quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

3 de março

 Beato Jacobino de Canepaccis
Religioso de nossa Ordem
 
Beato Jacobino de Canepaccis, preclaro por sua dedicação à oração e à penitência (1508). Nasceu em Piasca, diocese de Vercelli (Itália), em 1438. Seus pais, bons cristãos, o educaram em todas as virtudes humano-divinas. O menino e o jovem Jacobino ia pouco a pouco assimilando estes ensinamentos. Sendo já um jovem maduro e atraído pela especial devoção que conheceu que os carmelitas professavam á Santíssima Virgem, pediu ser acolhido entre eles. Desde o princípio rogou ser admitido como irmão de obediência e se pôs ao serviço de todos e à disposição incondicional tanto dos superiores como de todos os demais irmãos. Ao professar, o primeiro ofício que o encarregaram os superiores foi o de esmoler. Maus tempos aqueles para a débil economia conventual. Abundavam também as pestes e outras enfermidades. Tudo isso contribuía a penúria que reinava em quase todos os conventos. Frei Jacobino percorria, com grande sacrifício e bondade, ruas e praças, tanto de Vercelli como de outros povos vizinhos, para recolher quantas esmolas lhe davam os bons cristãos. Com estas esmolas, além de ajudar a sua própria comunidade, ajudava também, com permissão dos superiores, a quantos pobres encontrava à sua passagem. Outro cargo que também desempenhou com a admiração de todos foi o de porteiro do convento de Vercelli durante muitos anos. Ele sabia muito bem que quantos visitam os conventos a imagem que levam dele é o que lhes há dado o irmão porteiro. O Irmão Jacobino procurava dar bom exemplo sempre e a todos com sua afabilidade, humildade e distinto trato. Todos ficavam admirados de sua bondade e o tinham por santo. Morreu cheio de méritos, aos 70 anos de idade, e depois de lhe haver sido anunciado a Santíssima Virgem Maria. O papa Gregório XVI, em 5.3.1845, aprovou seu culto imemorial.
 
Salmodia, leitura, responsório breve e preces do dia corrente.
 
Oração
Deus eterno e todo-poderoso, concedei-nos o espírito de oração e de penitência que destes ao beato Jacobino, para que, seguindo seu exemplo, alcancemos a glória do Céu.  Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo.

Mês de São José – III Domingo da Quaresma

 Bto Jacobino de Canepaccis, Religioso de nossa Ordem
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
- Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (Ex 20,1-17): Naqueles dias, Deus pronunciou todas estas palavras: «Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, dessa casa de escravidão. Não terás outros deuses perante Mim. Não farás para ti qualquer imagem esculpida, nem figura do que existe lá no alto dos céus ou cá embaixo na terra ou nas águas debaixo da terra. Não adorarás outros deuses nem lhes prestarás culto. Eu, o Senhor teu Deus, sou um Deus cioso: castigo a ofensa dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que Me ofendem; mas uso de misericórdia até à milésima geração para com aqueles que Me amam e guardam os meus mandamentos. Não invocarás em vão o nome do Senhor teu Deus, porque o Senhor não deixa sem castigo aquele que invoca o seu nome em vão. Lembrar-te-ás do dia de sábado, para o santificares. Durante seis dias trabalharás e levarás a cabo todas as tuas tarefas. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus. Não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo nem a tua serva, nem os teus animais domésticos, nem o estrangeiro que vive na tua cidade. Porque em seis dias o Senhor fez o céu, a terra, o mar e tudo o que eles contêm; mas no sétimo dia descansou. Por isso, o Senhor abençoou e consagrou o dia de sábado. Honra pai e mãe, a fim de prolongares os teus dias na terra que o Senhor teu Deus te vai dar. Não matarás. Não cometerás adultério. Não furtarás. Não levantarás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo; não desejarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo nem a sua serva, o seu boi ou o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença».
 
Salmo Responsorial: 18
R. Senhor, Vós tendes palavras de vida eterna.
 
A lei do Senhor é perfeita, ela reconforta a alma; as ordens do Senhor são firmes, dão sabedoria aos simples.
 
Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; os mandamentos do Senhor são claros e iluminam os olhos.
 
O temor do Senhor é puro e permanece para sempre; os juízos do Senhor são verdadeiros, todos eles são retos.
 
São mais preciosos que o ouro, o ouro mais fino; são mais doces que o mel, o puro mel dos favos.
 
