sexta-feira, 31 de março de 2017

V Domingo da Quaresma

Evangelho (Jo 11,1-45): Ora, havia um doente, Lázaro, de Betânia, do povoado de Marta e de Maria, sua irmã. Maria é aquela que ungiu o Senhor com perfume e enxugou seus pés com os cabelos. Lázaro, seu irmão, é quem estava doente.  As irmãs mandaram avisar Jesus: «Senhor, aquele que amas está doente». Ouvindo isso, disse Jesus: «Esta doença não leva à morte, mas é para a glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela». Jesus tinha muito amor a Marta, à sua irmã Maria e a Lázaro. Depois que ele soube que este estava doente, permaneceu ainda dois dias no lugar onde estava.  Depois, falou aos discípulos: «Vamos, de novo, à Judeia». Os discípulos disseram-lhe: «Rabi, ainda há pouco os judeus queriam apedrejar-te, e agora vais outra vez para lá?» Jesus respondeu: «O dia não tem doze horas? Se alguém caminha de dia, não tropeça, porque vê a luz deste mundo. Mas, se caminha de noite, tropeça, porque lhe falta a luz». E acrescentou ainda: «Nosso amigo Lázaro está dormindo. Mas, eu vou acordá-lo». Os discípulos disseram: «Senhor, se está dormindo, vai ficar curado». Jesus falava da morte de Lázaro, mas os discípulos pensaram que ele estivesse falando do sono mesmo. Jesus então falou abertamente: «Lázaro morreu! E, por causa de vós, eu me alegro por não ter estado lá, pois assim podereis crer. Mas vamos a ele». Tomé (cujo nome significa Gêmeo) disse aos companheiros: «Vamos nós também, para morrermos com ele!».  Quando Jesus chegou, encontrou Lázaro já sepultado, havia quatro dias. Betânia ficava a uns três quilômetros de Jerusalém. Muitos judeus tinham ido consolar Marta e Maria pela morte do irmão. Logo que Marta soube que Jesus tinha chegado, foi ao encontro dele. Maria ficou sentada, em casa. Marta, então, disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mesmo assim, eu sei que o que pedires a Deus, ele te concederá». Jesus respondeu: «Teu irmão ressuscitará». Marta disse: «Eu sei que ele vai ressuscitar, na ressurreição do último dia». Jesus disse então: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, não morrerá jamais. Crês nisto?». Ela respondeu: «Sim, Senhor, eu creio firmemente que tu és o Cristo, o Filho de Deus, aquele que deve vir ao mundo».  Tendo dito isso, ela foi chamar Maria, sua irmã, dizendo baixinho: «O Mestre está aí e te chama». Quando Maria ouviu isso, levantou-se depressa e foi ao encontro de Jesus. Jesus ainda estava fora do povoado, no mesmo lugar onde Marta o tinha encontrado. Os judeus que estavam com Maria na casa consolando-a, viram que ela se levantou depressa e saiu; e foram atrás dela, pensando que fosse ao túmulo para chorar. Maria foi para o lugar onde estava Jesus. Quando o viu, caiu de joelhos diante dele e disse-lhe: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido». Quando Jesus a viu chorar, e os que estavam com ela, comoveu-se interiormente e perturbou-se. Ele perguntou: «Onde o pusestes?» Responderam: «Vem ver, Senhor!» Jesus derramou lágrimas. Os judeus então disseram: «Vede como ele o amava!» Alguns deles, porém, diziam: «Este, que abriu os olhos ao cego, não podia também ter feito com que Lázaro não morresse?».  De novo, Jesus ficou interiormente comovido. Chegou ao túmulo. Era uma gruta fechada com uma pedra. Jesus disse: «Tirai a pedra!» Marta, a irmã do morto, disse-lhe: «Senhor, já cheira mal: é o quarto dia». Jesus respondeu: «Não te disse que, se creres, verás a glória de Deus?». Tiraram então a pedra. E Jesus, levantando os olhos para o alto, disse: «Pai, eu te dou graças porque me ouviste! Eu sei que sempre me ouves, mas digo isto por causa da multidão em torno de mim, para que creia que tu me enviaste». Dito isso, exclamou com voz forte: «Lázaro, vem para fora!» O morto saiu, com as mãos e os pés amarrados com faixas e um pano em volta do rosto. Jesus, então, disse-lhes: «Desamarrai-o e deixai-o ir!».  Muitos judeus que tinham ido à casa de Maria e viram o que Jesus fizera, creram nele.

«Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que tenha morrido, viverá»

Dr. Johannes VILAR (Köln, Alemanha)

Hoje, a Igreja apresenta-nos um grande milagre: Jesus ressuscita um defunto, morto há vários dias.

A ressurreição de Lázaro é “tipo” a de Cristo, que iremos comemorar proximamente. Jesus diz a Maria que Ele é a «ressurreição» e a vida (cf. Jo 11,25). A todos nos pergunta: «Acreditas nisto?» (Jo 1,26). Acreditamos que no batismo Deus nos ofereceu uma nova vida? Diz S. Paulo que nós somos uma nova criatura (cf 2Cor 5,17). Esta ressurreição é o fundamento da nossa esperança, que se baseia não numa utopia futura, incerta e falsa, mas num fato: «É verdade! O Senhor ressuscitou» (Lc 24,34).

