Salmo Responsorial: 18
R. A sua mensagem
ressoou por toda a terra.
Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia a
obra das suas mãos. O dia transmite ao outro esta mensagem e a noite a dá a
conhecer à outra noite.
Não são palavras nem linguagem cujo sentido se não perceba.
O seu eco ressoou por toda a terra e a sua notícia até aos confins do mundo.
Aleluia. Nós Vos louvamos, ó Deus; nós Vos bendizemos, Senhor. O coro
glorioso dos Apóstolos canta os vossos louvores. Aleluia.
Evangelho (Lc 6,12-19): Naqueles dias, Jesus foi à
montanha para orar. Passou a noite toda em oração a Deus. Ao amanhecer, chamou
os discípulos e escolheu doze entre eles, aos quais deu o nome de apóstolos:
Simão, a quem chamou Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e
Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado zelote;
Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que se tornou o traidor. Jesus
desceu com eles da montanha e parou num lugar plano. Ali estavam muitos dos seus
discípulos e uma grande multidão de gente de toda a Judéia e de Jerusalém, e do
litoral de Tiro e Sidônia. Vieram para ouvi-lo e serem curados de suas doenças.
Também os atormentados por espíritos impuros eram curados. A multidão toda
tentava tocar nele, porque dele saía uma força que curava a todos
«Jesus foi à montanha para orar»
+ Rev. D. Albert TAULÉ
i Viñas (Barcelona, Espanha)
É que Jesus precisava de longos momentos de oração em
solitário quando todos dormiam? Os teólogos estudam qual era a psicologia de
Jesus homem: até que ponto tinha acesso direto à divindade e até que ponto era
«homem semelhante em tudo a nós, menos no pecado» (He 4,5). Na medida que o
consideremos mais próximo, sua prática de oração será um exemplo evidente para
nós.
Assegurada já a oração, só nos fica imitá-lo na ação. No
fragmento de hoje, vemo-lo organizando a Igreja, quer dizer, escolhendo os que
serão os futuros evangelizadores, chamados a continuar sua missão no mundo. «Ao
amanhecer, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, aos quais deu o
nome de apóstolos» (Lc 6,13). Depois encontramo-lo curando todo tipo de doença.
«A multidão toda tentava tocar nele porque dele saía uma força que curava a
todos» (Lc 6,19), diz-nos o evangelista. Para que nossa identificação com Ele
seja total, unicamente nos falta que também saia de nós uma força que cure a
todos, o que só será possível se estamos inseridos Nele, para que demos muitos
frutos (cf. Jo 15,4).
Reflexão de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Lucas 6,12-13:
Jesus passa noite em oração e escolhe os doze apóstolos. Antes de fazer a
escolha definitiva dos doze apóstolos, Jesus subiu a uma montanha e passou uma
noite inteira em oração. Rezou para saber a quem escolher e escolheu os Doze,
cujos nomes estão registrados nos evangelhos. A eles deu o título de apóstolo.
Apóstolo significa enviado, missionário. Eles foram chamados para realizar uma
missão, a mesma que Jesus recebeu do Pai (Jo 20,21). Marcos concretiza mais a
missão e diz que Jesus os chamou para estar com ele e enviá-los em missão (Mc
3,14).
* Lucas 6,14-16: Os
nomes dos doze apóstolos. Com pequenas diferenças os nomes dos Doze são
iguais nos evangelhos de Mateus (Mt 10,2-4), Marcos (Mc 3,16-19) e Lucas (Lc
6,14-16). Grande parte destes nomes vem do Antigo Testamento: Simeão é o nome
de um dos filhos do patriarca Jacó (Gn 29,33). Tiago é o mesmo que o nome de
Jacó (Gn 25,26). Judas é o nome de outro filho de Jacó (Gn 35,23). Mateus
também se chamava Levi (Mc 2,14), que foi outro filho de Jacó (Gn 35,23). Dos
doze apóstolos sete tem nome que vem do tempo dos patriarcas: duas vezes Simão,
duas vezes Tiago, duas vezes Judas, e uma vez Levi! Isto revela a sabedoria do
povo. Através dos nomes dos patriarcas e das matriarcas, dados aos filhos e
filhas, eles mantinham viva a tradição dos antigos e ajudavam seus filhos a não
perder a identidade. Quais os nomes que nós damos hoje para os nossos filhos e
filhas?
