sexta-feira, 10 de março de 2023

Mês de São José - Segunda-feira da 3ª semana da Quaresma

ORAÇÃO PREPARATÓRIA
- Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa Mãe santíssima, a São José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto estes devotos exercícios que em vosso louvor alegremente começamos. Amém.

LECTIO DIVINA
1ª Leitura (2Re 5,1-15): Naqueles dias, Naamã, general dos exércitos do rei da Síria, era tido em grande consideração e estima pelo seu soberano, porque, por seu intermédio, o Senhor tinha dado a vitória à Síria. Mas este homem, valente guerreiro, estava leproso. Ora, numa incursão, os sírios tinham levado uma menina da terra de Israel, que ficou ao serviço da mulher de Naamã. Ela disse à sua senhora: «Se o meu senhor fosse ter com o profeta que vive na Samaria, ele decerto o livraria da lepra». Naamã foi contar ao soberano o que dissera a jovem da terra de Israel. O rei da Síria respondeu-lhe: «Vai, que eu escreverei uma carta ao rei de Israel». Naamã pôs-se a caminho, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de ouro e dez mudas de roupa; e entregou ao rei de Israel a carta, que dizia: «Logo que esta carta te chegar às mãos, ficarás a saber que te envio o meu servo Naamã, para que o livres da sua lepra». Depois de ter lido a carta, o rei de Israel rasgou as vestes, exclamando: «Serei eu um deus que possa dar a morte e a vida, para este me mandar dizer que livre um homem da sua lepra? Reparai e vede como ele procura um pretexto contra mim». Quando Eliseu, o homem de Deus, soube que o rei de Israel tinha rasgado as vestes, mandou-lhe dizer: «Por que motivo rasgaste as tuas vestes? Esse homem venha ter comigo e saberá que existe um profeta em Israel». Naamã seguiu com os seus cavalos e o seu carro e parou à porta de Eliseu. Eliseu mandou-lhe dizer por um mensageiro: «Vai banhar-te sete vezes no Jordão e o teu corpo ficará limpo». Naamã irritou-se e decidiu ir-se embora, dizendo: «Eu pensava que ele mesmo viria ao meu encontro, invocaria o nome do Senhor, seu Deus, colocaria a mão sobre a parte doente e me livraria da lepra. Não valem os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, mais do que todas as águas de Israel? Não poderia eu banhar-me neles para ficar limpo?» Deu meia volta e partiu indignado. Mas os servos aproximaram-se dele e disseram: «Meu pai, se o profeta te tivesse mandado uma coisa difícil, não a terias feito? Quanto mais, se ele te diz apenas: ‘Vai banhar-te e ficarás limpo’?» Naamã desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, como lhe ordenara o homem de Deus. A sua carne tornou-se como a de uma criança e ficou limpo. Voltou de novo, com todo o seu séquito, à casa do homem de Deus, entrou e apresentou-se, dizendo: «Agora sei que não há Deus em toda a terra, senão em Israel».

Salmo Responsorial: 41
R. A minha alma tem sede do Deus vivo: quando verei a face do Senhor?

Como suspira o veado pelas correntes das águas, assim minha alma suspira por Vós, Senhor.

Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei contemplar a face de Deus?

Enviai a vossa luz e verdade, sejam elas o meu guia e me conduzam à vossa montanha santa e ao vosso santuário.

E eu irei ao altar de Deus, a Deus que é a minha alegria. Ao som da cítara Vos louvarei, Senhor, meu Deus.

Eu confio no Senhor, confio na sua palavra, porque no Senhor está a misericórdia e a redenção.

Evangelho (Lc 4,24-30): E acrescentou: «Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio». Ao ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos  ficaram furiosos. Levantaram-se e o expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus, porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.

«Nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra»

Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE (Cobourg, Ontario, Canadá)

Hoje, no Evangelho, Jesus nos diz «que nenhum profeta é bem recebido em sua pátria» (Lc 4,24). Jesus, ao usar este provérbio, está se apresentando como profeta.

“Profeta” é o que fala em nome de outro, o que leva a mensagem de outro. Entre os hebreus, os profetas eram homens enviados por Deus para anunciar, já com palavras, já com signos, a presença de Deus, a vinda do Messias, a mensagem de salvação, de paz e de esperança.

