Pe. Paulo Cezar Mazzi
1. “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lc 23,34)
A
primeira palavra que Jesus pronuncia na cruz é “Pai”. Jesus sempre sentiu Deus
muito próximo de si, como um verdadeiro Pai. Mesmo com a proximidade da cruz,
Jesus disse aos discípulos: “Eis que chega a hora... em que vocês se
dispersarão cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou
só, porque o Pai está comigo” (Jo 16,32). Diante desta primeira palavra de
Jesus, queremos rezar por todas as pessoas que se sentem órfãs, sozinhas, sem
ninguém por elas.
Rezamos
também por todas as pessoas que precisam de perdão, seja da parte dos homens,
seja da parte de Deus. Rezamos ainda por todos aqueles que precisam se dispor a
perdoar.
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2.“Em
verdade eu te digo: ainda hoje estarás comigo no paraíso” (Lc 23,43)
A
segunda palavra de Jesus é uma palavra de libertação, de absolvição. Um homem,
condenado à morte como Jesus, recebe dele a declaração de que não está
condenado diante de Deus. De fato, “Deus não enviou seu Filho ao mundo para
condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele crê não é
condenado, mas quem não crê, já está condenado...” (Jo 3,17-18). Também o
apóstolo Paulo declara que “não existe mais condenação para aqueles que estão
em Cristo Jesus” (Rm 8,1).
Rezamos,
neste momento, por todas as pessoas que se sentem condenadas por sua própria
consciência, pelos outros ou pelo mundo em que vivemos. Rezamos especialmente
pelos que se sentem condenados por uma doença ou por um vício. Peçamos ao
Espírito Santo que conceda ao coração de todo ser humano, especialmente dos
cristãos, a firme convicção de que são homens e mulheres salvos por Cristo e em
Cristo.
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3. “Mulher,
eis aí teu filho”; “Filho, eis aí tua mãe” (Jo 19,26.27)
A
terceira palavra de Jesus declara Maria como Mãe de todo discípulo seu, de todo
aquele que segue Jesus até o fim e permanece com ele, sobretudo na hora da
cruz. A presença de Maria aos pés da cruz é um convite a cada um de nós:
precisamos estar aos pés da cruz uns dos outros. Como ensina o apóstolo Paulo,
devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (cf. Rm
12,15). A hora em que precisamos estar mais presentes na vida das pessoas é na
hora em que elas estão fazendo uma experiência de cruz. Ao nos dar Maria por
Mãe, Jesus também quer nos lembrar de que Deus jamais se esquece de nós em
nossas aflições: “Por acaso uma mulher se esquecerá do seu filhinho?... Ainda
que isso acontecesse, eu jamais me esqueceria de você. Eis que eu gravei seu
nome na palma da mão” (Is 49,15-16).
Aqui
queremos rezar por todas as pessoas que estão sofrendo, especialmente por
aquelas que se sentem esquecidas por Deus. Rezamos também para que o Senhor nos
coloque em pé diante da cruz, numa atitude de força e de solidariedade para com
quem sofre.
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4. “Meu
Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” (Mt 27,45)
A
quarta palavra de Jesus é uma súplica pela presença do Pai. Assim como Jesus,
quantas vezes não sentimos o Pai perto de nós, principalmente na hora da dor,
na experiência do sofrimento... Assim como Jesus, nossa fé algumas vezes entra
em crise, e a imagem que temos de Deus se quebra em inúmeros pedaços, porque
não conseguimos entender o que está nos acontecendo. Entretanto, o próprio
Jesus nos ensinou a confiar incondicionalmente no Pai: Ele conhece cada uma das
nossas necessidades (cf. Mt 6,25-34). Nenhum fio de cabelo cai da nossa cabeça
sem o consentimento do Pai (cf. Mt 10,28-31). Por isso, como o salmista,
podemos proclamar: “O Senhor é meu pastor; nada me falta... Mesmo que eu passe
pelo vale da morte, nenhum mal eu temerei, pois estás junto a mim: teu bastão e
teu cajado me deixam tranquilo(a)” (Sl 23,1.4).
Rezamos
agora por nós e por todas as pessoas que precisam reencontrar Deus no meio dos
acontecimentos. Pedimos ao Espírito Santo que nos dê discernimento para
perceber a face do Pai que se volta para nós, sobretudo nas noites escuras da
nossa crise de fé. Que a nossa confiança se fortaleça e se renove no Deus e Pai
de nosso Senhor Jesus, que nos consola em toda e qualquer tribulação.
