domingo, 29 de junho de 2025

Terça-feira da 13ª semana do Tempo Comum

Preciosíssimo Sangue de Jesus
 
1ª Leitura (Gen 19,15-29):
Naqueles dias, os Anjos que se tinham hospedado em casa de Lot insistiram com ele, dizendo: «Levanta-te, toma a tua esposa e as duas filhas que aqui estão, para que não pereças no castigo de Sodoma». E, como ele hesitasse, os homens tomaram-no pela mão, assim como à esposa e às duas filhas, porque o Senhor queria poupá-los. Quando os levavam para fora da cidade, um deles disse: «Foge, se queres salvar a vida. Não olhes para trás, nem te demores em nenhum lugar da planície. Foge para os montes, para não pereceres». Lot respondeu: «Isso não, meu Senhor, eu te peço. O teu servo encontrou graça a teus olhos e mostraste-me uma grande misericórdia, salvando-me a vida. Mas não posso fugir para os montes, sem que a desgraça caia sobre mim e eu morra. Olha, perto daqui há uma pequena cidade, onde posso refugiar-me e escapar do perigo. Como a cidade é pequena, ali salvarei a vida». Ele respondeu: «Está bem. Concedo-te ainda esta graça: não destruirei a cidade de que falas. Foge depressa para lá, porque nada posso fazer, enquanto não tiveres lá chegado». – É por isso que se deu àquela cidade o nome de Soar –. Começava o sol a aparecer sobre a terra, quando Lot entrou em Soar. Então o Senhor fez chover sobre Sodoma e Gomorra enxofre e fogo que vinham do alto dos céus. Destruiu aquelas cidades e toda a planície, bem como todos os seus habitantes e a vegetação da terra. Entretanto, a mulher de Lot olhou para trás e transformou-se numa estátua de sal. Abraão levantou-se muito cedo e foi ao local onde estivera na presença do Senhor. Olhou para Sodoma e Gomorra e para toda a planície e viu o fumo que subia da terra, como fumo de uma fornalha. Foi assim que, ao destruir as cidades da planície, Deus se recordou de Abraão e fez que Lot escapasse à catástrofe, quando destruiu as cidades em que ele habitara.
 
Salmo Responsorial: 25
R. Tenho sempre diante de mim a vossa bondade.
 
Observai-me, Senhor, e ponde-me à prova, purificai-me os rins e o coração. Tenho sempre diante de mim a vossa bondade e deixo-me guiar pela vossa verdade.
 
Não permitais que a minha alma se junte aos pecadores, nem a minha vida aos homens sanguinários. Suas mãos estão cheias de crimes e a sua destra foi subornada.
 
Eu, porém, procedo com retidão: salvai-me e tende piedade de mim. Os meus pés seguem por caminho reto: nas assembleias bendirei o Senhor.
 
Aleluia. Eu confio no Senhor, a minha alma espera na sua palavra. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 8,23-27): Então Jesus entrou no barco, e seus discípulos o seguiram. Nisso, veio uma grande tempestade sobre o mar, a ponto de o barco ser coberto pelas ondas. Jesus, porém, dormia. Eles foram acordá-lo. «Senhor», diziam, «salva-nos, estamos perecendo!» «Por que tanto medo, homens de pouca fé?», respondeu ele. Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. As pessoas ficaram admiradas e diziam: «Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?».
 
«Então, levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria»
 
Frei Lluc TORCAL Monge do Monastério de Sta. Mª de Poblet (Tarragona, Espanha)
 
Hoje, terça-feira XIII do tempo comum, a liturgia oferece-nos um dos fragmentos mais impressionantes da vida pública do Senhor. A cena apresenta uma grande vivacidade, contrastando radicalmente a atitude dos discípulos com a de Jesus. Podemos imaginar-nos a agitação que reinou na barca quando «veio uma grande tempestade sobre o mar, a ponto de o barco ser coberto pelas ondas» (Mt 8,24), mas a agitação não foi suficiente para acordar Jesus que dormia. Tiveram que ser os discípulos quem, no seu desespero, acordaram Jesus!: «Senhor, salva-nos, estamos perecendo!» (Mt 8,25).
 
O Evangelista serve-se de todo este dramatismo para nos revelar o autêntico ser de Jesus. A tempestade não tinha perdido a sua fúria e os discípulos continuavam cheios de agitação quando o Senhor, simples e tranquilamente, «levantando-se, repreendeu os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria» (Mt 8,26). Da Palavra repreendedora de Jesus seguiu-se a calma, a calma que não estava apenas destinada a realizar-se nas águas agitadas do céu e do mar: a Palavra de Jesus dirigia-se sobretudo a acalmar os corações temerosos dos seus discípulos. «Por que tanto medo, homens de pouca fé?» (Mt 8,26).
 
Os discípulos passaram da perturbação e do medo à admiração própria daquele que acaba de assistir a alguma coisa impensável até então. A surpresa, a admiração, a maravilha de uma mudança drástica na situação em que viviam despertou neles uma pergunta central: «Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?» (Mt 8,27). Quem é aquele que pode acalmar as tempestades do céu e da terra e, ao mesmo tempo, as dos corações dos homens? Apenas «quem dormindo como homem numa barca, pode dar ordens aos ventos e ao mar, como Deus» (Nicetas de Remesiana).
 
Quando pensamos que a terra se afunda, não esqueçamos que o nosso Salvador é o próprio Deus feito homem, o qual se nos dá pela fé.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Levou aos seus discípulos consigo no barco, para ensinar-lhes estas duas coisas: não se amedrontar com os perigos, nem se esvanecer com honras» (São João Crisóstomo)
 
«Jesus não quer que sejamos pessoas passivas; Ele quer que sejamos instrumentos ativos, responsáveis, mas ao mesmo tempo cheios de esperança. Esta é a chave para enfrentar as tempestades da vida» (Bento XVI)
 
«A confiança filial é posta à prova quando temos a sensação de nem sempre ser atendidos. O Evangelho convida-nos a interrogarmo-nos sobre a conformidade da nossa oração com o desejo do Espírito» (Catecismo da Igreja Católica, nº 2.756)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
* Mateus escreve para as comunidades de judeus convertidos dos anos setenta que se sentiam como um barquinho perdido no mar revolto da vida, sem muita esperança de poder alcançar o porto desejado.
Jesus parecia estar dormindo no barco, pois não aparecia para elas nenhum poder divino para salvá-las da perseguição. Em vista desta situação de angústia e desespero, Mateus recolheu vários episódios da vida de Jesus para ajudar as comunidades a descobrir, no meio da aparente ausência, a acolhedora e poderoso presença de Jesus vencedor que domina o mar (Mt 8,23-27), que vence e expulsa o poder do mal (Mt 9,28-34) e que tem poder de perdoar os pecados (Mt 9,1-8). Com outras palavras, Mateus quer comunicar esperança e sugerir que não há motivo para as comunidades terem medo. Este é o motivo do relato da tempestade acalmada do evangelho de hoje.
 
* Mateus 8,23: O ponto de partida: entrar no barco. Mateus segue o evangelho de Marcos, mas o abrevia e o ajeita dentro do novo esquema que ele adotou. Em Marcos, o dia foi pesado de muito trabalho. Terminado o discurso das parábolas (Mc 4,3-34), os discípulos levaram Jesus no barco e, de tão cansado que estava, Jesus dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38). O texto de Mateus é bem mais breve. Ele apenas diz que Jesus entrou no barco e os discípulos o acompanhavam. Jesus é o Mestre, os discípulos seguem o mestre.
 
* Mateus 8,24-25: A situação desesperadora: “Estamos afundando!” O lago da Galileia é cercado de altas montanhas. Às vezes, por entre as fendas das rochas, o vento cai em cima do lago e provoca tempestades repentinas. Vento forte, mar agitado, barco cheio de água! Os discípulos eram pescadores experimentados. Se eles achavam que iam afundar, então a situação era perigosa mesmo! Mas Jesus nem sequer acorda, e continua dormindo. Eles gritam: "Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!" Em Mateus, o sono profundo de Jesus não é só sinal de cansaço. É também expressão da confiança tranquila de Jesus em Deus. O contraste entre a atitude de Jesus e dos discípulos é grande!
 
* Mateus 8,26: A reação de Jesus: “Por que vocês têm medo?” Jesus acorda, não por causa das ondas, mas por causa do grito desesperado dos discípulos. Ele se dirige a eles e diz: “Por que vocês têm medo? Homens de pouca fé!” Em seguida, ele se levanta, ameaça os ventos e o mar, e tudo fica calmo. A impressão que se tem é que não era preciso acalmar o mar, pois não havia nenhum perigo. É como quando você chega na casa de um amigo e o cachorro, preso na corrente, ao lado do dono, late muito contra você. Mas você não precisa ter medo, pois o dono está aí e controla a situação. O episódio da tempestade acalmada evoca o êxodo, quando o povo, sem medo, passava pelo meio das águas do mar (Ex 14,22). Jesus refaz o êxodo. Evoca ainda o profeta Isaías que dizia ao povo: “Quando passares pelas águas eu estarei contigo!” (Is 43,2). Por fim, o episódio da tempestade acalmada evoca e realiza a profecia anunciada no Salmo 107:
23 Desciam de navio pelo mar, comerciando na imensidão das águas.
24 Eles viram as obras de Javé, suas maravilhas em alto-mar.
25 Ele falou, levantando um vento impetuoso, que elevou as ondas do mar.
26 Eles subiam até o céu e baixavam até o abismo, a vida deles se agitava na desgraça.
27 Rodavam, balançando como bêbados, e de nada adiantou a perícia deles.
28 Na sua aflição, clamaram para Javé, e ele os libertou de suas angústias.
29 Ele transformou a tempestade em leve brisa e as ondas emudeceram.
30 Ficaram alegres com a bonança, e ele os guiou ao porto desejado. (Sl 107,23-30)
 
* Mateus 8,27: O espanto dos discípulos: “Quem é este homem?” Jesus perguntou: “Por que vocês têm medo?” Os discípulos não sabem o que responder. Admirados, se perguntam: “Quem é este homem a quem até o mar e o vento obedecem?” Apesar da longa convivência com Jesus, ainda não sabem direito quem ele é. Jesus parece um estranho para eles! Quem é este homem?
 
