Sta. Dulce, virgem
Salmo Responsorial:
135
R. É eterna a sua bondade.
Dai graças
ao Senhor, porque Ele é bom: é eterna a sua bondade.
Dai graças
ao Deus dos deuses: é eterna a sua bondade.
Dai graças
ao Senhor dos senhores: é eterna a sua bondade.
Conduziu o
seu povo através do deserto: é eterna a sua bondade.
Feriu
grandes reis: é eterna a sua bondade.
Matou reis
poderosos: é eterna a sua bondade.
Deu a terra
deles em herança: é eterna a sua bondade.
Em herança
a Israel, seu povo: é eterna a sua bondade.
E
libertou-nos dos nossos opressores: é eterna a sua bondade.
Aleluia. Escutai o que
diz o Senhor, não como palavra dos homens, mas como palavra de Deus. Aleluia.
Evangelho (Mt
19,3-12): Naquele tempo, alguns fariseus
aproximaram-se de Jesus e, para experimentá-lo, perguntaram: «É permitido ao
homem despedir sua mulher por qualquer motivo?». Ele respondeu: «Nunca lestes
que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher e disse: Por isso, o
homem deixará pai e mãe e se unirá à sua mulher, e os dois formarão uma só
carne? De modo que eles já não são dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus
uniu, o homem não separe». Perguntaram: «Como então Moisés mandou dar atestado
de divórcio e despedir a mulher?». Jesus respondeu: «Moisés permitiu despedir a
mulher, por causa da dureza do vosso coração. Mas não foi assim desde o
princípio. Ora, eu vos digo: quem despede sua mulher fora o caso de união
ilícita e se casa com outra, comete adultério». Os discípulos disseram-lhe: «Se
a situação do homem com a mulher é assim, é melhor não casar-se». Ele
respondeu: «Nem todos são capazes de entender isso, mas só aqueles a quem é
concedido. De fato, existem homens impossibilitados de casar-se, porque
nasceram assim; outros foram feitos assim por mão humana; outros ainda, por
causa do Reino dos Céus se fizeram incapazes do casamento. Quem puder entender,
entenda».
«Portanto, o que Deus
uniu, o homem não separe»
Fr. Roger J. LANDRY (Hyannis, Massachusetts, Estados
Unidos)
Sua
resposta, no entanto, também proporciona a base adequada para que nós,
cristãos, possamos responder a aqueles cujos corações teimosos os obrigam a
procurar a ampliação da definição de matrimônio para os casais homossexuais.
Ao fazer
retroceder o matrimônio ao plano original de Deus, Jesus ressalta quatro aspectos
relevantes pelos quais só se pode unir em matrimônio a um homem e uma mulher:
1) «O
Criador, desde o início, os fez macho e fêmea» (Mt 19,4). Jesus nos ensina que,
no plano divino, a masculinidade e a feminilidade têm um grande significado.
Ignorar, pois, é ignorar o que somos.
2) «Por isso, o homem deixará seu pai
e sua mãe, e se unirá à sua mulher» (Mt 19,5). No plano de Deus não é que o
homem abandone os seus pais e vá embora com quem ele queira, mas sim com uma
esposa.
3) «De maneira que já não são dois, e
sim uma só carne» (Mt 19,6). Esta união corporal vai mais além da pouco
duradoura união física que ocorre no ato conjugal. Refere-se à união duradoura
que se apresenta quando um homem e uma mulher, através do seu amor, concebem
uma nova vida que é o matrimônio perdurável ou união dos seus corpos.
Logicamente, que um homem com outro homem, ou uma mulher com outra mulher, não
pode ser considerado um único corpo dessa maneira.
4) «Pois o que Deus uniu, o homem não
separe» (Mt 19,6). Deus mesmo uniu em matrimônio ao homem e à mulher e, sempre
que tentamos separar o que Ele uniu, estaremos fazendo por nossa própria conta
e por conta da sociedade.
Em sua
catequese sobre Gênesis, o Papa João Paulo II disse: «Em sua resposta aos
fariseus, Jesus Cristo comenta aos interlocutores a visão total do homem, sem o
qual não é possível oferecer uma resposta adequada às perguntas relacionadas
com o matrimônio».
