Sto.
Alberto, Patriarca de Jerusalém, Legislador de nossa Ordem
Sta. Hildegard de Bingen, virgem e doutora da Igreja
800
anos da estigmatização de São Francisco de Assis
1ª
Leitura (1Cor 12,12-14.27-31a): Irmãos: Assim como o corpo é um só e tem
muitos membros e todos os membros do corpo, apesar de numerosos, constituem um
só corpo, assim sucede também em Cristo. Na verdade, todos nós – judeus e
gregos, escravos e homens livres – fomos batizados num só Espírito para
constituirmos um só corpo; e a todos nos foi dado a beber um só Espírito. De
facto, o corpo não é constituído por um só membro, mas por muitos. Vós sois o
corpo de Cristo e sois os seus membros, cada um por sua parte. Assim, Deus
estabeleceu na Igreja em primeiro lugar apóstolos, em segundo profetas, em
terceiro doutores. Vêm a seguir os dons dos milagres, das curas, da
assistência, de governar, de falar diversas línguas. Serão todos apóstolos?
Todos profetas? Todos doutores? Todos farão milagres? Todos terão o poder de
curar? Todos falarão línguas? Terão todos o dom de as interpretar? Aspirai com
ardor aos dons mais elevados.
Salmo
Responsorial: 99
R. Nós somos o povo de Deus,
somos as ovelhas do seu rebanho.
Aclamai o Senhor, terra inteira,
servi o Senhor com alegria, vinde a Ele com cânticos de júbilo.
Sabei que o Senhor é Deus, Ele
nos fez, a Ele pertencemos, somos o seu povo, as ovelhas do seu rebanho.
Entrai pelas suas portas, dando
graças, penetrai em seus átrios com hinos de louvor, glorificai-O, bendizei o
seu nome.
Porque o Senhor é bom, eterna é a
sua misericórdia, a sua fidelidade estende-se de geração em geração.
Aleluia. Apareceu no meio de
nós um grande profeta: Deus visitou o seu povo. Aleluia.
Evangelho
(Lc 7,11-17): Naquele tempo, Jesus foi a uma cidade chamada Naim. Os
seus discípulos e uma grande multidão iam com ele. Quando chegou à porta da
cidade, coincidiu que levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe
era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava. Ao vê-la, o Senhor
encheu-se de compaixão por ela e disse: «Não chores!». Aproximando-se, tocou no
caixão, e os que o carregavam pararam. Ele ordenou: «Jovem, eu te digo,
levanta-te!». O que estava morto sentou-se e começou a falar. E Jesus o entregou
à sua mãe. Todos ficaram tomados de temor e glorificavam a Deus dizendo: «Um
grande profeta surgiu entre nós», e: «Deus veio visitar o seu povo». Esta
notícia se espalhou por toda a Judeia e pela redondeza inteira.
«Jovem, eu te digo,
levanta-te!»
Rev. D. Joan SERRA i Fontanet (Barcelona,
Espanha)
Hoje se encontram duas comitivas.
Uma comitiva que acompanha à morte e a outra que acompanha à vida. Uma pobre
viúva seguida por seus familiares e amigos, levava o seu filho ao cemitério e
de repente, vê a multidão que ia com Jesus. As duas comitivas se cruzam e se
param, e Jesus lhe diz à mãe que ia enterrar o seu filho: «Não chores» (Lc
7,13). Todos ficam olhando Jesus, que não permanece indiferente a dor e ao
sofrimento daquela pobre mãe, mas, pelo contrário, se compadece e lhe devolve a
vida ao seu filho. E, é que encontrar a Jesus é encontrar a vida, pois Jesus
disse de si mesmo: «Eu sou a ressurreição e a vida» (Jo 11,25). São Bráulio de
Saragoça escreve: «A esperança da ressurreição deve-nos confortar, porque
voltaremos a ver no céu a quem perdemos aqui».
Com a leitura do fragmento do
Evangelho que nos fala da ressurreição do jovem de Naim, poderia salientar a
divindade de Jesus e insistir nela, dizendo que somente Deus pode voltar um
jovem à vida; mas hoje preferiria salientar a sua humanidade, para não ver
Jesus como um ser alheio, como um personagem tão diferente de nós, ou como
alguém tão excessivamente importante que não nos inspire a confiança que pode
nos inspirar um bom amigo.
Os cristãos devemos saber imitar
Jesus. Devemos pedir a Deus a graça de ser Cristo para os demais. Tomara que
todo aquele que nos veja, possa contemplar uma imagem viva de Jesus na terra!