* Quem é este homem? Quem é Jesus para nós, para mim? Esta deve ser a pergunta que nos leva a continuar a leitura do Evangelho, todos os dias, com o desejo de conhecer sempre melhor o significado e o alcance da pessoa de Jesus para a nossa vida. É desta pergunta que nasceu a cristologia. Ela nasceu, não de altas considerações teológicas, mas sim do desejo dos primeiros cristãos de encontrar sempre novos nomes e títulos para expressar o que Jesus significava para eles. São dezenas os nomes, títulos e atributos, desde carpinteiro até filho de Deus, que Jesus recebe: Messias, Cristo, Senhor, Filho amado, Santo de Deus, Nazareno, Filho do Homem, Noivo, Filho de Deus, Filho do Deus altíssimo, Carpinteiro, Filho de Maria, Profeta, Mestre, Filho de Davi, Rabboni, Bendito o que vem em nome do Senhor, Filho, Pastor, Pão da vida, Ressurreição, Luz do mundo, Caminho, Verdade, Vida, Videira, Rei dos judeus, Rei de Israel etc., etc. Cada nome, cada imagem, é uma tentativa para expressar o que Jesus significava para eles. Mas um nome, por mais bonito que seja, nunca chega a revelar o mistério de uma pessoa, muito menos da pessoa de Jesus. Jesus não cabe em nenhum destes nomes, em nenhum esquema, em nenhum título. Ele é maior, ultrapassa tudo! Ele não pode ser enquadrado. O amor capta, a cabeça, não! É a partir da experiência viva do amor que os nomes, os títulos e as imagens recebem o seu pleno sentido. Afinal, quem é Jesus para mim, para nós?
 
Para um confronto pessoal
1. Qual era o mar agitado no tempo de Jesus? Qual era o mar agitado na época em que Mateus escreveu o seu evangelho? Qual é hoje o mar agitado para nós? Alguma vez, as águas agitadas do mar da vida já ameaçaram afogar você? O que te salvou?
2. Quem é Jesus para mim? Qual o nome de Jesus que melhor expressa minha fé e meu amor?

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - Segunda-feira da 13ª semana do Tempo Comum

Santos Protomártires da Santa Igreja Romana
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (Gen 18,16-33): Naqueles dias, os homens que tinham estado com Abraão, junto do Carvalho de Mambré, levantaram-se e dirigiram o seu olhar para Sodoma. Abraão ia com eles, para se despedir. Disse o Senhor: «Deverei ocultar a Abraão o que tenciono fazer? Ele será, na verdade, a origem de uma nação grande e poderosa e nele serão abençoadas todas as nações da terra. Porque Eu o escolhi para ordenar a seus filhos e aos seus descendentes que sigam o caminho do Senhor, praticando a justiça e o direito. Assim realizará o Senhor tudo o que prometeu a Abraão». Disse então o Senhor: «O clamor contra Sodoma e Gomorra é tão forte, o seu pecado é tão grave que Eu vou descer para verificar se o clamor que chegou até Mim corresponde inteiramente às suas obras. Se sim ou não, hei de sabê-lo». Os homens que tinham vindo à residência de Abraão dirigiram-se então para Sodoma, enquanto o Senhor continuava junto de Abraão. Este aproximou-se e disse: «Ireis destruir o justo com o pecador? Talvez haja cinquenta justos na cidade. Matá-los-eis a todos? Não perdoareis a essa cidade, por causa dos cinquenta justos que nela residem? Longe de Vós fazer tal coisa: dar a morte ao justo e ao pecador, de modo que o justo e o pecador tenham a mesma sorte! Longe de Vós! O juiz de toda a terra não fará justiça?» O Senhor respondeu-lhe: «Se encontrar em Sodoma cinquenta justos, perdoarei a toda a cidade por causa deles». Abraão insistiu: «Atrevo-me a falar ao meu Senhor, eu que não passo de pó e cinza: talvez para cinquenta justos faltem cinco. Por causa de cinco, destruireis toda a cidade?» O Senhor respondeu: «Não a destruirei se lá encontrar quarenta e cinco justos». Abraão insistiu mais uma vez: «Talvez se encontrem nela só quarenta». O Senhor respondeu: «Não a destruirei em atenção a esses quarenta». Abraão disse ainda: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei mais uma vez: talvez haja lá somente trinta justos». O Senhor respondeu: «Não farei a destruição, se lá encontrar esses trinta». Abraão insistiu novamente: «Atrevo-me ainda a falar ao meu Senhor: talvez haja lá somente vinte justos». O Senhor respondeu: «Não destruirei a cidade em atenção a esses vinte». Abraão prosseguiu: «Se o meu Senhor não levar a mal, falarei ainda esta vez: talvez haja lá somente dez». O Senhor respondeu: «Em atenção a esses dez, não destruirei a cidade». Quando acabou de falar a Abraão, o Senhor retirou-Se; e Abraão voltou para a sua tenda.
 
Salmo Responsorial: 102
R. O Senhor é clemente e cheio de compaixão.
 
Bendiz, ó minha alma, o Senhor e todo o meu ser bendiga o seu nome santo. Bendiz, ó minha alma, o Senhor e não esqueças nenhum dos seus benefícios.
 
Ele perdoa todos os teus pecados e cura as tuas enfermidades. Salva da morte a tua vida e coroa-te de graça e misericórdia.
 
O Senhor é clemente e compassivo, paciente e cheio de bondade. Não está sempre a repreender nem guarda ressentimento.
 
Não nos tratou segundo os nossos pecados nem nos castigou segundo as nossas culpas. Como a distância da terra aos céus, assim é grande a sua misericórdia para os que O temem.
 
Aleluia. Se hoje ouvirdes a voz do Senhor, não fecheis os vossos corações. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 8,18-22): Vendo uma grande multidão ao seu redor, Jesus deu ordem de passar para a outra margem do lago. Nisso, um escriba aproximou-se e disse: «Mestre, eu te seguirei aonde fores». Jesus lhe respondeu: «As raposas têm tocas e os pássaros do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça». Um outro dos discípulos disse a Jesus: «Senhor, permite-me que primeiro eu vá enterrar meu pai». Mas Jesus lhe respondeu: «Segue-me, e deixa que os mortos enterrem os seus mortos».
 
«Segue-me»
 
Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells (Salt, Girona, Espanha)
 
Hoje o Evangelho apresenta-nos — através de dois personagens— uma qualidade do bom discípulo de Jesus: o desprendimento dos bens materiais. Mas antes, o texto de São Mateus dá-nos um detalhe que não posso passar por alto: «Vendo uma grande multidão ao seu redor...» (Mt 8,18). As multidões se reúnem perto do Senhor para escutar a sua palavra, ser curados das suas doenças materiais e espirituais; buscam a salvação e um alento de Vida eterna no meio dos vaivéns deste mundo.
 
Como então, algo parecido passa no nosso mundo de hoje em dia: todos —mais ou menos conscientemente— temos necessidade de Deus, de saciar o coração dos bens verdadeiros, como são o conhecimento e o amor de Jesus e uma vida de amizade com Ele. Se não, caímos na armadilha que quer encher o nosso coração de outros “deuses” que não podem dar sentido a nossa vida: o celular, Internet, as viagens, o trabalho sem medida para ganhar mais e mais dinheiro, o automóvel que seja melhor que o do vizinho, o ginásio para conseguir o corpo mais esbelto do país... É o que passa a muitos atualmente.
 
Em contraste, ressoa o grito do Papa João Paulo II que com força e confiança disse à juventude: «Se pode ser moderno e profundamente fiel a Jesus». Para isso é preciso, como o Senhor, o desprendimento de tudo o que nos ata a uma vida por demais materializada e que fecha as portas ao Espírito.
 
«O Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça (...). Segue-me» (Mt 8,22), é o que nos diz o Evangelho de hoje. São Gregório Magno recorda-nos: «Tenhamos as coisas temporais para o uso, as eternas no desejo; sirvamo-nos das coisas da terra para o caminho, e desejemos as eternas para o fim da jornada». É um bom critério para examinar o nosso seguimento de Jesus.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Tenhamos as coisas temporais para o nosso uso, e as eternas no nosso desejo; sirvamo-nos das coisas terrenas para o caminho, e desejemos as eternas para o fim da jornada» (São Gregório Magno)
 
«Desde os tempos evangélicos até aos dias de hoje, a vontade fundadora de Cristo tem continuado a atuar, como se manifesta nesse magnifico e santíssimo convite dirigido a tantas almas: `Segue-me!´» (São João Paulo II)
 
«A iniciativa dos cristãos leigos é particularmente necessária quando se trata de descobrir, de inventar meios para impregnar, com as exigências da doutrina e da vida cristã, as realidades sociais, políticas e económicas. Tal iniciativa é um elemento normal da vida da Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, nº 899)
 
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
 
* Durante três semanas, meditamos os capítulos 5 a 8 do evangelho de Mateus.
Dando sequência à meditação do capítulo 8, o evangelho de hoje trata das condições do seguimento de Jesus. Jesus decidiu ir para o outro lado do lago e uma pessoa pediu para poder segui-lo (Mt 8,18-22).
 