2ª Leitura (1Cor 1,22-25): Irmãos: Os judeus pedem milagres e os gregos procuram a sabedoria. Quanto a nós, pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os gentios; mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, Cristo é poder e sabedoria de Deus. Pois o que é loucura de Deus é mais sábio do que os homens e o que é fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
 
Deus amou tanto o mundo que lhe deu o seu Filho Unigénito; quem acredita n’Ele tem a vida eterna.
 
Evangelho (Jo 2,13-25): Estava próxima a Páscoa dos judeus; Jesus, então, subiu a Jerusalém. No templo, encontrou os que vendiam bois, ovelhas e pombas, e os cambistas nas suas bancas. Então fez um chicote com cordas e a todos expulsou do templo, juntamente com os bois e as ovelhas; jogou no chão o dinheiro dos cambistas e derrubou suas bancas, e aos vendedores de pombas disse: «Tirai daqui essas coisas. Não façais da casa de meu Pai um mercado!» Os discípulos se recordaram do que está na Escritura: «O zelo por tua casa me há de devorar». Então os judeus perguntaram a Jesus: «Que sinal nos mostras para agires assim?» Jesus respondeu: «Destruí este templo, e em três dias eu o reerguerei». Os judeus, então, disseram: «Trabalharam durante quarenta e seis anos erguer este templo, e tu serias capaz de erguê-lo em três dias?» Ora, ele falava isso a respeito do templo que é seu corpo. Depois que Jesus fora reerguido dos mortos, os discípulos se recordaram de que ele tinha dito isso, e creram na Escritura e na palavra que Jesus falou. Estando em Jerusalém, na festa da Páscoa, muitos creram no seu nome, vendo os sinais que realizava. Jesus, no entanto, não lhes dava crédito, porque conhecia a todos e não precisava de ser informado a respeito do ser humano. Ele bem sabia o que havia dentro do homem.
 
«Não façais da casa de meu Pai um mercado!»
 
Rev. D. Lluís RAVENTÓS i Artés (Tarragona, Espanha)
 
Hoje, perto da Páscoa, sucedeu um fato insólito no templo.
Jesus retirou do templo o rebanho dos vendedores, derrubou as bancas dos cambistas e disse aos vendedores de pombas: «Tirai daqui essas coisas. Não façais da casa de meu Pai um mercado!» (Jo 2,16). E enquanto as ovelhas e os carneiros corriam pela explanada, os discípulos descobriram uma nova face da alma de Jesus: O zelo pela casa de seu Pai, o zelo pelo templo de Deus.
 
O templo de Deus convertido num mercado! Que barbaridade! Deve ter começado com pouca coisa. Algum pastor que subia para vender um cordeiro, uma anciã que queria ganhar algum trocado vendendo pombas..., e a bola foi crescendo. Tanto é assim que o autor do Cântico dos Cânticos clamava: «pegai as raposas, as pequenas raposas que devastam as vinhas» (Cant 2,15). Mas, quem ligava pra aquilo? A esplanada do templo era como um mercado em dia de feira.
 
Eu também sou templo de Deus. Se não cuido as pequenas raposas, o orgulho, a preguiça, a gula, a inveja, a avareza, tantos trajes do egoísmo, se infiltram dentro nós e estragam tudo. Por isso, o Senhor nos coloca em alerta: «O que vos digo, digo a todos, vigiai!» (Mc 13,37).
 
Vigiemos! Para que a preguiça não invada a consciência: «negar-se a ver a culpa é uma doença da alma mais perigosa que a culpa, pois está muito mais distante da verdade e da conversão» (Bento XVI).
 
Vigiar?Tento fazê-lo cada noite. Ofendi alguém? São retas as minhas intenções? Estou disposto a cumprir sempre e em tudo a vontade de Deus? Mas, nessas horas estou cansado e me vence o sono.
 
