Santa Rosa de Lima, Virgem leiga da III
Ordem Dominicana, Padroeira da América Latina
S. Felipe Benicio, presbítero da Ordem dos
Servos de Maria
Salmo Responsorial: 149
R. O Senhor ama o seu povo.
Cantai ao Senhor um cântico novo,
cantai ao Senhor na assembleia dos santos. Alegre-se Israel em seu Criador,
rejubilem os filhos de Sião em seu Rei.
Louvem o seu nome com danças,
cantem ao som do tímpano e da cítara, porque o Senhor ama o seu povo, coroa os
humildes com a vitória.
Exultem de alegria os fiéis,
cantem jubilosos em suas casas; em sua boca os louvores de Deus. Esta é a
glória de todos os seus fiéis.
Aleluia. As minhas ovelhas escutam a minha voz, diz o Senhor; Eu
conheço as minhas ovelhas e elas seguem-Me. Aleluia.
Evangelho (Mt 23,13-22): «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!
Fechais aos outros o Reino dos Céus, mas vós mesmos não entrais, nem deixais
entrar aqueles que o desejam. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!
Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando o conseguis, o
tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós. Ai de vós, guias
cegos! Dizeis: ‘Se alguém jura pelo Santuário, não vale; mas se alguém jura
pelo ouro do Santuário, então vale!’ Insensatos e cegos! Que é mais importante,
o ouro ou o Santuário que santifica o ouro? Dizeis também: ‘Se alguém jura pelo
altar, não vale; mas, se alguém jura pela oferenda que está sobre o altar,
então vale!’ Cegos! Que é mais importante: a oferenda ou o altar que santifica
a oferenda? De fato, quem jura pelo altar jura por ele e por tudo o que está
sobre ele. E quem jura pelo Santuário jura por ele e por Deus, que habita no
Santuário. E quem jura pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que nele
está sentado».
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino
dos Céus»
P. Marc VAILLOT (Paris,
França)
Jesus utiliza sua divina
autoridade para nos mostrar claramente o carácter absoluto do bem, que devemos
perseguir, e o do mal, que devemos evitar a todo custo. Daí, sua viva e amável
exortação a respeitar a carta magna da vida cristã: as boas-venturanças, vias
que dão o acesso à Felicidade. Paralelamente, encontramos o tom ameaçador
utilizado no Evangelho de hoje: as Maldições daqueles atos destruidores que
sempre devem ser evitados. O mesmo Coração sagrado, o mesmo Amor é o que dita
as Boas aventuranças (cf. Mt 5,1 ss) e as Maldições.
É muito importante entender que
são tão importantes tanto uns como outros para quem quiser se salvar: «Bem-aventurados»
os pobres; os corações sedentos de justiças; as almas misericordiosas… «Ai de
vocês!»… quando escandaliza aos outros; quando ensina e não o põe em prática;
quando corrompe a doutrina sã; quando desvia aos outros do caminho reto…
Jesus completa com firmeza:
quanto maior seja sua responsabilidade ante os outros, mais forte será a
maldição que recairá sobre vocês. Nosso Senhor, nesta passagem está se
dirigindo aos notáveis: «Ai de vocês, escribas e fariseus hipócritas!» (Mt
23,13 ss).
Apliquemos a nossas vidas este
ensinamento divino. Nossas boas e nossas más ações têm sempre um duplo impacto:
um, que recai sobre nós mesmos, pois cada ação nos melhora ou nos assola; o
outro, considerando nossa situação de adultos, pais, mestres, responsáveis sob
qualquer aspecto, cada um de nossos atos pode ter repercussões, boas ou más,
insuspeitáveis: «A vida não é tempo que passa, senão tempo de encontro»
(Francisco).
E teremos que prestar contas
disso ao amor de Deus!
«Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Fechais aos outros o Reino
dos Céus»
P. Raimondo M. SORGIA Mannai OP (San Domenico de Fiesole, Florença, Itália)
O Senhor hoje está — diríamos —
de mau-humor, está justamente enfadado com os guias que extraviam ao próximo e
lhe tiram o gosto de viver e, finalmente, a vida: «Ai de vós, escribas e
fariseus hipócritas! Percorreis o mar e a terra para converter alguém, e quando
o conseguis, o tornais merecedor do inferno, duas vezes mais do que vós» (Mt
23,15).
Há gente que tenta de verdade
entrar no Reino dos Céus, e tirar esta ilusão é uma culpa verdadeiramente
grave. Têm se apoderado das chaves da entrada, mas para eles representam um
“brinquedo”, algo chamativo para ter pendurado no cinturão e nada mais. Os
fariseus perseguem os indivíduos, e “andam a caça” para levá-los a sua própria
convicção religiosa; não à de Deus, senão à própria; com o fim convertê-los não
em filhos de Deus, senão do inferno. O seu orgulho não eleva ao céu, não conduz
à vida, senão à perdição. Que erro tão grave!
«Guias —diz-lhes Jesus— cegos!
Filtrais um mosquito e engolis um camelo» (Mt 23,24). Todo está trocado,
revolvido; o Senhor repetidamente há tentado destampar as orelhas e desvendar
os olhos dos fariseus, mas diz o profeta Zacarias: «Eles, porém, não quiseram
escutar: voltaram-me as costas, revoltados, e taparam os ouvidos para nada
ouvir» (Zc 7,11). Então, no momento do juízo, o juiz emitirá uma sentença
severa: «Nunca vos conheci. Retirai-vos de mim, operários maus!» (Mt 7,23). Não
é suficiente saber mais: faz falta saber a verdade e ensiná-la com humilde
fidelidade. Lembremo-nos do que disse um autêntico mestre da sabedoria, Santo
Tomás de Aquino: «Enquanto louvam a sua própria bravura, os soberbos envilecem
a excelência da verdade!».
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm.
* Mateus 23,13: O primeiro Ai contra os que fecham a porta do Reino. “Vocês
fecham o Reino do Céu para os homens. Nem vocês entram, nem deixam entrar
aqueles que desejam”. Fecham o Reino como? Apresentando Deus apenas como juiz
severo, deixando pouco espaço para a misericórdia. Impondo em nome de Deus leis
e normas que não têm nada a ver com os mandamentos de Deus, falsificam a imagem
do Reino e matam nos outros o desejo de servir a Deus e ao Reino. Uma
comunidade que se organiza ao redor deste falso deus “não entra no Reino”, nem
é expressão do Reino, e impede que seus membros entrem no Reino.
* Mateus 23,14: O segundo Ai contra os que usam a religião para se
enriquecer. “Vocês exploram as
viúvas, e roubam suas casas e, para disfarçar, fazem longas orações! Por isso,
vocês vão receber uma condenação mais severa”. Jesus permite aos discípulos
viver do evangelho, pois diz que o operário digno do seu salário (Lc 10,7; cf. 1Cor
9,13-14), mas usar a oração e a religião como meio para enriquecer-se, isto é
hipocrisia e não revela a Boa Nova de Deus. Transforma a religião num mercado.
Jesus expulsou os comerciantes do Templo (Mc 11,15-19) citando os profetas
Isaías e Jeremias: “Minha casa é casa de oração para todos os povos e vocês a
transformaram num covil de ladrões” (Mc 11,17; cf Is 56,7; Jr 7,11)). Quando o
mago Simão quis comprar o dom do Espírito Santo, Pedro o amaldiçoou (At
8,18-24). Simão recebeu a “condenação mais severa” de que Jesus fala no
evangelho de hoje.
* Mateus 23,15: O terceiro Ai contra os que fazem proselitismo. “Vocês percorrem o mar e a terra para
converter alguém, e quando conseguem, o tornam merecedor do inferno duas vezes
mais do que vocês”. Há pessoas que se fazem missionários e anunciam o evangelho
não para irradiar a Boa Nova do amor de Deus, mas para atrair as pessoas para o
seu grupo ou sua igreja. Certa vez, João proibiu uma pessoa de usar o nome de
Jesus porque ela não fazia parte do grupo dele. Jesus respondeu: “Não proíba,
pois quem não é contra, é a favor” (Mc 9,39). O documento da Assembleia
Plenária dos bispos da América Latina, realizada no mês de maio de 2008, em
Aparecida, Brasil, tem como título: “Discípulos e missionários de Jesus Cristo,
para que nele nossos povos tenham vida!” Ou seja, o objetivo da missão não é
para que os povos se tornem católicos, nem para fazer proselitismo, mas sim
para que os povos tenham vida, e vida em abundância.
* Mateus 23,16-22: O quarto Ai contra os que vivem fazendo juramento. “Vocês
dizem: 'Se alguém jura pelo Templo, não fica obrigado, mas se alguém jura pelo
ouro do Templo, fica obrigado'”. Jesus faz um longo raciocínio para mostrar a
incoerência de tantos juramentos que o povo fazia ou que a religião oficial
mandava fazer: juramentos pelo ouro do templo ou pela oferenda que está no
altar. O ensinamento de Jesus, dado no Sermão da Montanha, é o melhor
comentário da mensagem do evangelho de hoje: “Eu, porém, lhes digo: não jurem
de modo algum: nem pelo Céu, porque é o trono de Deus; nem pela terra, porque é
o suporte onde ele apoia os pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande
Rei. Não jure nem mesmo pela sua própria cabeça, porque você não pode fazer um
só fio de cabelo ficar branco ou preto. Diga apenas 'sim', quando é 'sim'; e
'não', quando é 'não'. O que você disser além disso, vem do Maligno." (Mt
5,34-37)
Para um confronto pessoal
1) São quatro Ais ou quatro pragas, quatro motivos para receber uma
crítica severa da parte de Jesus. Qual das quatro críticas cabe em mim?
2) Nossa Igreja hoje merece estes Ais da parte de Jesus?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO