Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes
a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno;
alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em
vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Is
1,10.16-20): Escutai a palavra do Senhor, chefes
de Sodoma; dai ouvidos à lei do nosso Deus, povo de Gomorra: «Lavai-vos,
purificai-vos, afastai dos meus olhos a malícia das vossas ações, deixai de
praticar o mal e aprendei a fazer o bem. Respeitai o direito, protegei o
oprimido, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde então para
discutirmos as nossas razões, – diz o Senhor. Ainda que os vossos pecados sejam
como o escarlate, ficarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como a
púrpura, ficarão brancos como a lã. Se fordes dóceis e obedientes, comereis os
bens da terra. Mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados pela
espada». Assim falou a boca do Senhor.
Salmo Responsorial: 49
R. A quem segue o caminho reto
darei a salvação de Deus.
Não é pelos
sacrifícios que Eu te repreendo: os teus holocaustos estão sempre na minha
presença. Não aceito os novilhos da tua casa nem os cabritos do teu rebanho.
Como falas
tanto na minha lei e trazes na boca a minha aliança, tu que detestas os meus
ensinamentos e desprezas as minhas palavras.
Considerai
isto, vós que esqueceis a Deus, não aconteça que vos extermine, sem haver quem
vos salve. Honra-Me quem Me oferece um sacrifício de louvor, a quem segue o
caminho reto darei a salvação de Deus.
Deixai todos os vossos
pecados, diz o Senhor; criai um coração novo e um espírito novo.
Evangelho (Mt 23,1-12): Depois,
Jesus falou às multidões e aos discípulos: «Os escribas e os fariseus
sentaram-se no lugar de Moisés para ensinar. Portanto, tudo o que eles vos
disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não
praticam. Amarram fardos pesados e insuportáveis e os põem nos ombros dos
outros, mas eles mesmos não querem movê-los, nem sequer com um dedo. Fazem
todas as suas ações só para serem vistos pelos outros, usam faixas bem largas
com trechos da Lei e põem no manto franjas bem longas. Gostam do lugar de honra
nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, de serem cumprimentados
nas praças públicas e de serem chamados de ‘Rabi’. Quanto a vós, não vos façais
chamar de ‘Rabi’, pois um só é vosso Mestre e todos vós sóis irmãos. Não
chameis a ninguém na terra de ‘pai’, pois um só é vosso Pai, aquele que está
nos céus. Não deixeis que vos chamem de ‘guia’, pois um só é o vosso Guia, o
Cristo. Pelo contrário, o maior dentre vós deve ser aquele que vos serve. Quem
se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado».
«Um só é vosso Mestre;
um só é vosso Pai; um só é o vosso Guia»
Pbro.
Gerardo GÓMEZ (Merlo, Buenos Aires, Argentina)
Para
adequar nossa conduta à do Senhor Jesus é fundamental um gesto de humildade,
como diz o Papa Bento XVI: «Reconheço-me por aquilo que sou, uma criatura
frágil, feita de terra e destinada à terra, mas também feita à imagem de Deus e
destinada a Ele».
Na época de
Jesus, havia muitos “modelos" que oravam e agiam para serem vistos, para
serem reverenciados: pura fantasia, personagens de papelão, que não podiam
estimular o crescimento e a madurez dos seus vizinhos. Suas atitudes e condutas
não mostravam o caminho que conduz a Deus; «Portanto, tudo o que eles vos
disserem, fazei e observai, mas não imiteis suas ações! Pois eles falam e não
praticam» (Mt 23,3).
A sociedade
atual também nos apresenta uma infinidade de modelos de conduta que abocam a
uma existência vertiginosa, aloucada, debilitando o sentido de transcendência.
Não deixemos que esses falsos referentes nos façam perder de vista o verdadeiro
Mestre: «Um só é vosso Mestre; (...) um só é vosso Pai; (...) um só é o vosso
Guia: Cristo» (Mt 23,8.9.10).
Aproveitemos
a quaresma para fortalecer nossas convicções como discípulo de Jesus Cristo.
Procuremos ter momentos sagrados de “deserto”, onde nos reencontremos com nós
mesmos e, com o verdadeiro modelo e mestre. E diante às situações concretas nas
que muitas vezes não sabemos como reagir poderíamos nos perguntar: Que diria
Jesus? Como agiria Jesus?
«Mas não imiteis suas
ações! Pois eles falam e não praticam»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
Todos temos
experiência do mal e do escândalo —desorientação das almas— que causa o
“anti-testemunho” quer dizer, o mau exemplo. À vez também todos lembramos o bem
que nos fizeram os bons exemplos que vimos ao largo de nossas vidas. Não
esqueçamos o que afirma a dita popular «vale mais uma imagem que mil palavras».