* Mateus 8,18: Jesus manda passar para o outro lado do lago. Jesus tinha acolhido e curado todos os doentes que o povo havia trazido até ele (Mt 8,16). Muita gente juntou-se ao redor dele. À vista desta multidão, Jesus decidiu ir para a outra margem do lago. No evangelho de Marcos, do qual Mateus tirou grande parte das suas informações, o contexto é outro. Jesus acabava de terminar o discurso das parábolas (Mc 4,3-34) e dizia: “Vamos para o outro lado!” (Mc 4,35), e, do jeito que ele estava no barco, de onde tinha feito o discurso (cf. Mc 4,1-2), os discípulos o levaram para o outro lado. De tão cansado que estava, Jesus se deitou e dormiu em cima de um travesseiro (Mc 4,38).
 
* Mateus 8,19: Um doutor da Lei quer seguir Jesus. No momento em que Jesus decide fazer a travessia do lago, um doutor da lei se aproxima e diz: "Mestre, eu te seguirei aonde quer que fores”. Um texto paralelo de Lucas (Lc 9,57-62) trata do mesmo assunto, mas de um jeito um pouco diferente. Conforme Lucas, Jesus tinha decidido ir para Jerusalém onde seria preso e morto. Tomando o rumo de Jerusalém, ele entrou no território da Samaria (Lc 9,51-52), onde três pessoas pedem para poder segui-lo (Lc 9,57.59.61). Em Mateus, que escreve para judeus convertidos, a pessoa que quer seguir Jesus é um doutor da lei. Mateus acentua o fato de uma autoridade dos judeus reconhecer o valor de Jesus e pedir para ser discípulo. Em Lucas, que escreve para pagãos convertidos, as pessoas que querem seguir Jesus são samaritanos. Lucas acentua a abertura ecumênica de Jesus que aceita também não judeus como discípulos.
 
* Mateus 8,20: A resposta da Jesus ao doutor da Lei. A resposta de Jesus é idêntica tanto em Mateus como em Lucas, e é uma resposta muito exigente que não deixa dúvidas: "As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça". Quem quer ser discípulo de Jesus deve saber o que faz. Deve examinar as exigências e calcular bem, antes de tomar uma decisão (cf. Lc 14,28-32). “Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo” (Lc 14,33).
 
* Mateus 8,21: Um discípulo pede para poder enterrar o falecido pai. Em seguida, alguém que já era discípulo pede licença para poder enterrar seu falecido pai: "Senhor, deixa primeiro que eu vá sepultar meu pai". Com outras palavras, ele pede que Jesus adie a travessia do lago para depois do enterro do pai. Enterrar os pais era um dever sagrado dos filhos (cf Tb 4,3-4).
 
* Mateus 8,22: A resposta de Jesus.
Novamente, a resposta de Jesus é muito exigente. Jesus não adiou sua viagem para o outro lado do lago e diz ao discípulo: "Siga-me, e deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos”. Quando Elias chamou Eliseu, ele permitiu que Eliseu voltasse para casa para despedir-se dos pais (1Reis 19,20). Jesus é bem mais exigente. Para entender todo o alcance da resposta de Jesus convém lembrar que a expressão Deixe que os mortos sepultem seus próprios mortos era um provérbio popular usado pelo povo para significar que não se deve gastar energia em coisas que não tem futuro e que não tem nada a ver com a vida. Um provérbio assim não pode ser tomado ao pé da letra. Deve-se olhar o objetivo com que foi usado. Assim, aqui no nosso caso, por meio do provérbio Jesus acentua a exigência radical da vida nova para qual ele chama as pessoas e que exige abandonar tudo para poder seguir Jesus. Descreve as exigências do seguimento de Jesus.
 
* Seguir Jesus. Como os rabinos da época, Jesus reúne discípulos e discípulas. Todos eles "seguem Jesus". Seguir era o termo que se usava para indicar o relacionamento entre o discípulo e o mestre. Para os primeiros cristãos, Seguir Jesus significava três coisas muito importantes, ligadas entre si:
1. Imitar o exemplo do Mestre: Jesus era o modelo a ser imitado e recriado na vida do discípulo e da discípula (Jo 13,13-15). A convivência diária permitia um confronto constante. Na "escola de Jesus" só se ensinava uma única matéria: o Reino, e este Reino se reconhecia na vida e na prática de Jesus.
2. Participar do destino do Mestre:. Quem seguia Jesus devia comprometer-se com ele e "estar com ele nas suas provações" (Lc 22,28), inclusive nas perseguições (Mt 10,24-25) e na cruz (Lc 14,27). Devia estar disposto a morrer com ele (Jo 11,16).
3. Ter a vida de Jesus dentro de si: Depois da Páscoa, à luz da ressurreição, o seguimento assume esta terceira dimensão: "Vivo, mas já não sou eu, é Cristo que vive em mim" (Gl 2,20). Trata-se da dimensão mística do seguimento, fruto da ação do Espírito. Os cristãos procuravam refazer em suas vidas o caminho de Jesus que tinha morrido em defesa da vida e foi ressuscitado pelo poder de Deus (Fl 3,10-11).
 
Para um confronto pessoal
1) Ser discípulo, discípula, de Jesus. Seguir Jesus. Como estou vivendo o seguimento de Jesus?
2) As raposas têm tocas e as aves do céu têm ninhos; mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça. Como viver hoje esta exigência de Jesus?
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

sexta-feira, 27 de junho de 2025

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - São Pedro e São Paulo, Apóstolos

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
1ª Leitura (At 12,1-11): Naqueles dias, o rei Herodes começou a perseguir alguns membros da Igreja. Mandou matar à espada Tiago, irmão de João, e, vendo que tal procedimento agradava aos judeus, mandou prender também Pedro. Era nos dias dos Ázimos. Mandou-o prender e meter na cadeia, entregando-o à guarda de quatro piquetes de quatro soldados cada um, com a intenção de o fazer comparecer perante o povo, depois das festas da Páscoa. Enquanto Pedro era guardado na prisão, a Igreja orava instantemente a Deus por ele. Na noite anterior ao dia em que Herodes pensava fazê-lo comparecer, Pedro dormia entre dois soldados, preso a duas correntes, enquanto as sentinelas, à porta, guardavam a prisão. De repente, apareceu o Anjo do Senhor e uma luz iluminou a cela da cadeia. O Anjo acordou Pedro, tocando-lhe no ombro, e disse-lhe: «Levanta-te depressa». E as correntes caíram-lhe das mãos. Então o Anjo disse-lhe: «Põe o cinto e calça as sandálias». Ele assim fez. Depois acrescentou: «Envolve-te no teu manto e segue-me». Pedro saiu e foi-o seguindo, sem perceber a realidade do que estava a acontecer por meio do Anjo; julgava que era uma visão. Depois de atravessarem o primeiro e o segundo posto da guarda, chegaram à porta de ferro, que dá para a cidade, e a porta abriu-se por si mesma diante deles. Saíram, avançando por uma rua, e subitamente o Anjo desapareceu. Então Pedro, voltando a si, exclamou: «Agora sei realmente que o Senhor enviou o seu Anjo e me libertou das mãos de Herodes e de toda a expectativa do povo judeu».
 
Salmo Responsorial: 33
R. O Senhor libertou-me de toda a ansiedade.
 
A toda a hora bendirei o Senhor, o seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma gloria-se no Senhor: escutem e alegrem-se os humildes.
 
Enaltecei comigo ao Senhor e exaltemos juntos o seu nome. Procurei o Senhor e Ele atendeu-me, libertou-me de toda a ansiedade.
 
Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as angústias.
 
O Anjo do Senhor protege os que O temem e defende-os dos perigos. Saboreai e vede como o Senhor é bom: feliz o homem que n’Ele se refugia.
 
2ª Leitura (2Tm 4,6-8.17-18): Caríssimo: Eu já estou oferecido em libação e o tempo da minha partida está iminente. Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. E agora já me está preparada a coroa da justiça, que o Senhor, justo juiz, me há-de dar naquele dia; e não só a mim, mas a todos aqueles que tiverem esperado com amor a sua vinda. O Senhor esteve a meu lado e deu-me força, para que, por meu intermédio, a mensagem do Evangelho fosse plenamente proclamada e todos os pagãos a ouvissem; e eu fui libertado da boca do leão. O Senhor me livrará de todo o mal e me dará a salvação no seu reino celeste. Glória a Ele pelos séculos dos séculos. Amém.
 
Aleluia. Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Aleluia.
 
Evangelho (Mt 16,13-19): Naquele tempo, Jesus foi à região de Cesareia de Filipe e ali perguntou aos discípulos: «Quem é que as pessoas dizem ser o Filho do Homem?». Eles responderam: «Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros ainda, Jeremias ou algum dos profetas». «E vós», retomou Jesus, «quem dizeis que eu sou?». Simão Pedro respondeu: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo! Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo». Jesus então declarou: «Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi carne e sangue quem te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso, eu te digo: tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e as forças do Inferno não poderão vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus».
 
«Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo»
 
Mons. Jaume PUJOL i Balcells, Arcebispo Emérito de Tarragona (Tarragona, Espanha)
 
Hoje, celebramos a solenidade de São Pedro e São Paulo, que foram fundamentos da Igreja primitiva e, portanto, da nossa fé cristã. Apóstolos do Senhor, testemunhas da primeira hora, viveram aqueles momentos iniciais de expansão da Igreja e selaram com o seu sangue a fidelidade a Jesus. Oxalá nós, cristãos do séc. XXI, saibamos ser testemunhas credíveis do amor de Deus no meio dos homens, tal como o foram estes dois Apóstolos e como têm sido tantos e tantos dos nossos conterrâneos.
 
Numa das suas primeiras intervenções, o Papa Francisco, dirigindo-se aos cardeais, disse-lhes que temos de «caminhar, edificar e confessar». Ou seja, temos de avançar no nosso caminho da vida, edificando a Igreja e confessando o Senhor. O Papa advertiu: «Podemos caminhar tanto quanto quisermos, podemos edificar muitas coisas, mas se não confessamos Jesus Cristo, alguma coisa não funciona. Acabaremos por ser uma ONG assistencial, mas não a Igreja, esposa do Senhor».
 
