Santo Antônio Maria Claret, bispo
Salmo Responsorial:
121
R. Vamos com alegria para a casa do
Senhor.
Alegrei-me
quando me disseram: «Vamos para a casa do Senhor». Detiveram-se os nossos
passos às tuas portas, Jerusalém.
Jerusalém,
cidade bem edificada, que forma tão belo conjunto! Para lá sobem as tribos, as
tribos do Senhor.
Segundo o
costume de Israel, para celebrar o nome do Senhor; ali estão os tribunais da
justiça, os tribunais da casa de David.
Aleluia. Eu não quero
a morte do pecador, diz o Senhor, mas que se converta e viva. Aleluia.
Evangelho (Lc 13,1-9):
Nesse momento, chegaram algumas pessoas trazendo a
Jesus notícias a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando o
sangue deles com o dos sacrifícios que ofereciam. Ele lhes respondeu: «Pensais
que esses galileus eram mais pecadores do que qualquer outro galileu, por terem
sofrido tal coisa? Digo-vos que não. Mas se vós não vos converterdes,
perecereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram quando a torre
de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que qualquer outro
morador de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, perecereis
todos do mesmo modo». E Jesus contou esta parábola: «Certo homem tinha uma
figueira plantada na sua vinha. Foi lá procurar figos e não encontrou. Então
disse ao agricultor: Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira
e nada encontro. Corta-a! Para que está ocupando inutilmente a terra? Ele,
porém, respondeu: ‘Senhor, deixa-a ainda este ano. Vou cavar em volta e pôr
adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então a cortarás’».
«Foi lá procurar figos
(...) e não encontrou»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret (Vic, Barcelona,
Espanha)
As
inventivas de Jesus contra os escribas e os fariseus mais claras e diretas em
outras passagens do Evangelho são terríveis. Não podemos ler ou ouvir o que
acabamos de escutar e ler sem que estas palavras nos cheguem ao fundo do
coração, se realmente as escutamos e entendemos.
O direi no
plural, uma vez que todos experimentamos a distância entre o que parecemos ser
e o que realmente somos. É o que se passa com os políticos quando nos
aproveitamos do país, proclamando que estamos ao seu serviço; com os agentes de
segurança quando protegemos grupos corruptos em nome da ordem pública; com os
profissionais de saúde quando eliminamos vidas incipientes ou terminais em nome
da medicina; com os meios de comunicação social quando falseamos as notícias e
pervertemos as pessoas afirmando que as estamos divertindo; com os
administradores dos fundos públicos quando desviamos parte deles para os nossos
bolsos (individuais ou do partido) e alardeamos honestidade pública; com os
leigos quando impedimos a dimensão pública da religião em nome da liberdade de
consciência; com os religiosos quando vivemos das nossas instituições sem
fidelidade ao espírito e às exigências dos fundadores; com os sacerdotes quando
vivemos do altar mas não servimos abnegadamente os nossos fiéis, com espírito
evangélico; etc.
Ah! E tu e
eu também, na medida em que a nossa consciência nos diz o que devemos fazer e
deixamos de o fazer para nos dedicarmos unicamente a ver o argueiro no olho dos
outros, sem sequer querer dar-nos conta da trave que cega o nosso. Ou não?
- Jesus,
Salvador do mundo, salva-nos das nossas pequenas, médias e grandes hipocrisias!
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 13,1: O acontecimento que
pede uma explicação
“Nesse
tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que
Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios”. Quando lemos os jornais
ou quando assistimos ao noticiário na TV, recebemos muitas informações, mas nem
sempre avaliamos todo o seu significado. Escutamos tudo, mas não sabemos bem o
que fazer com tantas informações e notícias. Notícias terríveis como tsunami,
terrorismo, guerras, fome, violência, crime, atentados, etc. Assim foram levar
a Jesus a notícia do terrível massacre que Pilatos, governador romano, fez com
alguns peregrinos samaritanos. Notícias assim nos incomodam. Elas nos derrubam:
“O que posso fazer?” Para acalmar a consciência, muitos se defendem e dizem:
“Culpa deles! Não trabalharam! Povo preguiçoso!” No tempo de Jesus, o povo se
defendia dizendo: “Castigo de Deus pelos pecados deles!” (Jo 9,2-3). Desde
séculos se ensinava: “Os samaritanos não prestam. Eles tem uma religião
errada!” (2Rs 17,24-41)!
* Lucas 13,2-3: A resposta de Jesus
Jesus tem
outra opinião. "Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal
sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? De modo algum, lhes
digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo”. Jesus
ajuda as pessoas a ler os fatos com outros olhos e a tirar uma conclusão para a
sua vida. Ele diz que não foi castigo de Deus. Pelo contrário. “E se vocês não
se converterem, vão morrer todos do mesmo modo” Ele procura alertar para o
apelo à conversão e mudança.
* Lucas 13,4-5: Jesus comenta um
outro fato
“E aqueles
dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês
que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Deve ter
sido um desastre muito comentado na cidade. Um temporal derrubou a torre de
Siloé e matou dezoito pessoas que estavam se abrigando debaixo dela. O
comentário normal era: “Castigo de Deus!” Jesus repete: “De modo algum, lhes
digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo".
Eles não fizeram a conversão, a mudança, e quarenta anos depois Jerusalém foi
destruída e muita gente morreu assassinado no Templo como os samaritanos e
muito mais gente morreu debaixo dos escombros das muralhas da cidade. Jesus
tentou prevenir, mas não atenderam ao pedido de paz: “Jerusalém! Jerusalém!”
(Lc 13,34). Jesus ensina a descobrir os apelos que vem dos acontecimentos da
vida do dia-a-dia.
* Lucas 13,6-9: Uma parábola para
fazer o povo pensar e descobrir o projeto de Deus
"Certo
homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos,
e não encontrou. Então disse ao agricultor: Olhe! Hoje faz três anos que venho
buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí
esgotando a terra. Mas o agricultor respondeu: Senhor, deixa a figueira ainda
este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. Quem sabe, no futuro ela dará
fruto! Se não der, então a cortarás”. Muitas vezes, a vinha é usada tanto para
indicar o carinho que Deus para com seu povo, como a falta de correspondência
da parte do povo ao amor de Deus (Is 5,1-7; 27,2-5; Jr 2,21; 8,13; Ez 19,10-14;
Os 10,1-8; Mq 7,1; João 15,1-6). Na parábola, o proprietário da vinha é Deus
Pai. O agricultor que intercede pela vinha é Jesus. Ele insiste com o Pai para
alargar o espaço da conversão.
Para um confronto pessoal
1) O povo de Deus a vinha de Deus. Eu sou um pedaço desta
vinha. Aplico a mim a parábola da vinha. Que conclusões tiro?
2) O que faço com as notícias que recebo? Procuro ter uma
opinião crítica, ou sigo a opinião da maioria e dos meios de comunicação?
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