quinta-feira, 13 de julho de 2017

Sexta-feira da 14ª semana do Tempo Comum

São Camilo de Lellis, presbítero
Evangelho (Mt 10,16-23): Eu vos envio como ovelhas no meio de lobos. Sede, pois, prudentes como as serpentes, mas simples como as pombas. Cuidai-vos dos homens. Eles vos levarão aos seus tribunais e açoitar-vos-ão com varas nas suas sinagogas. Sereis por minha causa levados diante dos governadores e dos reis: servireis assim de testemunho para eles e para os pagãos. Quando fordes presos, não vos preocupeis nem pela maneira com que haveis de falar, nem pelo que haveis de dizer: naquele momento ser-vos-á inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falareis, mas é o Espírito de vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará seu irmão à morte. O pai, seu filho. Os filhos levantar-se-ão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados de todos por causa de meu nome, mas aquele que perseverar até o fim será salvo. Se vos perseguirem numa cidade, fugi para uma outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel antes que volte o Filho do Homem.
O apóstolo

Fray Josep Mª MASSANA i Mola OFM (Barcelona, Espanha)

Hoje, Jesus anuncia aos seus o que sofrerão pelo fato de serem apóstolos. Não lhes dá perspectivas muito motivadoras: Juízos, açoites, ódio da própria família, persecuções, morte. Atitude dos apóstolos: Astúcia e inocência. Sua tarefa: Percorrer o mundo dando testemunho de Jesus, falando inspirados pelo Espírito Santo... fugindo quando seja necessário. O mais importante: Perseverar até o fim.

“Apóstolo” é um término grego que significa “enviado”, enviado por Jesus para anunciar sua mensagem. São doze os que Jesus escolheu. Para manter íntegro o Evangelho, a predicação apostólica conserva-se desde o início até o fim dos tempos, por uma sucessão interrompida. Esta transmissão viva a denominamos “tradição”: Predicação apostólica continuada na sucessão apostólica. Tradição e Escritura são as duas grandes fontes da fé.

—Senhor, graças pelos apóstolos que fizeram que a fé chegasse até hoje e, porque nos envias a nós como parte desta “corrente” apostólica que anuncia o Evangelho.

Reflexão

Presbítero e Missionário
• Olhando para sua futura missão, Jesus dá algumas orientações para a comunidade dos seus discípulos, chamados e reunidos em torno dele e investidos de sua mesma autoridade como colaboradores.

Mateus 10,16-19: o perigo e a confiança em Deus. Jesus introduz esta parte do seu discurso com duas metáforas: ovelhas entre lobos, ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas. A primeira mostra o contexto difícil e perigoso em que os discípulos são enviados. Por um lado, demonstra a situação de perigo em que se encontram os discípulos enviados em missão; por outro lado, a expressão "eu vos envio" expressa proteção. Também na esperteza das serpentes e a simplicidade das pombas parece que Jesus relaciona dois comportamentos: a confiança em Deus e a reflexão atenta e prolongada do modo de se relacionar com os outros.
Jesus continua depois uma ordem que, à primeira vista, parece ser marcada por uma acentuada desconfiança: "Cuidado com os homens ...", mas na realidade é estar alerta para uma possível perseguição, hostilidade e denúncias. A expressão "os entregarão" não se refere apenas à acusação no tribunal, mas principalmente tem um valor teológico: o discípulo que segue Jesus poderá ter a mesma experiência que o Mestre, “ser entregue nas mãos dos homens” (17,22). Os discípulos devem ser fortes e resistir "para dar testemunho", sua entrega aos tribunais será um testemunho para os judeus e para os pagãos, como a possibilidade de atraí-los para a pessoa e para a causa de Jesus e, portanto, ao conhecimento do evangelho. É importante este retorno positivo ao testemunho caracterizado pela fé que se faz crível e atraente.

Mateus 10,20: ajuda divina. Para que tudo isso seja realizado na missão-testemunho dos discípulos, é essencial a ajuda que vem de Deus. Ou seja, não devemos confiar nas próprias seguranças ou recursos, mas nas situações críticas, perigosas e agressivas de sua vida, os discípulos encontrarão em Deus ajuda e solidariedade. Aos discípulos também se prometeu o Espírito do Pai (v. 20) para realizar a sua missão. Ele vai trabalhar neles para realizar sua missão de evangelização e dar testemunho, o Espírito falará através deles.

Mateus 10, 21-22: ameaça-consolo. O tema da ameaça retorna de novo com o termo "entregará": irmão contra irmão, pai contra filho, filho contra seus pais. Trata-se de uma verdadeira e grande desordem das relações sociais, o esmagamento da família. As pessoas unidas pelos mais íntimos laços familiares - como pais, filhos, irmãos e irmãs - caem na desgraça de odiar-se e de se eliminar um ao outro. Em que sentido essa divisão da família tem algo a ver com o testemunho em favor de Jesus? Tal ruptura nas relações familiares poderia encontrar sua causa na diversidade de atitudes adotadas no seio da família em relação a Jesus. A expressão "sereis odiados", sugere o tema da acolhida hostil de seus enviados por parte dos contemporâneos. A dureza das palavras de Jesus é comparável a outro texto do NT: "Bem-aventurados sois se são insultados pelo nome de Cristo, porque o Espírito de glória, que é o Espírito de Deus repousa sobre vós. Que nenhum de vós padeça como homicida, ladrão, malfeitor ou delator. Mas, se alguém sofre como cristão, não se envergonhe, mas sim dê glória a Deus por este nome." Ao anúncio da ameaça segue a promessa de consolação (v. 23). O maior consolo dos discípulos será "ser salvos", para viver a esperança do salvador, ou seja, participar na sua vitória.

Para um confronto pessoal
1. Estas disposições de Jesus nos ensinam hoje como entender a missão do cristão?

2. Você sabe confiar na ajuda de Deus quando você sofre conflitos, perseguições

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