São João de Deus, Presbítero
Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com toda
a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes tributamos
revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto, esperamos vos
seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo castíssimo de
Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu Deus,
concedei-nos a graça de amar e honrar a São José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (2Re
5,1-15): Naqueles dias, Naamã, general dos
exércitos do rei da Síria, era tido em grande consideração e estima pelo seu
soberano, porque, por seu intermédio, o Senhor tinha dado a vitória à Síria.
Mas este homem, valente guerreiro, estava leproso. Ora, numa incursão, os
sírios tinham levado uma menina da terra de Israel, que ficou ao serviço da
mulher de Naamã. Ela disse à sua senhora: «Se o meu senhor fosse ter com o
profeta que vive na Samaria, ele decerto o livraria da lepra». Naamã foi contar
ao soberano o que dissera a jovem da terra de Israel. O rei da Síria
respondeu-lhe: «Vai, que eu escreverei uma carta ao rei de Israel». Naamã
pôs-se a caminho, levando consigo dez talentos de prata, seis mil siclos de
ouro e dez mudas de roupa; e entregou ao rei de Israel a carta, que dizia:
«Logo que esta carta te chegar às mãos, ficarás a saber que te envio o meu
servo Naamã, para que o livres da sua lepra». Depois de ter lido a carta, o rei
de Israel rasgou as vestes, exclamando: «Serei eu um deus que possa dar a morte
e a vida, para este me mandar dizer que livre um homem da sua lepra? Reparai e
vede como ele procura um pretexto contra mim». Quando Eliseu, o homem de Deus,
soube que o rei de Israel tinha rasgado as vestes, mandou-lhe dizer: «Por que
motivo rasgaste as tuas vestes? Esse homem venha ter comigo e saberá que existe
um profeta em Israel». Naamã seguiu com os seus cavalos e o seu carro e parou à
porta de Eliseu. Eliseu mandou-lhe dizer por um mensageiro: «Vai banhar-te sete
vezes no Jordão e o teu corpo ficará limpo». Naamã irritou-se e decidiu ir-se
embora, dizendo: «Eu pensava que ele mesmo viria ao meu encontro, invocaria o
nome do Senhor, seu Deus, colocaria a mão sobre a parte doente e me livraria da
lepra. Não valem os rios de Damasco, o Abana e o Farfar, mais do que todas as
águas de Israel? Não poderia eu banhar-me neles para ficar limpo?» Deu meia
volta e partiu indignado. Mas os servos aproximaram-se dele e disseram: «Meu
pai, se o profeta te tivesse mandado uma coisa difícil, não a terias feito?
Quanto mais, se ele te diz apenas: ‘Vai banhar-te e ficarás limpo’?» Naamã
desceu e mergulhou sete vezes no Jordão, como lhe ordenara o homem de Deus. A
sua carne tornou-se como a de uma criança e ficou limpo. Voltou de novo, com
todo o seu séquito, à casa do homem de Deus, entrou e apresentou-se, dizendo:
«Agora sei que não há Deus em toda a terra, senão em Israel».
Salmo Responsorial: 41
R. A minha alma tem sede do Deus
vivo: quando verei a face do Senhor?
Como
suspira o veado pelas correntes das águas, assim minha alma suspira por Vós,
Senhor.
Minha alma
tem sede de Deus, do Deus vivo: quando irei contemplar a face de Deus?
Enviai a
vossa luz e verdade, sejam elas o meu guia e me conduzam à vossa montanha santa
e ao vosso santuário.
E eu irei
ao altar de Deus, a Deus que é a minha alegria. Ao som da cítara Vos louvarei,
Senhor, meu Deus.
Eu confio no Senhor,
confio na sua palavra, porque no Senhor está a misericórdia e a redenção.
Evangelho (Lc
4,24-30): E acrescentou: «Em verdade, vos digo
que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra. Ora, a verdade é esta
que vos digo: no tempo do profeta Elias, quando não choveu durante três anos e
seis meses e uma grande fome atingiu toda a região, havia muitas viúvas em
Israel. No entanto, a nenhuma delas foi enviado o profeta Elias, senão a uma
viúva em Sarepta, na Sidônia. E no tempo do profeta Eliseu, havia muitos
leprosos em Israel, mas nenhum deles foi curado, senão Naamã, o sírio». Ao
ouvirem estas palavras, na sinagoga, todos ficaram furiosos. Levantaram-se e o
expulsaram da cidade. Levaram-no para o alto do morro sobre o qual a cidade
estava construída, com a intenção de empurrá-lo para o precipício. Jesus,
porém, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
«Nenhum profeta é bem
recebido na sua própria terra»
Rev. P. Higinio Rafael ROSOLEN IVE (Cobourg, Ontario, Canadá)
“Profeta” é
o que fala em nome de outro, o que leva a mensagem de outro. Entre os hebreus,
os profetas eram homens enviados por Deus para anunciar, já com palavras, já
com signos, a presença de Deus, a vinda do Messias, a mensagem de salvação, de
paz e de esperança.
Jesus é o
Profeta por excelência, o Salvador esperado; Nele todas as profecias têm
cumprimento. Mas, igual como sucedeu nos tempos de Elias E Eliseu, Jesus não é
“bem recebido” entre os seus, pois são estes quem cheios de ira «o joga fora da
cidade» (Lc 4,29).
Cada um de
nós, por motivo de seu batismo, também está chamado a ser profeta. Por isso:
1º. Devemos anunciar a Boa Nova. Para
eles, como disse o Papa Francisco, temos que escutar a Palavra com abertura
sincera, deixar que toque nossa própria vida, que nos reclame que nos exorte
que nos mobilize, pois se não dedicamos um tempo para orar com essa Palavra,
então se seremos um “falso profeta”, um “contraventor” ou um “charlatão vazio”.
2º Viver o Evangelho. Novamente o Papa
Francisco: «Não nos pedem que sejamos imaculados, mas sim que estejamos sempre
em crescimento, que vivamos o desejo profundo de crescer no caminho do
Evangelho, e não baixemos os braços». É indispensável ter a segurança de que
Deus nos ama, de que Jesus Cristo nos salvou, de que seu amor é para sempre.
3º Como discípulos de Jesus, ser
conscientes de que assim como Jesus experimentou a rejeição, a ira, o ser
jogado fora, também isto vai estar presente no horizonte de nossa vida
cotidiana.
Que Maria,
Rainha dos profetas, nos guie em nosso caminho.
«Em verdade, vos digo
que nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra»
Rev. D. Santi COLLELL i Aguirre (La Garriga, Barcelona,
Espanha)
A afirmação
de Jesus é o preâmbulo da lição que quer dar à gente reunida na sinagoga e
assim, abrir os seus olhos à evidencia de que pelo simples feito de serem
membros do “Povo escolhido” não têm nenhuma garantia de salvação, cura,
purificação (isso o confirmará com os dados da história da salvação).
Mas, dizia
que a afirmação de Jesus, para muitas e muitos é, com excessiva frequência,
motivo de desculpa para não “comprometer-nos evangelicamente” no nosso ambiente
cotidiano. Sim, é uma daquelas frases que todos aprendemos de memória e, que
efeito faz!
Parece como
gravada na nossa consciência de maneira particular e quando no escritório, no
trabalho, com a família, no círculo de amigos, no nosso meio social quando
devemos de tomar decisões compreensíveis à luz do Evangelho, esta “frase
mágica” tira-nos para trás como dizendo-nos: —Não vale a pena esforçar-te,
nenhum profeta é bem recebido na sua terra! Temos a desculpa prefeita, a melhor
das justificações para não ter que dar testemunho, para não apoiar a aquele
companheiro que é vítima da gestão da empresa, ou ignorar e não ajudar à
reconciliação daquele casal conhecido.
São Paulo
dirigiu-se em primeiro lugar aos seus: foi à sinagoga onde «Paulo foi então à
sinagoga e, durante três meses, falava com toda liberdade, discutindo e
persuadindo os ouvintes acerca do Reino de Deus» (At 19,8). Não acredita que
isso é o que Jesus queria dizer-nos?
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* É que Jesus citou o texto de Isaías só até onde diz:
"proclamar um ano de graça da parte do Senhor", e cortou o final da
frase que dizia: “e proclamar um dia de vingança do nosso Deus” (Is 61,2). O
povo de Nazaré ficou bravo porque Jesus omitiu a frase sobre a vingança. Eles
queriam que a Boa Nova da libertação dos oprimidos fosse uma ação de vingança
da parte de Deus contra os opressores. Neste caso, a vinda do Reino seria apenas
uma virada da mesa e não uma mudança ou conversão do sistema. Jesus não aceita
este modo de pensar. A sua experiência de Deus como Pai ajudou-o a entender
melhor o sentido das profecias. Descartou a vingança. O povo de Nazaré não
aceitou esta proposta e começou a diminuir a autoridade de Jesus: “Não é este o
filho de José?”
* Lucas 4,24: Nenhum profeta é bem
aceito em sua pátria.
O povo de Nazaré ficou com ciúme de Jesus por ele não ter feito nenhum milagre
em Nazaré como tinha feito em Cafarnaum. Jesus responde: “Nenhum profeta é bem
recebido em sua pátria!” No fundo, eles não aceitavam a nova imagem de Deus que
Jesus lhes comunicava através desta nova interpretação mais livre de Isaías. A
mensagem do Deus de Jesus ultrapassava os limites da raça dos judeus e se abria
para acolher os excluídos e toda a humanidade.
* Lucas 4,25-27: Duas histórias do
Antigo Testamento. Para ajudar a comunidade a superar o
escândalo e entender o universalismo de Deus, Jesus usou duas histórias bem
conhecidas do AT: uma de Elias e outra de Eliseu. Por meio destas histórias ele
criticava o fechamento do povo de Nazaré. Elias foi enviado para a viúva
estrangeira de Sarepta (1 Rs 17,7-16). Eliseu foi enviado para atender ao
estrangeiro da Síria (2 Rs 5,14).
* Lucas 4,28-30: Queriam matá-lo,
mas ele prosseguia o seu caminho.
A apelo de Jesus não adiantou. Ao contrário! O uso destas duas passagens da
Bíblia provocou mais raiva ainda. A comunidade de Nazaré chegou ao ponto de
querer matar Jesus. E assim, no momento em que apresentou o seu projeto de
acolher os excluídos, Jesus mesmo foi excluído! Mas ele manteve a calma. A
raiva dos outros não conseguiu desviá-lo do seu caminho. Lucas mostra assim
como é difícil superar a mentalidade do privilégio e do fechamento. Mostrava
ainda que a polêmica abertura para os pagãos já vinha desde Jesus. Jesus teve
as mesmas dificuldades que as comunidades estavam tendo no tempo de Lucas.
Para um confronto pessoal
1. Será que o programa de Jesus está sendo o meu
programa, o nosso programa? Minha atitude é a de Jesus ou do povo de Nazaré?
2. Quais os excluídos que deveríamos acolher melhor na
nossa comunidade?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da
Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José justíssimo,
...
José
castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das
virgens, ...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos
demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da
Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos, Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe
de todas as suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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