Jesus manda «Desamarrai-o e deixai-o ir» (Jo 11, 34). A redenção libertou-nos das cadeias do pecado, que todos padecíamos. Dizia o Papa Leão Magno: «Os erros foram vencidos, as potestades subjugadas e o mundo ganhou um novo começo. Porque se padecemos com Ele, também reinaremos com Ele (cf Rom 8,17). Este lucro não só está preparado para os que em nome do Senhor são triturados pelos sem-deus. Pois todos os servem a Deus e vivem Nele estão crucificados em Cristo, e em Cristo conseguirão a coroa».

Os cristãos estamos chamados, já nesta terra, a viver esta nova vida sobrenatural que nos torna capazes de dar crédito da nossa sorte: sempre dispostos a der resposta a todos os que nos peçam a razão da nossa esperança! (cf 1Pe 3,13). É lógico que nestes dias procuremos seguir de perto Jesus o Mestre. Tradições como a Via Crucis, a meditação dos Mistérios do Rosário, os textos dos Evangelhos, tudo… podem e deve ser-nos uma ajuda.

A nossa esperança está também posta em Maria, Mãe de Jesus Cristo e nossa Mãe, que é por sua vez um ícone da esperança: ao pé da Cruz esperou contra toda a esperança e foi associada à obra do seu Filho.

Sai do sepulcro do pecado!

Pe Antonio Rivero, LC

Setenário das Dores
3ª Dor
Cristo, além de ser Água viva (segundo domingo) e Luz (terceiro domingo), também é Vida e Ressurreição (quarto domingo). Cristo não quer que a nossa vida fique no sepulcro do nosso pecado e se apodreça. Quer que morramos ao nosso homem velho para depois ressuscitarmos e fazer-nos homens novos, segundo o Espírito. Por tanto, o Cristo Pascal veio para nos tirar, para nos ressuscitar do nosso sepulcro do pecado (primeira leitura e evangelho), e dar-nos uma vida nova de ressuscitados, para não viver mais segundo a carne, porém segundo o Espírito (segunda leitura).

Em primeiro lugar, a ressurreição de Lázaro do sepulcro mostra o ponto culminante da atividade de Jesus. É o maior dos seus milagres. Mediante este extraordinário milagre, o Senhor trata de vencer a incredulidade dos judeus. Na batalha entre a fé e a incredulidade, Jesus oferece o dom de um testemunho maior. Mas o coração dos judeus se fecha e isso os leva a tomar a decisão oficial de matar o Cordeiro inocente, e também de matar Lázaro, que era um testemunho vivo do poder divino de Cristo. O caminho da cruz está desde agora traçado, porém no plano de Deus a cruz será o umbral da exaltação e glorificação do Pai no seu Filho. O complot dos homens, no plano da Providência, serve para os desígnios de Deus.

Em segundo lugar, se Lázaro é amigo íntimo de Jesus, o Senhor da vida, por que Jesus permite que morra e o coloquem no sepulcro? Jesus permite um mal para manifestar a glória de Deus. Jesus não usa o seu poder divino para evitar a morte ignominiosa da cruz. Por isso, irá ao encontro da sua própria morte por decisão pessoal. Irá em busca da sua “hora”, essa hora que tanto o angustiava, mas que ao mesmo tempo desejava com ardor, porque será a hora da glorificação do seu Pai e da nossa salvação mediante o Mistério da sua morte e ressurreição. Tal é a razão pela qual não impediu a morte do seu amigo Lázaro, para que resplandecesse a glória do seu Pai, da mesma maneira como não evitaria a sua própria morte, para que o Pai fosse plenamente glorificado no Filho. Somente assim nos tiraria do sepulcro e nos daria uma vida nova. A morte e a ressurreição de Lázaro constituem um prelúdio da sua própria morte e ressurreição. Vendo esta ressurreição, os apóstolos consolidarão a sua fé e se prepararão para a grande prova da Paixão.

Finalmente, hoje Jesus também quer gritar a cada um de nós, como então gritou a Lázaro: “Lázaro, vem para fora!”. Sai do sepulcro do pecado. Sai da incredulidade. Sai da preguiça. Sai do desânimo. Sai do egoísmo. Cristo não quer que nos apodreçamos no sepulcro do pecado, pois “a glória de Deus é o homem vivente”, dizia Santo Irineu. Saiamos e veremos a luz, a vida e a ressurreição de Cristo. No sepulcro só existem vermes, escuridão, decomposição e morte. E Cristo é o Senhor da vida, e Ele quer nos fazer partícipes da sua vida divina e imortal.

Para refletir: estou no sepulcro do pecado ou já experimentei durante a Quaresma a vida nova em Cristo Jesus? Cada vez que peco, escuto a voz de Cristo: “vem para fora”? Acredito que Cristo é Vida e Ressurreição para os que o seguem?