Quem via São Francisco de Assis, por exemplo, via a imagem viva de Jesus. Os
santos são aqueles que levam Jesus nas suas palavras e obras e imitam seu modo
de atuar e a sua bondade. A nossa sociedade precisa de santos e você pode ser
um deles no seu lugar.
Pensamentos para o Evangelho
de hoje
«Cristo é a encarnação definitiva
da misericórdia, seu sinal vivente » (São Joao Paulo II)
«O que mexia a Jesus em todas as
circunstâncias não era senão a misericórdia, com a qual leia o coração dos
interlocutores e respondia a suas necessidades mais reais» (Francisco)
«Jesus liga a fé na ressurreição
a sua própria pessoa: “Eu sou a Ressurreição e a Vida” (Jo 11,25). (...) Ele dá
um sinal disto mesmo e uma garantia, restituindo a vida a alguns mortos e
preanunciando assim a sua própria ressurreição» (Catecismo da Igreja Católica,
n° 994)
Reflexões de Frei Carlos
Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje traz o
episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. É esclarecedor o
contexto literário deste episódio no capítulo 7 do Evangelho de Lucas. O
evangelista quer mostrar como Jesus vai abrindo o caminho, revelando a novidade
de Deus que avança através do anúncio da Boa Nova. A transformação e a abertura
vão acontecendo: Jesus acolhe o pedido de um estrangeiro não judeu (Lc 7,1-10)
e ressuscita o filho de uma viúva (Lc 7,11-17). A maneira como Jesus revela o
Reino surpreende aos irmãos judeus que não estavam acostumados com tão grande
abertura. Até João Batista ficou perdido e mandou perguntar: “É o senhor ou
devemos esperar por outro?” (Lc 7,18-30). Jesus chegou a denunciar a
incoerência dos seus patrícios: "Vocês parecem crianças que não sabem o
que querem!" (Lc 7,31-35). E no fim, a abertura de Jesus para com as
mulheres (Lc 7,36-50).
* Lucas 7,11-12: O encontro
das duas procissões. “Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam
os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que
levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande
multidão da cidade ia com ela”. Lucas é como um pintor. Com poucas palavras
consegue pintar o quadro tão bonito do encontro das duas procissões: a
procissão da morte que sai da cidade e acompanha a viúva que leva seu filho
único para o cemitério; a procissão da vida que entra na cidade e acompanha Jesus.
As duas se encontram na pequena praça junto à porta da cidade de Naim.
* Lucas 7,13: A compaixão
entra em ação “Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: Não
chore!" É a compaixão que leva Jesus a falar e a agir. Compaixão significa
literalmente “sofrer com”, assumir a dor da outra pessoa, identificar-se com
ela, sentir com ela a dor. É a compaixão que aciona em Jesus o poder, o poder
da vida sobre a morte, poder criador.
* Lucas 7,14-15: "Jovem,
eu lhe ordeno, levante-se!" Jesus se aproxima, toca no caixão e diz:
"Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!" O morto sentou-se, e começou a
falar. E Jesus o entregou à sua mãe”. Às vezes, na hora de um grande sofrimento
provocado pelo falecimento de uma pessoa querida, as pessoas dizem: “Naquele
tempo, quando Jesus andava pela terra havia esperança de não perder uma pessoa
querida, pois Jesus poderia ressuscitá-la”. Elas olham o episódio da
ressurreição do filho da viúva de Naim como um evento do passado que apenas
suscita saudade e uma certa inveja. A intenção do evangelho, porém, não é
suscitar saudade nem inveja, mas sim ajudar-nos a experimentar melhor a
presença viva de Jesus em nós. É o mesmo Jesus, capaz de vencer a morte e a dor
da morte, que continua vivo no meio de nós. Ele está hoje conosco e, diante dos
problemas e do sofrimento que nos abatem, ele nos diz: “Eu lhe ordeno:
levante-se!”
* Lucas 7,16-17: A repercussão. “Todos
ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta
apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo." E a notícia do fato
se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza” É o profeta que foi anunciado por Moisés (Dt
18,15). O Deus que nos veio visitar é o “Pai dos órfãos e o protetor das
viúvas” (Sl 68,6; cf. Judite 9,11).
Para um confronto pessoal
1) Foi a compaixão que
levou Jesus a ressuscitar o filho da viúva. Será que o sofrimento dos outros
provoca em nós a mesma compaixão? O que faço para ajudar o outro a vencer a dor
e criar vida nova?
2) Deus visitou o seu
povo. Percebo as muitas visitas de Deus na minha vida e na vida do povo?
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