MÊS DO SAGRADO
CORAÇÃO DE JESUS
Vigésimo dia
As almas dedicadas
ao Sagrado Coração de Jesus gostam de meditar Sua Paixão
As
ardentes chamas que por nós consumiam o Coração de Jesus, as inenarráveis dores
que o mergulhavam em um oceano de amargura, a sede imensa da salvação das almas
que lhes teria prestado fé, e todos os outros prodígios do amor de um Deus,
quem os teria penetrado e acreditado, se este dulcíssimo Salvador não os
houvesse manifestado visível e claramente?
Sofrer e morrer pelos amigos, eis a maior
prova de amor (Jo 15,13). O Coração de Jesus no-la dá. Engano-me: não é por
seus amigos, mas sim pelos seus inimigos, por aqueles que lhe dão a morte, que
ele se sacrifica.
"Qual
de nós teria amado", diz Santo Agostinho, "se não amasse os inimigos?" Amou-nos enquanto o éramos,
para fazer-nos dignos do nome de seus amigos. O divino Salvador deseja que
jamais percamos a lembrança desta prova incompreensível de amor, dos
sofrimentos, da morte que por nós padeceu.
Pode-se ser devoto de seu Coração e não se
meditar com desvelo os meios, tão dignos de reconhecimento, que este suavíssimo
Coração inventou no excesso de seu amor, para testemunhá-lo aos corações
endurecidos dos homens?
É não somente no Jardim das Oliveiras, mas
entre as mãos dos soldados, nas ruas de Jerusalém, perante Anás, Caifás,
Herodes, na coluna, no pretório, no Calvário, que os corações devotos ao de
Jesus, devem acompanhar este divino Salvador, unir-se às suas dores, que só
acabaram com sua vida.
Quanto aos frutos e méritos de semelhante
meditação, estão todos os santos de acordo em exaltá-los.
Santo Agostinho diz que uma só lágrima
derramada pela lembrança da Paixão de Jesus Cristo vale mais do que uma romaria
a Jerusalém e um ano de jejum a pão e água.
Diz Santo Afonso de Ligório: "Por que motivo é tão pequeno o número
dos que amam a Jesus? Porque é limitado o número daqueles que meditam as penas
que por nós sofreu; quem a considerar com frequência, não poderá viver sem amar
a Jesus Cristo. Tão estimulado será pelo seu amor, que não lhe será possível
deixar de amar um Deus tão amoroso, e que tanto padeceu para ser amado".
Nosso Senhor disse à beata Verônica, da
Ordem de S. Agostinho: «Eu desejara que todos os homens tributassem
à minha Paixão o culto de sincera dor e de viva compaixão dos meus
padecimentos. Ainda que uma só lágrima derramassem, podem ficar certos de que
muito fariam, pois a língua humana é incapaz de exprimir o gozo que me causaria
esta única lágrima».
Os anjos revelaram a Joana da Cruz que a Majestade
Divina a tal ponto se compraz nas lágrimas derramadas pela Paixão de Jesus
Cristo, e que esta dor é tão agradável a seus olhos, que lhe dá apreço igual à
efusão de nosso sangue, ou ao sofrimento de nossas maiores penas.
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