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org

Sábado IV da Quaresma

Evangelho (Jo 7,40-53): Ouvindo estas palavras, alguns da multidão afirmavam: «Verdadeiramente, ele é o profeta!». Outros diziam: «Ele é o Cristo!» Mas outros discordavam: “O Cristo pode vir da Galileia? Não está na Escritura que o Cristo será da descendência de Davi e virá de Belém, o povoado de Davi?». Surgiu, assim, uma divisão entre o povo por causa dele. Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos. Os guardas então voltaram aos sumos sacerdotes e aos fariseus, que lhes perguntaram: «Por que não o trouxestes?». Responderam: «Ninguém jamais falou como este homem». Os fariseus disseram a eles: «Vós também vos deixastes iludir? Acaso algum dos chefes ou dos fariseus acreditou nele? Mas essa gente que não conhece a Lei são uns malditos!». Nicodemos, porém, um dos fariseus, aquele que tinha ido a Jesus anteriormente, disse: «Será que a nossa Lei julga alguém antes de ouvir ou saber o que ele fez?». Eles responderam: «Tu também és da Galileia? Examina as Escrituras, e verás que da Galileia não surge profeta». Depois que cada um voltou para sua casa.

«Ninguém jamais falou como este homem»

Abbé Fernand ARÉVALO (Bruxelles, Bélgica)

Hoje o Evangelho nos apresenta as diferentes reações que produziam as palavras de nosso Senhor. Este texto de João não nos oferece nenhuma palavra do Mestre, mas sim as consequências do que ele dizia. Uns pensavam que era um profeta; outros diziam «Ele é o Cristo» (Jo 7,41).

Verdadeiramente, Jesus Cristo é esse “sinal de contradição” que Simeão havia anunciado a Maria (cf. Lc 2,34). Jesus não deixava indiferentes aos que lhe escutavam, até o ponto em que nesta ocasião e em muitas outras «surgiu uma divisão entre o povo por causa dele» (Jo 7,46). A resposta dos guardas, que pretendiam prender o Senhor, centraliza a questão e nos mostra a força das palavras de Cristo: «Ninguém jamais falou como este homem» (Jo 7,46). É como dizer: suas palavras são diferentes; não são palavras ocas, cheias de soberba e falsidade. Ele é a “Verdade” e seu modo de falar reflete este fato.

E se isto acontecia com relação aos seus ouvintes, com maior razão suas obras provocavam muitas vezes o assombro, a admiração; e, também, a crítica, a murmuração, o ódio… Jesus falava a “linguagem da caridade”: suas obras e palavras manifestavam o profundo amor que sentia por todos os homens, especialmente pelos mais necessitados.

Hoje como então, os cristãos somos —temos de ser— “sinal de contradição”, porque não falamos e atuamos como os demais. Nós, imitando e seguindo a Jesus Cristo, temos de empregar igualmente “a linguagem da caridade e do carinho”, linguagem necessária que, definitivamente, todos são capazes de compreender. Como escreveu o Santo Padre Bento XVI na sua encíclica Deus caritas est, «o amor —caritas — sempre será necessário, mesmo na sociedade mais justa (…). Quem quer desfazer-se do amor, prepara-se para se desfazer do homem enquanto homem».

«Ninguém jamais falou como este homem»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje notamos como se “complica” o ambiente ao redor do Senhor, poucos dias antes da Paixão ocorrida em Jerusalém. Por causa Dele se gera todo tipo de discussão e controvérsia. Não podia ser de outro modo: «Pensais que eu vim trazer a paz à terra? Pelo contrário, eu vos digo, vim trazer a divisão» (Lc 12,51).

E não é que o Redentor deseje a controvérsia e a divisão, e sim que ante Deus não valem as “meias tintas”: «Quem não está comigo é contra mim; e quem não recolhe comigo, espalha» (Lc 11,23). É inevitável! Diante Dele não há nenhuma postura neutra: ou existe, ou não existe; é meu Senhor, ou não é meu Senhor. Ninguém pode servir a dois senhores (cf. Mt 6,24).

João Paulo II considerava que ante Deus temos que optar. A fé simples que nosso bom Deus nos pede implica uma opção. Devemos optar porque Ele não que nos impor; veio à Terra de maneira discreta; morreu humilhado, sem chamar a atenção de sua condição divina (Flp 2,6). É o que expressa maravilhosamente são Tomás de Aquino no Adoro Te devote: «Na cruz se escondia só a divindade, aqui [na Eucaristia] se esconde também a humanidade».

Devemos optar! Deus não se impõe; se oferece. E fica para nós a decisão de optar a favor Dele ou de não fazê-lo. É uma questão pessoal que cada um - com a ajuda do Espírito Santo— há de se resolver. De nada servem os milagres, se as disposições do homem não são de humildade e de simplicidade. Diante dos mesmos fatos, vemos aos judeus divididos. E é que em questões de amor não se pode dar uma resposta morna, pela metade: a vocação cristã comporta uma resposta radical, tão radical como foi o testemunho de entrega e obediência de Cristo na Cruz.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

Setenário das Dores
2ª Dor.
* No capítulo 7, João constata que havia várias opiniões e muita confusão a respeito de Jesus no meio do povo. Os parentes pensavam de um jeito (Jo 7,2-5), o povo pensava de outro jeito (Jo 7,12). Uns diziam: "Ele é o profeta!" (Jo 7,40). Outros diziam: "Ele engana o povo!” (Jo 7,12) Uns elogiavam: "Ele é bom!" (Jo 7,12). Outros criticavam: "Ele não estudou!" (Jo 7,15) Muitas opiniões! Cada um tinha os seus argumentos, tirados da Bíblia ou da Tradição. Mas ninguém se lembrava do messias Servo, anunciado por Isaías (Is 42,1-9; 49,1-6; 50,4-9; 52,13-53,12; 61,1-2). Hoje também há muita discussão sobre religião, e cada um tira os seus argumentos da Bíblia. Como no tempo, assim também hoje, acontece muitas vezes que os pequenos são enganados pelo discurso dos grandes e, às vezes, até pelo discurso do pessoal da igreja.

