Salmo Responsorial: 33
R. pobre clamou e o Senhor ouviu a
sua voz.
A toda a
hora bendirei o Senhor, o seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma
gloria-se no Senhor: escutem e alegrem-se os humildes.
Voltai-vos
para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este
pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as suas angústias.
A face do
Senhor volta-se contra os que fazem o mal, para apagar da terra a sua memória.
Os justos clamaram e o Senhor os ouviu, livrou-os de todas as angústias.
O Senhor
está perto dos que têm o coração atribulado e salva os de ânimo abatido. O
Senhor defende a vida dos seus servos, não serão castigados os que n’Ele se
refugiam.
Aleluia. Vinde,
Senhor, e não tardeis, perdoai os pecados do vosso povo. Aleluia.
Evangelho (Mt
21,28-32): Naquele tempo, Jesus disse aos
sacerdotes: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao
primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não
quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e
disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual
dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam:
“O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e
as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós,
caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as
prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes,
para crer nele».
«‘Não quero’. Mas
depois mudou de atitude e foi?»
Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès,
Barcelona, Espanha)
Em outro
momento, Jesus dará a doutrina que ensina esta parábola: «Nem todo aquele que
me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a
vontade de meu Pai que está nos céus». (Mt 7,21). Como escreveu Santo
Agostinho, «Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se
identificar com a vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à
tua». Na língua catalã se diz que um menino “creu” (“crê”), quando ele obedece:
crê!, quer dizer, identificamos a obediência com a Fé, com a confiança naquilo
que nos dizem.
Obediência vem de “ob-audire”: escutar com grande atenção. Manifesta-se na oração, em não nos fazer-nos de surdos à voz do Amor. «Os homens tendemos a nos “defender”, a nos apegar ao nosso egoísmo. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a Fé. As vezes o Senhor sugere seu querer em voz baixa, lá no fundo da consciência: e é necessário estarmos atentos, para distinguir essa voz e ser-lhe fiel» (São Josemaría Escrivá). Cumprir a vontade de Deus é ser santo; obedecer não é ser uma simples marionete nas mãos dos outros, mas interiorizar o que se deve cumprir: e, assim, fazê-lo porque “tenho vontade”.
Nossa Mãe a
Virgem, mestra na “obediência da Fé”, nos ensinará a forma de aprender a
obedecer a vontade do Pai.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* Mateus 21, 28-30: A história dos
dois filhos
Jesus faz
uma pergunta inicial: "O que vocês acham disto?” É para chamar a atenção
das pessoas para que prestem muita atenção na história que segue. Em seguida
vem a história: "Certo homem tinha dois filhos. Ele foi ao primeiro, e
disse: 'Filho, vá trabalhar hoje na vinha'. O filho respondeu: 'Não quero'. Mas
depois arrependeu-se, e foi. O pai dirigiu-se ao segundo, e disse a mesma
coisa. Esse respondeu: 'Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi”. Trata-se de uma
história da vida familiar de cada dia. As pessoas que o escutam Jesus entendem
do assunto, pois já o devem ter vivido várias vezes em sua própria casa. Por
ora ainda não apareceu o que Jesus tem em mente. O que será que ele quer
alcançar com esta história?
* Mateus 21, 31ª: O envolvimento das
autoridades na história dos dois filhos
Jesus
formulou a história em forma de uma pergunta. No início ele disse: “O que vocês
acham disto?” e no fim ele termina perguntando: “Qual dos dois fez a vontade do
pai?" Os que escutam são pais de família e eles respondem a partir do que
já deve ter acontecido várias vezes com seus próprios filhos: Os chefes dos
sacerdotes e os anciãos do povo responderam: "O primeiro". Esta é a
resposta que Jesus queria ouvir deles e por onde ele os pega em flagrante para
comunicar sua mensagem.
* Mateus 21, 31b-32: A conclusão de
Jesus
“Então Jesus
lhes disse: "Pois eu garanto a vocês: os cobradores de impostos e as
prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino do Céu. Porque João veio até
vocês para mostrar o caminho da justiça, e vocês não acreditaram nele. Os
cobradores de impostos e as prostitutas acreditaram nele. Vocês, porém, mesmo
vendo isso, não se arrependeram para acreditar nele." A conclusão de Jesus
é evidente e muito dura. Na opinião dos sacerdotes e dos anciãos, os publicanos
e as prostitutas eram pessoas pecadoras e impuras que não faziam a vontade do
Pai. Na opinião de Jesus, publicanos e prostitutas, de fato, diziam “Não
quero”, mas acabaram fazendo a vontade do Pai, pois se arrependeram diante da
pregação de João Batista. Enquanto eles, os sacerdotes e publicanos que
oficialmente sempre dizem “Sim, senhor, eu vou!”, mas acabaram não observando a
vontade do Pai, pois não quiseram acreditar em João Batista.
Faça um confronto pessoal da leitura
com a vida
1) Com qual dos dois filhos eu me identifico?
2) Quem são hoje as prostitutas e os publicanos que dizem
“Não quero!”, mas que acabam fazendo a vontade do Pai?
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