Escutámos no Evangelho da missa de hoje um facto central para a vida de Pedro e da Igreja. Jesus pede àquele pescador da Galileia um ato de fé na sua condição divina e Pedro não duvida em afirmar: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo» (Mt 16,16). Imediatamente a seguir, Jesus institui o Primado, dizendo a Pedro que será a rocha firme sobre a qual será edificada a Igreja ao longo dos tempos (cf. Mt 16,18) e dando-lhe o poder das chaves, a suprema potestade.
 
Embora Pedro e os seus sucessores sejam assistidos pela força do Espírito Santo, necessitam igualmente da nossa oração, porque a missão que têm é de grande transcendência para a vida da Igreja: têm de ser fundamento seguro para todos os cristãos ao longo dos tempos; portanto, todos os dias temos de rezar também pelo Santo Padre, pela sua pessoa e pelas suas intenções.
 
«Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo»
 
Mons. Pe. TENA i Garriga Bispo Auxiliar Emérito de Barcelona (Barcelona, Espanha)
 
Hoje é um dia consagrado pelo martírio dos apóstolos São Pedro e São Paulo. «Pedro, primeiro predicador da fé; Paulo, mestre esclarecido da verdade» (Prefácio). Hoje é um dia para agradecer à fé apostólica, que é também a nossa, proclamada por estas duas colunas com sua prédica. É a fé que vence ao mundo, porque crê e anuncia que Jesus é o Filho de Deus: «Simão Pedro respondeu: Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!» (Mt 16,16). As outras festas dos apóstolos São Pedro e São Paulo veem outros aspectos, mas hoje contemplamos aquele que permite nomeá-los como «primeiros predicadores do Evangelho» (Coleta): com seu martírio confirmaram seu testemunho.
 
Sua fé, e a força para o martírio, não lhes veio de sua capacidade humana. Jesus então lhe disse: Feliz é Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus (cf. Mt 16,17). Igualmente, o reconhecimento “daquele que ele perseguia” como Jesus o Senhor foi claramente, para Saulo, obra da graça de Deus. Em ambos os casos, a liberdade humana que pede o ato de fé se apoia na ação do Espírito.
 
A fé dos apóstolos é a fé da Igreja, uma, santa, católica e apostólica. Desde a confissão de Pedro em Cesareia de Felipe, «cada dia, na Igreja, Pedro continua dizendo: ‘Vós sois o Cristo, o Filho do Deus vivo!’» (São Leão Magno). Desde então até nossos dias, uma multidão de cristãos de todas as épocas, idades, culturas e, de qualquer outra coisa que possa estabelecer diferenças entre os homens, proclamou unanimemente a mesma fé vitoriosa.
 
Pelo batismo e a crisma estamos no caminho do testemunho, isto é, do martírio. É necessário que estejamos atentos ao “laboratório da fé” que o Espírito realiza em nós (João Paulo II), e que peçamos com humildade poder experimentar a alegria da fé da Igreja.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Como não há que se opor a vontade do Senhor quem decide, tem respondido com obediência para o que tem querido fazer de mim a mão misericordiosa do Mestre» (São Gregório Magno)
 
« E você, tem sentido alguma vez essa mirada de amor infinito que, mais além de todos seus pecados, limitações e fracassos, continua se fiando em você e mirando sua existência com esperança?» (Francisco)
 
« “(...) E logo começou a proclamar nas sinagogas que Jesus era o Filho de Deus” (At 9,20). Será este, desde o princípio, o núcleo da fé apostólica, primeiramente professada por Pedro como fundamento da Igreja» (Catecismo da Igreja Católica, n° 442)
 
Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela.
 
Do site da Ordem do Carmo em Portugal.
 
* O texto litúrgico da Solenidade de São Pedro e São Paulo é tomado do Evangelho de Mateus (Mt 16,13-19).
No comentário que faremos incluímos também os versículos 20-23, porque no conjunto do texto, do versículo 13 ao 23, Jesus voltando-se para Pedro por duas vezes chama-o de “pedra”. Uma vez pedra de fundamento (Mt 16,18) e outra vez pedra de escândalo (Mt 16,23). As duas afirmações completam-se mutuamente.
 
* Mateus 16,13-16: As opiniões do povo e dos discípulos acerca de Jesus. Jesus quer saber a opinião do povo acerca da sua pessoa. As respostas são muito variadas: João Baptista, Elias, Jeremias, um dos profetas. Quando Jesus pede a opinião dos próprios discípulos, Pedro em nome de todos diz: “Tu és o Cristo o Filho de Deus vivo!”. Esta resposta de Pedro não é nova. Anteriormente, depois de caminhar sobre as águas, já os próprios discípulos tinham feito uma profissão de fé semelhante: “Verdadeiramente tu és o Filho de Deus! (Mt 14, 33). É o reconhecimento de que em Jesus se realizam as profecias do Antigo Testamento. No Evangelho de João a mesma profissão de fé é feita por Marta: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus que havia de vir a este mundo!” (Jo 11, 27).
 
* Mateus 16,17: A resposta de Jesus a Pedro: “És feliz, Simão”. Jesus diz que Pedro é “feliz”, porque recebeu uma revelação do Pai. Tampouco aqui a resposta de Jesus é nova. Já antes Jesus tinha feito uma declaração de felicidade aos discípulos porque viam e ouviam coisas que ninguém antes tinha conhecido (Mt 13,16), e louvou o Pai por ter revelado o Filho aos pequeninos e não aos sábios (Mt 11,25). Pedro é um dos pequeninos a quem o Pai se revela. A percepção da presença de Deus em Jesus não provém “nem da carne nem do sangue”, ou seja, não é o resultado do estudo, nem é mérito de nenhum esforço humano, mas é dom de Deus que o concede a quem quer.
 
* Mateus 16,18-20: As qualificações de Pedro: ser pedra de fundamento e receber em posse as chaves do Reino.
Ser pedra: Pedro deve ser a pedra, a saber, deve ser o fundamento firme para a Igreja, de modo que possa resistir contra os assaltos das portas do inferno. Com estas palavras de Jesus dirigidas a Pedro, Mateus animava as comunidades da Síria e da Palestina que sofriam e eram perseguidas e que viam em Pedro o chefe que as selara desde o princípio. Apesar de serem débeis e perseguidas, elas tinham um fundamento sólido, garantido pela palavra de Jesus. Naquele tempo as comunidades cultivavam uma estreita e muito forte relação afetiva com os chefes que estiveram na sua origem. Assim as comunidades da Síria e da Palestina cultivavam a sua relação com a pessoa de Pedro. As da Grécia com a pessoa de Paulo. Algumas comunidades da Ásia com a pessoa do Discípulo Amado e outras com a pessoa de João do Apocalipse. Uma identificação com estes chefes que as originaram ajudavam-nas a cultivar melhor a própria identidade e espiritualidade. Mas também podia ser motivo de conflito, como no caso da comunidade de Corinto (1Cor 1,11-12). Ser pedra como fundamento da fé evoca a Palavra de Deus dirigida ao povo no desterro da Babilónia: “Escutai-me, vós, os que seguis a justiça, os que procurais Yahvé. Considerai a rocha de que fostes talhados e a pedreira de onde fostes tirados. Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz. Ele era um só, quando o chamei, mas abençoei-o e multipliquei-o” (Is 51,1-2). Aplicada a Pedro esta qualidade de pedra-fundamento, indica um novo começo do povo de Deus.
 
* As chaves do Reino: Pedro recebe as chaves do Reino para atar e desatar, ou seja, para reconciliar  as pessoas com Deus. O mesmo poder de atar e desatar foi dado às comunidades (Mt 18, 8) e aos discípulos (Jo 20, 23). Um dos pontos em que o Evangelho de Mateus mais insiste é o da reconciliação e do perdão (Mt 5, 7.23-24.38-42.44-48; 18, 15-35). Nos anos 80 e 90 na Síria existiam muitas tensões nas comunidades e divisões nas famílias por causa da fé em Jesus. Alguns aceitavam-no como Messias e outros não. Isto era fonte de muitos conflitos e desavenças. Mateus insiste sobre a reconciliação. A reconciliação era e continua a ser um dos mais importantes deveres dos coordenadores das comunidades. Imitando Pedro, devem atar e desatar, isto é, trabalhar para que haja reconciliação, aceitação mútua, construção da verdadeira fraternidade.
 
* A Igreja: A palavra Igreja, em grego ekklesia, aparece 105 vezes no Novo Testamento, quase exclusivamente nos Atos dos Apóstolos e nas Cartas. Somente três vezes nos Evangelhos, e só em Mateus. A palavra significa “assembleia convocada” ou “assembleia escolhida”. Esta indica o povo que se reúne convocado pela Palavra de Deus e procura viver a mensagem do Reino que Jesus trouxe. A Igreja ou a comunidade não é esse Reino mas um instrumento e um sinal do Reino. O Reino é maior. Na Igreja, na comunidade, deve ou deveria aparecer aos olhos de todos o que acontece quando um grupo humano deixa Deus reinar e tomar posse da sua vida.
 
* Mateus 16,21-22: Jesus completa o que falta na resposta de Pedro e este reage e não aceita. Pedro confessara: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!”. Conforme a ideologia dominante do tempo, Pedro imaginava um Messias glorioso. Jesus corrige-o: ”É necessário que o Messias sofra e seja morto em Jerusalém”. Dizendo “é necessário”, Jesus indica que o sofrimento já estava previsto nas profecias (Is 53, 2-8). Se os discípulos aceitam Jesus como Messias e Filho de Deus, devem aceitá-lo também como Messias servo que vai morrer. Não só o triunfo da glória, mas também o caminho da cruz! Mas Pedro não aceita a correção de Jesus e procura dissuadi-lo.
 
