória, ...
Moradia consagrada a Deus, ...
Rosa mística, ...
Torre de Davi, ...
Fortaleza inexpugnável, ...
Santuário da divina presença, ...
Arca da Aliança, ...
Porta do Céu, ...
Estrela da Manhã, ...
Saúde dos enfermos, ...
Refúgio dos pecadores, ...
Conforto dos migrantes, ...
Consoladora dos aflitos, ...
Auxílio dos cristãos, ...
Rainha dos anjos, ...
Rainha dos patriarcas, ...
Rainha dos profetas, ...
Rainha dos apóstolos, ...
Rainha dos mártires, ...
Rainha dos confessores da fé, ...
Rainha das virgens, ...
Rainha de todos os santos, ...
Rainha concebida sem pecado, ...
Rainha assunta ao Céu, ...
Rainha do sacratíssimo Rosário, ...
Rainha das famílias, ...
Rainha da paz, ...
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende misericórdia de nós.
V – Rogai por nós, Santa Mãe de Deus.
R – Para que sejamos dignos da Promessa de Cristo.

ORAÇÃO - Infundi, Senhor, como vos pedimos, vossa graça em nossas almas, para que nós que pela anunciação do Anjo viemos ao conhecimento da encarnação de Jesus Cristo, vosso Filho, pela sua paixão e morte de cruz, sejamos conduzidos à glória da ressurreição. Pelo mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.

O “LEMBRAI-VOS” DE SÃO BERNARDO: Lembrai-vos, ó piedosíssima Virgem Maria, que nunca se ouviu dizer que algum daqueles que a vós têm recorrido, implorado vossa assistência e invocado o vosso socorro, tenha sido por vós abandonado. Animado de uma tal confiança, eu corro e venho a vós e, gemendo debaixo do peso dos meus pecados, me prostro a vossos pés, ó Virgem das virgens; não desprezeis as minhas súplicas, ó Mãe do Verbo encarnado, mas ouvi-as favoravelmente e dignai-vos atender-me. Amém.