Cada um de
nós está chamado a ser o eco desta Palavra de Deus em nosso momento.
Reflexão
• Encontro com os fariseus. Passando pela
Transjordânia (19,1), o primeiro encontro é com os fariseus e o tema de
discussão de Jesus com ele se torna motivo de reflexão para o grupo dos discípulos.
A pergunta dos fariseus é sobre o divórcio e, especialmente, coloca Jesus em
dificuldade sobre o amor dentro do casamento, a realidade mais sólida e estável
para toda a comunidade judaica. A intervenção dos fariseus quer acusar o
ensinamento de Jesus. Trata-se de um verdadeiro processo: Mateus o considera
como "colocar à prova", "um tentar". A pergunta é realmente
crucial: “É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?”
(19,3). Ao leitor não escapa a tentativa equivocada dos fariseus de interpretar
o texto de Dt 24,1 para colocar Jesus em dificuldade: “Se um homem toma uma
mulher e se casa com ela, e esta depois não lhe agrada porque descobriu nela
algo inconveniente, ele lhe escreverá uma certidão de divórcio e assim
despedirá a mulher”. Este texto deu origem ao longo dos séculos a inúmeras
discussões: a admitir o divórcio por qualquer motivo, exigir um mínimo de mau
comportamento, um verdadeiro adultério.
• É Deus que une. Jesus responde aos
fariseus recorrendo a Gn 1,17; 2,24, trazendo o assunto à vontade primária de
Deus criador. O amor, que une o homem e a mulher, vem de Deus e por essa
origem, unifica e não pode separar. Se Jesus cita Gênesis 2,24: “Por isso, o
homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma
só carne” (19,5), é porque ele quer enfatizar um princípio particular e
absoluto: é a vontade criadora de Deus que une um homem e uma mulher. Quando um
homem e uma mulher se unem em matrimônio, é Deus que os une; o termo
"cônjuge" vem do verbo conjungir (ligar intimamente), conjugar
(associar, ligar e unir), ou seja, que a conjunção dos dois parceiros sexuais é
o efeito da palavra criadora de Deus. A resposta de Jesus aos fariseus atinge o
seu cume: o casamento é indissolúvel na sua constituição original. Jesus
continua desta vez recordando Ml 2,13-16: repudiar a própria mulher é romper a
aliança com Deus e segundo os profetas, esta aliança é vivida principalmente
pelos esposos em sua união conjugal (Os 1-3; Is 1,21-26; Jr 2,2; 3,1.6-12; Ez 16;
23; Is 54,6-10; 60-62). A resposta de Jesus aparece em contradição com a lei de
Moisés, que dá a possibilidade de conceder um certificado de divórcio. No
motivar a sua resposta, Jesus lembra aos fariseus: se Moisés deu essa
possibilidade é por causa da dureza dos vossos corações (v. 8), mais
especificamente por causa da vossa desobediência à Palavra de Deus. A lei de Gn
1,26; 2,24 nunca foi modificada, mas Moisés foi forçado a adaptá-la a uma
atitude de desobediência. O primeiro casamento não foi anulado pelo adultério.
Ao homem de hoje e, especialmente, às comunidades eclesiais a palavra de Jesus
diz claramente que não deve haver divórcio, e, no entanto, vemos que existem;
na vida pastoral das pessoas divorciadas são acolhidas, às quais está sempre
aberta à possibilidade de entrar no reino. A reação dos discípulos foi
imediata: “Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se
casar!” (v.10). A resposta de Jesus continua a sustentar a indissolubilidade do
matrimônio, impossível para a mentalidade humana, mas possível para Deus. O
eunuco de que Jesus fala não é aquele que não pode gerar, mas aquele que,
separado de sua esposa, continua a viver em continência, mantendo-se fiel ao
primeiro vínculo conjugal: é eunuco em relação a todas as outras mulheres.
Para um confronto pessoal
1) Em relação ao casamento sabemos acolher o ensinamento
de Jesus com simplicidade, sem adaptá-lo às nossas próprias escolhas legítimas
de conveniência?
2) O Evangelho recorda-nos que o plano do Pai para o
homem e a mulher é um maravilhoso projeto de amor. Você está ciente de que o
amor tem uma lei imprescindível: implica o dom total e cheio da própria pessoa
para o outro?
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