Em definitiva, «hoje mais do que nunca, a Igreja tem consciência de que a sua
mensagem social será aceite pelo testemunho das obras, mais do que pela sua
coerência e lógica interna» (João Paulo II).
Uma
modalidade do mau exemplo especialmente perniciosa para a evangelização é a
falta de coerência de vida. Um apóstolo do terceiro milênio, que está chamado à
santidade no meio da gestão dos assuntos temporais, deve de ter presente que
«só a relação entre uma verdade consequente consigo mesma e seu cumprimento na
vida pode fazer brilhar aquela evidência da fé esperada pelo coração humano; só
através desta porta (da coerência) entrará o Espírito no mundo» (Bento XVI).
Por fim,
Jesus lamenta aqueles que «fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos
outros» (Mt 23,5). A autenticidade da nossa vida de apóstolos de Cristo exige a
retidão de intenção. Temos de agir, sobretudo por amor a Deus, para a glória do
Pai. Assim como o podemos ler no Catecismo da Igreja, «Deus criou tudo para o
homem, mas o homem foi criado para servir e amar a Deus e para oferecer-lhe
toda a criação». Esta é a nossa grandeza: servir a Deus como filhos seus!
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* O evangelho de hoje traz uma crítica de Jesus contra os escribas e
fariseus do seu tempo.
No começo da atividade missionária de Jesus, os doutores de Jerusalém já tinham
ido até a Galiléia para observá-lo (Mc 3,22; 7,1). Incomodados pela pregação de
Jesus, tinham espalhado a calúnia de que ele era um possesso (Mc 3,22). Ao
longo dos três anos a popularidade de Jesus cresceu. Cresceu também o conflito
dele com as autoridades religiosas. A raiz deste conflito estava na maneira de
eles se colocarem frente a Deus. Os fariseus buscavam sua segurança não tanto
no amor de Deus para com eles, mas mais na observância rigorosa da Lei.
Confrontado com esta mentalidade, Jesus acentua a prática do amor que
relativiza a observância da lei e lhe dá o seu verdadeiro sentido.
* Mateus 23,1-3: A raiz da crítica: “Eles dizem, mas não fazem”. Jesus reconhece a autoridade dos
escribas e fariseus. Eles ocupam a cátedra de Moisés e ensinam a lei de Deus,
mas eles mesmos não observam o que ensinam. Daí a advertência de Jesus ao povo:
“Fazei e observai tudo quanto vos disserem. Mas não imiteis suas ações, pois
dizem mas não Fazem!” É uma crítica arrasadora! Em seguida, como num espelho,
Jesus faz ver alguns aspectos da incoerência das autoridades religiosas
* Mateus 23,4-7: Olhar no espelho para fazer uma revisão de vida. Jesus chama a atenção dos
discípulos para o comportamento incoerente de alguns doutores da lei. Ao
meditar estas incoerências, convém pensar não nos fariseus e escribas daquele
longínquo passado, mas sim em nós mesmos e nas nossas incoerências: amarrar
pesos pesados nos outros e nós mesmos não os carregamos; fazer as coisas para
sermos vistos e elogiados; gostar dos lugares de honra e de sermos chamados de
doutor. Os escribas gostavam de entrar nas casas das viúvas e fazer longas
preces em troca de dinheiro! (Mc 12,40)
* Mateus 23,8-10: Vocês todos são irmãos.
Jesus manda ter atitude contrária. Em vez de usar a religião e a
comunidade como meio de auto-promoção para aparecer mais importante diante dos
outros, ele pede para não usar o título de Mestre, Pai ou Guia, pois um só é o
guia, o Cristo; só Deus no céu é Pai; e o próprio Jesus é o mestre. Todos vocês
são irmãos. Esta é a base da fraternidade que nasce da certeza de que Deus é
nosso Pai.
* Mateus 23,11-12: O resumo final: o maior é o menor. Esta frase final é o que
caracteriza tanto o ensino como o comportamento de Jesus: “O maior de vocês
deve ser aquele que serve a vocês. Quem se eleva será humilhado, e quem se
humilha será elevado” (cf. Mc 10,43; Lc 14,11; 18,14).
Para um confronto pessoal
1) O que Jesus criticou nos doutores da Lei, e em que os
elogiou? O que ele critica em mim e o que elogiaria em mim?
2) Você já se olhou no espelho?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA
DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José, rogai
por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José castíssimo,
...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das
virgens, ...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.