Santa Francisca de Chantal, viúva e religiosa
Salmo Responsorial: 1
R. Quem Vos segue,
Senhor, terá a luz da vida.
Feliz o homem que não segue o conselho dos ímpios, não se
detém no caminho dos pecadores nem toma parte na reunião dos maldizentes; mas
antes se compraz na lei do Senhor e nela medita dia e noite.
É como árvore plantada à beira das águas: dá fruto a seu tempo
e a sua folhagem não murcha. Tudo quanto fizer será bem sucedido.
Bem diferente é a sorte dos ímpios: são como a palha que o
vento leva. O Senhor vela pelo caminho dos justos, mas o caminho dos pecadores
leva à perdição.
Aleluia. O Senhor está perto, ide ao seu encontro; Ele é o príncipe da
paz. Aleluia.
Evangelho (Mt 11,16-19): Naquele tempo, Jesus
disse: «Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas
nas praças, gritando umas para as outras: ‘Tocamos flauta para vós, e não
dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ Veio João, que não come
nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e
dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a
sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras».
«Com quem vou comparar esta geração?»
Rev. D. Antoni CAROL i
Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)
«Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras»
(Mt 11,19): basta contemplar o mistério do Natal. E nós? Como é a nossa fé?
Será que com essas queixas tratamos de encobrir a ausência de nossa resposta?
Boa pergunta para o tempo do Advento!
Deus vem ao encontro do homem, mas o homem —particularmente
o homem contemporâneo¬— se esconde Dele. Alguns lhe têm medo, como Herodes.
Outros, incluso, lhes molesta sua simples presença. «Fora! Fora! Crucifica-o!»
(Jo 19,15). Jesus é o Deus-que-vem» (Bento XVI) e nos parecemos “o homem-que-se-vai”:
«Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram» (Jo 1,11).
Por que fugimos? Por nossa falta de humildade. São João
Batista recomendava-nos “minguarmos”. E a Igreja nos lembra cada vez que chega
o Advento. Para tanto, façamo-nos pequenos para poder entender e acolher ao
"Pequeno Deus". Ele se nos apresenta na humildade das fraldas: Nunca
antes tinha predicado um “Deus-com-fraldas”! Ridícula imagem damos à vista de
Deus quando os homens pretendemos encobrir-nos com desculpas e falsas
justificações. Já nos alvores da humanidade Adão lançou as culpas a Eva; Eva à
serpente e havendo transcorrido os séculos, continuamos igual.
Mas, chega Jesus-Deus: No frio e na pobreza extrema de Belém
não vociferou nem nos reprochou nada. Tudo o contrário! Já começa a carregar
sob suas pequenas costas todas nossas culpas. Então, tiremos-lhe medo? De
verdade valerão nossas desculpas diante esse “Pequeno-Deus"? «O sinal de
Deus é o Menino: Aprendemos a viver com Ele e a praticar com Ele a humildade da
renúncia» (Bento XVI).
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Quando Deus viu que o medo estava arruinando o mundo,
imediatamente tentou chamá-lo de novo, com amor; convidá-lo com sua graça;
apoiá-lo com sua caridade e ligá-lo com seu afeto» (São Pedro Crisólogo)
«Para a humanidade, que já não tem tempo para Ele, Deus
oferece outro tempo para redescobrir o sentido da esperança. Porque Ele nos ama
e, precisamente por isso, espera que voltemos para ele e que abramos o nosso
coração ao seu amor» (Bento XVI)
«Ninguém subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o
Filho do homem» (Jo 3,13). Abandonada às suas forças naturais, a humanidade não
tem acesso à ‘Casa do Pai’ (Jo 14,2), à vida e à felicidade de Deus. Só Cristo
foi capaz de abrir este acesso ao homem» (Catecismo da Igreja Católica, n. 661)
«A sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras»
+ Rev. D. Pere GRAU i
Andreu (Les Planes, Barcelona, Espanha)
A mesma contemplação do ritmo da natureza que nos rodeia
lembra-nos também esse fato. Deduzimos que — em certo modo—não estamos tão
distantes de uma planta, de um ser vivo... estamos submetidos, tanto se nos
agrada como se não, à mesma lei natural das criaturas que nos rodeiam. Com a
diferença, importante, da origem da nossa vida, da vida a imagem e semelhança
de Deus, com projeção de eternidade.
Todo o Advento está informado por esta ideia. O Senhor chega
com grande esplendor a visitar o seu povo, com a paz, comunicando-lhe a vida
eterna. É um toque de alerta: «A sabedoria foi reconhecida em virtude de suas
obras» (Mt 11,19). Tenhamos uma atitude receptiva ante o Senhor!
«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para
ele» (Mc 1,3), anunciado no domingo II do Advento (ciclo B). Vigiai as condutas
sociais! É o que nos vem a dizer hoje. É como se nos quisesse dizer: «não
ponhais dificuldades à comunicação amorosa de Deus».
Temos de polir o nosso caráter. Temos de reconstruir nossa
maneira de atuar. Tudo aquilo que, em definitiva, falseia nossa responsabilidade:
o orgulho, a ambição, a vingança, a dureza de coração, etc. Aquelas atitudes
que nos fazem deuses do poder no mundo, sem querer reconhecer que não somos os
senhores do mundo. Somos uma pequena parte dentro da extensa história da
Humanidade.
Os discípulos de João experimentavam a purificação dos seus
erros. Nós, os discípulos de Jesus, nosso Amigo, podemos viver a insuperável
experiência da purificação de todo aquilo que é pecado, com esperança de vida
eterna: Outro Natal!
Renovemos nosso diálogo com Ele. Façamos nossa oração de
esperança e amor, sem fazer caso do barulho mundano que nos rodeia.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* Jesus se queixa da
falta de coerência do seu povo. Eles inventavam sempre algum pretexto para
não aceitar a mensagem de Deus que Jesus lhes trazia. De fato, é relativamente
fácil encontrar argumentos e pretextos para refutar os que pensam diferente de
nós.
* Jesus reage e
mostra a incoerência deles. Eles se consideravam sábios, mas não passavam
de crianças que querem divertir o povo na praça e que reclamam quando o povo
não brinca conforme a música que eles tocam. Os que se diziam sábios não têm
nada de realmente sábio. Apenas aceitavam o que combinava com as ideias deles.
E assim eles mesmos pela sua atitude incoerente se condenavam a si mesmos.
Para um confronto
pessoal
1. Até onde sou
coerente com a minha fé?
2. Tenho
consciência crítica com relação ao sistema social e eclesiástico que, muitas
vezes, inventa motivos e pretextos para legitimar a situação e impedir qualquer
mudança?
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