* Mateus 16,23: A resposta de Jesus a Pedro: pedra de escândalo. A resposta de Jesus é surpreendente: “Afasta-te, Satanás! Tu és para mim um estorvo, porque os teus pensamentos não são os de Deus, mas os dos homens!”. Satanás é o que nos afasta do caminho que Deus nos traçou. Literalmente Jesus diz: “Coloca-te atrás de mim!”. Pedro queria tomar o comando e indicar a direção do caminho. Jesus diz: “Atrás de mim!”. Quem assinala a direção e o ritmo não é Pedro mas é Jesus. O discípulo deve seguir o mestre. Deve viver em conversão permanente. A palavra de Jesus era também uma mensagem para todos os que conduziam as comunidades. Eles devem “seguir” Jesus e não podem colocar-se à frente como Pedro queria fazer. Não são eles que podem indicar a direção ou o estilo. Pelo contrário, como Pedro, em vez de pedra de apoio, podem converter-se em pedra de escândalo. Assim eram alguns chefes das comunidades nos tempos de Mateus. Havia ambiguidade. O mesmo pode acontecer hoje conosco!
 
* Um retrato de São Pedro.
Pedro de pescador de peixes transformou-se em pescador de homens (Mc 1,7). Era casado (Mc 1,30). Homem bom, muito humano. Estava naturalmente chamado a ser o chefe entre os Doze primeiros discípulos de Jesus. Jesus respeitou essa tendência natural e fez de Pedro o animador da sua primeira comunidade (Jo 21,17). Antes de entrar na comunidade de Jesus, Pedro chamava-se Simão bar Jonas (Mt 16,17), Simão filho de Jonas. Jesus deu-lhe o sobrenome de Cefas ou Pedra, que logo se converteu em Pedro (Lc 6,14).
 
* Por natureza Pedro podia ser tudo menos uma pedra. Era valente no falar mas na hora do perigo deixava-se levar pelo medo e fugia. Por exemplo, naquela vez em que Jesus caminhou sobre as águas, Pedro pediu-lhe: “Jesus, posso também eu caminhar sobre as águas?”. Jesus respondeu: “Vem, Pedro!”. Pedro desce da barca e põe-se a caminhar sobre as águas. Mas quando chega uma onda maior do que o costume, assusta-se, começa a afundar-se e exclama: “Salva-me, Senhor!”. Jesus tomou-o pela mão e salvou-o (Mt 14, 28-31). Na última ceia Pedro diz a Jesus: “Jamais te negarei, Senhor” (Mc 14, 31), mas poucas horas depois, no palácio do sumo sacerdote, diante de uma criada, quando Jesus já tinha sido preso, Pedro negou com juramento ter algo a ver com Jesus (Mc 16, 66-72). No Jardim das Oliveiras, quando Jesus foi preso, Pedro desembainha a espada (Jo 18, 10), mas de imediato foge, deixando Jesus sozinho (Mc 14, 50). Por natureza Pedro não era uma pedra!
 
* Contudo, este Pedro tão débil e tão humano, tão igual a nós, converteu-se em Pedra, porque Jesus rezou por ele dizendo: “Pedro, eu rezei por ti, para que não desfaleça a tua fé. E tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos!” (Lc 22,31-32). Por isso Jesus podia dizer: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja!” (Mt 16, 8). Jesus ajudou-o a ser pedra. Depois da ressurreição, na Galileia, Jesus apareceu a Pedro e perguntou-lhe duas vezes: “Pedro, tu amas-me?”. Pedro respondeu: “Senhor, tu sabes que te amo” (Jo 21,15-16). Quando Jesus lhe fez a mesma pergunta pela terceira vez, Pedro entristeceu-se. Devia ter recordado que negara Jesus três vezes. Pedro respondeu: “Senhor, tu sabes tudo. Tu sabes que te amo”. E foi naquele momento que Jesus lhe confiou o cuidado das ovelhas, dizendo: “Pedro, apascenta as minhas ovelhas!”. Com a ajuda de Jesus a firmeza da pedra crescia em Pedro e revelou-se no dia de Pentecostes.
 
* No dia de Pentecostes, depois da vinda do Espírito Santo, Pedro abriu a porta da sala onde estavam todos reunidos, com as portas fechadas por medo dos judeus (Jo 20, 19) e cheio de coragem começou a anunciar ao povo a Boa Nova de Jesus (At 2,14-40). E nunca mais parou. Por causa deste anúncio corajoso da ressurreição foi preso (At 4,3). No interrogatório foi proibido de anunciar a Boa Nova (At 4,18), mas Pedro não obedeceu. Disse: “Nós pensamos que devemos obedecer antes a Deus do que aos homens!” (At 4,19; 5,29).
 
* Conta a tradição que no fim da vida, quando Pedro estava em Roma, teve um momento de medo. Mas, em seguida, voltou, foi preso e condenado à morte de cruz. Pediu que o crucificassem de cabeça para baixo. Não se julgava digno de morrer do mesmo modo que o seu Mestre Jesus. Pedro foi fiel a si mesmo até ao fim!
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja
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quinta-feira, 26 de junho de 2025

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - Imaculado Coração da Virgem Santa Maria

Sto Ireneu de Lyon, bispo, mártir e doutor da Igreja
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (Is 61,9-11): A linhagem do povo de Deus será conhecida entre os povos e a sua descendência no meio das nações. Quantos os virem terão de os reconhecer como linhagem que o Senhor abençoou. Exulto de alegria no Senhor, a minha alma rejubila no meu Deus, que me revestiu com as vestes da salvação e me envolveu num manto de justiça, como noivo que cinge a fronte com o diadema e a noiva que se adorna com as suas jóias. Como a terra faz brotar os germes e o jardim germinar as sementes, assim o Senhor Deus fará brotar a justiça e o louvor diante das nações.
 
Salmo Responsorial: 1Sam 2
R. O meu coração exulta no Senhor, meu Salvador.
 
Exulta o meu coração no Senhor, no meu Deus se eleva a minha fronte. Abre-se a minha boca contra os inimigos, porque me alegro com a vossa salvação.
 
A arma dos fortes foi destruída e os fracos foram revestidos de força. Os que viviam na abundância andam em busca de pão e os que tinham fome foram saciados. A mulher estéril deu à luz muitos filhos e a mãe fecunda deixou de conceber.
 
É o Senhor quem dá a morte e dá a vida, faz-nos descer ao túmulo e de novo nos levanta. É o Senhor quem despoja e enriquece, é o Senhor quem humilha e exalta.
 
Levanta do chão os que vivem prostrados, retira da miséria os indigentes; fá-los sentar entre os príncipes e destina-lhes um lugar de honra.
 
Aleluia. Bendita seja a Virgem Santa Maria, que conservava a palavra de Deus, meditando-a em seu coração. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 2,41-51): Todos os anos, os pais de Jesus iam a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando completou doze anos, eles foram para a festa, como de costume. Terminados os dias da festa, enquanto eles voltavam, Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Pensando que se encontrasse na caravana, caminharam um dia inteiro. Começaram então a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Mas, como não o encontrassem, voltaram a Jerusalém, procurando-o. Depois de três dias, o encontraram no templo, sentado entre os mestres, ouvindo-os e fazendo-lhes perguntas. Todos aqueles que ouviam o menino ficavam maravilhados com sua inteligência e suas respostas. Quando o viram, seus pais ficaram comovidos, e sua mãe lhe disse: «Filho, por que agiste assim conosco? Olha, teu pai e eu estávamos, angustiados, à tua procura!». Ele respondeu: «Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devo estar naquilo que é de meu pai?». Eles, porém, não compreenderam a palavra que ele lhes falou. Jesus desceu, então, com seus pais para Nazaré e era obediente a eles. Sua mãe guardava todas estas coisas no coração.
 
«Sua mãe guardava todas estas coisas no coração»
 
Rev. D. Jordi PASCUAL i Bancells (Salt, Girona, Espanha)
 
Hoje celebramos a memória do Coração Imaculado de Maria. Um coração sem mancha, cheio de Deus, aberto totalmente a obedecer-lhe e escutar-lhe. O coração, em linguagem da Bíblia, refere-se ao mais profundo da pessoa, de onde emanam todos os seus pensamentos, palavras e obras. O que emana do coração de Maria? Fé, obediência, ternura, disponibilidade, espírito de serviço, fortaleza, humildade, simplicidade, agradecimento, e todo um rol infindável de virtudes.
 
Por quê? A resposta a encontramos nas palavras de Jesus: «Onde está o teu tesouro, aí estará o teu coração» (Mt 6,21). O tesouro de Maria é o seu Filho, e nele tem posto todo o seu coração; os pensamentos, palavras e obras de Maria têm como origem e como fim contemplar e agradar ao Senhor.
 
O Evangelho de hoje dá-nos uma boa mostra disso. Depois de narrarmos a cena do menino Jesus perdido e encontrado no templo, diz-nos que «sua mãe guardava todas estas coisas no coração» (Lc 2,51). São Gregório de Nisa comenta: «Deus deixa-se contemplar pelos que têm o coração purificado». Que guarde Maria no seu coração? Desde a Encarnação até a Ascensão de Jesus ao céu, passando pelas horas amargas do Calvário, são tantas e tantas recordações meditadas e aprofundadas: a alegria da visita do anjo Gabriel manifestando-lhe o desígnio de Deus para Ela, o primeiro beijo e o primeiro abraço a Jesus recém-nascido, os primeiros passos de seu Filho na terra, ver como ia crescendo em sabedoria e em graça, a sua “cumplicidade” nas bodas de Caná, os ensinamentos de Jesus na sua pregação, a dor do salvador da cruz, a esperança no triunfo da Ressurreição.
 
