S. Luís Maria G. de Montfort Presbítero |
1ª
Leitura (At 13,44-52):
No segundo sábado em que Paulo e Barnabé
estiveram em Antioquia da Pisídia, reuniu-se quase toda a cidade para ouvir a
palavra de Deus. Ao verem a multidão, os judeus encheram-se de inveja e
responderam com blasfêmias às palavras de Paulo. Corajosamente, Paulo e Barnabé
declararam: «Era a vós que devia ser anunciada primeiro a palavra de Deus. Mas
uma vez que a rejeitais e vos julgais indignos da vida eterna, voltamo-nos para
os gentios, porque assim nos mandou o Senhor: ‘Fiz de ti a luz das nações, para
levares a salvação até aos confins da terra’». Ao ouvirem isto, os gentios
encheram-se de alegria e glorificaram a palavra do Senhor; e todos os que
estavam destinados à vida eterna abraçaram a fé. Assim, a palavra do Senhor
divulgava-se por toda a região. Mas os judeus instigaram algumas senhoras
piedosas mais distintas, bem como os homens principais da cidade, e moveram uma
perseguição contra Paulo e Barnabé, expulsando-os do território. Estes
sacudiram contra eles a poeira dos pés e seguiram para Icónio. Entretanto, os
discípulos ficavam cheios de alegria e do Espírito Santo.
Salmo
Responsorial: 97
R. Todos os confins da
terra viram a salvação do nosso Deus.
Cantai
ao Senhor um cântico novo pelas maravilhas que Ele operou. A sua mão e o seu
santo braço Lhe deram a vitória.
O
Senhor deu a conhecer a salvação, revelou aos olhos das nações a sua justiça.
Recordou-Se da sua bondade e fidelidade em favor da casa de Israel.
Os
confins da terra puderam ver a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor, terra
inteira, exultai de alegria e cantai
.
Se permanecerdes na
minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade,
diz o Senhor.
Evangelho
(Jo 14,7-14): Naquele tempo, Jesus disse aos seus
discípulos: «Se me conhecestes, conhecereis também o meu Pai. Desde já o
conheceis e o tendes visto». Filipe disse: «Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos
basta». Jesus respondeu: «Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me
conheces? Quem me viu, tem visto o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o
Pai’? Não acreditas que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras
que eu vos digo, não as digo por mim mesmo; é o Pai que, permanecendo em mim,
realiza as suas obras. Crede-me: eu
estou no Pai e o Pai está em mim. Crede, ao menos, por causa destas obras. «Em
verdade, em verdade, vos digo: quem crê em mim fará as obras que eu faço, e
fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai. E o que pedirdes em
meu nome, eu o farei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes
algo em meu nome, eu o farei».
«Eu estou no Pai e que
o Pai está em mim»
P. Jacques PHILIPPE (Cordes sur Ciel, França)
Hoje,
estamos convidados a reconhecer em Jesus ao Pai que se nos revela. Filipe
expressa uma intuição muito justa: «Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta»
(Jo, 14, 8). Ver o Pai é descobrir Deus como origem, como vida que brota, como
generosidade, como dom que constantemente renova cada coisa. Do que mais
precisamos? Procedemos de Deus, e cada homem e, ainda de que não seja
consciente, leva o profundo desejo de voltar a Deus, de reencontrar a casa
paterna e permanecer ai para sempre. Hei aqui todos os bens que possamos
desejar: A vida, a luz, o amor, a paz... São Inácio de Antioquia, que foi
mártir no início do século dizia: «Há em mim um água viva que murmura e disse
dentro de mim: Vem ao Pai!».
Jesus
nos faz entrever a profunda intimidade recíproca que existe entre Ele e o Pai.
«Eu estou no Pai e que o Pai está em mim» (Jo 14,11). O que Jesus diz e que faz
acha sua fonte no Pai e, o Pai se expressa plenamente em Jesus. Todo o que o
Pai deseja nos dizer se encontra nas palavras e nos atos do Filho. Todo o que
Ele quer cumprir no nosso favor o cumpre pelo seu Filho. Acreditar no Filho nos
permite ter «aceso a Deus» (Ef 2,18).
A
fé humilde e fiel em Jesus, a eleição de lhe seguir e lhe obedecer dia trás
dia, nos põe em contato misterioso mas real com o mesmo mistério de Deus e, nos
faz beneficiários de todas as riquezas de sua benevolência e misericórdia. Esta
fé permite ao Pai levar adiante, através de nós, a obra da graça que começou no
seu Filho: «Quem crê em mim fará as obras que eu faço» (Jo 14,12).
«E o que pedirdes em
meu nome, eu o farei»
Rev. D. Iñaki BALLBÉ i Turu (Terrassa, Barcelona,
Espanha)
Hoje,
quarto Sábado de Páscoa, a Igreja convida-nos a considerar a importância que
tem para um cristão, conhecer Cristo cada vez mais. Com que ferramentas
contamos para o fazer? Com diversas e, todas elas, fundamentais: a leitura
atenta e meditada do Evangelho; nossa resposta pessoal na oração,
esforçando-nos para que seja um verdadeiro diálogo de amor, e não um mero
monólogo introspectivo, e o desejo renovado diariamente por descobrir Cristo no
nosso próximo mais imediato de nós: um familiar, um amigo, um vizinho que
talvez necessite da nossa atenção, do nosso conselho, da nossa amizade.
