segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

A Natividade do Senhor (Missa do dia)


1a Leitura - Is 52,7-10 - Como são belos sobre as montanhas os pés do mensageiro que anuncia a felicidade, que traz as boas novas e anuncia a libertação, que diz a Sião: “Teu Deus reina! ”Ouve! Tuas sentinelas elevam a voz, e todas juntas soltam alegres gritos, porque veem com seus próprios olhos o Senhor voltar a Sião. Prorrompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor se compadece de seu povo, e resgata Jerusalém! O Senhor descobre seu braço santo aos olhares das nações, e todos os confins da terra verão o triunfo de nosso Deus.

Salmo Responsorial- 97/98
R. Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!

Cantai salmos ao Senhor ao som da harpa e da cítara suave!
Aclamai, com os clarins e as trombetas, ao Senhor, o nosso rei!

2a Leitura (Hb 1,1-6) - Muitas vezes e de diversos modos outrora falou Deus aos nossos pais pelos profetas. Ultimamente nos falou por seu Filho, que constituiu herdeiro universal, pelo qual criou todas as coisas. Esplendor da glória (de Deus) e imagem do seu ser, sustenta o universo com o poder da sua palavra. Depois de ter realizado a purificação dos pecados, está sentado à direita da Majestade no mais alto dos céus, tão superior aos anjos quanto excede o deles o nome que herdou. Pois a quem dentre os anjos disse Deus alguma vez: "Tu és meu Filho; eu hoje te gerei"? Ou então: "Eu serei seu Pai e ele será meu Filho"? E novamente, ao introduzir o seu Primogênito na terra, diz: "Todos os anjos de Deus o adorem".

Aleluia. Despontou o santo dia para nós: ó nações, vinde adorar o Senhor Deus, porque hoje grande luz brilhou na terra! Aleluia.

Evangelho (Jo 1,1-18): No princípio era a Palavra, e a Palavra estava junto de Deus, e a Palavra era Deus. Ela existia, no princípio, junto de Deus. Tudo foi feito por meio dela, e sem ela nada foi feito de tudo o que existe. Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. E a luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram dominá-la. Veio um homem, enviado por Deus; seu nome era João. Ele veio como testemunha, a fim de dar testemunho da luz, para que todos pudessem crer, por meio dele. Não era ele a luz, mas veio para dar testemunho da luz. Esta era a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina. Ela estava no mundo, e o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a reconheceu. Ela veio para o que era seu, mas os seus não a acolheram. A quantos, porém, a acolheram, deu-lhes poder de se tornarem filhos de Deus: são os que creem no seu nome. Estes foram gerados não do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus. E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós. Nós vimos a sua glória, glória que recebe do seu Pai como filho único, cheio de graça e de verdade. João dá testemunho dele e proclama: «Foi dele que eu disse: ‘Aquele que vem depois de mim passou à minha frente, porque antes de mim ele já existia». De sua plenitude todos nós recebemos, graça por graça. Pois a Lei foi dada por meio de Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus; o Filho único, que é Deus e está na intimidade do Pai, foi quem o deu a conhecer».

«E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós»

Mons. Jaume PUJOL i Balcells Arcebispo Emérito de Tarragona e Primaz de Catalunha(Tarragona, Espanha)

Hoje, com a simplicidade das crianças, consideramos o grande mistério de nossa fé. O nascimento de Jesus marca a chegada da “plenitude dos tempos”. Desde o pecado de nossos primeiros pais, a linhagem humana se havia afastado do Criador. Mas Deus, compadecido de nossa triste situação, enviou o seu Filho eterno, nascido da Virgem Maria, para resgatar-nos da escravidão do pecado.

O apóstolo João o explica usando expressões de grande profundidade teológica: «No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus.» (Jo 1,1). João chama “Palavra” ao Filho de Deus, a segunda pessoa da Santíssima Trindade. E Complementa: «E o verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o filho único recebe do seu pai, cheio de graça e de verdade» (Jo 1,14).

Isto é o que celebramos hoje, por isso fazemos festa. Maravilhados, contemplamos Jesus acabado de nascer. É um recém-nascido… E, ao mesmo tempo, Deus onipotente; sem deixar de ser Deus, agora é também um de nós.

Veio à terra para devolver-nos a condição de filhos de Deus. Mas é necessário que cada um acolha em seu interior a salvação que Ele nos oferece. Tal como explica São João, «Mas a todos aqueles que o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1,12). Filhos de Deus! Ficamos admirados ante este mistério inefável: «O Filho de Deus se fez filho do homem para fazer aos homens filhos de Deus» (São João Crisóstomo).

Acolhamos Jesus, busquemos: somente Nele encontraremos a salvação, a verdadeira solução para nossos problemas; só Ele dá o último sentido da vida e das contrariedades e da dor. Por isto, hoje lhes proponho: vamos ler mais o Evangelho, vamos meditá-lo; vamos procurar viver verdadeiramente de acordo com os ensinamentos de Jesus, ele Filho de Deus que veio a nós. E então veremos como será verdade que, entre todos, faremos um mundo melhor.

