Santa Luzia, virgem e mártir
Salmo Responsorial: 24
R. Mostrai-me,
Senhor, os vossos caminhos.
Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas
veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu
Salvador.
Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias e das vossas
graças que são eternas. Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência, por causa
da vossa bondade, Senhor.
O Senhor é bom e recato, ensina o caminho aos pecadores.
Orienta os humildes na justiça e dá-lhes a conhecer a sua aliança.
Aleluia. Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossa
salvação. Aleluia.
Evangelho (Mt 21,23-27): Enquanto ensinava, os
sumos sacerdotes e os anciãos do povo aproximaram-se dele, perguntando: «Com
que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?». Jesus
respondeu-lhes: «Eu também vou fazer-vos uma só pergunta. Se me responderdes,
também eu vos direi com que autoridade faço isso. De onde era o batismo de
João, do céu ou dos homens?». Eles ponderavam entre si: “Se respondermos: Do
céu, ele nos dirá: Por que não acreditastes nele? Se respondermos: Dos homens,
ficamos com medo do povo, pois todos têm João em conta de profeta». Então
responderam-lhe: «Não sabemos». Ao que ele retrucou: «Pois eu também não vos
digo com que autoridade faço essas coisas».
«Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu essa autoridade?»
Rev. D. Melcior QUEROL
i Solà (Ribes de Freser, Girona, Espanha)
Também nós estamos chamados a ter a astúcia de Jesus, para
fazer estremecer a mentira. Tantas vezes os filhos das trevas usam de toda a
astúcia para conseguir mais dinheiro, mais poder e mais prestígio; enquanto que
os filhos da luz parecem que temos a astúcia e a imaginação um pouco
adormecidas. Do mesmo modo que um homem do mundo utiliza a imaginação ao
serviço de seus interesses, os cristãos devemos usar nossos talentos ao serviço
de Deus e do Evangelho. Por exemplo; quando nos encontramos ante uma pessoa que
fala mal da Igreja (coisa que acontece com frequência), com que astúcia sabemos
responder a uma crítica negativa? Ou em um ambiente de trabalho, com um colega
que vive só para si mesmo e não enxerga mais ninguém, com que astúcia saberemos
devolver bem por mal? Se o amamos, como Jesus, nossa presença lhe será muito
“incômoda”.
Jesus exercia sua autoridade graças ao profundo conhecimento
que tinha das pessoas e das situações. Também nós estamos chamados a ter essa
autoridade. É um dom que nos vem do alto. Quanto mais pratiquemos colocar as
coisas no seus lugares —as pequenas coisas de cada dia— melhor saberemos
orientar às pessoas e as situações, graças às inspirações do Espírito Santo.
Pensamentos para o
Evangelho de hoje
«Os príncipes dos sacerdotes e escrevas temiam ao povo, à
verdade: a prova da fugida é o temor do coração» (Santo Agostino)
«Jamais condenar! Se você tem vontade de condenar, se
condena a si mesmo. Peço ao Senhor a graça de que nosso coração seja luminoso
com a Verdade, grande com as pessoas, misericordioso» (Francisco)
«N'Ele, era a própria Palavra de Deus, que Se fizera ouvir
no Sinai, para dar a Moisés a Lei escrita, que de novo Se fazia ouvir sobre a
montanha das bem-aventuranças. Esta Palavra de Deus não aboliu a Lei, mas
cumpriu-a, ao fornecer, de modo divino, a sua interpretação última (...)» (Catecismo
da Igreja Católica, n°581)
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Mateus 21,23: A
pergunta das autoridades religiosas a Jesus. “Jesus voltou ao Templo.
Enquanto ensinava, os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo se
aproximaram, e perguntaram: Com que autoridade fazes tais coisas? Quem foi que
te deu essa autoridade?" Jesus circula, novamente, na enorme praça do
Templo. Logo aparecem alguns sacerdotes e anciãos para interrogá-lo. Depois de
tudo que Jesus já tinha feito, na véspera, eles querem saber com que autoridade
ele faz as coisas. Eles não perguntam pela verdade nem pelo motivo que levou
Jesus a expulsar os vendedores (cf. Mt 21,12-13). Perguntam apenas pela
autoridade. Eles acham que Jesus deve prestar conta a eles. Pensam ter o
direito de controlar tudo. Não querem perder o controle das coisas.
* Mateus 21,24-25ª: A
pergunta de Jesus às autoridades. Jesus não se nega a responder, mas mostra
a sua independência e liberdade e diz: "Eu também vou fazer uma pergunta
para vocês. Se responderem, eu também direi a vocês com que autoridade faço
isso. De onde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?". Pergunta
inteligente, simples como a pomba e esperta como a serpente! (cf. Mt 10,16). A
pergunta vai revelar a falta de honestidade dos adversários. Para Jesus, o
batismo de João era do céu, vinha de Deus. Ele mesmo tinha sido batizado por
João (Mt 3,13-17). Os homens do poder, ao contrário, tinham tramado a morte de
João (Mt 14,3-12). Mostraram, assim, que não aceitavam a mensagem de João e que
consideravam o batismo dele como coisa dos homens e não de Deus.
* Mateus 21,25b-26:
Raciocínio das autoridades. Os sacerdotes e os anciãos perceberam o alcance
da pergunta e raciocinavam entre si da seguinte maneira: "Se respondemos
que vinha do céu, ele vai dizer: Então, por que vocês não acreditaram em João?
Se respondemos que vinha dos homens, temos medo da multidão, pois todos
consideram João como um profeta”. Por isso, para não se expor, responderam:
“Não sabemos!” Resposta oportunista, fingida e interesseira. O único interesse
deles era não perder a sua liderança junto do povo. Dentro deles mesmos, já
tinham decidido tudo: Jesus devia ser condenado e morto (Mt 12,14).
* Mateus 21,27:
Conclusão final de Jesus. E Jesus disse a eles: Pois eu também não vou
dizer a vocês com que autoridade faço essas coisas". Por causa da sua
total falta de honestidade, eles não merecem resposta de Jesus.
Para um confronto
pessoal
1. Alguma vez,
você já se sentiu controlado ou observado, indevidamente, pelas autoridades, em
casa, no trabalho, na igreja? Qual foi a sua reação?
2. odos e todas
temos alguma autoridade. Mesmo numa simples conversa entre duas pessoas, cada
uma exerce algum poder, alguma autoridade. Como uso o poder, como exerço a
autoridade: para servir e libertar ou para dominar e controlar?
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