MEDITAÇÕES PASCAIS - 4ª
Meditação
Cristo
ressuscitado, formosura infinita
Pe. Divino Antônio
Lopes FP.
Quando uma pessoa encontra a adorável face
de Jesus Cristo, não suporta mais viver longe desse amor eterno.
Santa Maria Madalena pertence a esse grupo
de pessoas apaixonadas por Nosso Senhor; não com aquela devoção melosa e
superficial que acaba diante de uma provação; mas o seu amor por Nosso Senhor
era verdadeiro, a ponto de chamá-Lo de “meu Senhor”.
Só possui força para chamar Cristo de “meu
Senhor”, quem vive mergulhado em Seu Amor, que anda em perfeita união com Ele e
já pisou as vaidades e máximas do mundo.
A alma apaixonada chama Cristo Jesus de
“meu Senhor” porque não aceita outro senhor. Jesus é tudo para ela, Ele a
satisfaz plenamente: “Entre dentro de si e trabalhe na presença do Esposo, que
está sempre presente e lhe quer bem” (São João da Cruz, Ditos de Luz e Amor,
88).
Santa Maria Madalena é uma alma grata.
Sabia o bem que o Senhor lhe havia feito, expulsando de sua alma muitos
demônios e também perdoando todos os seus pecados. O seu coração se escancarou
para a graça, e a mesma deixou o amor de Cristo encher a sua alma imortal; por
isso, O chama de “meu Senhor”.
Querido Jesus, “meu Senhor”, queremos estar
sempre mergulhados em Ti, oceano infinito! Nada queremos com o mundo e muito
menos com as falsas criaturas. Para Te chamar de “meu Senhor”, é preciso que
sejamos fiéis a Ti; aquele que possui outros senhores no coração não poderá
dizer que Tu és o seu Senhor.
Querido Senhor, quem possui um coração
apegado ao mundo, além de não Te possuir é um adúltero. Ele possui uma alma
feia, porque o mundo é uma fumaça negra que tira o brilho e a beleza da alma:
“Todo o ser das criaturas comparado ao ser infinito de Deus nada é… Esta alma
tão apegada às criaturas não poderá de forma alguma unir-se ao ser infinito de
Deus, porque não pode existir conveniência entre o que é e o que não é… A alma,
presa pelos encantos de qualquer criatura, é sumamente feia diante de Deus, e
não pode de forma alguma transformar-se na verdadeira beleza que é Deus, pois a
fealdade é de todo incompatível com a beleza” (São João da Cruz, Subida do
Monte Carmelo, Livro I, Cap. IV, 4).
Doce Amigo, ajude-nos a correr sempre ao
Vosso encontro e que nada desse mundo atrapalhe a nossa união.
Tu és a verdadeira felicidade... não existe
motivo para Te abandonar; se isso acontecesse, somente nós seríamos
prejudicados: “Perdido Deus, tudo está perdido” (Santo Afonso Maria de
Ligório).
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