Textos: 1 Re 19, 9.11-13; Rm 9, 1-5; Mt 14,
22-33
A barca sacudida pelas
ondas porque o vento era contrário.
Pe. Antonio Rivero, L.C.
Em
primeiro lugar, de que barca se trata? A barca golpeada pelas ondas e pelo
vento são bom símbolo de muitas situações pessoais e comunitárias que se
repetem na história e na nossa vida. E se trata de ventos fortes. Não só
alísios – ventos suaves, regulares, não violentos, - mas monções – quentes com
chuvas-, e gélidos e mortais. Elias, depois de muito sucesso contra os profetas
e os sacerdotes de Baal, fugiu para o deserto perseguido de morte pela rainha
Jezabel. Perdeu a paciência. Já não queria ser profeta. Tudo eram decepções.
Para que continuar? Do mesmo modo, vemos o caso de Pedro no Evangelho: sua
barca, símbolo da Igreja, cujo primeiro piloto seria ele mesmo, encontra-se em
situação comprometida. Parece que vai afundar. Não vai dar pé. Vinte e um
séculos de tempestades e ondas encrespadas contra a barca de Pedro, começando
com as perseguições romanas, passando pelas heresias e cismas, e hoje por tanta
confusão doutrinal, que querem fazer naufragar esta barca em matéria, moral, matrimonial,
litúrgica e exegética.
Em
segundo lugar, que Pedro e seus companheiros fazem? O medo se apodera deles.
Pedro não teme afundar, mas afunda porque teme. A dúvida faz com que perca a
segurança e começa a afundar. Mateus quer mostrar o itinerário espiritual do
primeiro apóstolo: quando Jesus se apresenta, então ele o reconhece; solicita
seu chamado e o segue com confiante audácia. Titubeia, falha na hora do perigo,
mas Jesus o salva. Figura exemplar para a Igreja. A comunidade em meio da
tormenta se esquece do Jesus da solidariedade e o vê como um fantasma se
aproximando na escuridão. Quer ir até Ele, mas se deixa amedrontar pelas forças
adversas. O Evangelho nos convida a fazer uma experiência total de Jesus,
rompendo nossos prejuízos e nossas seguranças. Devemos deixar que Jesus nos
fale através do livro da Bíblia e do livro da vida. Cristo nos convida a não
duvidar, pois Ele está na barca. Ele nos diz: “Coragem, sou eu, não tenhais
medo”.
Para refletir:
1. quais ondas agitam a minha barca?
Clamo a Jesus com a força da fé para que Ele me salve?
2.Quantas vezes escutei de Cristo:
“Homem de pouca fé”?
3. Penso que minha vida cristã deve
ser sempre um mar de rosas?
Você pode entrar em contato com o Pe. Antonio neste e-mail:
arivero@legionaries.org
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