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domingo, 13 de dezembro de 2020

Terça-feira da 3ª semana do Advento


1ª Leitura (Sof 3,1-2.9-13): Eis o que diz o Senhor: «Ai da cidade rebelde e impura, ai da cidade opressora! Não escutou nenhum apelo, nem aceitou qualquer aviso. Não confiou no Senhor, nem se aproximou do seu Deus. Mas Eu darei aos povos lábios puros, para que todos invoquem o nome do Senhor e O sirvam de coração unânime. Do outro lado dos rios da Etiópia, os meus adoradores virão trazer-Me ofertas. Nesse dia não te envergonharás das ações com que Me ofendeste, porque afastarei do meio de ti os fanfarrões e arrogantes e não tornarás a vangloriar-te no meu santo monte. Só deixarei ficar no meio de ti um povo pobre e humilde e procurarão refúgio no nome do Senhor os sobreviventes de Israel. Não voltarão a cometer injustiças, não tornarão a dizer mentiras, nem mais se encontrará na sua boca uma língua enganadora. Por isso terão pastagem e repouso, sem que ninguém os perturbe».

Salmo Responsorial: 33

R. pobre clamou e o Senhor ouviu a sua voz.

A toda a hora bendirei o Senhor, o seu louvor estará sempre na minha boca. A minha alma gloria-se no Senhor: escutem e alegrem-se os humildes.

Voltai-vos para Ele e ficareis radiantes, o vosso rosto não se cobrirá de vergonha. Este pobre clamou e o Senhor o ouviu, salvou-o de todas as suas angústias.

A face do Senhor volta-se contra os que fazem o mal, para apagar da terra a sua memória. Os justos clamaram e o Senhor os ouviu, livrou-os de todas as angústias.

O Senhor está perto dos que têm o coração atribulado e salva os de ânimo abatido. O Senhor defende a vida dos seus servos, não serão castigados os que n’Ele se refugiam.

Aleluia. Vinde, Senhor, e não tardeis, perdoai os pecados do vosso povo. Aleluia.

Evangelho (Mt 21,28-32): Naquele tempo, Jesus disse aos sacerdotes: «Que vos parece? Um homem tinha dois filhos. Dirigindo-se ao primeiro, disse: ‘Filho, vai trabalhar hoje na vinha!’ O filho respondeu: ‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi. O pai dirigiu-se ao outro filho e disse a mesma coisa. Este respondeu: ‘Sim, senhor, eu vou’. Mas não foi. Qual dos dois fez a vontade do pai?” Os sumos sacerdotes e os anciãos responderam: “O primeiro.” Então Jesus lhes disse: “Em verdade vos digo que os publicanos e as prostitutas vos precedem no Reino de Deus. Pois João veio até vós, caminhando na justiça, e não acreditastes nele. Mas os publicanos e as prostitutas creram nele. Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes, para crer nele».

«‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi?»

Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)

Hoje contemplamos o pai que tem dois filhos e diz ao primeiro: «Filho, vai trabalhar hoje na vinha» (Mt 21,28). O filho respondeu: «‘Não quero’. Mas depois mudou de atitude e foi» (Mt 21,29). Ao segundo lhe disse o mesmo. Este respondeu: «Sim, senhor, eu vou»; mas não foi... (cf. Mt 21,30). O importante não é dizer “sim”, mas “fazer”. Há um dito que afirma «obras são amores e não boas razões».

Em outro momento, Jesus dará a doutrina que ensina esta parábola: «Nem todo aquele que me diz: Senhor, Senhor, entrará no Reino dos Céus, mas sim aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus». (Mt 7,21). Como escreveu Santo Agostinho, «Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus; e não torcida a de Deus para se acomodar à tua». Na língua catalã se diz que um menino “creu” (“crê”), quando ele obedece: crê!, quer dizer, identificamos a obediência com a Fé, com a confiança naquilo que nos dizem.