Peçamos a Deus ter o gozo de amá-lo cada dia de um modo mais perfeito, com todo o coração, como bons filhos da Virgem.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«O nó da desobediência de Eva foi desatado pela obediência de Maria» (Santo Irineu de Lião)
 
«A devoção ao Coração de Maria tem muita importância, porque amando seu Filho a humanidade toda, Maria intervinde particularmente como um instrumento que nos conduz para Ele» (São João Paulo II)
 
«O reencontro de Jesus no templo é o único acontecimento que quebra o silencio dos evangelhos sobre os anos ocultos de Jesus. Nele, Jesus deixa entrever o mistério da sua consagração total à missão decorrente da sua filiação divina:” Não sabíeis que Eu tenho de estar na casa do meu Pai?”. Maria e José “não compreenderam” esta palavra, mas acolheram-na fé, e Maria “guardava no coração todas estas recordações”, ao longo dos anos em que Jesus permaneceu oculto no silencio duma vida normal.» (Catecismo da Igreja Católica, n° 534)
 
Nossa Senhora é reflexo da luz divina, como a Lua reflete a do Sol.
 
Pe Paulo Ricardo
 
* Ontem celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus.
Hoje, com muita alegria, nos voltamos para o Coração de nossa Mãe bendita. O que significa celebrar o Imaculado Coração de Maria? Como vimos ontem, o coração é um símbolo visível da realidade invisível da alma e sua capacidade de amar. De fato, o homem tem uma capacidade de amar maior que a dos animais. Nosso bichinho de estimação pode até abanar o rabo e ficar muito feliz de nos ver, mas isso é um afeto bastante limitado. Deus quer que amemos mais, muito mais. Ora, o homem é capaz de passar pelas maiores dificuldades por um grande amor. É capaz de dar a vida, de derramar o próprio sangue por aqueles a quem ama. Atos heroicos e extraordinários de amor já foram feitos ao longo da história. E nem falamos ainda do amor cristão. Mesmo entre pagãos, atos heroicos fizeram muitas pessoas entregar a vida por amor à pátria, para defender a família etc.
 
* Acontece que nós, que temos uma alma capaz de amar com um amor tão sublime, temos também a ferida do pecado original, que leva essa mesma alma, desordenada, a trair de alguma forma sua vocação ao amor. Ora, celebrar o Imaculado Coração de Maria é, antes de tudo, celebrar o fato de que a nossa Mãe bendita não foi mordida pela serpente. Nós temos momentos de egoísmo. Ainda que amemos as pessoas, somos capazes de ser egoístas e ofendê-las. Nossa Senhora não. A alma dela é profundamente ordenada, porque não foi tocada pelo veneno da serpente, do egoísmo, do pecado. Ela é nossa Mãe Imaculada. Mas não celebramos somente isso, ou seja, o fato de Maria ser intacta, nunca tocada por Satanás. Celebramos algo ainda mais importante, uma realidade mais profunda: que ela foi tocada por Deus. Nossa Mãe bendita não foi tocada por Satanás, por isso é Imaculada; mas, no primeiro instante da sua concepção no ventre de Sant’Ana, ela recebeu uma quantidade de graça santificante tão abundante, que ela é verdadeiramente gratia plena, a cheia de graça (κεχαριτωμένη, em grego). Ela abundou em graça, o que quer dizer o seguinte: a capacidade de Maria, ainda pequenina no ventre de Sant’Ana, de amar a Deus e a nós é maior que a de todos os anjos e santos juntos!
 
* Celebramos, portanto, uma obra esplendorosa da misericórdia divina. Nossa Senhora tem um Coração extraordinário. De sua alma humana, por graça divina, é possível ver sair um amor que transborda sobre Deus e sobre nós. Que espetacular, que milagre da graça é o Coração de Maria! Sua alma santíssima é capaz de amar de forma divina. Pela graça, Nossa Senhora foi elevada a amar como o mais perfeito dos homens, com um amor imaculado, intacto, sem mancha de egoísmo, um amor que é a própria caridade divina. Alguém pode pensar que isso é “exagero” de católicos, que “exaltamos demais” Nossa Senhora... Não, não estamos exagerando porque é isso o que vai acontecer conosco no céu. Na glória, iremos amar a Deus com o amor de Deus. Aliás, não só no céu, já aqui o podemos fazer, se estamos em estado de graça. Devemos, porém, ir crescendo neste amor.
 
* Nossa Senhora é reflexo da luz divina, como a Lua reflete a do Sol. Assim como não podemos dizer que a luz da Lua lhe pertence, não podemos dizer que o amor de Maria lhe pertence. O amor dela é reflexo do amor de Deus; portanto, é um amor divino. Não é exagero algum dizer que Maria nos ama com o amor de Deus. É simplesmente verdade. “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”; logo, o Coração da Virgem é dom de Deus para nós. Ao enviar o seu Filho no mundo, Deus não quis que Ele fosse gerado no ventre de uma mulher manchada pelo pecado. Por isso Ele preparou o Coração santíssimo e Imaculado de Maria para amar Jesus. Que alegria, que consolação saber que Cristo não foi recebido no mundo com bofetões e cusparadas, mas com um Coração Imaculado, cheio de graça, capaz de dar o amor que Ele merece!
 
* Nossa Senhora de Fátima disse a Lúcia que o seu Imaculado Coração seria sempre o seu caminho e refúgio. Essa frase serve para todos nós. Vivemos no mundo, mas queremos ir para o céu. Como podemos chegar lá? O Coração de Maria é reflexo do Coração de Jesus. Ora, Ele é o caminho, a verdade e a vida; se Ele é o caminho, o Coração de Maria também o é, por ser reflexo do Coração de Cristo. Imitemos, pois, a Virgem Maria, refugiemo-nos nela quando formos atacados por demônios de todos os lados. O Coração dela é refúgio seguro contra o maligno. Ao mesmo tempo que ela é para nós caminho e refúgio, nós, miseráveis pecadores, que ofendemos tanto essa Mãe bendita, também devemos recordar nosso dever: a necessidade de reparar as ofensas feitas contra ela. Foi para isso que Nossa Senhora quis propagar pelo mundo a devoção dos cinco primeiros sábados do mês. Façamos esse desagravo que Nossa Senhora pediu e que nós, filhos dóceis e generosos, não podemos negar-lhe.
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.

quarta-feira, 25 de junho de 2025

MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS - SOLENIDADE

Nossa Senhora do Perpétuo Socorro
São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja
 
ORAÇÃO PREPARATÓRIA
Senhor Jesus Cristo, unindo-me à divina intenção com que na terra pelo vosso Coração Sacratíssimo rendestes louvores a Deus e ainda agora os rendeis de contínuo e em todo o mundo no Santíssimo Sacramento da Eucaristia até a consumação dos séculos, eu vos ofereço por este dia inteiro, sem exceção de um instante, à imitação do Sagrado Coração da Bem-aventurada Maria sempre Virgem Imaculada, todas as minhas intenções e pensamentos, todos os meus afetos e desejos, todas as minhas obras e palavras. Amém.
 
LECTIO DIVINA
 
1ª Leitura (Ez 34,11-16): Eis o que diz o Senhor Deus: «Eu próprio irei em busca das minhas ovelhas e hei de encontrá-las. Como o pastor que vigia o rebanho, quando estiver no meio das ovelhas que andavam tresmalhadas, assim Eu cuidarei das minhas ovelhas, para as tirar de todos os sítios em que se desgarraram num dia de nevoeiro e de trevas. Arrancá-las-ei de entre os povos e as reunirei dos vários países, para as reconduzir à sua própria terra. Apascentá-las-ei nos montes de Israel, nas ribeiras e em todos os lugares habitados do país. Eu as apascentarei em boas pastagens e terão as suas devesas nos altos montes de Israel. Descansarão em férteis devesas e encontrarão pasto suculento sobre as montanhas de Israel. Eu apascentarei o meu rebanho, Eu o farei repousar, diz o Senhor Deus. Hei de procurar a ovelha que anda perdida e reconduzir a que anda tresmalhada. Tratarei a que estiver ferida, darei vigor à que andar enfraquecida e velarei pela gorda e vigorosa. Hei de apascentar com justiça».
 
Salmo Responsorial: 22
R. O Senhor é meu pastor: nada me faltará.
 
O Senhor é meu pastor: nada me falta. Leva-me a descansar em verdes prados, conduz-me às águas refrescantes e reconforta a minha alma.
 
Ele me guia por sendas direitas por amor do seu nome. Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, não temerei nenhum mal, porque Vós estais comigo: o vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança.
 
Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários; com óleo me perfumais a cabeça e meu cálice transborda.
 
A bondade e a graça hão de acompanhar-me todos os dias da minha vida e habitarei na casa do Senhor para todo o sempre.
 
2ª Leitura (Rom 5,5-11): Irmãos: O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. Quando ainda éramos fracos, Cristo morreu pelos ímpios no tempo determinado. Dificilmente alguém morrerá por um justo; por um homem bom, talvez alguém tivesse a coragem de morrer. Mas Deus prova assim o seu amor para conosco: Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores. E agora, que fomos justificados pelo seu sangue, com muito maior razão seremos por Ele salvos da ira divina. Se, na verdade, quando éramos inimigos, fomos reconciliados com Deus pela morte de seu Filho, com muito maior razão, depois de reconciliados, seremos salvos pela sua vida. Mais ainda: também nos gloriamos em Deus, por Nosso Senhor Jesus Cristo, por quem alcançámos agora a reconciliação.
 
Aleluia. Tomai o meu jugo sobre vós, diz o Senhor, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração. Aleluia.
 
Evangelho (Lc 15,3-7): Então ele contou-lhes esta parábola: «Quem de vós que tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu, até encontrá-la? E quando a encontra, alegre a põe nos ombros e, chegando em casa, reúne os amigos e vizinhos, e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ Eu vos digo: assim haverá no céu alegria por um só pecador que se converte, mais do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão».
 
«Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!»
 
