sábado, 19 de julho de 2014

XVI Domingo do Tempo Comum

«O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo»

Procurando anunciar às multidões e aos discípulos as realidades do Reino, Jesus falou-lhes através de três parábolas, como tanto gostava de fazer. Através da parábola do trigo e do joio pretende advertir, por um lado, os que se acham já salvos, acomodados, portanto, e por outro lado, os que ainda estão longe de serem boa semente, que só no dia da ceifa haverá a separação do trigo e do joio. Até lá, enquanto não chega o dia da colheita, o mal pode deixar de sê-lo, assim como o bem. O inimigo espreita uma oportunidade para lançar o mal no melhor campo. Através da parábola do grão de mostarda e do fermento, chama a atenção para os efeitos do Reino: onde quer que se encontre os frutos serão evidentes. A vida floresce e os frutos abundam. Estamos dispostos a sermos pequenas sementes e fermento desse Reino?

Sérgio Paulo Pinto

Evangelho (Mt 13,24-43) - Naquele tempo, Jesus disse às multidões mais esta parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram dizer-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem então o joio? Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos arrancar o joio? ’ ‘Não! – disse ele – não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“. Jesus disse-lhes outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”. Disse-lhes outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado”. Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: “Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo”. Jesus deixou então as multidões e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe: “Explica-nos a parábola do joio no campo”. Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que o semeou é o Demónio. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos. Como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do homem enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos os que praticam a iniquidade, e hão de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

Naquele tempo, Jesus disse às multidões mais esta parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e deu fruto, apareceu também o joio.

Dentro do contexto das parábolas do Reino, Jesus apresenta às multidões de todos os tempos a parábola do trigo e do joio. Cheio de entusiasmo e grandes expectativas, Deus semeou boa semente nos nossos corações. Com uma atenção especial preparou-nos, como se faz aos campos, para recebermos a semente; depois escolheu uma boa semente. Apesar das melhores expectativas, a semente do mal entrou, também no nosso coração! Como? Quando não estamos vigilantes, quando baixamos a guarda! E o que ao princípio parece ser inofensivo, irá tornar-se num grave problema… o joio, que parece querer levar a melhor no nosso coração.

Os servos do dono da casa foram dizer-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem então o joio? Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos arrancar o joio? ’ ‘Não! – disse ele – não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“.

Os cristãos, cada um de nós, como servos do dono do campo, quantas vezes baixamos a guarda, não estamos vigilantes e permitimos que o inimigo “salte” para o nosso campo, para o nosso coração e aí faça a sua sementeira, que ao início parece sempre inofensiva… Assim, a história de cada um de nós é este “campo”, onde Deus semeia com cuidado especial o bem, e o inimigo, com astúcia, semeia o mal. Arrancar o joio não é solução, diz-nos Deus. Arrancar o joio gerará violência sobre o trigo, ainda frágil. O trigo é um bem demasiado precioso para ser posto em risco. O triunfo do bem revelar-se-á no fim. Até ao fim haverá oportunidade de conversão.

Jesus disse-lhes outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”.

Não poucas vezes, questionamos o “dono do campo”, por existir tanto joio, tanto mal no nosso mundo. No entanto, é-nos apresentado o exemplo de um homem: tomou em suas mãos a menor das sementes e, cuidando dela, fez com que se tornasse a maior das hortaliças do seu campo, servindo até de abrigo para as aves do céu. É este, precisamente, o segredo: ao tomar em nossas mãos a semente do reino, podemos questionar a sua insignificância aparente mas, dispensando-lhe atenciosamente os maiores cuidados, esta crescerá de tal modo que o joio nada poderá contra ela.

Disse-lhes outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado”. Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: “Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo”.

Tal como a mulher que mistura uma quantidade irrisória de fermento na massa e a faz crescer de forma “milagrosa”, assim o cristão deposita o fermento do Reino dos céus no seu coração, o transformará radicalmente. De facto, o fermento do Reino que Jesus anunciou, não deixa a massa, os corações, indiferentes; pelo contrário, transforma-os, torna-os maiores, para serem alimento para a comunidade. O fermento do Reino quebra as amarras do egoísmo e torna o nosso coração grande para amar.

Jesus deixou então as multidões e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe: “Explica-nos a parábola do joio no campo”. Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que o semeou é o Demônio. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos.

Agora, já na intimidade com os seus discípulos, Jesus explica-lhes o sentido da parábola do trigo e do joio, tal como lhe pediram. Ficam esclarecidos do lugar de cada um. Na ceifa, no fim do mundo, os anjos separarão o trigo do joio. O juízo de Deus será, portanto, no fim. O momento presente é de paciência, esperando que todos procurem a conversão e a salvação. Deus espera, pois não quer fragilizar o bem que luta por sobreviver. Enquanto não chega o dia da colheita, o mal pode deixar de sê-lo, assim como o bem. Deus espera que aqueles que vivem do mal, do joio, se convertam em trigo e alcancem a salvação.

Como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do homem enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos os que praticam a iniquidade, e hão de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.

Apelando à conversão urgente, à vivência autêntica dos valores do Reino, Mateus apresenta-nos uma imagem simbólica do “dia da colheita”. Dois fogos terão lugar nesse dia: o fogo do joio ao ser queimado sem piedade; e o fogo dos justos que brilharão como o sol no Reino do Pai, pois souberam viver como filhos empenhados. Na verdade, saber-nos filhos não nos assegura a salvação, vivendo, assim, acomodados, sem compromisso e entusiasmo; pelo contrário, saber-nos filhos e, por isso, boa semente, deverá fazer emergir o melhor de nós, dando fruto abundante nas nossas comunidades cristãs.

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