* João 7,40-44: A confusão no meio do povo. A reação do povo é a mais variada possível. Uns dizem: é o profeta. Outros: é o Messias, o Cristo. Outros rebatem: não pode ser, porque o messias virá de Belém e esse aí vem da Galileia! Estas várias ideias sobre o Messias provocavam divisão e briga. Havia até gente que queria prendê-lo, mas não o fizeram. Provavelmente, porque tinham medo do povo (cf. Mc 14,2).

* João 7,45-49: Os argumentos das autoridades. Anteriormente, diante das reações do povo favoráveis a Jesus, os fariseus tinham mandado guardas para prendê-lo (Jo 7,32). Mas os guardas voltaram ao quartel sem Jesus. Tinham ficado impressionados com a fala tão bonita: "Ninguém jamais falou como esse homem!" Os fariseus reagiram: "Até vocês se deixaram enganar!" Para os fariseus, só mesmo "esse povinho que não conhece a lei" se deixa enganar por Jesus. É como se dissessem: "Nós, os chefes, conhecemos melhor as coisas e não nos deixamos enganar!" Eles chamam o povo de "maldito"! As autoridades religiosas da época tratavam o povo com muito desprezo.

* João 7,50-52: A defesa de Jesus por Nicodemos. Diante deste argumento estúpido, a honestidade de Nicodemos se revolta e ele levanta a voz para defender Jesus: "Desde quando a nossa lei condena alguém sem primeiro ouvi-lo para saber o que fez?" A reação dos outros é de deboche: "Até você, Nicodemos, virou Galileu, hein!? Dê uma olhada na Bíblia e verá que da Galileia não pode vir nenhum profeta!" Eles estão seguros! Com o livrinho do passado na mão se defendem contra o futuro que chega incomodando. Assim muita gente faz até hoje! Só aceito o novo se ele estiver de acordo com as ideias deles que são do passado.

Para um confronto pessoal
1. Quais são hoje as diferentes opiniões sobre Jesus que existem no meio do povo? E na sua comunidade, existem diferentes opiniões que geram confusão? Quais? Conte.
2. Há pessoas que só aceitam o novo se ele estiver de acordo com as ideias deles que são do passado. E eu?

quinta-feira, 30 de março de 2017

VIA SACRA COM SANTA TERESA BENEDITA DA CRUZ.

“Ele nos espera para acolher nossos fardos, para nos consolar, para nos aconselhar, para nos ajudar como o mais fiel e sempre amigo.” (Sta Teresa Benedita da Cruz).

Muitas vezes sentimo-nos incapazes de meditar, de rezar, de contemplar os acontecimentos da vida de Jesus. Com esta Via Sacra queremos pedir a ajuda de uma grande santa e mística: Teresa Benedita da Cruz. Será ela a acompanhar-nos na meditação da Paixão do Senhor.
Para cada estação são colocadas, além da Palavra de Deus, algumas frases tomadas de suas obras. Trata-se de palavras escritas há muitos anos, mas que cada um poderá facilmente aplicar, hoje, na sua situação atual.

INÍCIO.
T - Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

L. Disse Jesus: “Se alguém quiser vir após Mim, renegue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me" (Mt 16, 24).

TBC - "Não é a atividade humana que pode nos ajudar, mas o sofrimento de Cristo. É meu ardoroso desejo ter participação nele"

T - Senhor Jesus concedei-nos as lágrimas que no momento não possuímos,  para lavar os nossos pecados. Dai-nos a coragem de suplicar a vossa misericórdia.

L – Senhor, hoje mesmo carregais a cruz comigo e por mim, e, de modo admirável, quereis que agora também eu, como outrora Simão de Cirene, carregue convosco a vossa cruz e, acompanhando-Vos, me coloque convosco ao serviço da redenção do mundo. Ajudai-me para que a minha Via-Sacra não seja apenas um fugidio devoto sentimento.

TBC – “Só podemos adquirir a ciência da cruz, experimentando a cruz até o fim... Repito no meu coração: Ave, cruz, spes única (Ave, cruz, única esperança)”.

T - Jesus, vós repetis também para nós, hoje, as palavras que um dia dissestes a Pedro: «Segue-me». Obedecendo ao vosso convite, queremos seguir-vos, passo a passo, no caminho da vossa Paixão.

L. Ajudai-nos a acompanhar-Vos não somente com nobres pensamentos, mas a percorrer o vosso caminho com o coração, antes, com os passos concretos da nossa vida diária. Ajudai-nos para que sigamos com todo o nosso ser o caminho da cruz, e permaneçamos no vosso caminho para sempre.

TBC – “Quem pertence a Cristo, deve viver a vida inteira de Cristo, deve atingir a maturidade de Cristo, deve, finalmente, abraçar a cruz, encaminhar-se para o Calvário”.