Rev. D. Pedro IGLESIAS Martínez (Ripollet, Barcelona, Espanha)

Hoje celebramos a solenidade do Sagrado Coração de Jesus. Desde tempos remotos, o homem situa “fisicamente” no coração o melhor ou o pior do ser humano. Cristo nos mostra o seu, com as cicatrizes do nosso pecado, como símbolo de seu amor aos homens e, é desde este coração que vivifica e renova a história passada, presente e futura, desde donde contemplamos e podemos compreender a alegria Daquele que encontra o que havia perdido.
 
«Regozijai-vos comigo, achei a minha ovelha que se havia perdido.» (Lc 15,6). Quando escutamos estas palavras, tendemos sempre a situar-nos no grupo dos noventa e nove justos e observamos “distantes” como Jesus oferece a salvação a quantidade de conhecidos nossos que são muito piores que nós... Pois não! a alegria de Jesus tem um nome e um rosto. O meu, o teu, o daquele..., todos somos “a ovelha perdida” por nossos pecados; assim que..., não ponhamos mais lenha no fogo de nossa soberbia, que estamos totalmente convertidos!
 
No tempo em que vivemos, onde o conceito de pecado se relativiza ou se nega, no que o sacramento da penitência é considerado por alguns como uma coisa dura, triste e obsoleta, o Senhor em sua parábola nos fala de alegria, e não o faz somente aqui, pois é uma corrente que atravessa todo o Evangelho. Zaqueu convida Jesus a comer para celebrá-lo, depois de ser perdoado (cf. Lc 19,1-9); o pai do filho pródigo perdoa e dá uma festa por seu retorno (cf. Lc 15,11-32), e o Bom Pastor se regozija por encontrar a quem se havia separado do seu caminho.
 
Dizia São Josemaria que um homem «vale o que vale seu coração». Meditemos desde o Evangelho de Lucas se o preço — que vai marcado na etiqueta do nosso coração— concorda com o valor do resgate que o Sagrado Coração de Jesus pagou por cada um de nós.
 
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«E tu, remido, consideras quem, qual e quão grande é este que está pendurado na cruz por ti» (São Boaventura)
 
«No Coração de Jesus exprime-se o núcleo essencial do cristianismo: o Amor que nos salva e nos faz viver já na eternidade de Deus» (Bento XVI)
 
«O Evangelho é a revelação, em Jesus Cristo, da misericórdia de Deus para com os pecadores (86). O anjo assim o disse a José: ‘Pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o seu povo dos seus pecados’ (Mt 1,21). o mesmo se diga da Eucaristia, sacramento da Redenção: ‘Isto é o meu sangue, o sangue da Aliança, que vai ser derramado por todos para a remissão dos pecados’ (Mt 26,28)» (Catecismo da Igreja Católica, nº 1.846)
 
O coração de Deus enche-se de alegria quando encontra a sua “ovelha” perdida e a reintegra no seu “rebanho”.
 
Província Portuguesa dos Dehonianos
 
* Dentro da grande secção em que Lucas descreve a viagem de Jesus com os discípulos da Galileia para Jerusalém (cf. Lc 9,51-19,28), o cap. 15 ocupa um lugar especial.
Alguns consideram este capítulo o centro do Evangelho de Lucas. As três parábolas que o integram (a “parábola da ovelha tresmalhada” – Lc 15,3-7; a “parábola da moeda perdida” – cf. Lc 15,8-10; e a “parábola do pai misericordioso” – cf. Lc 15,11-32) são conhecidas como “as parábolas sobre a misericórdia de Deus”. O tema da bondade de Deus para com todos os seus filhos, nomeadamente para com os pecadores e os marginais, é um tema muito caro ao evangelista Lucas.
 
* Neste ano, o Evangelho da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus traz-nos a primeira dessas parábolas: a “parábola da ovelha tresmalhada”. Não é uma parábola exclusiva de Lucas, pois também aparece no Evangelho de Mateus (cf. Mt 18,12-14); mas, enquanto em Mateus ela é aplicada à responsabilidade dos chefes da Igreja para com os mais “pequenos” e débeis, em Lucas a parábola serve para ilustrar a misericórdia de Deus para com os pecadores. Os biblistas consideram que o enquadramento de Lucas estará mais próximo da intenção original de Jesus quando contou esta parábola.
 
* No cenário proposto por Lucas, as “parábolas sobre a misericórdia de Deus” são a resposta de Jesus àqueles que O criticavam por acolher os publicanos e os pecadores que vinham escutá-lo: “Este homem acolhe os pecadores e come com eles” (vers. 2). Os cobradores de impostos (“publicanos”) eram considerados exploradores do povo, ao serviço dos romanos, e tinham fama de explorar os seus concidadãos, exigindo-lhes mais do que o imposto estipulado pelas autoridades. Na época, um cobrador de impostos não podia fazer parte da comunidade farisaica; não podia ser juiz, nem prestar testemunho em tribunal sendo, para efeitos judiciais, equiparado ao escravo; estava também privado de diversos direitos cívicos, políticos e religiosos. Os “pecadores” eram todos aqueles que não cumpriam a Lei, não frequentavam a sinagoga ao sábado, não jejuavam, não rezavam três vezes ao dia, não pagavam o tributo ao tempo nem os dízimos, não observavam as leis da pureza.
 
* Ora, Jesus não evitava esta gente. Chegava a sentar-se com eles à mesa, o que significava que os aceitava como amigos e iguais e que tolerava o seu estilo de vida. Isso era absolutamente inaceitável para os fariseus e os doutores da Lei.
 
* Chamamos-lhe a “parábola da ovelha tresmalhada”; contudo, não é uma ovelha, mas sim um pastor o protagonista da história. A atenção dos que escutam esta história deve dirigir-se para o pastor.
 
* Na Palestina do tempo de Jesus, os pastores não estavam muito bem-vistos. Antes de mais, porque levavam sempre consigo, no corpo e nas vestes, o cheiro das ovelhas. Mas, além disso, eram considerados gente violenta, dura e má, que vivia afastada da comunidade, não frequentava a sinagoga, não cumpria a Lei, deixava que os rebanhos destruíssem as colheitas, entrava facilmente em conflito com qualquer um que se lhe atravessasse no caminho. Contudo, nada disso entra nesta parábola. O pastor da história de Jesus é, simplesmente, um pastor que gosta de cada uma das suas ovelhas e que, portanto, não se conforma com a perda de qualquer uma delas. Quando percebe que uma das ovelhas do seu rebanho se perdeu, “perde a cabeça”: deixa as outras noventa e nove para ir à procura da ovelha perdida. A decisão de deixar as outras noventa e nove ovelhas no deserto (não se diz que ele as deixou no curral, ou que confiou a outro pastor o cuidado do seu rebanho) para ir procurar apenas uma, parece ilógica, irrefletida, quase irracional; mas expressa bem a importância que o pastor dá àquela ovelha.
 
* Depois de caminhar pelo deserto sob o sol inclemente, enfrentando perigos e canseiras, o pastor encontrou a ovelha perdida. Não a censurou, não lhe bateu, não a trouxe arrastada por uma corda para que ela não fugisse outra vez. Cheio de alegria, pô-la aos ombros e trouxe-a assim, como se ela não lhe pesasse. Pôr a ovelha aos ombros é um gesto de solicitude, de ternura. Aquela pobre ovelha, depois do tempo que passou sozinha, num ambiente hostil, está cansada e assustada; precisa de carinho, precisa de recuperar as forças. O gesto de pô-la aos ombros é, portanto, um gesto de amor.
 
* Finalmente, o pastor chega à casa com a sua ovelha aos ombros. Está muitíssimo feliz. “Chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’” (vers. 6). Não é excessivo? O facto de perder e de reencontrar uma ovelha é bem banal; merecerá tanto espalhafato? Para o pastor, aquela é “a sua” ovelha. Não a pode perder. Por isso, o reencontro com “a sua” ovelha encheu-o de alegria; e, na perspectiva do pastor, essa alegria tem de ser partilhada.
 
* Chegados aqui, o cenário da parábola muda totalmente. Somos transportados da aldeia onde o pastor está a celebrar com os amigos e vizinhos, para o céu, para o espaço de Deus. Segundo Jesus, “haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se converta, do que por noventa e nove justos, que não precisam de conversão” (vers. 7). O coração de Deus enche-se de alegria quando reencontra, quando recupera e traz para casa, um dos seus filhos “perdidos”.
 
* Era aqui que Jesus queria chegar. Ele tinha sido acusado de se dar com gente reprovável, apontada a dedo pela sociedade, como os cobradores de impostos e as mulheres de má vida. Era verdade. Ele convivia com gente duvidosa, com pessoas a quem os “justos” preferiam evitar, com pessoas que eram anatematizadas e marginalizadas por causa dos seus comportamentos escandalosos. Certamente não foram os discípulos a inventar para Jesus o injurioso apelativo de “comilão e bêbedo, amigo de publicanos e de pecadores (Mt 11,19; cf. 15,1-2). Por que é que Jesus se dava com essas pessoas?
 
* Porque Ele conhecia o coração do Seu Pai. Sabia que o coração de Deus é um coração de Pai e de Mãe, um coração cheio de amor pelos seus filhos. E Jesus veio, enviado pelo Pai, para dizer isso aos homens. A solicitude de Jesus para com os pecadores mostra-lhes que Deus não os rejeita, que Deus os convida a fazer parte da sua família. O projeto de salvação de Deus não é um condomínio fechado, com seguranças armados ao portão, que têm por missão evitar a entrada de indesejáveis; mas é uma proposta universal, onde todos os homens e mulheres têm lugar, porque todos, todos, todos – maus e bons – são filhos queridos e amados do Pai/Deus.
 
