Com humildade e respeito aqui nos
reunimos, ó Divino Jesus, para oferecer, todos os dias deste mês, as homenagens
de nossa devoção ao glorioso Patriarca S. José. Vós nos animais a recorrer com
toda a confiança aos vossos benditos Santos, pois que as honras que lhes
tributamos revertem em vossa própria glória. Com justos motivos, portanto,
esperamos vos seja agradável o tributo quotidiano que vimos prestar ao Esposo
castíssimo de Maria, vossa divina Mãe a José, vosso amado Pai adotivo. Ó meu
Deus, concedei-nos a graça de amar e honrar a José como o amastes na terra e o
honrais no céu. E vós, ó glorioso Patriarca, pela vossa estreita união com
Jesus e Maria; vós que, à custa de vossas abençoadas fadigas e suores,
nutristes a um e outro, desempenhando neste mundo o papel do Divino Padre
Eterno; alcançai-nos luz e graça para terminar com fruto este devoto exercício
que em vosso louvor alegremente começamos.
1ª Leitura (Dan
9,4b-10): Senhor, Deus grande e terrível, que
sois fiel à aliança e à misericórdia para com os que Vos amam e observam os
vossos mandamentos! Nós pecámos, cometemos injustiças e iniquidades, fomos
rebeldes, afastando-nos dos vossos mandamentos e preceitos. Não escutámos os
profetas, vossos servos, que em vosso nome falavam aos nossos reis, aos nossos
chefes e antepassados e a todo o povo da nação. Em Vós, Senhor, está a justiça;
em nós recai a vergonha que sentimos no rosto, como sucede neste dia aos homens
de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e
aos que estão longe, em todos os países para onde os dispersastes por causa das
infidelidades que contra Vós cometeram. Sobre nós, Senhor, recai a vergonha que
sentimos no rosto, sobre os nossos reis, chefes e antepassados, porque pecámos
contra Vós. No Senhor, nosso Deus, está a misericórdia e o perdão, porque nos
revoltámos contra Ele e não escutámos a voz do Senhor, nosso Deus, seguindo as
leis que nos dava por meio dos profetas, seu servos.
Salmo Responsorial: 78
R. Não nos julgueis, Senhor, pelos
nossos pecados.
Não
recordeis, Senhor, contra nós as culpas dos nossos pais. Corra ao nosso encontro
a vossa misericórdia, porque somos tão miseráveis.
Ajudai-nos,
ó Deus, nosso salvador, para glória do vosso nome. Salvai-nos e perdoai os
nossos pecados, para glória do vosso nome.
Chegue à
vossa presença, Senhor, o gemido dos cativos; pela omnipotência do vosso braço,
libertai os
condenados à morte.
E nós,
vosso povo, ovelhas do vosso rebanho, louvar-Vos-emos para sempre e de geração
em geração cantaremos a vossa glória.
As vossas palavras,
Senhor, são espírito e vida: Vós tendes palavras de vida eterna.
Evangelho (Lc
6,36-38): Naquele tempo, Jesus disse aos seus
discípulos: «Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso. Não julgueis
e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis
perdoados. Dai e vos será dado. Uma medida boa, socada, sacudida e
transbordante será colocada na dobra da vossa veste, pois a medida que usardes
para os outros, servirá também para vós».
«Dai e vos será dado»
+ Rev. D. Antoni ORIOL i Tataret (Vic, Barcelona,
Espanha)
Em primeiro
lugar, um enquadramento de misericórdia. Com efeito, a máxima de Jesus
sobressai como uma norma e resplandece como um ambiente. Norma absoluta: se o
nosso Pai do céu é misericordioso, nós, como filhos seus, também o devemos ser.
E como é misericordioso, o Pai! O versículo anterior afirma: «(...) e sereis
filhos do Altíssimo, porque Ele é bom até para os ingratos e os maus» (Lc
6,35).
Em segundo
lugar, um conteúdo de justiça. Efetivamente, encontramo-nos perante uma espécie
de “lei de talião”, nos antípodas (oposta) da que foi rejeitada por Jesus
(«Olho por olho, dente por dente»). Aqui, em quatro momentos sucessivos, o
divino Mestre ensina-nos, primeiro, com duas negações; depois, com duas
afirmações. Negações: «Não julgueis e não sereis julgados»; «Não condeneis e
não sereis condenados». Afirmações: «Perdoai e sereis perdoados»; «Dai e vos
será dado».
Apliquemo-las
fielmente à nossa vida de todos os dias, atendendo especialmente à quarta
máxima, como faz Jesus. Façamos um corajoso e lúcido exame de consciência: se
em matéria familiar, cultural, econômica e política o Senhor julgasse e
condenasse o nosso mundo como o mundo julga e condena, quem poderia enfrentar
esse tribunal? (Ao regressar a casa e ao ler os jornais ou escutar as notícias,
pensemos apenas no mundo da política). Se o Senhor nos perdoasse como o fazem
normalmente os homens, quantas pessoas e instituições alcançariam a plena
reconciliação?
