MÊS DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS
Décimo
nono dia
Agonia
do Sagrado Coração de Jesus no Jardim das Oliveiras
Um
dia em que Santa Margarida Maria considerava atentamente na oração a tristeza e
agonia de Nosso Senhor no Jardim das Oliveiras, disse-lhe o Divino Mestre: «Foi
aí que sofri interiormente mais do que em todo o resto de minha Paixão,
vendo-me em geral desamparo do céu e da terra, carregado de todos os pecados
dos homens. Compareci assim diante da santidade de Deus que, sem atender à
minha inocência, feriu-me em seu furor, fazendo-me esgotar o cálice que
continha o fel e a amargura de sua justa indignação, como se se tivesse
esquecido que era Pai, para sacrificar-me à sua cólera. Criatura alguma poderá
avaliar a intensidade dos tormentos que então sofri pelo gênero humano».
À terrível vista de seu Pai irritado,
reunia-se ainda no Coração de Jesus a compaixão dos próprios males e dos do
gênero humano.
O terceiro sofrimento do Coração de Jesus
foi a sua compaixão por si mesmo. A expectativa dos males é ordinariamente mais
penosa do que os próprios males. Jesus Cristo consentiu que durante esta agonia
todos os tormentos da Paixão se aglomerassem, e se delineassem em seu espírito
com todas as circunstâncias que os tornavam tão dolorosos como ignominiosos:
quis de alguma maneira saborear toda a sua amargura e sofrê-los em seu Coração
antes de experimentá-los no corpo. Os cravos, as cordas, a cruz, as varas, os
espinhos, o fel, o vinagre, os escarros, as bofetadas, o manto de púrpura, o
cetro de irrisão, os insultos dos inimigos, o abandono dos amigos, a traição de
um Apóstolo, a negação de outro, tudo previu, tudo aceitou, durante esta
pungente e mortal agonia.
Quarto sofrimento do Coração de Jesus: sua
compaixão pelo gênero humano, que amava com sumo amor. "Pois Ele não se limitava a deplorar-lhe a perda em geral;
compadecia-se porém dos males de cada pessoa dessa multidão, afligindo-se com
seus pecados, não em massa, mas em particular; de modo que não houvesse pecado
algum cometido ou por cometer, mortal ou venial, que não contribuísse, segundo
sua medida, para dilacerar o Coração de Nosso Senhor" (Santa Ângela de
Foligno).
Justos ou pecadores, todos nós lançamos
nossa parte de amargura nesse Coração compassivo, causamos esta cruel agonia.
Seria mister enumerar a multidão de homens que viveram e viverão até o fim dos
tempos, o número e a enormidade horrorosa de seus crimes, o amor imenso em que
ardia este Sagrado Coração pelas almas, o veemente desejo que o incitava a salvá-las
todas, para se formar ideia das angústias e agonias dele.
Acrescente-se a esta vista da perda das
almas e de sua ingratidão, todas as dores e provações físicas e morais do
gênero humano, que vinham lançar-se neste mar de amargura, e às quais o divino
Mestre quis sofrer em seu Coração, para que pudéssemos dizer com o Apóstolo: "Não
temos Pontífice que não saiba compadecer-se de nossas enfermidades".
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