T - Livrai-nos do medo da cruz, do medo perante a zombaria alheia, do medo de que nos fuja a nossa vida se não agarrarmos tudo o que ela nos oferece. Ajudai-nos a desmascarar as tentações que prometem vida, mas cujas ofertas, no fim, nos deixam apenas vazios e desiludidos. Ajudai-nos a não querer apoderarmo-nos da vida, mas a dá-la. Ajudai-nos, acompanhando-Vos pelo percurso do grão de trigo, a encontrar, no «perder a vida», o caminho do amor, o caminho que verdadeiramente nos dá a vida, e vida em abundância.

1ª Estação - JESUS É CONDENADO À MORTE.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de mandar flagelar Jesus, entregou-O para ser crucificado”. (Mc 15,15)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “Se quiser partilhar com ele da vida, com ele deverá passar pela morte de cruz, e deverá como Cristo crucificar a sua própria natureza por uma vida de mortificação e renúncia, entregando-se à crucifixão pelos sofrimentos e pela morte, conforme Deus determinar e permitir. Quanto mais perfeita for a crucifixão ativa e passiva, tanto mais íntima será a união com o crucificado, e tanto maior será a participação na vida divina."

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

2ªEstação - JESUS CARREGA A CRUZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “E ele saiu, carregando a sua cruz, e chegou ao chamado ‘Lugar da Caveira’ – em hebraico chamado Gólgota”. (Jo 19, 17)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “… , a cruz é símbolo de tudo o que é difícil e pesado, e que torna-se tão oposto à natureza que, quando uma pessoa toma esta carga sobre si, tem a sensação de caminhar em direção à morte. E esta é a carga que o discípulo de Cristo há de levar diariamente”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

3ª Estação - JESUS CAI PELA PRIMEIRA VEZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. ‘E no entanto, eram as nossas enfermidades que ele levava sobre si, as nossas dores que ele carregava’ (Is 53, 4)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “Os sacrifícios diários, pequenos e grandes, que lhe são pedidos, já não serão cargas aceitas forçosamente, esmagantes, mas verdadeiro sacrifício aceito, livre e alegremente, através do qual, como membro compassivo do corpo místico de Cristo, contribuis  na obra da redenção… Sempre alguém poderá se elevar nos pensamentos ao poder invisível e secretamente ativo do sacrifício da redenção, ao qual poderá unir todas as dores e sofrimentos, inclusive as próprias debilidades e impotências"

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

4ª Estação - JESUS ENCONTRA SUA MÃE.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Aquele que fizer a vontade de Deus, esse é que é meu irmão, minha irmã e minha mãe”. (Mc 3,35)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “O amor de Cristo as empurra a penetrar na noite mais profunda. E nenhuma alegria maternal se pode comparar com a felicidade da alma capaz de acender a luz da graça na noite do pecado. O caminho é a cruz. Sob a cruz, a Virgem das virgens se tornou Mãe da Graça.”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

5ª Estação - O CIRINEU AJUDA JESUS A LEVAR A CRUZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Enquanto o levavam, tomaram um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e impuseram-lhe a cruz para levá-la atrás de Jesus”. (Lc 23, 26)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - "Há uma vocação a padecer com Cristo e, como consequência, a colaborar na sua obra de salvação... Cristo continua a viver nos seus membros e neles continua a sua paixão; o sofrimento suportado em união com o Senhor é a Sua paixão, o qual está inserido na grande obra de redenção e mediante ela se torna fecundo".

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

6ª Estação - VERÔNICA ENXUGA O ROSTO DE JESUS.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “"É, Senhor, a vossa face que eu procuro. Não escondais de mim a vossa face" (Sl 27,8).

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “Assim como o ser um com Cristo é a nossa felicidade, e o aperfeiçoar-se a ser um com Ele é nossa beatitude aqui na terra, assim o amor pela cruz e a gozosa filiação divina não são contraditórias. Ajudar Cristo a carregar a Cruz é causa de uma pura e forte alegria, e aqueles que o fazem, os construtores do Reino de Deus, são os autênticos filhos de Deus.”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

7ª Estação - JESUS CAI PELA SEGUNDA VEZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Mas ele foi trespassado por causa de nossas transgressões, esmagado em virtude de nas nossas iniquidades. O castigo que havia de trazer-nos a paz, caiu sobre ele, sim, por suas chagas fomos curados”. (Is 53, 5)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “O sofrimento humano só torna-se expiatório se é unido ao sofrimento da cabeça divina. Sofrer e ser feliz no sofrimento, estar na terra, percorrer os sujos e ásperos caminhos desta terra, e contudo, reinar com Cristo à direita do Pai; com os filhos deste mundo rir e chorar, e com os coros dos anjos cantar ininterruptamente louvores a Deus: esta é a vida do cristão até o dia em que rompa o alvorecer da eternidade”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

8ª Estação – JESUS CONSOLA AS MULHERES DE JERUSALÉM.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos”. (Lc 23, 28)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC – “Qualquer um que ao longo da vida tenha aceito um duro destino, em memória do Salvador padecente, ou tenha assumido sobre si a expiação do pecado, expiou, em parte, o imenso peso da culpa da humanidade e ajudou com isso ao Senhor a levar esta carga; ou melhor dito, é Cristo-Cabeça quem expia o pecado nestes membros do seu corpo místico que se põem à disposição de sua obra de redenção em corpo e alma”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