O motivo profundo da nossa alegria está aqui: O Verbo se fez carne e habitou entre nós.

Pe. Antonio Rivero, L.C.

Natal é o cumprimento do velho sonho de Deus: conviver com o homem. Já desde o Paraíso, quando o Senhor visitava os nossos primeiros pais no cair da tarde, assim como na tenda da reunião durante a travessia do deserto. E depois no Templo de Jerusalém, lugar privilegiado da presença de Deus no meio do seu povo. Sempre é a mesma tentativa: habitar entre os homens. E agora isto chega à sua plenitude: Deus planta a sua tenda na história. É Emanuel, isto é, Deus conosco. Alegremo-nos, porque hoje é Natal!

Em primeiro lugar, por muito preocupados que estejamos pelos problemas da vida- que existem -, e por preto que vejamos o panorama social ou eclesial- que aí está e nos ameaça! -… Escutemos a voz da Igreja mensageira que anuncia esta grande notícia na santa missa: Deus visitou o seu povo e nos traz o seu consolo e a sua paz (1ª leitura). Uma paz sem limites, feita de justiça e direito. Alegremo-nos, porque hoje é Natal, e com o Natal recuperamos o sentido da vida e a força para enfrentar esses problemas da vida diária, familiar laboral, porque Deus em Cristo caminha do nosso lado, que para isso se fez homem! Contagiemos o espírito do Natal!

Em segundo lugar, por muitas palavras que escutemos de sereias enganadoras que nos assobiam prometendo-nos a libertação, o êxito, a supressão da dor e das angustias, ou palavras tentadoras do inimigo da nossa alma para que claudiquemos na nossa fé e confiança em Deus ao ver tantos excessos e desastres naturais e humanos… Deus Pai hoje pronunciou a sua última e definitiva Palavra que é o seu Filho. E essa Palavra encarnada nos purificou dos nossos pecados e nos libertou das nossas ataduras, morrendo voluntariamente por nós, revestindo-nos da filiação divina (evangelho) para que levemos uma vida digna e nobre (2ª leitura). Alegremo-nos, porque hoje é Natal, e com o Natal renasce a esperança que não defrauda e nos salva! Contagiemos o espírito do Natal!

Finalmente, por muitas e espessas trevas que nos querem envolver por onde for- ideologias de cunho liberal, marxista, hedonista e pragmático-, hoje uma Luz brilhou para nós (evangelho), e graças a esta Luz podemos ver tudo a partir de uma nova perspectiva, a perspectiva da eternidade: as sãs e humanas alegrias, e também as tristezas e as dores; os êxitos conquistados com garra e honestidade, e também os fracassos injustos; os trabalhos bem remunerados, e também as demissões; a saúde transbordante e a doença que nos carcome; os momentos de plenitude radiante e os instantes de dúvidas e perplexidades; a aceitação entre os nossos amigos e familiares, e também o desengano e o esquecimento nos quais estamos prostrados. Tudo desde a luz de Belém se ilumina, se esclarece, retoma sentindo. Por quê? Porque o Filho de Deus se fez homem para experimentar na sua própria carne e redimir todas estas situações humanas. Alegremo-nos, porque hoje é Natal, e com o Natal renasce a fé que dissipa toda a treva do coração e da mente! Contagiemos o espírito do Natal!

Para refletir: Vivo os sete dias da semana, as quatro semanas do mês e os doze meses do ano o espírito do Natal: alegria, paz, vitória, liberação, justiça, filiação divina? Quem quer me roubar o espírito do Natal: este mundo anticristão, o demônio tentador ou as minhas paixões baixas? O que vou pedir para o Menino Jesus que nasce em Belém? E o que vou oferecer em troca? Contagio o espírito do Natal?

Para rezar: Com toda a Igreja rezemos o grande pregão de Natal e enchamo-nos de alegria profunda: “Anunciamo-vos, irmãos e irmãs, uma grande notícia, / uma grande alegria para todo o povo. / Escutai com um coração cheio de gozo: / Tinham passado milhares e milhares de anos / desde que, no princípio, Deus criou o céu e a terra / e fez o homem e a mulher à sua imagem e semelhança. / Milhares e milhares de anos tinham sido transcorridos / desde que cessou o dilúvio / e o Altíssimo fez resplandecer o arco íris, / sinal de aliança e de paz. / No ano 752 da fundação de Roma; / no ano 42 do império do Otávio Augusto, / quando sobre toda a terra reinava a paz, / na sexta idade do mundo, / faz muitos anos, / em Belém de Judá, povo humilde de Israel, / ocupado então pelos romanos, / num presépio, porque eles não encontraram hospedagem, / da Santa Maria a Virgem, esposa de José, / da casa e da família de Davi, / nasceu Jesus, chamado Messias e Cristo, / que é o Salvador que o povo esperava. / Alegrai-vos, irmãos. / Esta é a boa notícia do anjo: / “Nasceu-vos um Salvador: o Messias, o Senhor”.

Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail:  arivero@legionaries.org

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