Salmo Responsorial: 18
R. Seu som ressoa e
se espalha em toda a terra.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a
obra das suas mãos. O dia transmite ao outro esta mensagem e a noite a dá a
conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem, cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra e a sua notícia até aos confins do mundo.
Aleluia. Vinde comigo, diz o Senhor, e farei de vós pescadores de
homens. Aleluia.
Evangelho (Mt 4,18-22): Caminhando à beira do mar
da Galileia, Jesus viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André.
Estavam jogando as redes ao mar, pois eram pescadores. Jesus disse-lhes:
«Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens». Eles, imediatamente,
deixaram as redes e o seguiram. Prosseguindo adiante, viu outros dois irmãos:
Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam no barco, com seu pai
Zebedeu, consertando as redes. Ele os chamou. Deixando imediatamente o barco e
o pai, eles o seguiram.
«Eu farei de vós pescadores de homens»
Prof. Dr. Mons. Lluís
CLAVELL (Roma, Itália)
Também a cada um de nós — a todos os cristãos — Jesus nos
pede cada dia que ponhamos tudo o que temos e somos ao seu serviço — isso quer
dizer, deixar tudo, não ter nada como próprio — para que, vivendo com Ele as
tarefas de nosso trabalho profissional e de nossa família, sejamos “pescadores
de homens”. O que quer dizer “pescadores de homens”? Uma bonita resposta pode
ser um comentário de São João Crisóstomo. Este Padre e Doutor da Igreja, diz
que André não sabia explicar bem a seu irmão Pedro quem era Jesus, e por isso,
«o levou à fonte da própria luz», que é Jesus Cristo. “Pescar homens” quer
dizer ajudar os que estão ao nosso redor na família e no trabalho para
encontrarem a Cristo que é a única luz para nosso caminho.
Pensamentos para o Evangelho de hoje
«Pedro e André não tinham visto que Jesus Cristo tivesse
feito algum milagre. Nada tinham ouvido do prêmio eterno e, porém ao ouvir a
voz do Salvador se olvidaram de tudo o que acreditavam ter» (São Gregório
Magno)
«Que o apóstolo André nos ensine a seguir a Jesus com
prontidão, a falar com entusiasmo de Ele, e sobretudo a cultivar com Ele uma
relação de autêntica familiaridade, consentes de que só em Ele podemos
encontrar o sentido último de nossa vida e de nossa morte» (Bento XVI)
«Cristo Senhor (...) ordenou aos Apóstolos, que anunciassem
a todos o Evangelho, o qual, antes prometido pelos profetas, ele próprio
cumpriu e promulgou por sua palavra, como fonte de toda verdade salvífica e
toda regra moral» (Catecismo da Igreja Católica, n°75)
Comentário
A adesão pronta de André, e dos outros apóstolos, ao
seguimento de Jesus e à missão que lhes confiava, permitiram-lhes levar a “Boa
Notícia” da salvação aos confins da terra. A fé, adesão a Cristo e ao projeto
de salvação que nos propõe, vem da escuta da Palavra, isto é, de Cristo,
Palavra definitiva de Deus aos homens. Pregar essa Palavra, para que todos
possam conhecê-la e aderir-lhe é, ainda hoje, a missão da Igreja.
Somos, pois, convidados a escutar a Palavra, a acolhê-la no
coração. É, sem dúvida, uma palavra exigente. Mas é Palavra salutar. Por isso,
não podemos cair na tentação de lhe fechar os nossos ouvidos. Tal como certos
remédios, a Palavra pode fazer-nos momentaneamente sofrer. Mas é a nossa
salvação.
A palavra é também alimento. Os profetas dizem que Deus
promoverá no mundo uma fome, não de pão, mas da sua Palavra. Precisamos de
experimentar essa fome, sabendo que a Palavra de Deus nos pode saciar para além
de todas as realidades terrestres, e muito mais do que podemos imaginar.
A palavra de Deus é exigência. Jesus fala de uma semente que
deve crescer e espalhar-se por todo o lado. É a Palavra que torna fecundo o
apostolado. Não pregamos palavras nossas, mas a Palavra que escutamos e
acolhemos, e nos impele a proclamá-la, para pôr os homens em comunhão com Deus.
S. João ensina-nos que não é fácil escutar a palavra, porque
não é fácil ser dóceis a Deus. Mas só quem dócil ao Pai, escuta a sua Palavra:
“Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim”
(Jo 6, 45).
A Palavra é a nossa felicidade. A palavra, meio de
comunicação humana por excelência, permite-nos comunicar com Deus. Para entrar
em comunicação e em comunhão com Deus, havemos de acolher a sua Palavra em nós.
Que Santo André nos ensine a escutar e a acolher a Palavra
de Deus, para estarmos em comunhão com Ele e uns com os outros.
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