Obediência vem de “ob-audire”: escutar com grande atenção. Manifesta-se na oração, em não nos fazer-nos de surdos à voz do Amor. «Os homens tendemos a nos “defender”, a nos apegar ao nosso egoísmo. Deus exige que, ao obedecer, ponhamos em exercício a Fé. As vezes o Senhor sugere seu querer em voz baixa, lá no fundo da consciência: e é necessário estarmos atentos, para distinguir essa voz e ser-lhe fiel» (São Josemaría Escrivá). Cumprir a vontade de Deus é ser santo; obedecer não é ser uma simples marionete nas mãos dos outros, mas interiorizar o que se deve cumprir: e, assim, fazê-lo porque “tenho vontade”.

Nossa Mãe a Virgem, mestra na “obediência da Fé”, nos ensinará a forma de aprender a obedecer a vontade do Pai.

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

* O evangelho de hoje traz uma parábola. Como de costume, Jesus conta uma história tirada da vida quotidiana das famílias; história comum que fala por si e não necessita de muita explicação. Em seguida, por meio de por meio de uma pergunta muito simples, Jesus procura envolver os ouvintes e comunicar uma mensagem para que se envolvam na história sem, por ora, se darem conta do objetivo que Jesus tinha em mente. Depois que deram a resposta à pergunta, Jesus aplica a história e os ouvintes se dão conta de que eles se condenaram a si mesmos. Vejamos:

* Mateus 21, 28-30: A história dos dois filhos

Jesus faz uma pergunta inicial: "O que vocês acham disto?” É para chamar a atenção das pessoas para que prestem muita atenção na história que segue. Em seguida vem a história: "Certo homem tinha dois filhos. Ele foi ao primeiro, e disse: 'Filho, vá trabalhar hoje na vinha'. O filho respondeu: 'Não quero'. Mas depois arrependeu-se, e foi. O pai dirigiu-se ao segundo, e disse a mesma coisa. Esse respondeu: 'Sim, senhor, eu vou'. Mas não foi”. Trata-se de uma história da vida familiar de cada dia. As pessoas que o escutam Jesus entendem do assunto, pois já o devem ter vivido várias vezes em sua própria casa. Por ora ainda não apareceu o que Jesus tem em mente. O que será que ele quer alcançar com esta história?

* Mateus 21, 31ª: O envolvimento das autoridades na história dos dois filhos

Jesus formulou a história em forma de uma pergunta. No início ele disse: “O que vocês acham disto?” e no fim ele termina perguntando: “Qual dos dois fez a vontade do pai?" Os que escutam são pais de família e eles respondem a partir do que já deve ter acontecido várias vezes com seus próprios filhos: Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: "O primeiro". Esta é a resposta que Jesus queria ouvir deles e por onde ele os pega em flagrante para comunicar sua mensagem.

* Mateus 21, 31b-32: A conclusão de Jesus

“Então Jesus lhes disse: "Pois eu garanto a vocês: os cobradores de impostos e as prostitutas vão entrar antes de vocês no Reino do Céu. Porque João veio até vocês para mostrar o caminho da justiça, e vocês não acreditaram nele. Os cobradores de impostos e as prostitutas acreditaram nele. Vocês, porém, mesmo vendo isso, não se arrependeram para acreditar nele." A conclusão de Jesus é evidente e muito dura. Na opinião dos sacerdotes e dos anciãos, os publicanos e as prostitutas eram pessoas pecadoras e impuras que não faziam a vontade do Pai. Na opinião de Jesus, publicanos e prostitutas, de fato, diziam “Não quero”, mas acabaram fazendo a vontade do Pai, pois se arrependeram diante da pregação de João Batista. Enquanto eles, os sacerdotes e publicanos que oficialmente sempre dizem “Sim, senhor, eu vou!”, mas acabaram não observando a vontade do Pai, pois não quiseram acreditar em João Batista.

Faça um confronto pessoal da leitura com a vida

1) Com qual dos dois filhos eu me identifico?

2) Quem são hoje as prostitutas e os publicanos que dizem “Não quero!”, mas que acabam fazendo a vontade do Pai?

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