9ª Estação - JESUS CAI PELA TERCEIRA VEZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei de aliviar-vos. Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito. Pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve”. ( Mt 11,28-30)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - "Como se pode compreender isto? O peso da cruz, que Cristo carregou, é a corrupção da natureza humana decaída. Subtrair do mundo essa carga, esse é o sentido último da Via crucis. O regresso da humanidade libertada ao coração do Pai celeste e ao estado de filhos adotivos é um dom gratuito da graça, do amor onimisericordioso”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

10ª Estação - JESUS É DESPOJADO DE SUAS VESTES.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Jesus dizia: ‘Pai, perdoa-os: não sabem o que fazem’. Depois, repartindo suas vestes, sorteavam-nas”. (Lc 23, 34)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “Nossos pecados foram destruídos pelo fogo, na paixão e morte de Cristo. Quando cremos nisto e nos unimos a Cristo, guiados pela fé, abraçando o seu seguimento, Cristo nos vai levando através de sua Paixão e de sua Cruz, à glória da Ressurreição”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

11ª Estação - JESUS PREGADO NA CRUZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Eu, quando for elevado da terra atrairei todos a mim”. (Jo 12, 32)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “A partir desde momento, aceito, com alegria e com perfeita submissão, a sua vontade santa, a morte que Deus me tem reservado. Peço ao Senhor que se digne aceitar minha vida e minha morte para sua honra e sua glória: por todas as intenções dos Sagrados Corações de Jesus e de Maria e pela Santa Igreja, de modo especial pela manutenção, santificação e perfeição de nossa Santa Ordem, (...) ; em expiação pela incredulidade do povo judeu e para que o Senhor seja acolhido pelos seus, e venha seu Reino, na Glória; (...) e pela paz no mundo; finalmente, por meus familiares, vivos e defuntos, e por todos os que Deus me deu: que nenhum deles se perca”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

12ª Estação - JESUS MORRE NA CRUZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Jesus deu um grande grito: ‘Pai, em tuas mãos, entrego o meu espírito’. Dizendo isto, expirou”. (Lc 23, 44-46)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC – “Existe uma vocação para o sofrimento de Cristo e, por isso, para a colaboração com sua obra redentora. Quando estamos unidos com o Senhor, somos assim membros do Corpo Místico de Cristo: Cristo continua vivo em seus membros e continua seu sofrimento neles; e o sofrimento que se suporta em união com o Senhor é seu sofrimento, colocado na grande obra redentora e nela existe seu fruto. É o pensamento fundamental de toda a vida religiosa, mas principalmente da vida do Carmelo: colaborar na salvação da humanidade pelo sofrimento voluntário e alegre em prol dos pecadores”.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

13ª Estação - JESUS DEPOSTO DA CRUZ.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Na verdade, quem quiser salvar a sua vida, há de perdê-la; mas, quem perder a sua vida por causa de Mim e do Evangelho, há de salvá-la”. (Mc 8,3-35)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC – “Maria, hoje permaneci contigo sob a cruz e jamais sentira tão claramente que foi sob a cruz que te tornaste nossa mãe. Como a fidelidade de uma mãe da terra não escutaria solícita a última vontade do filho? Mas tu, tu eras a Serva do Senhor; o ser e a vida do Deus feito Homem estavam inteiramente inscritos no teu ser e na tua vida. Foi assim que tomastes os teus no teu coração, e foi com o sangue de teus sofrimentos que resgataste cada alma para uma nova vida. Tu nos conheces a todos: nossas feridas, nossas chagas, tu conheces também o esplendor celeste que o amor de teu Filho quer difundir sobre nós na claridade eterna. Assim, guia solícita nossos passos. Nem um preço é para ti muito alto para conduzir-nos ao fim. Mas aqueles que escolheste para te seguir, para te rodear, um dia, de perto do trono eterno, devem permanecer aqui contigo sob a cruz; é com o sangue de seus sofrimentos que devem encontrar o esplendor celeste das almas preciosas que o Filho de Deus lhes confiou em herança”.

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

14ª Estação - JESUS COLOCADO NO SEPULCRO.

C - Nós Vos adoramos, Santíssimo Senhor Jesus Cristo, e Vos bendizemos.
R - Porque pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

L. “Em verdade, em verdade, vos digo: Se o grão de trigo que cai na terra não morrer, permanecerá só; mas se morrer, produzirá muito fruto”, (Jo 12, 24)

C - Bendita e louvada seja a sagrada Paixão e Morte de Jesus Cristo, Nosso Senhor.
T - Que quis padecer e morrer na cruz por nosso amor.

TBC - “O manancial do coração do Cordeiro não secou. Ainda hoje, podemos ali lavar nossas vestes como fez um dia um dos ladrões no Gólgota. Confiados na força reparadora deste sagrado manancial, nos prostramos ante o trono do Cordeiro e respondemos a sua pergunta: “Senhor, para onde iremos? Só tu tens palavras de vida eterna (Jo 6,68). Deixa-nos extrair a água das fontes da salvação para nós e para todo o mundo sedento”

C - Santa Mãe, isto eu vos peço: que fiquem no meu peito, bem impressas,
R - As chagas de Jesus crucificado e as dores do vosso maternal Coração.

CONCLUSÃO.