—Jesus, você me conhece a fundo, você que conhece muito bem o que existe no interior de cada homem, faz-me conhecer as faltas, dá-me fortaleza e um pouco deste zelo seu, para que jogue fora do templo, aquilo que me separa de ti.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Cristo derramou o seu sangue à vista do mundo: um templo certamente construído pela única mão de Deus. E este templo tem duas partes: uma é a terra, que agora habitamos; a outra ainda é desconhecida para nós mortais» (São João Fisher)
 
«Jesus, Você confia em mim? Eu quero que Você confie em mim. Então eu vos abro a porta e Você limpa a minha alma. E pedir ao Senhor que assim como ele limpou o Templo, venha limpar a alma» (Francisco)
 
«Jesus subiu ao templo como quem sobe ao lugar privilegiado de encontro com Deus. O templo é para Ele a casa do seu Pai, uma casa de oração, e indigna-Se com o facto de o átrio exterior se ter tornado lugar de negócio (Mt 21,13). Se expulsa os vendilhões do Templo é pelo amor zeloso a seu Pai: ‘Não façais da Casa do meu Pai casa de comércio. Os discípulos recordaram-se de que estava escrito: `O zelo pela tua Casa devorar-me-á’. Depois da Ressurreição, os Apóstolos guardaram para com o Templo um respeito religioso» (Catecismo da Igreja Católica, nº 584)
 
«Tirai isso daqui. Não façais da Casa de meu Pai uma feira.»
 
Do site da Ordem Carmelita em Portugal
 
* A passagem do Evangelho deste Domingo está logo imediatamente a seguir ao sinal de Jesus em Caná da Galileia (Jo 2, 1-12). Há algumas expressões e frases que se repetem nas duas cenas e fazem pensar que o autor tenha querido criar um contraste entre os dois episódios. Em Caná, uma aldeia da Galileia,  durante uma festa de bodas de casamento, uma mulher hebreia, a mãe de Jesus, demonstra uma confiança ilimitada em Jesus e convida a acolher a sua palavra (Jo 2, 3-5). Por outro lado, “os judeus” durante a celebração da Páscoa em Jerusalém recusam acreditar em Jesus e não acolhem a sua palavra. Em Caná Jesus fez o primeiro sinal (Jo 2, 11), aqui os judeus pedem um sinal (v. 18), mas não aceitam o sinal que Jesus lhes dá (Jo 2, 20). O desenvolvimento do nosso pequeno episódio é muito simples. O versículo 13 enquadra-o num contexto espacial e temporal bem preciso e significativo: Jesus sobe a Jerusalém por ocasião da Páscoa. O versículo 14 introduz a cena que faz desencadear uma forte reação por parte de Jesus. A ação e a palavra de Jesus suscitam duas reações. A primeira, a dos discípulos, é de admiração (v. 17); a segunda, a dos “judeus”, é de desacordo e de confrontação (v. 18). Eles pedem uma explicação a Jesus (v. 19) mas não estão abertos a acolhê-la (v 20). Neste momento intervém o narrador para interpretar autenticamente a palavra de Jesus (v. 21). “Os judeus” não podem entender o verdadeiro significado da palavra de Jesus. Nem mesmo os discípulos, que o admiram como um profeta cheio de zelo pela causa de Deus, a podem entender agora: somente depois do seu cumprimento acreditarão na palavra de Jesus (v. 22) Finalmente o narrador dá-nos um resumo acerca do acolhimento entusiasta de Jesus por parte das pessoas de Jerusalém (vv. 23-25). Mas esta fé baseada somente nos sinais não entusiasma Jesus.
 
* “Os judeus”. O Evangelho de João tem o carácter de um longo debate sobre a identidade de Jesus. Neste debate cristológico de uma parte está Jesus e da outra “os judeus”. Mas este debate, mais que a situação histórica do tempo de Jesus, expressa a situação desenvolvida até aos anos 80 do primeiro século entre os seguidores de Jesus e os hebreus, que não o aceitaram como Filho de Deus e Messias. Certamente, o confronto começou já durante o ministério de Jesus. Mas a divisão entre os dois grupos que etnicamente eram todos o mesmo e constituído por hebreus, tornou-se definitiva quando os que não aceitaram Jesus como Filho de Deus e Messias, mas que o tinham como blasfemo, expulsaram os seguidores de Jesus das sinagogas, ou seja, da comunidade de fé hebraica (cf. Jo 9, 22; 12, 42; 16, 2).
 
* Portanto, “os judeus” que encontramos frequentemente no quarto evangelho não representam o povo hebreu. Eles representam não uma raça, mas aqueles que tomaram uma posição clara de rejeição absoluta de Jesus. Nesta leitura atualizada do evangelho, “os judeus” são todos aqueles que recusam Jesus, seja qual for a nação ou a época a que pertençam.
 