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5.
“Tenho sede” (Jo 19,28)
A
quinta palavra de Jesus se refere à sede. Mesmo se declarando à samaritana como
fonte de água vida (cf. Jo 4,13-14), Jesus se une à sede que todo ser humano
tem de vida, de justiça, de felicidade e de paz. Ele mesmo declarou: “Felizes
os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados” (Mt 5,6). Quantas
pessoas desejam ardentemente por justiça? Além disso, todo ser humano traz
dentro de si uma sede profunda de Deus: “Ó Deus, tu és o meu Deus, eu te
procuro. Minha alma tem sede de ti, minha carne te deseja com ardor, como terra
árida, esgotada, sem água” (Sl 63,2). “A ti estendo os meus braços, minha vida
é terra sedenta de ti” (Sl 143,6). Diante da sede de Jesus, rezamos por todas
as pessoas injustiçadas, por todos aqueles expostos à violência do mundo em que
vivemos.
Clamamos
ao Pai que derrame a água viva do seu Espírito sobre toda carne, sobre o
coração de toda pessoa que anseia por vida, por amor, por alegria e por paz.
Também pedimos que o Senhor nos torne mais conscientes e responsáveis quanto ao
uso da água, da energia e dos recursos naturais, para que não haja desperdício
desses bens tão preciosos para a vida não só de todo ser humano, mas de toda
criatura.
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6. “Tudo
está consumado” (Jo 19,30)
A
sexta palavra de Jesus se refere à consumação, ao término de toda a obra de
salvação que Ele veio realizar em favor de cada ser humano. Jesus foi fiel ao
Pai do início ao fim. “Tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o
fim” (Jo 13,1). Nós começamos muitas coisas, mas não terminamos, porque
desistimos delas no meio do caminho. No mundo de hoje as pessoas não se
preocupam mais com a fidelidade, uma fidelidade que significa amar até o fim.
No livro do Apocalipse, Jesus diz: “Seja fiel até o fim, e eu te darei a coroa
da vida” (Ap 2,10). A Timóteo, o apóstolo Paulo faz este convite: “Combate o
bom combate da fé, conquista a vida eterna, para a qual foste chamado” (1Tm
6,12). Por sua vez, o mesmo apóstolo testemunha a respeito de si mesmo: “Combati
o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé” (2Tm 4,7). Desse modo,
queremos rezar neste momento por todas as pessoas enfraquecidas em sua fé.
Pedimos
ao Espírito Santo que venha em socorro da fraqueza delas e nossa, e nos conceda
uma fé renovada, capaz de tudo crer, tudo suportar, tudo desculpar e tudo
esperar. Mesmo diante das dificuldades, tribulações e provações, que possamos
combater todo desânimo, todo pessimismo, sabendo que tudo podemos n’Aquele que
nos fortalece, tudo podemos em Jesus Cristo, iniciador e consumador da nossa
fé.
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7. “Pai,
em tuas mãos entrego o meu espírito” (Lc 23,46)
A
sétima e última palavra de Jesus na cruz se refere à sua entrega incondicional
ao Pai. Jesus já havia dito aos discípulos: “Não tenham medo dos que matam o
corpo, mas não podem matar a alma” (Mt 10,28). A violência e as injustiças do
mundo podem nos ferir fisicamente, mas não podem matar em nós a fé, a esperança
e o amor. Jesus quer que tenhamos a mesma confiança que Ele teve no Pai, quando
declarou: “As minhas ovelhas escutam a minha voz...; eu lhes dou a vida eterna
e elas jamais perecerão, e ninguém as arrebatará de minha mão. Meu Pai, que me
deu tudo, é maior que todos, e ninguém pode arrebatar coisa alguma das mãos do
Pai” (Jo 10,27-29).
Neste
momento vamos rezar por todas as pessoas que foram arrebatadas de suas famílias
por meio de uma doença, de um acidente ou da violência. Sabemos que elas estão
nas mãos do Pai. Que suas famílias recebam o conforto de Deus e a certeza de
reencontrá-las na ressurreição. Nas mãos do Pai colocamos também todas as
nossas preocupações diárias, sabendo que é Ele quem cuida de nós (cf. 1Pd 5,7).
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