São Basílio Magno e São Gregório Nazianzeno, bispos e doutores da Igreja
Salmo Responsorial: 97
R. Todos os confins da terra viram a
salvação do nosso Deus.
Cantai ao
Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu santo
braço Lhe deram a vitória.
O Senhor
deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os confins
da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra inteira,
exultai de alegria e cantai.
Aleluia. Muitas vezes
e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais pelos Profetas. Nestes
dias, que são os últimos, Deus falou-nos por seu Filho. Aleluia.
Evangelho (Jo
1,19-28): Este é o testemunho de João, quando
os judeus enviaram, de Jerusalém, sacerdotes e levitas para lhe perguntar:
«Quem és tu?» Ele confessou e não negou; ele confessou: «Eu não sou o Cristo».
Perguntaram: «Quem és, então? Tu és Elias?» Respondeu: «Não sou». — «Tu és o
profeta?» — «Não», respondeu ele. Perguntaram-lhe: «Quem és, afinal? Precisamos
dar uma resposta àqueles que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?» Ele
declarou: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o
Senhor!’», conforme disse o profeta Isaías. Eles tinham sido enviados da parte
dos fariseus, e perguntaram a João: «Por que, então, batizas, se não és o
Cristo, nem Elias, nem o profeta?» João lhes respondeu: «Eu batizo com água.
Mas entre vós está alguém que vós não conheceis: aquele que vem depois de mim,
e do qual eu não sou digno de desatar as correias da sandália!». Isso aconteceu
em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
«Mas entre vós está
alguém (…) aquele que vem depois de mim»
Mons. Romà CASANOVA i Casanova Bispo de Vic (Barcelona, Espanha)
O mistério
da salvação em Cristo está sempre acompanhado pelo testemunho. O próprio Jesus
Cristo é o «Amém, a testemunha fiel e verdadeira» (Ap 3,14). João Batista é
quem dele dá testemunho, com a sua missão e visão de profeta: «entre vós está
alguém que vós não conheceis (…) aquele que vem depois de mim» (Jo 1,26-27).
E os
Apóstolos entendem a sua missão: «Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso
todos nós somos testemunhas» (At 2,32). A Igreja, toda ela, e, portanto todos
os seus membros têm a missão de serem testemunhas. O testemunho que trazemos ao
mundo tem um nome. O Evangelho é o próprio Jesus Cristo. Ele é a “Boa Nova”. E
a proclamação do Evangelho por todo o mundo deve ser igualmente entendida como
clave do testemunho que une inseparavelmente o anúncio e a vida. É conveniente
recordar aquelas palavras do Papa Paulo VI. «O homem contemporâneo escuta
melhor quem dá testemunho do que quem ensina (…) ou, se escutam os que ensinam,
é porque disso dão testemunho».
«Eu sou a voz de quem
grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!»
Rev. D. Joan COSTA i Bou (Barcelona, Espanha)
Toda a
missão divina tem por fundamento uma vocação, também divina, que garante a sua
realização. Tenho a certeza de uma coisa, dizia São Paulo aos cristãos de
Filipos: «Aquele que começou em vós tão boa obra há de levá-la a bom termo, até
o dia do Cristo Jesus.» (Flp 1,6). Todos, chamados por Cristo à santidade,
temos de ser a Sua voz no meio do mundo. Um mundo que, muitas vezes, vive de
costas para Deus e que não ama o Senhor. É preciso que O tornemos presente e O
anunciemos com o testemunho da nossa vida e da nossa palavra. Não o fazer,
seria atraiçoar a nossa vocação mais profunda e a nossa missão. «Pela sua
própria natureza, a vocação cristã é também vocação para o apostolado.»,
comenta o Concílio Vaticano II.
A grandeza
da nossa vocação e da missão que Deus nos destinou não provém dos nossos
méritos, mas daquele a Quem servimos. Assim o exprimiu João Batista: «Não sou
digno de desatar as correias da sandália» (Jo 1,27). Como Deus confia nas
pessoas!
Agradeçamos
de todo o coração a chamada a participar da vida divina e a missão de ser, para
o nosso mundo, além da voz de Cristo, também as Suas mãos, o Seu coração e o
Seu olhar e renovemos, agora, o nosso desejo sincero de sermos fiéis.
Reflexões de Frei Carlos Mesters, O.Carm
* João Batista tinha sido executado
por Herodes em torno do ano 30.
Mas até o fim do primeiro século, época em que foi escrito o Quarto Evangelho,
a liderança do Batista continuava muito forte entre os judeus. Mesmo depois da
sua morte a memória de João continuava a exercer uma grande influência na
vivência da fé do povo. Ele era visto como o profeta (Mc 11,32). Era o primeiro
grande profeta que apareceu depois de séculos ausência de profetas. Muitos o
consideravam como o Messias. Quando, nos anos 50, Paulo passou por Éfeso lá na
Ásia Menor, ele encontrou um grupo de pessoas que tinham sido batizadas no nome
de João (cf. At 19,1-4). Por isso, era importante divulgar o testemunho do
próprio João Batista dizendo que não era o Messias e apontando Jesus como o
messias. Assim, o próprio João contribuía para irradiar melhor a Boa Nova de
Jesus.
* “Como é que você batiza se não é o
Messias, nem Elias, nem o profeta?”
A resposta de João é outra afirmação que aponta Jesus como o Messias: "Eu
batizo com água, mas no meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem, e
que vem depois de mim. Eu não mereço nem sequer desamarrar a correia das
sandálias dele". E um pouco mais adiante (Jo 1,33), João faz alusão às
profecias que anunciavam a efusão do Espírito para os tempos messiânicos:
“Aquele sobre quem você vir o Espírito descer e pousar, esse é quem batiza com
o Espírito Santo” (cf Is 11,1-9; Ez 36,25-27; Joel 3,1-2).
Para um confronto pessoal
1. Teve algum João Batista na sua vida que preparou em
você o caminho para Jesus?
2. João foi humilde. Não se fez maior do que era na
realidade: você já foi batista para alguém?
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