* Os sinais. As curas e outras ações taumatúrgicas de Jesus que os evangelhos sinópticos (Marcos, Mateus e Lucas) chamam milagres ou prodígios, João dá-lhes o nome de sinais. Enquanto sinais apontam para algo que vai mais além do que se vê. Eles revelam o mistério de Jesus. Assim, por exemplo, a cura do cego de nascença revela Jesus como luz do mundo (Jo 8, 12; 9, 1-41); a ressurreição de Lázaro revela Jesus que é a ressurreição e a vida (Jo 11, 1-45).
 
* No nosso episódio “os judeus” pedem um sinal no sentido de uma prova, que autenticasse as palavras e as ações de Jesus. Mas no quarto evangelho, Jesus não realiza sinais como provas que garantam a fé. Uma fé baseada em sinais não é suficiente. É só uma fé incipiente que pode conduzir à verdadeira fé (Jo, 30-31), mas que também pode não ter êxito (Jo 6, 26). O evangelho de João pede-nos que ultrapassemos os sinais, que não fiquemos no maravilhoso, mas que acolhamos o significado mais profundo de revelação que os sinais querem indicar.
 
* Jesus novo Templo - O templo de Jerusalém era o lugar da presença de Deus no meio do seu povo. Apesar disto, os profetas insistiram incessantemente que não bastava aceder ao templo e oferecer sacrifícios para ser agradável a Deus (Is 1, 10-17; Jer 7, 1-28; Am 4, 4-5; 5, 21-27). Deus pede a obediência e uma vida moralmente reta e justa. Se o culto exterior não expressa estas posturas vitais, é vazio (1Sam 15, 22). Jesus liga-se a essa tradição profética de purificação do culto (ver Zac 14, 21; Mal 3, 1 para a ação do futuro “Messias” a este respeito). Os discípulos admiram-no por isto e rapidamente pensam que por esta maneira de se comportar terá que sofrer, como Jeremias (Jr 26, 1-15) e os outros profetas.
 
* Mas para o evangelho a ação de Jesus é mais do que um gesto profético de zelo pela causa de Deus. É um sinal que prefigura e anuncia o grande sinal da morte e ressurreição de Jesus. Mais do que uma purificação, o que Jesus faz é anunciar a abolição do templo e do culto ali celebrado, porque a partir de agora o lugar da presença de Deus é o corpo glorificado de Jesus (Jo 1, 51; 4, 23).
 
Algumas perguntas para ajudar na meditação e na oração
1 - Sou capaz de me confiar completamente a Deus num acto de fé ou peço sempre sinais?
2 - Deus proporciona-me muitos sinais da sua presença na minha vida. Acolho-os?
3 - Contento-me com um culto exterior ou procuro oferecer a Deus o culto da minha obediência na vida diária?
4 - Quem é Jesus para mim? Estou consciente de que só Ele e por meio d'Ele é possível encontrar a Deus?
 
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
 
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
 

Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria, rogai por nós.
 
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
 
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
 
ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Celebração das Dores de Nossa Senhora - OFÍCIO DAS DORES


 INVIATOTÓRIO:
 
Abrirei meus lábios para dar louvores,
à Virgem Santíssima, Senhora das Dores.
 
MATINAS E LAUDES
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza desterrai, Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho ao Divino Amor,
que são três Pessoas, um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora, também,
por todos os séculos, dos séculos, amém.
 
Salve Mãe de Deus, sempre Imaculada,
de dores e mágoas, toda acumulada.
 
Mais que Eva fostes formosa, inocente
verdadeiro assombro da humana gente.
 
Um Filho nos destes, Virgem sempre pura.
Mais gentil que a flor, junto da frescura.
 
Das alturas veio este justo Abel,
sofrer e arrancar-nos das mãos de Lusbel.
 
Foi esta uma pena muito prolongada,
que mártir, vos fez, mui atormentada.
 
A minha oração, Mãe pia, atendei!
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei!
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
PRIMA
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza desterrai, Jesus!
mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho ao Divino Amor,
que são três Pessoas, um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora também,
por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
Deus vos salve Pomba que tanto penais,
para socorrer os tristes mortais.
 
Vossa vinda ao mundo foi simbolizada,
na que por Noé, d’arca foi mandada.
 
O ramo formoso que ela trazia,
representa a paz, que do Céu viria.
 
A pomba sois vós, Jesus é o ramo,
que o bem trazer veio, ao gênero humano.
 