L. Senhor Jesus, assim refizemos os vossos passos para alimentar o nosso amor por vós! De fato, a nossa fé se fortalece cada vez que revivemos todo o percurso de sofrimento que vós experimentastes! Muito obrigado por terdes nos ensinado a nos levantar mesmo nas quedas mais violentas de nossa vida! Queremos pedir, também, as bênçãos e proteção de Maria, que se fez presente durante todo o trajeto de dor da Via Crucis, sofrendo as mesmas dores de seu Filho!

T - Bendita e louvada seja a Paixão e Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo e as dores de sua Mãe Santíssima aos pés da Cruz. Amém!

“No sinal da cruz, venceremos ... vejam-se ou não os frutos”. (Sta Teresa Benedita da Cruz)

MÊS DE SÃO JOSÉ - Sexta-feira da 4ª semana da Quaresma.

ORAÇÃO PREPARATÓRIA - Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA
Evangelho (Jo 7,1-2.10.14.25-30): Depois disso, Jesus percorria a Galileia; não queria andar pela Judeia, porque os judeus procuravam matá-lo. Estava próxima a festa dos judeus, chamada das Tendas. Depois que seus irmãos subiram para a festa, Jesus subiu também, não publicamente, mas em segredo. Lá pelo meio da festa, Jesus subiu ao templo e começou a ensinar. Alguns de Jerusalém diziam: «Não é este a quem procuram matar? Olha, ele fala publicamente e ninguém lhe diz nada. Será que os chefes reconheceram que realmente ele é o Cristo? Mas este, nós sabemos de onde é. O Cristo, quando vier, ninguém saberá de onde é». Enquanto, pois, ensinava no templo, Jesus exclamou: «Sim, vós me conheceis, e sabeis de onde eu sou. Ora, eu não vim por conta própria; aquele que me enviou é verdadeiro, mas vós não o conheceis. Eu o conheço, porque venho dele e foi ele quem me enviou!». Eles procuravam, então, prendê-lo, mas ninguém lhe pôs as mãos, porque ainda não tinha chegado a sua hora.

«Ninguém lhe deitou as mãos, porque ainda não era chegada a sua hora».

Fr. Matthew J. ALBRIGHT (Andover, Ohio, Estados Unidos)

Hoje, o Evangelho permite-nos contemplar a confusão que surgiu quanto à identidade e missão de Jesus Cristo. Quando nos pomos cara a cara com Jesus, há mal-entendidos e conjecturas acerca de quem Ele é, como se cumprem n’Ele, ou não, as profecias do Antigo Testamento e sobre o que Ele fará. As suposições e os preconceitos conduzem à frustração e à ira. Isto sempre foi assim: a confusão à volta de Cristo e dos ensinamentos da Igreja desperta sempre controvérsia e divisões religiosas. O rebanho se dispersa se as ovelhas não reconhecem o seu pastor!

As pessoas dizem: «Este nós sabemos de onde vem. Do Cristo, porém, quando vier, ninguém saberá de onde seja» (Jo 7,27), e concluem que Jesus não pode ser o Messias porque Ele não corresponde à imagem de “Messias” em que tinham sido instruídos. Por outro lado, sabem que os Príncipes dos Sacerdotes O querem matar, mas ao mesmo tempo veem que Ele se movimenta livremente sem ser preso. De modo que se perguntam se talvez as autoridades «terão reconhecido verdadeiramente que este é o Cristo» (Jo 7,26).

Jesus atalha a confusão identificando-se a si próprio como o enviado por Ele que é “verdadeiro” (cf. Jo 7,28). Cristo tem consciência da situação, tal como João a retrata, e ninguém lhe deita a mão porque ainda não tinha chegado a hora de revelar plenamente a sua identidade e missão. Jesus desafia as expectativas ao mostrar-se, não como um líder conquistador para derrotar a opressão romana, mas como o “Servo Sofredor” de Isaías.

O Papa Francisco escreveu: «A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus». É urgente que ajudemos os outros a irem mais além das suposições e dos preconceitos sobre quem é Jesus e o que é a Igreja, e ao mesmo tempo facilitar-lhes o encontro com Jesus. Quando uma pessoa consegue saber quem é realmente Jesus, então abundam a alegria e a paz.

«Mas ninguém lhe pôs as mãos, porque ainda não tinha chegado a sua hora»

+ Rev. D. Josep VALL i Mundó (Barcelona, Espanha)

Hoje, o evangelista João diz-nos que a Jesus «não tinha chegado a sua hora» (Jo 7,30). Refere-se à hora da Cruz, no preciso e precioso momento de dar-se pelos pecados de toda a Humanidade. Ainda não tinha chegado a sua hora, mas estava muito próxima. Será na Sexta-feira Santa quando o Senhor levará até ao fim a vontade do pai Celestial e sentirá — como escrevia o Cardeal Wojtyla — todo «o peso daquela hora na qual o servo de Yahvé deverá cumprir a profecia de Isaías, pronunciando o seu “sim”».

Cristo — no seu constante desejo sacerdotal — fala muitíssimas vezes desta hora definitiva e determinante (Mt 26,45; Mc 14,35; Lc 22,53; Jo 7,30; 12,27; 17,1). Toda a vida do Senhor será dominada por uma hora suprema e irá desejá-la com todo o seu coração: «Um batismo eu devo receber, e como estou ansioso até que isto se cumpra!» (Lc 12,50). E «na véspera da festa da Páscoa, sabendo Jesus que tinha chegado a sua hora, a hora de passar deste mundo para o Pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim» (Jo 13,1). Naquela sexta-feira, o nosso Redentor entregará o seu espírito nas mãos do Pai, e desde esse momento a sua missão, já cumprida, passará a ser a missão da Igreja e de todos os seus membros, animados pelo Espírito Santo.