* Lucas 6,17-19:
Jesus desce da montanha e a multidão o procura. Ao descer da montanha com
os doze, Jesus encontrou uma multidão imensa de gente que o procurava para
ouvir sua palavra e tocá-lo, porque dele saía uma força de vida. Nesta multidão
havia judeus e estrangeiros, pois vinham da Judéia e também lá de Tiro e
Sidônia. É o povo abandonado, desorientado. Jesus acolhe a todos que o
procuram. Judeus e pagãos! Aqui transparece o ecumenismo, a abertura universal
da missão, tema preferido de Lucas que escreve para pagãos convertidos.
* As pessoas chamadas
por Jesus, consolo para nós. Os primeiros cristãos lembraram e registraram
os nomes dos Doze apóstolos e de outros homens e mulheres que seguiram Jesus de
perto. Os Doze, chamados por Jesus para formar com ele a primeira comunidade,
não eram santos. Eram pessoas comuns, como todos nós, com suas virtudes e seus
defeitos. Os evangelhos informam muito pouco sobre o jeito e o caráter de cada
um deles. Mas o pouco que informam é motivo de consolo para nós.
* Pedro era uma
pessoa generosa e entusiasta (Mc 14,29.31; Mt 14,28-29), mas na hora do perigo
e da decisão, o coração dele encolhia e voltava atrás (Mt 14,30; Mc 14,66-72).
Chegou a ser satanás (Mc 8,33) e pedra de tropeço (Mt 16,23). Negou Jesus na
hora do perigo (Lc 22,56-62). Jesus deu a ele o apelido de Pedra. Pedro, ele
por si mesmo, não era Pedra. Tornou-se pedra (rocha), porque Jesus rezou por
ele (Lc 22,31-32).
* Tiago e João
estavam dispostos a sofrer com e por Jesus (Mc 10,39), mas eram muito violentos
(Lc 9, 54). Jesus os chamou “filhos do trovão” (Mc 3,17). João parecia ter um
certo ciúme, pois queria Jesus só para o grupo dele e proibiu os outros usar o
nome de Jesus para expulsar demônios (Mc 9,38).
* Filipe tinha um
jeito acolhedor. Sabia colocar os outros em contato com Jesus (Jo 1,45-46), mas
não era muito prático em resolver os problemas (Jo 12,20-22; 6,7). Às vezes,
era meio ingênuo. Teve hora em que Jesus perdeu a paciência com ele: “Mas
Filipe, tanto tempo que estou com vocês, e ainda não me conhece?” (Jo 14,8-9)
* André, irmão de
Pedro e amigo de Filipe, era mais prático. Filipe recorre a ele para resolver
os problemas (Jo 12,21-22). Foi André que chamou Pedro (Jo 1,40-41), e foi
André que encontrou o menino com cinco pãezinhos e dois peixes (Jo 6,8-9).
* Bartolomeu
parece ter sido o mesmo que Natanael. Este era bairrista e não podia admitir
que algo de bom pudesse vir de Nazaré (Jo 1,46).
* Tomé foi capaz
de sustentar sua opinião, uma semana inteira, contra o testemunho de todos os
outros (Jo 20,24-25). Mas quando viu que estava equivocado, não teve medo de
reconhecer seu erro (Jo 20,26-28). Era generoso, disposto a morrer com Jesus
(Jo 11,16).
* Mateus ou Levi
era publicano, cobrador de impostos, como Zaqueu (Mt 9,9; Lc 19,2). Os
publicanos eram pessoas comprometidas com o sistema opressor da época.
* Simão, ao
contrário, parece ter sido do movimento que se opunha radicalmente ao sistema
que o império romano impunha ao povo judeu. Por isso tinha o apelido de Zelota
(Lc 6,15). O grupo dos Zelotas chegou a provocar uma revolta armada contra os
romanos.
* Judas era o que
tomava conta do dinheiro do grupo (Jo 13,29). Ele chegou a trair Jesus.
* Tiago de Alfeu
e Judas Tadeu, destes dois os evangelhos nada informam a não ser o nome.
Para um confronto
pessoal
1) Jesus passou a
noite inteira em oração para saber a quem escolher, e escolheu estes doze! Qual
a lição que você tira deste gesto de Jesus?
2) Os primeiros
cristãos lembravam os nomes dos doze apóstolos que estavam na origem das suas
comunidades. Você lembra dos nomes das pessoas que estão na origem da
comunidade a que você pertence? Você lembra o nome de alguma catequista ou
professora que foi significativa para a sua formação cristã. O que mais lembra
delas: o conteúdo que lhe ensinaram ou o testemunho que deram?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO