Com humildade e respeito aqui nos reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores, nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Dan
3,25.34-43): Naqueles dias, levantando-se no meio
da fornalha ardente, Azarias fez a seguinte oração: «Por amor do vosso nome,
Senhor, não nos abandoneis para sempre e não anuleis a vossa aliança. Não nos
retireis a vossa misericórdia, por amor de Abraão vosso amigo, de Isaac vosso
servo e de Israel vosso santo, aos quais prometestes multiplicar a sua
descendência como as estrelas do céu e como a areia das praias do mar. Mas
agora, Senhor, tornámo-nos o mais pequeno de todos os povos e somos hoje
humilhados em toda a terra, por causa dos nossos pecados. Não temos chefe, nem
guia nem profeta, nem holocausto nem sacrifício, nem oblação nem incenso, nem
lugar onde apresentar-Vos as primícias para alcançar misericórdia. Mas de
coração arrependido e espírito humilhado sejamos por Vós recebidos como se viéssemos
com um holocausto de touros e carneiros e milhares de gordos cordeiros. Seja
hoje este nosso sacrifício agradável na vossa presença, porque jamais serão
confundidos aqueles que em Vós esperam. E agora Vos seguimos de todo o coração,
Vos tememos e buscamos o vosso rosto. Não nos deixeis ficar envergonhados, mas
tratai-nos segundo a vossa bondade e segundo a abundância da vossa
misericórdia. Livrai-nos pelo vosso admirável poder e dai glória, Senhor, ao
vosso nome».
Salmo Responsorial: 24
R. Lembrai-Vos, Senhor, da vossa
misericórdia.
Mostrai-me,
Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Guiai-me na vossa
verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador.
Lembrai-Vos,
Senhor, das vossas misericórdias e das vossas graças que são eternas. Não
recordeis as minhas faltas e os pecados da minha juventude, lembrai-Vos de mim
segundo a vossa clemência.
O Senhor é
bom e recato, ensina o caminho aos pecadores. Orienta os humildes na justiça e
dá-lhes a conhecer os seus caminhos.
Convertei-vos a Mim de
todo o coração, diz o Senhor; porque sou benigno e misericordioso.
Evangelho (Mt
18,21-35): Pedro dirigiu-se a Jesus
perguntando: «Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra
mim? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Digo-te, não até sete vezes, mas até
setenta vezes sete vezes. O Reino dos Céus é, portanto, como um rei que
resolveu ajustar contas com seus servos. Quando começou o ajuste, trouxeram-lhe
um que lhe devia uma fortuna inimaginável. Como o servo não tivesse com que
pagar, o senhor mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher, os
filhos e tudo o que possuía, para pagar a dívida. O servo, porém, prostrou-se
diante dele pedindo: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante
disso, o senhor teve compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida. Ao sair
dali, aquele servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia uma quantia
irrisória. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’.
O companheiro, caindo aos pés dele, suplicava: ‘Tem paciência comigo, e eu te
pagarei'. Mas o servo não quis saber. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que
pagasse o que estava devendo. Quando viram o que havia acontecido, os outros
servos ficaram muito sentidos, procuraram o senhor e lhe contaram tudo. Então o
senhor mandou chamar aquele servo e lhe disse: ‘Servo malvado, eu te perdoei
toda a tua dívida, porque me suplicaste. Não devias tu também ter compaixão do
teu companheiro, como eu tive compaixão de ti? O senhor se irritou e mandou
entregar aquele servo aos carrascos, até que pagasse toda a sua dívida. É assim
que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de
coração ao seu irmão».
«O senhor teve
compaixão, (…) perdoou-lhe a dívida»
Rev. D. Enric PRAT i Jordana (Sort, Lleida, Espanha)
O homem
atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade perdoadora: «Senhor,
quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?» (Mt
18,21). A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que
podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o
homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem
denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’»
(Mt 18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Fechadas as
contas, o homem, ou se nega a perdoar, ou mede estritamente a medida do seu
perdão. Verdadeiramente ninguém diria que receberíamos da parte de Deus um
perdão infinitamente reiterado e sem limites. A parábola diz: «o senhor teve
compaixão, soltou o servo e perdoou-lhe a dívida» (Mt 18,27). E a dívida era
muito grande.