«Senhor,
mostra-nos o Pai», pede Filipe (Jo 14,8). Uma boa petição para que a repitamos
durante todo este Sábado. — Senhor, mostra-me o teu rosto. E podemos
perguntar-nos: como é o meu comportamento? Os outros, podem ver em mim o
reflexo de Cristo? Em que coisa pequena poderia lutar hoje? Aos cristãos nos é
necessário descobrir o que há de divino na nossa tarefa diária, a marca de Deus
no que nos rodeia. No trabalho, na nossa vida de relação com os outros. E
também se estamos doentes: a falta de saúde é um bom momento para nos
identificarmos com Cristo que sofre. Como disse Santa Teresa de Jesus, «Se não
nos determinarmos a engolir de uma vez a morte e a falta de saúde, nunca
faremos nada».
O
Senhor no Evangelho assegura-nos: «Se pedirdes algo em meu nome, eu o farei»
(Jo 14,13). — Deus é o meu Pai, que vela por mim como um Pai amoroso: não quer
para mim nada de mau. Tudo o que passa — tudo o que me passa — é para o bem da
minha santificação. Ainda que, com o olhos humanos, não o entendamos. Ainda que
não o entendamos nunca. Aquilo — o que quer que seja – Deus o permite. Confiemos
nele da mesma maneira que confiou Maria.
Reflexões de Frei
Carlos Mesters, O.Carm.
* O evangelho de hoje começa com a
pergunta de Pedro sobre o destino do discípulo amado Senhor, o que vai
acontecer a ele? Jesus acabava de conversar com Pedro, anunciando o destino ou
tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E no fim Jesus acrescentou:
Siga-me. (Jo 21,19).
* João 21,20-21: A
pergunta de Pedro sobre o destino de João
Neste
momento, Pedro virou-se e viu o discípulo a quem Jesus amava e pergunta:
Senhor, o que vai acontecer a ele? Jesus acabava de indicar o destino de Pedro
e agora Pedro quer saber de Jesus qual o destino deste outro discípulo.
Curiosidade que não mereceu resposta adequada da parte de Jesus.
* João 21,22: A
resposta misteriosa de Jesus
Jesus
disse: Se eu quero que ele viva até que eu venha, o que é que você tem com
isso? Quanto a você, siga-me. Frase misteriosa que termina novamente com a
mesma afirmação de antes: Siga-me! Jesus parece querer barrar a curiosidade de
Pedro. Assim como cada um de nós tem uma história própria, assim cada um tem o
seu modo de seguir Jesus. Ninguém repete ninguém. Cada um deve ser criativo no
seguimento de Jesus.
* João 21,23: O
evangelista esclarece o sentido da resposta de Jesus
A
tradição antiga identifica o Discípulo Amado com o Apóstolo João e informa que
ele ficou muito velho, em torno de 100 anos. Ligando a idade avançada de João
com a resposta misteriosa de Jesus, o evangelista esclarece: “Por isso correu a
notícia entre os irmãos de que aquele discípulo não iria morrer. Porém Jesus
não disse que ele não ia morrer, mas disse: "Se eu quero que ele viva até
que eu venha, o que é que você tem com isso?”Talvez seja uma alerta para estar
muito atento na interpretação das palavras de Jesus e não se basear em qualquer
boato.
* João 21,24:
Testemunho sobre o valor do evangelho
O
Capítulo 21 é um apêndice que foi acrescentado quando se fez a redação
definitiva do Evangelho. O capítulo 20 tem este final que encerrava tudo: “Jesus
realizou diante dos discípulos muitos outros sinais que não estão escritos
neste livro. Estes sinais foram escritos para que vocês acreditem que Jesus é o
Messias, o Filho de Deus. E para que, acreditando, vocês tenham a vida em seu
nome” (Jo 20,30-31). O livro estava pronto. Mas havia muitos outros fatos sobre
Jesus. Por isso, por ocasião da edição definitiva do evangelho, alguns destes
"muitos outros fatos" sobre Jesus foram selecionados e acrescentados,
muito provavelmente, para clarear melhor os novos problemas do fim do primeiro
século. Não sabemos quem fez a redação definitiva com o apêndice, mas sabemos
que é alguém de confiança da comunidade, pois escreve: “Este é o discípulo que
deu testemunho dessas coisas e que as escreveu. E nós sabemos que o seu
testemunho é verdadeiro”.
* João 21,25: O
mistério de Jesus é inesgotável
Frase
bonita para encerrar o Evangelho de João: “Jesus fez ainda muitas outras
coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que não caberiam no mundo os
livros que seriam escritos”. Parece exagero, mas é a pura verdade. Ninguém
jamais seria capaz de escrever todas as coisas que Jesus realizou e continua
realizando na vida das pessoas que seguem Jesus até hoje!
Para confronto pessoal
1) Na sua vida existe alguma coisa que
Jesus realizou que poderia ser acrescentado a este livro que nunca será
escrito?
2) Pedro se preocupou demais com o
outro e esqueceu de realizar o próprio “Segue-me”. Isto já aconteceu com você?
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