Tema 1 - A ESCOLA DE ORAÇÃO DE S. TERESA
Ao ser declarada Doutora da Igreja, Santa Teresa de
Jesus foi apresentada como “mestra de oração para o homem de hoje”. Escola de
Oração permanente, deixada através dos seus livros, onde se nos apresenta como
mulher de oração, modelo de vida contemplativa e com uma singular experiência
do mistério de Deus e da Igreja.
2. GRUPO DE ORAÇÃO TERESIANA
Ainda que muito jovem, por ocasião de uma grave
enfermidade, Teresa fez uma profunda experiência de oração. Uma experiência
para a qual contribuíram “livros de orações” que lhe ensinaram o que nem os
confessores nem diretores espirituais haviam feito. Esses livros treinaram-na
no que ela chamou de “oração de recolhimento”: valorizando o silêncio,
interiorizando a Palavra de Deus...
Depois de uma experiência tão gratificante, Teresa
tornou-se missionária e catequista de oração: começou por ensiná-la ao seu
próprio pai, já de idade avançada e que fez rápidos progressos; a ele, Teresa
ofereceu-lhe bibliografia sobre o tema e nesta cruzada, entusiasmou um numeroso
(umas quarenta!) grupo de religiosas do Convento da Encarnação. Por fim, formou
uma espécie de “grupo de oração” com cerca de meia dezena de pessoas amigas,
homens e mulheres (não religiosos). Com eles dialoga, em muitas páginas do seu
primeiro livro: a sua autobiografia.
3. A SUA VERDADEIRA
ESCOLA DE ORAÇÃO
Não se contentando com este pequeno grupo de amigos
que se reuniam para orar, ao fundar o Carmelo de São José, Teresa concebeu-o e
organizou-o como “comunidade orante”, levando “vida contemplativa” na condição
de que tanto a oração como a vida contemplativa, fossem uma forma de apostolado
pela Igreja e pelos irmãos... Antes de qualquer coisa, a comunidade teria de
aprender a orar. A orar em silêncio e em grupo, quer na solidão da cela, quer
em comunidade, quando reunidas no coro da Capela.
No entanto, Teresa sabia que esta “prática da
oração” deveria estar acompanhada de uma “escola de oração”: aprendizagem,
falar sobre o tema, partilhar momentos de oração; sempre com a orientação da
irmã superiora, verdadeira dinamizadora da oração. Tudo isto tendo por base um
simples esquema: orar é viver e cultivar a amizade com Deus; e, para isso,
praticar a verdadeira amizade com os irmãos...
4. O “CAMINHO DA PERFEIÇÃO”
Para esta escola de orantes, Teresa escreve um
“manual de aprendizagem”: o “Caminho da Perfeição”, um livro que é um diálogo
aberto com os elementos do grupo. Nele procura transmitir-lhes o fundamental:
- Orar é por si só um serviço à Igreja...
- Que a oração compromete a vida: não há oração sem uma vida virtuosa (especialmente no amor, na pobreza de espírito e na humildade).
- Que o “Pai Nosso” é a nossa melhor oração, por isso, é importante que a interiorizemos.
- Que a dinâmica de desenvolvimento da oração passa, basicamente, pelas seguintes fases: oração vocal, oração mental, recolhimento silencioso e contemplação (olhar, na fé, todas as coisas, pessoas, acontecimentos...)
- Que o ideal será que a vida e a oração
constituam uma única realidade: orar trabalhando e trabalhar orando... e o
mesmo quando nos divertimos, quando servimos, quando sofremos...
Para além de tudo, Teresa enfatiza a necessidade de
que em toda a Escola de Oração, o importante é não falar de oração sem fazer
oração! Por isso, ela mesma, faz orações espontâneas, enquanto vai escrevendo.
Nessas orações, o leitor aprenderá a orar com ela... Entrará em sintonia orante
com ela. Desta escola de Teresa, surgiu a “Escola Teresiana de Oração”, da qual
iremos apresentar as "teses" e ensinamentos em temas seguintes.
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