* A “parábola da ovelha perdida” pretende, dar conta desta realidade. A atitude desproporcionada de “deixar as noventa e nove ovelhas no deserto para ir ao encontro da que estava perdida” sublinha a imensa preocupação de Deus por cada homem que se afasta da comunidade da salvação e o singular amor de Deus por todos os homens que necessitam de libertação. O “pôr a ovelha aos ombros” significa o cuidado e a solicitude de Deus, que trata com amor e com cuidados de Pai os filhos feridos e magoados; a alegria desmesurada do “pastor” significa a felicidade imensa de Deus sempre que o homem reentra no caminho da felicidade e da vida plena.
 
* Jesus anuncia, aqui, a salvação de Deus oferecida aos pecadores, não porque estes se tornaram dignos dela mediante as suas boas obras, mas porque o próprio Deus Se solidariza com os excluídos e lhes oferece a salvação. Cumpre-se assim a profecia de Ezequiel que nos foi apresentada na primeira leitura: Deus vai assumir-Se (através de Jesus) como o “Bom Pastor”, que cuidará com amor de todas as ovelhas e, de forma especial, das desencaminhadas e perdidas.
 
* A parábola do pastor que deixa tudo o que tem em mãos para procurar a sua ovelha perdida, que manifesta o seu carinho à ovelha reencontrada trazendo-a aos ombros no regresso a casa, que faz festa com os amigos e vizinhos porque no seu coração há uma alegria incomensurável, fala-nos de um Deus que tem coração, de um Deus que ama sem medida, de um Deus que nunca deixará para trás os seus queridos filhos, façam eles o que fizerem. Podemos, em determinados momentos da nossa vida, sentirmo-nos abandonados, desanimados, esquecidos, perdidos; mas Deus anda sempre à nossa procura e, mais tarde ou mais cedo, encontra-nos. A certeza do amor de Deus fortalece cada um dos nossos passos, alimenta a nossa esperança, enche de significado os nossos esforços, aponta ao futuro de felicidade e de vida plena que nos espera quando o nosso caminho na terra chegar ao fim. Jesus quis que conhecêssemos o amor de Deus. Mostrou-o nas suas palavras, nos seus gestos, na sua entrega até ao extremo na cruz. Celebrar a Solenidade do Coração de Jesus é contemplar o amor de Deus e deixar-se tocar por esse amor. Sentimos verdadeiramente que, a cada passo, caminhamos envolvidos pelo amor de Deus?
 
* Jesus experimentava a cada instante o amor de Deus, vivia mergulhado no amor de Deus.
“Tocado” por esse amor, testemunhava-o nas suas palavras e nos seus gestos. Quando alguém se sente tão profundamente amado como Jesus se sentia, percebe que tem de dar testemunho do amor. Por isso, Jesus curava os doentes, abraçava as crianças, defendia as mulheres privadas dos seus direitos e da sua dignidade, sentava-se à mesa com os publicanos e pecadores… Jesus era autenticamente um “profeta do amor”. Ora, nós frequentamos a “escola” de Jesus. Através d’Ele conhecemos e experimentamos o amor de Deus. Vimos como Jesus, na cruz, amou até ao extremo, até ao dom total de si mesmo. Comprometemo-nos a segui-lo, a viver ao seu estilo. Aceitamos ser “profetas do amor”, obreiros da paz, servidores da reconciliação junto dos irmãos que “viajam” ao nosso lado pelos caminhos da vida? Somos, pelos gestos que fazemos, pela misericórdia que manifestamos para com todos, pela maneira bondosa como acolhemos cada pessoa, sinais vivos do amor que Deus tem por todos os seus filhos?
 
* A proximidade de Jesus com os mais frágeis, os menores, os doentes, as crianças, as mulheres, os marginalizados, os que eram considerados “malditos” pela religião do Templo, sugere o especial carinho de Deus pelos seus filhos e filhas mais necessitados de salvação. Sim, Deus ama todos os seus filhos, sem exceção; mas olha com uma ternura especial para aqueles e aquelas que ninguém quer, que ninguém ama, que não têm espaço na mesa onde a sociedade todos os dias se alimenta. Como olhamos para as pessoas mais simples e mais humildes, as mais abandonadas, as mais esquecidas, as que a sociedade rejeita, as que nunca contam para nada, as que são invisíveis mesmo quando estão presentes, as que todos desprezam, as que nunca ninguém escuta, as que nunca se impõem nem defendem os seus direitos, as que nos inspiram repulsa? Conseguimos olhar para elas com o mesmo olhar de Jesus e amá-las como Jesus amava?
 
* Tornar o amor de Deus uma realidade viva no mundo significa também lutar objetivamente contra tudo o que gera ódio, injustiça, opressão, mentira, sofrimento. Foi exatamente isso que Jesus fez. Ele nunca se conformou com uma sociedade construída sobre o egoísmo, a violência, a maldade, a exploração dos mais fracos. Para Jesus, uma sociedade que não se construísse sobre o amor e a misericórdia era uma sociedade iníqua, que subvertia o projeto de Deus para os homens. Combatemos tudo aquilo que desfeia o nosso mundo e destrói o amor, a justiça e a paz? O nosso silêncio, a nossa indiferença, a nossa cobardia diante da injustiça e da maldade não nos tornará cúmplices daqueles que desumanizam o mundo e matam o amor?
 
* O grande projeto de Jesus era construir o Reino de Deus, isto é, um mundo onde o amor fosse o valor supremo. Foi para construir a civilização do amor, que Ele deu a sua vida até ao extremo, até à última gota de sangue. Estamos realmente a construir um mundo humanizado pelo amor? As nossas comunidades cristãs e religiosas, os nossos cartórios paroquiais e as resseções das nossas igrejas, as nossas obras sociais, os nossos serviços de acolhimento e de hospitalidade, os nossas creches, os nossos colégios para a educação da juventude, os nossos centros de dia, os nossos lares de idosos, os nossos hospitais, são espaços onde se constrói a civilização do amor?
 
LADAINHA DO SAGRADO CORAÇÃO
 

Senhor, tende piedade de nós.
Jesus Cristo, tende piedade de nós.
Senhor, tende piedade de nós.
 
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, atendei-nos.
 
Deus Pai dos Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, tende piedade de nós.
Deus Espírito Santo, tende piedade de nós.
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
 
Coração de Jesus, Filho do Pai Eterno, tende piedade de nós.
Coração de Jesus, formado pelo Espírito Santo no seio da Virgem Mãe, ...
Coração de Jesus, unido substancialmente ao Verbo de Deus, ...
Coração de Jesus, de majestade infinita, ...
Coração de Jesus, templo santo de Deus, ...
Coração de Jesus, tabernáculo do Altíssimo,...
Coração de Jesus, casa de Deus e porta do céu, ...
Coração de Jesus, fornalha ardente de caridade, ...
Coração de Jesus, receptáculo de justiça e amor, ...
Coração de Jesus, abismo de todas as virtudes, ...
Coração de Jesus, digníssimo de todo o louvor, ...
Coração de Jesus, rei e centro de todos os corações, ...
Coração de Jesus, no qual estão todos os tesouros da sabedoria e ciência, ...
Coração de Jesus, no qual habita toda a plenitude da divindade, ...
Coração de Jesus, no qual o Pai celeste põe as suas complacências, ...
Coração de Jesus, de cuja plenitude nós todos participamos, ...
Coração de Jesus, desejo das colinas eternas,...
Coração de Jesus, paciente e misericordioso, ...
Coração de Jesus, rico para todos os que vos invocam,...
Coração de Jesus, fonte de vida e santidade, ...
Coração de Jesus, propiciação para os nossos pecados, ...
Coração de Jesus, saturado de opróbios, ...
Coração de Jesus, atribulado por causa de nossos crimes,...
Coração de Jesus, feito obediente até a morte, ...
Coração de Jesus, atravessado pela lança,...
Coração de Jesus, fonte de toda a consolação,...
Coração de Jesus, nossa vida e ressurreição, ...
Coração de Jesus, nossa paz e reconciliação, ...
Coração de Jesus, vítima dos pecadores, ...
Coração de Jesus, salvação dos que em vós esperam, ...
Coração de Jesus, esperança dos que em vós expiram, ...
Coração de Jesus, delícia de todos os Santos,...
 
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
 
V. — Jesus, manso e humilde de coração,
R. — Fazei o nosso coração semelhante ao vosso.
 
ORAÇÃO
Onipotente e eterno Deus, olhai para o Coração de vosso diletíssimo Filho e para os louvores e satisfações que ele vos tributa em nome dos pecadores, e àqueles que invocam vossa misericórdia, concedei benigno o perdão, em nome do mesmo Jesus Cristo, vosso Filho, que convosco vive e reina juntamente com o Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
 
CONSAGRAÇÃO AO CORAÇÃO DE JESUS (composta por Sta. Margarida Maria)
Eu...(Nome), dou e consagro ao Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo a minha pessoa e minha vida, minhas ações, penas e dores, não querendo servir-me de parte alguma de meu ser, senão para o honrar, amar e glorificar É esta a minha vontade irrevogável - pertencer-lhe e fazer tudo por seu amor, renunciando completamente ao que não for do seu agrado.
Eu vos tomo, pois, ó Sagrado Coração, por único objeto de meu amor, protetor de minha vida, segurança da minha salvação, remédio da minha fragilidade e inconstância, reparador de todos os meus defeitos e asilo seguro na hora da morte.
Sede, ó Coração de bondade, minha justificação para com Deus, vosso Pai, e afastai de mim os castigos de sua cólera. Ó Coração de amor, ponho em vós toda a minha confiança, pois tudo receio de minha fraqueza e malícia, mas tudo espero da vossa bondade. Destruí em mim tudo o que vos possa desagradar ou resistir. Que o vosso puro amor se grave tão profundamente no meu coração, que eu não possa jamais me esquecer nem me separar de Vós.
Suplico-vos, também, por vossa suma bondade, que o meu nome seja escrito em vós, pois quero fazer consistir toda a minha felicidade e minha glória em viver e morrer convosco, na qualidade de vossa (o) escrava (o). Assim seja.