A partir da hora de Getsêmani, da morte do Senhor na Cruz e da Ressurreição, a vida começada por Jesus «guia toda a História» (Catecismo da Igreja n.1165). A vida, o trabalho, a oração, a entrega de Cristo torna-se presente agora na sua Igreja: é também a hora do Corpo do Senhor; da sua hora advém a nossa hora, a de acompanhá-lo na oração de Getsemani, «sempre despertos — como afirma Pascal — apoiando-o na sua agonia, até ao final dos tempos». É a hora de agir como membros vivos de Cristo. Por isso, «tal como a Páscoa de Jesus, acontecida “uma vez por todas” permanece sempre atual, da mesma forma a oração da Hora de Jesus continua sempre presente na Liturgia da sua Igreja» (Catecismo da Igreja n. 2746).

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.

1º dia do Setenário das Dores
1ª dor de Nossa Senhora
* Ao longo dos capítulos 1 a 12 do Evangelho de João, vai acontecendo a progressiva revelação que Jesus faz de si mesmo aos discípulos e ao povo. Ao mesmo tempo e na mesma proporção, vai crescendo o fechamento e a oposição das autoridades contra Jesus a ponto de elas decidirem a condenação e a morte de Jesus (Jo 11,45-54). O capítulo 7, que meditamos no evangelho de hoje, é uma espécie de balanço no meio do caminho. Já faz prever como será o desfecho final.

* João 7,1-2.10: Jesus decide ira à festa dos Tabernáculos em Jerusalém. A geografia da vida de Jesus no evangelho de João é diferente da geografia nos outros três evangelhos. É mais completa. Conforme os outros evangelhos, Jesus foi apenas uma única vez a Jerusalém, aquela em que ele foi preso e morto. Conforme o evangelho de João, Jesus foi no mínimo duas ou três vezes a Jerusalém para a festa de Páscoa. Por isso sabemos que a vida pública de Jesus durou em torno de três anos. O evangelho de hoje informa que Jesus se dirigiu mais uma vez para Jerusalém, mas não publicamente. Foi às ocultas, pois na Judéia os judeus queriam matá-lo.

* Tanto aqui no capítulo 7 como nos outros capítulos, João fala de “judeus”, e de “vocês judeus”, como se ele e Jesus não fossem judeus. Esta maneira de falar reflete a situação da trágica ruptura que ocorreu no fim do primeiro século entre os judeus (Sinagoga) e os cristãos (Ecclesia). Ao longo dos séculos, esta maneira de falar do evangelho de João contribuiu para fazer crescer o antissemitismo. Hoje, é muito importante tomar distância desta polêmica para não alimentar um antissemitismo. Nunca podemos esquecer Jesus é judeu. Nasceu judeu, viveu como judeu e morreu como judeu. Toda a sua formação é da religião e da cultura dos judeus.

* João 7,25-27: Dúvidas dos habitantes de Jerusalém a respeito de Jesus.  Jesus está em Jerusalém e fala publicamente às pessoas que querem ouvi-lo. O povo fica confuso. Sabe que querem matar Jesus e ele anda solto aos olhos de todos. Será que as autoridades reconheceram que ele é o Messias? Mas como é que Jesus pode ser o messias? Todos sabem que ele vem lá de Nazaré, mas do messias, assim se ensinava, ninguém sabe a origem.

* João 7,28-29: Esclarecimento da parte de Jesus.  Jesus fala da sua origem. “Vocês sabem de onde eu sou”. Mas o que o povo não sabe é a vocação e a missão que Jesus recebeu de Deus. Ele não veio por própria vontade, mas como todo profeta veio obedecendo a uma vocação, que é o segredo da vida dele. “Eu não vim por mim mesmo. Quem me enviou é verdadeiro, e vocês não o conhecem. Mas eu o conheço, porque venho de junto dele, e foi ele quem me enviou."

* João 7,30: Ainda não chegara a hora.  Quiseram prender Jesus, mas ninguém pôs a mão nele, “porque ainda não chegara a sua hora”.  No evangelho de João quem determina a hora e o rumo dos acontecimentos não são os que detêm o poder, mas é o próprio Jesus. Ele é que determina a hora (cf. Jo 2,4; 4,23; 8,20; 12.23.27; 13,1; 17,1). Mesmo pendurado na cruz, é Jesus quem determina até a hora de morrer (Jo 19,29-30).

Para um confronto pessoal
1) Como eu vivo o meu relacionamento com os judeus? Descobri alguma vez um pouco de antissemitismo dentro de mim? Consegui elimina-lo?
2) Como no tempo de Jesus, hoje em dia, há muitas ideias e opiniões novas sobre as coisas da fé. Como faço? Eu me agarro às ideias antigas e me fecho nelas, ou procuro entender o porquê das novidades?

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre Filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da mãe de Deus,
Guarda da puríssima Virgem,
Sustentador do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Jesus Cristo,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos operários,
Honra da vida de família,
Guarda das virgens,
Amparo das famílias,
Alívio dos sofredores,
Esperança dos doentes,
Consolador dos aflitos,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.