Bendita sois vós, Senhora das Dores,
doce refrigério, de nós pecadores.
 
A minha oração Mãe pia, atendei!
para as minhas lágrimas os olhos volvei!
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
TERÇA
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza desterrai Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho, ao Divino Amor,
que são três Pessoas, um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora, também,
por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
Deus vos salve santa, sublime Excelência,
pois em vós trouxestes o Deus de clemência.
 
A empresa augusta do nosso resgate,
vos fere o peito, porém, não abate.
 
No meio das dores do grande penar,
ninguém, neste mundo, vos pode igualar.
 
Pasma o céu e a terra, pasma a natureza!
Todos admiram vossa fortaleza.
 
Bendita sejais, de noite e de dia,
pelas vossas dores, divina Maria!
 
A minha oração, Mãe pia, atendei!
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei!
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
SEXTA
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza, desterrai, Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho, ao Divino Amor,
que são três Pessoas um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora também,
por todos os séculos, dos séculos. Amém.
 
Salve terebinto, de sombra mui bela,
a cujo refúgio, o homem apela.
 
Seguindo a Jesus, nos passos da vida,
o seu padecer vos traz oprimida.
 
Se Ele como homem, é Homem de Dores
destas, suportais, seus cruéis rigores.
 
Do cálice amargo que tem de libar,
vós O ajudareis as gotas tragar.
 
Seguindo seus passos, assim, paciente,
bem mostrais que sois uma Mãe clemente.
 
A minha oração, Mãe pia, atendei!
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei!
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
NONA
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza desterrai, Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho, ao Divino Amor,
que são três Pessoas um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora também.
Por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
Salve Mãe das Dores, cipreste elevada,
junto ao pé da cruz, tão desfigurada.
 
Formosa Raquel, terna, caridosa,
em pranto cerrado, toda lacrimosa
 
O vosso gemer, move o coração!
Vossa grande dor, causa compaixão!
 
Martírio cruel, ó Mãe, que horror!
Vendo padecer do mundo o Senhor.
 
A hora é chegada! Jesus vai morrer!
Jesus vai findar-se, em cruel padecer.
 
A minha oração, Mãe pia, atendei!
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei!
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
VÉSPERAS
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza, desterrai, Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz.
 
Glória ao Pai, ao Filho, ao Divino Amor,
que são três Pessoas um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora, também,
por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
Salve generoso, meigo coração,
todo transpassado de dor e aflição.
 
Vendo o Filho morto, não morreis, Maria,
em vista do golpe que seu peito abria.
 
Se Ele não sente, sentiste, Mãe santa!
A dor foi cruel: tão cruel que espanta.
 
Era dor de morte, horrível tormento!
Nunca o mundo viu tal padecimento!
 
Grande caridade conosco mostrais.
Virgem Dolorosa, bendita sejais!
 
A minha oração, Mãe pia, atendei
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei.
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
COMPLETAS
 
A Jesus clemente, para a remissão,
entrego, contrito, o meu coração.
 
Rainha dos Anjos, terna Mãe, valei-me!
Contra Satanás, vinde, defendei-me!
 
A minha fraqueza, desterrai, Jesus!
Mostrai que sois Deus, que sois minha luz!
 
Glória ao Pai, ao Filho, ao Divino Amor,
que são três Pessoas um Deus Criador.
 
Como no princípio, agora também,
por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
Salve doce Mãe, cheia de saudade,
privada do Filho, triste soledade.
 
No sepulcro, oculto, O acomodastes.
E com Ele o Vosso coração deixastes.
 
Os vossos gemidos, o vosso penar,
formam um martírio todo singular.
 
Morriam os santos, depois de sofrer.
Martírio, sofreis, sem poder morrer.
 
Senhora das Dores, ó Mãe de bondade,
os homens exaltem vossa piedade!
 
A minha oração, Mãe pia, atendei.
Para as minhas lágrimas, os olhos volvei.
 
ORAÇÃO
Senhor nós humildemente vos rogamos que, sendo Vossa Divina Majestade servido em exaltar a Santíssima Virgem sobre todas as criaturas, e dar-lhe um coração forte para padecer: Concedei que nos sejam proveitosos os frutos de suas Dores, para conseguirmos aquela glória que nos prometeis no céu. Esta graça vos pedimos, por Nosso Senhor Jesus Cristo. Amém.
 
OFERECIMENTO
 
Aceitai, Senhora, este terno canto,
humilde consolo para o vosso pranto.
 
Fazei que vivendo junto ao pé da Cruz,
possamos, na glória, louvar à Jesus.

Mês de São José – II Sábado da Quaresma

Sta. Inês de Praga, virgem
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
- Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (Miq 7,14-15.18-20): Apascentai o vosso povo com a vossa vara, o rebanho da vossa herança, que vive isolado na selva, no meio de uma terra frutífera, para que volte a apascentar-se em Basã e Galaad, como nos dias de outrora; mostrai-nos prodígios, como nos dias em que saístes da terra do Egipto. Qual é o deus semelhante a Vós que perdoa o pecado e absolve a culpa deste resto da vossa herança? Não guarda para sempre a sua ira, porque prefere a misericórdia. Ele voltará a ter piedade de nós, pisará aos pés as nossas faltas, lançará para o fundo do mar todos os nossos pecados. Mostrai a Jacob a vossa fidelidade e a Abraão a vossa misericórdia, como jurastes aos nossos pais, desde os tempos antigos.
 
Salmo Responsorial: 102
R. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.
 
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
 
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.
 
Não está sempre a repreender nem guarda ressentimento. Não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos castigou segundo as nossas culpas.
 
Como a distância da terra aos céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem. Como o Oriente dista do Ocidente, assim Ele afasta de nós os nossos pecados.
 
Vou partir, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti.
 
Evangelho (Lc 15,1-3.11-32): Todos os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam contra ele. «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Então ele contou-lhes esta parábola: E Jesus continuou. «Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me cabe’. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha esbanjado tudo o que possuía, chegou uma grande fome àquela região, e ele começou a passar necessidade. Então, foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu sítio cuidar dos porcos. Ele queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: «Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e foi tomado de compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e o cobriu de beijos. O filho, então, lhe disse: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos empregados: ‘Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. Colocai-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o, para comermos e festejarmos. Pois este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado’. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. Ele respondeu: ‘É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque recuperou seu filho são e salvo’. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistiu com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: ‘Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Mas quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com as prostitutas, matas para ele o novilho gordo’. Então o pai lhe disse: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado».
 
«Vou voltar para meu pai e dizer-lhe: ‘Pai, pequei contra Deus e contra ti»
 
Rev. D. Jordi POU i Sabater (Sant Jordi Desvalls, Girona, Espanha)
 
Hoje vemos a misericórdia, a característica distintiva de Deus Pai, no momento em que contemplamos uma Humanidade “órfã”, porque —esquecida— não sabe que é filha de Deus. Cronin fala de um filho que saiu de casa, esbanjou o dinheiro, a saúde, a honra da sua família... e acabou na prisão. Pouco antes de sair em liberdade, escreveu para casa: se o tivessem perdoado, então que pendurassem um pano branco na macieira, que ficava ao pé da linha do comboio. Se ele visse o pano, voltaria a casa; se não, nunca mais o veriam a ele. No dia em que saiu, ao aproximar-se de casa, nem se atrevia a olhar... Estaria lá, o pano? «Abre os teus olhos!... vê!», diz-lhe um amigo. E então, qual não foi o seu espanto: na macieira não havia apenas um pano branco, mas sim centenas; estava cheia de panos brancos.
 
Recorda-nos aquele quadro de Rembrandt, no qual se vê como o filho que regressa, fragilizado e esfomeado, é abraçado por um ancião, com duas mãos diferentes: uma mão de pai, que o abraça com força; uma outra de mãe, afetuosa e doce, que o acaricia. Deus é pai e mãe...
 
«Pai, pequei» (cf. Lc 15,21), queremos nós também dizer, e sentir o abraço de Deus no sacramento da confissão, e participar na festa da Eucaristia: «Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver» (Lc 15,23-24). Assim sendo, já que «Deus nos espera —em cada dia— como aquele pai da parábola esperava o seu filho pródigo» (São Josemaria), percorramos o caminho com Jesus, ao encontro do Pai, onde tudo se torna claro: «o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente» (Concílio Vaticano II).
 
O protagonista é sempre o Pai. Que o deserto da Quaresma nos leve a interiorizar esta chamada a participar na misericórdia divina, já que viver é regressar ao Pai.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«A parábola do filho pródigo expressa de uma forma simples, mas profunda a realidade da conversão. A misericórdia manifesta-se no seu aspeto mais verdadeiro e próprio, quando revalida, promove e tira o bem de todas as formas de mal existentes no mundo e no homem» (S. João Paulo II)
 
«O nosso Deus é um Deus que espera. Ele é fiel, o Senhor é fiel à sua promessa, porque não pode negar-se a si mesmo. Ele é fiel. E assim nos esperou por todos, ao longo da história. Ele é o Deus que espera por nós, sempre» (Francisco)
 
«O dinamismo da conversão e da penitência foi maravilhosamente descrito por Jesus na parábola do «filho pródigo», cujo centro é `o pai misericordioso´ (Lc 15,11-24): o deslumbramento duma liberdade ilusória e o abandono da casa paterna: (...) o arrependimento e a decisão de se declarar culpado diante do pai: o caminho do regresso: o acolhimento generoso por parte do pai: a alegria do pai: eis alguns dos aspetos próprios do processo de conversão» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.439)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
 
O capítulo 15 do evangelho de Lucas está pendurado na seguinte informação: "Todos os publicanos e pecadores se aproximavam para ouvir Jesus.
Os fariseus e os escribas, porém, murmuravam: Esse homem recebe os pecadores e come com eles!" (Lc 15,1-3). Em seguida, Lucas traz três parábolas ligadas entre si pelo mesmo assunto: a ovelha perdida (Lc 15,4-7), a moeda perdida (Lc 15,8-10), o filho perdido (Lc 15,11-32). Esta última parábola é o assunto do evangelho de hoje.
 
* Lucas 15,11-13: A decisão do filho mais novo.  Um homem tinha dois filhos. O mais novo pede a parte da herança que lhe toca. O pai divide tudo entre os dois. Tanto o mais velho como o mais novo, ambos recebem a sua parte. Receber herança não é mérito. É um dom gratuito. A herança dos dons de Deus está distribuída entre todos os seres humanos, tanto judeus como pagãos, tanto cristãos como não cristãos. Todos têm algo da herança do Pai. Mas nem todos cuidam da mesma maneira. Assim, o filho mais novo parte para longe e gasta a sua herança numa vida dissipada, esquecendo-se do Pai. No tempo de Lucas, o mais velho representava as comunidades vindas do judaísmo, e o mais novo, as comunidades vindas do paganismo. E hoje, quem é o mais velho e o mais novo?
 
* Lucas 15,14-19: A desilusão e a vontade de voltar para a casa do Pai.  A necessidade de ter o que comer faz com que o mais novo perca a sua liberdade e se torne escravo para cuidar dos porcos. Recebe tratamento pior que os porcos. Esta era a condição de vida de milhões de escravos no império romano no tempo de Lucas. A situação em que está faz o mais novo cair em si e lembrar-se da casa do Pai. Ele faz uma revisão de vida e decide voltar para casa. Prepara até as palavras que vai dizer ao Pai: “Já não mereço ser teu filho! Trata-me como um dos teus empregados!” Empregado executa ordens, cumpre a lei da servidão. O filho mais novo quer ser cumpridor da lei, como o queriam os fariseus e os escribas no tempo de Jesus (Lc 15,1). Era isto que os missionários dos fariseus impunham aos pagãos que se convertiam ao Deus de Abraão (Mt 23,15). No tempo de Lucas, cristãos vindos do judaísmo conseguiram que alguns cristãos, convertidos do paganismo, se submetessem ao jugo da lei (Gl 1,6-10).
 
* Lucas 15,20-24: A alegria do Pai ao reencontrar o filho mais novo.  A parábola diz que o filho mais novo ainda estava longe de casa e o Pai já o viu, corre ao seu encontro e o cumula de beijos. A impressão de que Jesus nos dá é que o Pai ficou o tempo todo na janela olhando a estrada para ver o filho apontar lá longe na esquina! Conforme o nosso modo humano de pensar e de sentir, a alegria do Pai parece exagerada. Nem deixa o filho terminar as palavras que tinha preparado. Nem escuta! O Pai não quer que o filho seja seu escravo. Quer que seja filho! Esta é a grande Boa Nova que Jesus nos trouxe! Túnica nova, sandálias novas, anel no dedo, churrasco, festa! Nesta alegria imensa do reencontro, Jesus deixa transparecer como era grande a tristeza do Pai pela perda do filho. Deus estava muito triste e isto a gente só fica sabendo agora, vendo o tamanho da alegria do Pai quando reencontra o filho! E é uma alegria partilhada com todo mundo na festa que ele manda preparar.
 
