O
uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto deve tem
para com Nossa Senhora
A
piedade popular mariana é um património espiritual da Igreja de altíssimo
valor. Esta deve estar bem fundamentada para que se alcance sua eficácia na
vida dos fiéis. Muitas vezes a piedade mariana é cercada de sombras e equívocos
por não seri bem iluminada ou seguida de perto pela Igreja. Estando as coisas
deste modo, o povo de Deus caminha, sozinho e as cegas, onde se perde o sentido
exato de um verdadeiro culto mariano. Tentamos no nosso «Curso de Cultura
Mariológica I» fazer este estudo científico sobre «A origem do Rosário mariano
não provém dos Dominicanos», cf. www.cursoscatolicos.com.br
Ontem,
hoje e amanhã surgem formas de devoção mariana que de situações apócrifas se
tornam pouco a pouco um património de fé. Foi o caso do Escapulário carmelitano
pela força de sua espiritualidade mariana.
Sabe-se
por novas pesquisas históricas e científicas que por uma tradição se atribuía a
origem do Escapulário a uma suposta aparição da Virgem a são Simão Stock e, a
este, entregou esta vestimenta como penhor de salvação. Ligado a esta pia
tradição, se juntou o chamado «privilégio sabatino», isto é, uma suposta
aparição da Virgem ao papa João XXII que garantia que, após a morte daquele que
estivesse revestido do Escapulário, Ela, desceria ao Purgatório e o retiraria
de lá.
A
devoção e crença popular deram força a estas lendárias mariofanias, assim como
muitos Papas cobriram de privilégios o uso e a devoção ao Escapulário. Ao que
parece os pontífices não se basearam nas supostas aparições, mas na força
espiritual inerentes ao Escapulário.
Na
comemoração dos 700 anos da instituição desta devoção (1251-2001) a Ordem
Carmelitana se viu no dever de esclarecer melhor tal situação
histórica-espiritual. Se chegou ao denominador comum que, o que valia não era
as supostas aparições da Virgem com suas supostas promessas, mas a força
espiritual da devoção que fora enriquecida pelas autoridades da Igreja ao longo
dos séculos para o benefício espiritual dos fiéis.
O
uso do Escapulário deve estar ligado a um compromisso que o devoto deve ter
para com Nossa Senhora que, ao usá-lo, se esforçará a viver as promessas
batismais e seus deveres de cristão. Aqui está o cerne da questão. A devoção
mariana está ligada muitas vezes a uma série de má interpretações,
principalmente ao uso de objetos sacros que estimulam a prática da fé, como por
exemplo o Rosário, as Medalhas, as Imagens, os Escapulários etc. Tais objetos
muitas vezes são usados como talismã e não como meios que nos indicam algo mais
superior. Tomemos o caso bíblico da «Serpente de bronze» (cf. Nm 21,8s) como
fonte autorizada para iluminar a questão. Aqui, a cura não está no olhar a
Serpente, mas na promessa de Deus. Na obediência à sua Palavra. Assim também no
caso dos objetos sacros marianos e outros como em particular o Escapulário se
deve usar este critério bíblico.
Embora
não exista nenhuma exatidão histórica de uma confirmação celeste dos
privilégios ao Escapulário, e não é necessário tê-las, a Igreja, com sua
autoridade conferida por Cristo a Pedro, estimula o uso coerente do Escapulário
Carmelitano ajudando assim os fiéis a viverem com coerência a vida cristã para
assim serem herdeiros da eficácia da mediação da Virgem junto ao trono da
Graça.
Usando
o Escapulário com o coração voltado às coisas celestes, ao projeto de Maria,
que é servir aos irmãos no amor, o devoto não passará pelo Purgatório, mas irá
participar das heranças do céu como promete o próprio Jesus tendo sua Mãe como
a primeira na prática do serviço ao Reino e do amor fraterno.
Nossa
Senhora do Monte Carmelo, rogai por nós!
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