Mas a
quarta máxima merece uma reflexão particular já que, nela, a boa lei de talião
que estamos a considerar fica, de alguma forma, superada. Com efeito, se
dermos, nos darão na mesma proporção? Não! Se dermos, receberemos — notemo-lo
bem — «Uma medida boa, socada, sacudida e transbordante» (Lc 6,38). É pois à
luz desta bendita desproporção que somos exortados a dar previamente.
Perguntemo-nos: quando dou, dou bem, dou procurando o melhor, dou com
plenitude?
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm
* Lucas 6,36: Ser misericordioso
como vosso Pai é misericordioso. As
bem-aventuranças para os discípulos (Lc 6,20-23) e as maldições contra os ricos
(Lc 6,24-26) não podem ser interpretadas como uma ocasião para os pobres se
vingarem dos ricos. Jesus manda ter a atitude contrária. Ele diz: "Amai os
vossos inimigos!" (Lc 6,27). A mudança ou conversão que Jesus quer
realizar em nós não consiste em virar a mesa apenas para inverter o sistema,
pois aí nada mudaria. Ele quer é mudar o sistema. O Novo que Jesus quer
construir vem da nova experiência que ele tem de Deus como Pai/Mãe cheio de
ternura que acolhe a todos, bons e maus, que faz brilhar o sol para maus e bons
e faz chover sobre injustos e justos (Mt 5,45). O amor verdadeiro não depende
nem pode depender do que eu recebo do outro. O amor deve querer o bem do outro
independentemente do que ele ou ela faz por mim. Pois assim é o amor de Deus
por nós. Ele é misericordioso não só para com os bons, mas para com todos, até
“para com os ingratos e com os maus” (Lc 6,35). Os discípulos e as discípulas
de Jesus devem irradiar este amor misericordioso.
* Lucas 6,37-38: Não julgar para não
ser julgado. Estas
palavras finais repetem de maneira mais clara o que ele tinha dito
anteriormente: “Aquilo que vocês desejam que os outros façam a vocês, vocês
devem fazer a eles” (Lc 6,31; cf. Mt 7,12). Se você não deseja ser julgado, não
julgue! Se não deseja ser condenado, não condene! Se quiser ser perdoado,
perdoe! Se quiser receber uma boa medida, dê uma boa medida aos outros! Não
fique esperando até que o outro tome a iniciativa, mas tome você a iniciativa e
comece já! E verá que dará certo!
Para um confronto pessoal
1) Quaresma é tempo de conversão. Qual a conversão que o
evangelho de hoje pede de mim?
2) Você já tentou ser misericordioso como o Pai do céu é
misericordioso?
ORAÇÃO
Ó glorioso S. José, a bondade de
vosso coração é sem limites e indizível, e neste mês que a piedade dos fiéis
vos consagrou mais generosas do que nunca se abrem as vossas mãos benfazejas.
Distribui entre nós, ó nosso amado Pai, os dons preciosíssimos da graça
celestial da qual sois ecônomo e o tesoureiro; Deus vos criou para seu primeiro
esmoler. Ah! que nem um só de vossos servos possa dizer que vos invocou em vão
nestes dias. Que todos venham, que todos se apresentem ante vosso trono e
invoquem vossa intercessão, a fim de viverem e morrerem santamente, a vosso
exemplo nos braços de Jesus e no ósculo beatíssimo de Maria. Amém.´
LADAINHA DE SÃO JOSÉ
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, tende piedade de nós.
Senhor,
tende piedade de nós.
Jesus
Cristo, ouvi-nos.
Jesus
Cristo, escutai-nos.
Pai
Celestial, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho,
Redentor do mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito
Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Santíssima
Trindade, que sois um só Deus, tende piedade de nós.
Santa
Maria, rogai por nós.
São José,
rogai por nós.
Ilustre
Filho de Davi, ...
Luz dos
Patriarcas, ...
Esposo da Mãe de Deus, ...
Guarda da
puríssima Virgem, ...
Sustentador
do Filho de Deus, ...
Estrênuo
defensor de Jesus Cristo, ...
Chefe da
Sagrada Família, ...
José
justíssimo, ...
José castíssimo, ...
José
prudentíssimo, ...
José
fortíssimo, ...
José
obedientíssimo, ...
José
fidelíssimo, ...
Espelho de
paciência, ...
Amante da
pobreza, ...
Modelo dos
artistas, ...
Honra da
vida de família, ...
Guarda das
virgens, ...
Sustentáculo
das famílias, ...
Alívio dos
miseráveis, ...
Esperança
dos doentes, ...
Patrono dos
moribundos, ...
Terror dos demônios, ...
Protetor da
Santa Igreja, ...
Patrono da Ordem Carmelita, ...
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, perdoai-nos,
Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, ouvi-nos,
Senhor.
Cordeiro de
Deus, que tirais os pecados do mundo, tende
piedade nós.
V. - O
Senhor o constituiu dono de sua casa.
R. - E fê-lo príncipe de todas as
suas possessões.
ORAÇÃO
Deus, que
por vossa inefável Providência vos dignastes eleger o bem-aventurado São José
para Esposo de vossa Mãe Santíssima concedei-nos, nós vos pedimos, que
mereçamos ter como intercessor no céu aquele a quem veneramos na terra como
nosso Protetor. Vós que viveis e reinais com Deus Padre na unidade do Espírito
Santo. Amém.
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