quinta-feira, 12 de abril de 2012

MEDITAÇÕES PASCAIS - 3ª Meditação
Cristo ressuscitado, oceano de paz
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
“Ele lhes disse de novo: ‘A paz esteja convosco!” (Jo 20, 21).

     Cristo Jesus, Senhor da paz, apareceu aos apóstolos e lhes desejou a verdadeira paz. Cristo desejou-lhes a paz depois de sofrer muito... de passar pela Sangrenta Paixão.

     Está claro que a verdadeira paz só é possível depois de percorrermos o caminho estreito e passarmos pela porta apertada. É pura ilusão tentar adquirir a paz sem renúncia e sacrifício.

     Muitos buscam a paz no vazio do mundo, correm de um lado para outro e só encontram decepção e angústia, porque a “paz” que vem de baixo causa tristeza, enquanto que aquela que vem do alto enche a alma de tranquilidade.

     É triste contemplar o povo procurar paz em lugares totalmente adversos à mesma: botecos, salão de bailes, carnaval, imoralidades, novelas, etc. Corre, corre e continua vazio.

     A paz vem do alto, vem do Coração de Nosso Senhor. Aquele que se aproxima desse peito sagrado e dessa chaga generosa viverá sempre mergulhado na verdadeira paz... paz que não se acaba.

     Um coração que está cheio de pecados não pode possuir a verdadeira paz; Cristo não reina em um coração mergulhado nas trevas: “A paz pode coexistir com sacrifício e as tribulações, mas não com o pecado” (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Parte III, Capítulo 29), e Santo Agostinho diz: “A paz consiste na tranquilidade da ordem” (De Civilitate Dei, Lib. 19, c. 13).

     Alguns se enganam pensando que as pessoas sonolentas e lerdas são cheias de paz; nada disso: “A paz é algo muito importante; porém, não deve ser confundida com aquela passividade que poderia ser fruto de um caráter frio, apático e, portanto, indolente” (Bem-aventurado José Allamano, A Vida Espiritual, Parte III, Capítulo 29).

     A paz só é possível se Cristo estiver reinando no coração. Sem Cristo Jesus é impossível possuir a verdadeira paz: “A paz santa consiste em conformar-nos em tudo com a vontade de Deus, de maneira que, entre Deus e a alma, não haja divisão e só reine entre eles uma única vontade, não em palavras e desejos, mas nas obras. Assim, quando sabe ser uma coisa de maior serviço do Esposo… nada mais escuta, nem as razões do entendimento, nem os temores… mas deixa agir a fé, sem cuidar do próprio descanso ou interesse” (Santa Teresa de Jesus, CAD 3, 1), e Santa Catarina de Sena também escreve: “E vós, Jesus Cristo, reconciliador, reformador e redentor nosso, vos fizestes mediador, verbo, amor: e da grande guerra que o homem havia feito com Deus, fizestes a grande paz…” (Preghiere de elevazioni, pp. 17. 21).


Comentário ao Evangelho do dia feito por São Leão Magno (?-c. 461), Papa e Doutor da Igreja

«Então seus olhos abriram-se»

     Os dias que decorreram entre a ressurreição do Senhor e a Sua ascensão não foram desprovidos de acontecimentos: houve grandes mistérios que foram confirmados, grandes verdades que foram reveladas. Foi então que foi abolido o medo amargo da morte e que foi manifestada a imortalidade, não apenas da alma, mas também da carne. [...]

      Naqueles dias, o Senhor junta-Se a dois discípulos e acompanha-os no caminho; e, a fim de dissipar em nós todas as trevas da dúvida, censura estes homens amedrontados pela sua lentidão em compreender. Os corações que Ele ilumina vêem acender-se neles a chama da fé; estavam desalentados, e enchem-se de ardor quando o Senhor os faz compreender as Escrituras. À fração do pão abrem-se os olhos dos que estão à mesa com Ele: vêem a glorificação da sua natureza humana e sentem uma felicidade bem maior do que os nossos primeiros pais, cujos olhos se abriram sobre a vergonha da sua desobediência (Gn 3,7).

      Como os discípulos permanecessem perturbados perante estas e outras maravilhas, o Senhor apareceu no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco» (Lc 24,36, Jo 20,26). Para que não permanecessem nestes pensamentos que os perturbavam, [...] revelou aos seus olhos hesitantes os vestígios da cruz nas Suas mãos e nos Seus pés. [...] Deste modo, não seria com uma fé hesitante, mas com convicção segura, que eles afirmariam que o corpo que ia sentar-Se no trono de Deus Pai era efetivamente Aquele que tinha descansado na sepultura. Eis o que a bondade de Deus ensinou tão cuidadosamente durante o tempo que mediou entre a ressurreição e a ascensão, eis o que mostrou aos olhos e ao coração dos Seus amigos: o Senhor Jesus Cristo, que tinha nascido verdadeiramente, verdadeiramente sofreu e morreu, e ressuscitou verdadeiramente

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