Beato Batista Mantuano
(Spagnoli)
Presbítero de nossa
Ordem
"O Virgílio cristão";
"O Príncipe dos poetas latinos do Cristianismo"; "O humanista
mais santo e o santo mais humanista"... Tudo isto se disse do Beato
Batista Spagnoli ou Mantuano. Nasceu a
17 de abril de 1447 em Mântua, filho de Pedro Moldover, de origem espanhola, e
de Constança Maggi, de Bréscia. Fez os primeiros estudos na cidade natal e,
depois, frequentou várias Universidades, despertando em toda a parte a atenção
pela sua inteligência e, sobretudo, pela imaginação poética. Sendo ainda muito
jovem, ingressou na Congregação Mantuana que era uma espécie de Reforma, mas
dependente do Padre Geral da Ordem do Carmelo, na qual veio a professar em
1464. Pela sua inteligência e pelas virtudes que adornavam a sua alma, logo
ganhou a confiança dos superiores e por isso lhe confiaram grandes empresas.
Ainda não tinha completado 20 anos quando pronunciou o discurso no Capítulo
Provincial. Depois desempenhou vários e delicados cargos como Prior de diversos
conventos, Mestre e definidor até que chegou ao cargo de maior responsabilidade
em 1483, quando foi eleito Vigário Geral de toda a Congregação, sendo depois
reeleito por cinco vezes consecutivas, até que em 1513 foi eleito Prior Geral
de toda a Ordem do Carmo. Durante o tempo em que foi Vigário da Congregação Mantuana
fundou um convento reformado na Igreja de S. Crisógono, em Roma e outro na
Basílica de Loreto, que os carmelitas assumiram por vários anos. O escrúpulo
dos reformados, que se incomodaram com a contínua peregrinação dos fiéis,
levou-os a deixar a guarda da Basílica em 1497. Muito trabalhou em favor da
Igreja e da Ordem. Expandiu a mesma Ordem e lutou para que a observância
regular se vivesse em toda ela com grande perfeição. Tomou parte em várias
Comissões e Empresas Pontifícias joias e no V Concílio de Latrão. Em favor da
Ordem escreveu um precioso tratado: “Apologia da Ordem Carmelita”. Em prol da
Igreja escreveu vários tratados e muitas poesias, defendendo o Papa e a própria
Igreja contra os que a atacavam. Travou grande amizade com os homens mais famosos
do seu tempo, tirando proveito disso para atrair para Cristo esses homens por
vezes tão afastados da fé. O famoso João Pico de La Mirándola diz-se que com
Galileu Galilei foi o mais sábio de todos os séculos tinha-o em alta estima e
dizia que os versos do nosso Beato "eram divinos e santíssimos".
Escreveu mais de 50.000 versos sobre os mais diferentes assuntos, sempre, como
é natural, para levar almas a Cristo e para estender a doutrina do Evangelho, e
em defesa da Igreja. Foi sem dúvida alguma um dos humanistas mais ilustres e
mais conhecidos do seu tempo e, como alguém disse, "colocou a serviço de
Cristo a sua prodigiosa veia poética". A dedicação aos seus delicados
cargos e o trato com as personalidades mais famosas do seu tempo não o distraíam
da vivência do seu carisma ou ideal carmelitano, baseado sobretudo na vida de
oração e num terno amor à Virgem Maria. Sobre a sua vida de oração a que
dedicava várias horas por dia, e nada nem ninguém conseguia que a descuidasse,
escreveu, ainda noviço, a seu pai que procurava dissuadi-lo da vida que acabava
de abraçar: "Se queres saber o que fazemos e em que empregamos o nosso
tempo, dir-te-ei numa só palavra: ORAMOS". Não obstante ser de avançada
idade, empreendeu a obra reformadora da Ordem com entusiasmo, seja por si
mesmo, seja por meio de delegados enviados às diversas Províncias. Morreu aos
68 anos de idade, a 20 de março de 1516, sem ter terminado o triênio de seu
governo. Foi um insigne humanista e grande devoto de S. José. O futuro São Pio
X, sendo bispo de Mântua, em 1885, quando o Papa Leão XIII beatificou o nosso
Mantuano, pronunciou um precioso discurso. Entre outras coisas, disse:
"Muitas e admiráveis foram as coisas que o Beato Mantuano fez pela Ordem
Carmelita... Por ele, este Instituto do Carmelo chegou à sua máxima glória,
povoando a Igreja de Santos e de habitantes o céu..." Cheio de méritos,
morreu em Mântua a 20 de março de 1516.
INVITATÓRIO
R. Na festa do Beato Batista Mantuano
celebremos o Senhor!
LAUDES
Hino
Com o poeta Mantuano
cantemos nosso louvor!
A vida é puro engano,
se não é Hino de Amor.
Foi ele no mundo das letras
um astro de grande fulgor,
mais suas glórias mais certas
foram seguir o Senhor.
São letra morta os poemas,
que com a pena escrevemos;
estrelas, as coisas pequenas,
que pela Igreja fazemos.
Com os anjos e os santos
cantemos glória ao Cordeiro,
ao Pai e ao Espírito Santo,
Beleza e Bem verdadeiro.
Salmodia, Leitura,
Responsório breve e Preces do Dia Corrente.
Cântico evangélico
Ant. A boca do justo é fonte de vida, e
seus lábios ensinam a multidão
Oração
Senhor,
que fizestes do bem-aventurado Batista, servo fiel de Maria, um admirável
defensor e pregador da vossa palavra, concedei-nos, por sua intercessão, que
sem cessar meditemos com Maria a vossa palavra e com ela cantemos os vossos
louvores por toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
VÉSPERAS
Hino
Mântua viu-te nascer,
ó Beato venerado;
de louros foste coroado:
melhor coroa vais merecer.
O mundo rendeu-te glória,
mas no teu saber profundo,
olhos postos noutro mundo,
bem alto cantas vitória.
Quem de Cristo é servidor
perseguição há de ter;
o servo não pode ser
maior do que o seu Senhor.
Que importa, se assim a alma,
sem as mortais ligaduras,
remonta o voo às alturas
prá gozar eterna calma?
Novo cântico ao amor
podes sem fim entoar,
e as glórias de Deus cantar
à luz do eterno esplendor.
Salmodia, Leitura,
Responsório breve e Preces do Dia Corrente.
Cântico evangélico
Ant. A boca do justo é fonte de vida, e
seus lábios ensinam a multidão.
Oração
Senhor,
que fizestes do bem-aventurado Batista, servo fiel de Maria, um admirável
defensor e pregador da vossa palavra, concedei-nos, por sua intercessão, que
sem cessar meditemos com Maria a vossa palavra e com ela cantemos os vossos
louvores por toda a nossa vida. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que
é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.
Cântico evangélico
Ant. São um poema para mim as vossas leis
na terra do meu peregrinar, porque são a alegria do meu coração.
Omite-se esta memória neste ano, por cair no dia da Páscoa Semanal.
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