Mas a
parábola que comentamos põe acento no estilo de Deus na hora de outorgar o
perdão. Depois de chamar à ordem o seu devedor em atraso e de o fazer ver a
gravidade da situação, deixou-se enternecer repentinamente pelo seu pedido
contrito e humilde: «‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. Diante
disso, o senhor teve compaixão…» (Mt 18, 26-27). Este episódio põe à vista
aquilo que cada um de nós conhece por experiência própria e com profundo
agradecimento: que Deus perdoa sem limites ao arrependido e convertido. O final
negativo e triste da parábola, contudo, faz honras de justiça e manifesta a
veracidade daquela outra sentença de Jesus em Lc 6,38: «Com a medida com que
medirdes sereis medidos».
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* Mateus 18,21-22: Perdoar setenta
vezes sete! Jesus
tinha falado sobre a importância do perdão e sobre a necessidade de saber
acolher os irmãos e as irmãs para ajudá-los a se reconciliar com a comunidade
(Mt 18,15-20). Diante destas palavras de Jesus, Pedro pergunta: “Quantas vezes
devo perdoar ao irmão que pecar contra mim? Até sete vezes?” O número sete
indica uma perfeição. No caso, era sinônimo de sempre. Jesus vai mais longe do
que a proposta de Pedro. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o
perdão: "Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” Ou seja,
setenta vezes sempre! Pois não há
proporção entre o perdão que recebemos de Deus e o perdão que nós devemos
oferecer ao irmão, como ensinará a parábola do perdão sem limites.
* A expressão setenta vezes sete era uma alusão clara às
palavras de Lamec que dizia: “Por uma ferida, eu matei um homem, e por uma cicatriz
matei um jovem. Se a vingança de Caim valia por sete, a de Lamec valerá por
setenta vezes sete" (Gn 4,23-24). Jesus quer reverter a espiral da
violência que entrou no mundo pela desobediência de Adão e Eva, pelo
assassinato de Abel por Caim e pela vingança de Lamec. Quando a violência
desenfreada toma conta da vida, tudo desanda e a vida se desintegra. Surge o
Dilúvio e aparece a Torre de Babel da dominação universal (Gn 2,1 a 11,32).
* Mateus 18,23-35: A parábola do
perdão sem limite. A dívida de dez mil talentos valia em torno
de 164 toneladas de ouro. A dívida de cem denários valia 30 gramas de ouro. Não
existe meio de comparação entre os dois! Mesmo que o devedor junto com mulher e
filhos fossem trabalhar a vida inteira, jamais seriam capazes de juntar 164
toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida
de 164 toneladas de ouro, é nada mais do que justo que também nós perdoemos ao
irmão a insignificante dívida de 30 gramas de ouro, setenta vezes sempre! O
único limite para a gratuidade do perdão de Deus é a nossa incapacidade de
perdoar o irmão! (Mt 18,34; 6,15).
* A comunidade como espaço
alternativo de solidariedade e de fraternidade. A sociedade do Império Romano era
dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para
o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não
ofereciam um lugar para eles. E nas comunidades cristãs, o rigor de alguns na
observância da Lei levava para dentro da convivência os mesmos critérios da
sinagoga. Além disso, lá para o fim do primeiro século, nas comunidades cristãs
começavam a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade entre rico e
pobre (Tg 2,1-9). Em vez da comunidade ser um espaço de acolhimento, ela corria
o risco de tornar-se um lugar de condenação e de conflitos. Mateus quer
iluminar as comunidades, para que sejam um espaço alternativo de solidariedade
e de fraternidade. Devem ser uma Boa Notícia para os pobres.
Para um confronto pessoal
1. Por que será que é tão difícil perdoar?
2. Na nossa comunidade existe espaço para a reconciliação? De que maneira?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus Cristo,
escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das virgens,
...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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