segunda-feira, 18 de junho de 2012


MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Décimo nono dia
Agonia do Sagrado Coração de Jesus no Jardim das Oliveiras

      Um dia em que Santa Margarida Maria considerava atentamente na oração a tristeza e agonia de Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras, disse-lhe o Divino Mestre: «Foi aí que sofri interiormente mais do que em todo o resto de minha Paixão, vendo-me em geral desamparo do céu e da terra, carregado de todos os pecados dos homens. Compareci assim diante da santidade de Deus que, sem atender à minha inocência, feriu-me em seu furor, fazendo-me esgotar o cálice que continha o fel e a amargura de sua justa indignação, como se se tivesse esquecido que era Pai, para sacrificar-me à sua cólera. Criatura alguma poderá avaliar a intensidade dos tormentos que então sofri pelo gênero humano».
À terrível vista de seu Pai irritado, reunia-se ainda no Coração de Jesus a compaixão dos próprios males e dos do gênero humano.
O terceiro sofrimento do Coração de Jesus foi a sua compaixão por si mesmo. A expectativa dos males é ordinariamente mais penosa do que os próprios males. Jesus Cristo consentiu que durante esta agonia todos os tormentos da Paixão se aglomerassem, e se delineassem em seu espírito com todas as circunstâncias que os tornavam tão dolorosos como ignominiosos: quis de alguma maneira saborear toda a sua amargura e sofrê-los em seu Coração antes de experimentá-los no corpo. Os cravos, as cordas, a cruz, as varas, os espinhos, o fel, o vinagre, os escarros, as bofetadas, o manto de púrpura, o cetro de irrisão, os insultos dos inimigos, o abandono dos amigos, a traição de um Apóstolo, a negação de outro, tudo previu, tudo aceitou, durante esta pungente e mortal agonia.
Quarto sofrimento do Coração de Jesus: sua compaixão pelo gênero humano, que amava com sumo amor. "Pois Ele não se limitava a deplorar-lhe a perda em geral; compadecia-se porém dos males de cada pessoa dessa multidão, afligindo-se com seus pecados, não em massa, mas em particular; de modo que não houvesse pecado algum cometido ou por cometer, mortal ou venial, que não contribuísse, segundo sua medida, para dilacerar o Coração de Nosso Senhor" (Santa Ângela de Foligno).
Justos ou pecadores, todos nós lançamos nossa parte de amargura nesse Coração compassivo, causamos esta cruel agonia. Seria mister enumerar a multidão de homens que viveram e viverão até o fim dos tempos, o número e a enormidade horrorosa de seus crimes, o amor imenso em que ardia este Sagrado Coração pelas almas, o veemente desejo que o incitava a salvá-las todas, para se formar ideia das angústias e agonias dele.
Acrescente-se a esta vista da perda das almas e de sua ingratidão, todas as dores e provações físicas e morais do gênero humano, que vinham lançar-se neste mar de amargura, e às quais o divino Mestre quis sofrer em seu Coração, para que pudéssemos dizer com o Apóstolo: "Não temos Pontífice que não saiba compadecer-se de nossas enfermidades".

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