* Lucas 15,25-28b: A reação do filho mais velho.  O filho mais velho volta do serviço no campo e encontra a casa em festa. Não entra. Quer saber de que se trata. Quando soube do motivo da festa, ficou com muita raiva e não quis entrar. Fechado em si mesmo, ele pensa ter o seu direito. Não gostou da festa e não entendeu a alegria do Pai. Sinal de que não tinha muita intimidade com o Pai, apesar de viver na mesma casa. Pois, se tivesse, teria notado a imensa tristeza do Pai pela perda do filho mais novo e teria entendido a alegria dele pela volta do filho. Quem vive muito preocupado em observar a lei de Deus, corre o perigo de esquecer o próprio Deus! O filho mais novo, mesmo longe de casa, parecia conhecer o Pai melhor que o filho mais velho, que morava com ele na mesma casa! Pois o mais novo teve a coragem de voltar para a casa do Pai, enquanto o mais velho não quer mais entrar na casa do Pai! Ele não se dá conta de que o Pai, sem ele, vai perder a alegria. Pois também ele, o mais velho, é filho do mesmo jeito que o novo!
 
* Lucas 15,28a-30: A atitude do Pai e a resposta do filho mais velho.  O pai sai de casa e suplica ao filho mais velho para entrar. Mas este responde: "Pai, tantos anos que eu sirvo ao senhor. Jamais transgredi um só dos seus mandamentos, e o senhor nunca me deu um cabrito sequer para festejar com meus amigos. E vem esse seu filho, que devorou seus bens com prostitutas e o senhor manda matar até o novilho gordo!" O mais velho também quer festa e alegria, mas só com os amigos. Não com o irmão, nem com o pai. Ele nem sequer chama o mais novo de irmão, mas "esse seu filho", como se não fosse mais irmão dele. E é ele, o mais velho, que fala em prostitutas. É a malícia dele que interpretou assim a vida do irmão mais novo. Quantas vezes o irmão mais velho não interpreta mal a vida do irmão mais novo! Quantas vezes nós católicos interpretamos mal a vida e a religião dos outros! A atitude do Pai é outra. Ele acolheu o filho mais novo, mas também não quer perder o filho mais velho. Os dois fazem parte da família. Um não pode excluir o outro!
 
*  Lucas 15,31-32: A resposta final do Pai.  Da mesma maneira como o Pai não deu atenção aos argumentos do filho mais novo, assim também não dá atenção aos argumentos do mais velho e lhe diz: "Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu! Mas esse teu irmão estava morto e tornou a viver. Estava perdido e foi reencontrado!" Será que o mais velho tinha realmente consciência de estar sempre com o Pai e de encontrar nesta presença a causa da sua alegria? A expressão do Pai "Tudo que é meu é teu!" inclui também o filho mais novo que voltou! O mais velho não tem o direito de fazer distinção. Se ele quer ser mesmo filho do Pai, terá que aceitá-lo do jeito que ele é e não do jeito que ele gostaria que o Pai fosse! A parábola não diz qual foi a resposta final do irmão mais velho. Isto fica por conta do próprio irmão mais velho que somos nós!*  Quem experimenta a gratuita e surpreendente entrada do amor de Deus em sua vida torna-se alegre e quer comunicar esta alegria aos outros. A ação salvadora de Deus é fonte de alegria: “Alegrem-se comigo!” (Lc 15,6.9) É desta experiência da gratuidade de Deus que nasce o sentido da festa e da alegria (Lc 15,32). No fim da parábola, o Pai manda ser alegre e fazer festa. A alegria ficou ameaçada por causa do filho mais velho que se recusa a entrar. Ele pensa ter direito a uma alegria só com os seus amigos e não quer a alegria com todos da mesma família humana. Ele representa os que se consideram justos e observantes e acham que não precisam de conversão.
 
Para um confronto pessoal
1. Qual a imagem de Deus que está em mim desde a  minha infância? Ela mudou ao longo dos anos? Se mudou, por que mudou?
2. Eu me identifico com qual dos dois filhos: com o mais novo ou com o mais velho? Por que?
 
ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
 
LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
 

Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
 
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
 
Santa Maria, rogai por nós.
 
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.
 
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.
 
ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.