«ELE HÁ DE BATIZAR-VOS
NO ESPÍRITO SANTO»
Jesus
é o Messias esperado. Em Marcos, o Batismo de Jesus inaugura a sua vida
pública. João anuncia a presença de alguém maior, mais forte, proveniente de
Deus, portador do Espírito Santo, capaz de renovar a vida de quantos hão- todos devemos escutar. Num tempo como o nosso,
feito de mil coisas, mil distâncias, mil destinos, percebemos como é tempo de
escutar a Deus que está no meio de nós.
Evangelho
(Mc 1, 7-11) - E pregava assim: «Depois
de mim vai chegar outro que é mais forte do que eu, diante do qual não sou
digno de me inclinar para lhe desatar as correias das sandálias. Eu batizei-vos
em água, mas Ele há de batizar-vos no Espírito Santo.» Por aqueles dias, Jesus
veio de Nazaré da Galileia e foi batizado por João no Jordão. Quando saía da
água, viu serem rasgados os céus e o Espírito descer sobre Ele como uma pomba.
E do céu veio uma voz: «Tu és o meu Filho muito amado, em ti pus todo o meu
agrado.»
Textos: Isa 42, 1-4.6-7; At 10, 34-38; Mc 1,
7-11
Cristo
purificou no seu Batismo as águas, santificou-as e as fecundou, para que nessas
aguas nascêssemos como filhos da Igreja, santos e regenerados, pois estávamos
mortos pelo pecado.
Pe. Antonio Rivero,
Celebramos
uma nova manifestação de Jesus no rio Jordão. Cristo é o novo Noé que se
submerge nesta água, que lembra as águas do dilúvio, para eliminar nelas os
nossos pecados; e, como Noé depois do dilúvio, também Ele recebe a pomba divina
que anuncia a paz e a salvação para os homens. E com este dia fechamos o ciclo
do Natal e abrimos o Tempo Ordinário que precederá à Quaresma.
Em
primeiro lugar, neste dia do Batismo, Jesus viu que os céus “se abriam”. Porque
os céus à raiz do pecado original estavam fechados para nós. Hoje se abrem para
indicar que em Cristo o céu se reconciliou com a terra, que já não existe senão
um só rebanho formado pelos anjos e pelos homens, e um só pastor de todos, que
as clausuradas portas do Paraíso se abriram para os pecadores arrependidos. Do
Menino recém-nascido passamos ao Profeta e Mestre que Deus nos enviou e que vai
começar a sua missão. E com o nosso batismo nos incorporamos também nós na sua
missão salvífica.
Em
segundo lugar, por que Cristo quis ser batizado? Não para ser purificado dos
seus pecados, Ele, que era a pureza original. Se Cristo desceu ao Jordão foi
para purificar as águas, para comunicar-lhes a sua própria pureza, de tal
maneira que daqui a adiante essas águas fossem capazes de purificar os homens
mediante o Batismo. O calor do corpo vivo de Cristo posto em contato com as
águas fez que estas fossem aptas para limpar não somente o exterior dos
corpos-que é a sua virtualidade natural-, mas também o mais recôndito das
almas, o pecado. Ao penetrar, pois, Jesus no Jordão, as águas deste rio, e a de
todos os rios, todas as águas do mundo, fizeram-se aptas para a ordem sacramental.
Já não seriam somente “águas da terra”, serão também “ondas de Cristo”. O
Cristo que se submerge no Jordão é o Cordeiro que carrega os pecados e que tira
os pecados. Por isso, o Batismo do Jordão antecipa em figura à Cruz, que está
no telão de fundo daquele episódio. A partir de hoje começa para Cristo a rude
ascensão ao Calvário. E já pregado na cruz, do seu lado brotou sangue e água. O
Batismo é fruto da Páscoa.
Finalmente,
desde este dia Cristo fecundou as águas, isto é, a água não só ficaria limpa,
mas que ademais disso se converteria no seio materno da Igreja feita fecunda.
Esposo e Esposa são, no Jordão, “uma só carne”. Cristo, no seu Batismo,
purificou, pois, a Igreja, mas para unir-se com Ele em esponsais. É, nada mais
e nada menos, o que diz São Paulo na sua epístola aos efésios: “Maridos, amai
vossas esposas, como Cristo amou sua Igreja e se entregou por ela para
santificá-la. Ele a purificou com o batismo da água e a palavra, porque quis
para si uma Igreja resplandecente, sem mancha e sem ruga e sem nenhum defeito,
mas santa e imaculada” (Ef 5, 25). O Batismo no Jordão é assim o banho
espiritual graças ao qual a Esposa-Igreja recebeu a última preparação antes de
ser apresentada ao Esposo. Desposando-se o Senhor com a Igreja no Jordão,
deixou na água o germe da sua fecundidade para fazer da água o seio da
Igreja-Esposa. Ao longo dos séculos, das águas do Batismo -seio virginal da Mãe
Igreja- incessantemente nascerão novos filhos, filhos de Deus.
Para
refletir:
1.
Medito com frequência no dom do meu batismo?
2.
A que altura chegou a mim a água batismal: já chegou até os meus joelhos, até o
coração, a cabeça?
3.
A água já levou todos os meus pecados?
4.
Já renunciei Satanás, as suas obras e as suas pompas?
5.
Vivo como membro comprometido da Igreja, filho consciente de Deus, irmão de
Cristo, templo aberto do Espírito?
Para
rezar: Obrigado, Senhor, pelo dom do Batismo.
Senhor, que eu viva ao que me comprometi no dia do Batismo: a ser santo e ser
missionário. Convosco quero, Senhor, escutar o meu nome e um chamado “Tu és o
meu filho” para que nunca faltem em vossa causa boas testemunhas que propõem a
vossa palavra, que pronunciem o vosso nome, que deem testemunho do vosso Reino,
que ofereçam o que são e o que têm, e Deus seja conhecido, amado e bendito nas
quatro direções do mundo.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre
Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
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