Jesus é o Profeta por excelência, o Salvador esperado; Nele todas as profecias têm cumprimento. Mas, igual como sucedeu nos tempos de Elias E Eliseu, Jesus não é “bem recebido” entre os seus, pois são estes quem cheios de ira «o joga fora da cidade» (Lc 4,29).

Cada um de nós, por motivo de seu batismo, também está chamado a ser profeta. Por isso:

. Devemos anunciar a Boa Nova. Para eles, como disse o Papa Francisco, temos que escutar a Palavra com abertura sincera, deixar que toque nossa própria vida, que nos reclame que nos exorte que nos mobilize, pois se não dedicamos um tempo para orar com essa Palavra, então se seremos um “falso profeta”, um “contraventor” ou um “charlatão vazio”.

Viver o Evangelho. Novamente o Papa Francisco: «Não nos pedem que sejamos imaculados, mas sim que estejamos sempre em crescimento, que vivamos o desejo profundo de crescer no caminho do Evangelho, e não baixemos os braços». É indispensável ter a segurança de que Deus nos ama, de que Jesus Cristo nos salvou, de que seu amor é para sempre.

Como discípulos de Jesus, ser conscientes de que assim como Jesus experimentou a rejeição, a ira, o ser jogado fora, também isto vai estar presente no horizonte de nossa vida cotidiana.

Que Maria, Rainha dos profetas, nos guie em nosso caminho.

«Em verdade, vos digo que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra»

Rev. D. Santi COLLELL i Aguirre (La Garriga, Barcelona, Espanha)

Hoje escutamos do Senhor que «nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra» (Lc 4,24). Esta frase —na boca de Jesus— tem sido para muitos e muitas —em mais de uma ocasião— justificação e desculpa para não nos complicar a vida. Jesus Cristo só quer advertir aos seus discípulos que as coisas não serão fáceis e que frequentemente, entre aqueles que pensamos que nos conhecem melhor, ainda será mais complicado.

A afirmação de Jesus é o preâmbulo da lição que quer dar à gente reunida na sinagoga e assim, abrir os seus olhos à evidencia de que pelo simples feito de serem membros do “Povo escolhido” não têm nenhuma garantia de salvação, cura, purificação (isso o confirmará com os dados da história da salvação).

Mas, dizia que a afirmação de Jesus, para muitas e muitos é, com excessiva frequência, motivo de desculpa para não “comprometer-nos evangelicamente” no nosso ambiente cotidiano. Sim, é uma daquelas frases que todos aprendemos de memória e, que efeito faz!

Parece como gravada na nossa consciência de maneira particular e quando no escritório, no trabalho, com a família, no círculo de amigos, no nosso meio social quando devemos de tomar decisões compreensíveis à luz do Evangelho, esta “frase mágica” tira-nos para trás como dizendo-nos: —Não vale a pena esforçar-te, nenhum profeta é bem recebido na sua terra! Temos a desculpa prefeita, a melhor das justificações para não ter que dar testemunho, para não apoiar a aquele companheiro que é vítima da gestão da empresa, ou ignorar e não ajudar à reconciliação daquele casal conhecido.

São Paulo dirigiu-se em primeiro lugar aos seus: foi à sinagoga onde «Paulo foi então à sinagoga e, durante três meses, falava com toda liberdade, discutindo e persuadindo os ouvintes acerca do Reino de Deus» (At 19,8). Não acredita que isso é o que Jesus queria dizer-nos?

Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Uma vez que o Senhor é bom é-o ainda muito melhor para com os que lhe são fieis, abracemo-nos a Ele, estejamos ao seu lado com toda a nossa alma, com todo o coração» (Santo Ambrósio)

«Um menino, um estábulo! Portanto as coisas simples, a humildade de Deus: é este o estilo divino, nunca o espetáculo. Far-nos-á bem, nesta Quaresma, pensar na nossa vida e ver como o Senhor nos fez seguir em frente, verificaremos que sempre o fez com coisas simples» (Francisco)

«Jesus Cristo é Aquele que o Pai ungiu com o Espírito Santo e constituiu «sacerdote, profeta e rei». Todo o povo de Deus participa destas três funções de Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, nº 783)

Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm

*
O evangelho de hoje (Lc 4,24-30) faz parte de um conjunto mais amplo (Lc 4,14-32). Jesus tinha apresentado o seu programa na sinagoga de Nazaré por meio de um texto de Isaías que falava dos pobres, presos, cegos e oprimidos (Is 61,1-2) e que refletia a situação do povo da Galileia no tempo de Jesus. Em nome de Deus, Jesus tomou posição e definiu sua missão: anunciar a Boa Nova aos pobres, proclamar a libertação aos presos e a recuperação da vista aos cegos, restituir a liberdade aos oprimidos. Terminada a leitura, ele atualizou o texto e disse: “Hoje se cumpriu esta escritura nos ouvidos de vocês!” (Lc 4,21). Todos os presentes ficaram admirados (Lc 4,16-22ª). Mas logo em seguida, houve uma reação de descrédito. O povo na sinagoga ficou escandalizado e já não queria saber de Jesus. Dizia: “Não é este o filho de José?” (Lc 4,22b) Por que ficaram escandalizados? Qual o motivo daquela reação tão inesperada?

* É que Jesus citou o texto de Isaías só até onde diz: "proclamar um ano de graça da parte do Senhor", e cortou o final da frase que dizia: “e proclamar um dia de vingança do nosso Deus” (Is 61,2). O povo de Nazaré ficou bravo porque Jesus omitiu a frase sobre a vingança. Eles queriam que a Boa Nova da libertação dos oprimidos fosse uma ação de vingança da parte de Deus contra os opressores. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita este modo de pensar. A sua experiência de Deus como Pai ajudou-o a entender melhor o sentido das profecias. Descartou a vingança. O povo de Nazaré não aceitou esta proposta e começou a diminuir a autoridade de Jesus: “Não é este o filho de José?”

* Lucas 4,24: Nenhum profeta é bem aceito em sua pátria. O povo de Nazaré ficou com ciúme de Jesus por ele não ter feito nenhum milagre em Nazaré como tinha feito em Cafarnaum. Jesus responde: “Nenhum profeta é bem recebido em sua pátria!” No fundo, eles não aceitavam a nova imagem de Deus que Jesus lhes comunicava através desta nova interpretação mais livre de Isaías. A mensagem do Deus de Jesus ultrapassava os limites da raça dos judeus e se abria para acolher os excluídos e toda a humanidade.

* Lucas 4,25-27: Duas histórias do Antigo Testamento.  Para ajudar a comunidade a superar o escândalo e entender o universalismo de Deus, Jesus usou duas histórias bem conhecidas do AT: uma de Elias e outra de Eliseu. Por meio destas histórias ele criticava o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14).

* Lucas 4,28-30: Queriam matá-lo, mas ele prosseguia o seu caminho. A apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! O uso destas duas passagens da Bíblia provocou mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de querer matar Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de acolher os excluídos, Jesus mesmo foi excluído! Mas ele manteve a calma. A raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento. Mostrava ainda que a polêmica abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas.

Para um confronto pessoal
1. Será que o programa de Jesus está sendo o meu programa, o nosso programa? Minha atitude é a de Jesus ou do povo de Nazaré?
2. Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na nossa comunidade?

ORAÇÃO - Ó glorioso S. José, a bondade de vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas. Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.

LADAINHA DE SÃO JOSÉ (atualizada)
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo, escutai-nos.
Deus Pai do Céu, tende piedade de nós.
Deus Filho, Redentor do mundo, ...
Deus Espírito Santo Paráclito, ...
Santíssima Trindade, que sois um só Deus, ...
Santa Maria, rogai por nós.
São José,
Ilustre filho de Davi,
Luz dos Patriarcas,
Esposo da Mãe de Deus,
Guardião do Redentor,
Guarda da puríssima Virgem,
Provedor do Filho de Deus,
Zeloso defensor de Cristo,
Servo de Cristo,
Ministro da salvação,
Chefe da Sagrada Família,
José justíssimo,
José castíssimo,
José prudentíssimo,
José fortíssimo,
José obedientíssimo,
José fidelíssimo,
Espelho de paciência,
Amante da pobreza,
Modelo dos trabalhadores,
Honra da vida em família,
Guardião das virgens,
Sustentáculo das famílias,
Amparo nas dificuldades,
Socorro dos miseráveis,
Esperança dos enfermos,
Patrono dos exilados,
Consolo dos aflitos,
Defensor dos pobres,
Patrono dos moribundos,
Terror dos demônios,
Protetor da Santa Igreja,
Patrono da Ordem Carmelita,
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade nós.

V. - O Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as suas possessões.

ORAÇÃO: Deus, que por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito Santo. Amém.

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