«O
reino dos Céus pode comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo»
Procurando
anunciar às multidões e aos discípulos as realidades do Reino, Jesus falou-lhes
através de três parábolas, como tanto gostava de fazer. Através da parábola do
trigo e do joio pretende advertir, por um lado, os que se acham já salvos,
acomodados, portanto, e por outro lado, os que ainda estão longe de serem boa
semente, que só no dia da ceifa haverá a separação do trigo e do joio. Até lá,
enquanto não chega o dia da colheita, o mal pode deixar de sê-lo, assim como o
bem. O inimigo espreita uma oportunidade para lançar o mal no melhor campo.
Através da parábola do grão de mostarda e do fermento, chama a atenção para os
efeitos do Reino: onde quer que se encontre os frutos serão evidentes. A vida
floresce e os frutos abundam. Estamos dispostos a sermos pequenas sementes e
fermento desse Reino?
Sérgio Paulo Pinto
Evangelho
(Mt 13,24-43) - Naquele tempo, Jesus
disse às multidões mais esta parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um
homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos dormiam, veio o
inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o trigo cresceu e
deu fruto, apareceu também o joio. Os servos do dono da casa foram dizer-lhe:
‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem então o joio? Ele
respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez isso’. Disseram-lhe os servos: ‘Queres
que vamos arrancar o joio? ’ ‘Não! – disse ele – não suceda que, ao arrancardes
o joio, arranqueis também o trigo. Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na
altura da ceifa, direi aos ceifeiros: Apanhai primeiro o joio e atai-o em
molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o no meu celeiro’“. Jesus disse-lhes
outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de mostarda que um
homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois
de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as
aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”. Disse-lhes outra parábola: “O reino
dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três
medidas de farinha, até ficar tudo levedado”. Tudo isto disse Jesus em
parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora
anunciado pelo profeta, que disse: “Abrirei a minha boca em parábolas,
proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo”. Jesus deixou então as
multidões e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe:
“Explica-nos a parábola do joio no campo”. Jesus respondeu: “Aquele que semeia
a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os
filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que o semeou é o
Demónio. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos. Como o joio é
apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do homem
enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos
os que praticam a iniquidade, e hão de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá
choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no reino do seu
Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
Naquele
tempo, Jesus disse às multidões mais esta parábola: “O reino dos Céus pode
comparar-se a um homem que semeou boa semente no seu campo. Enquanto todos
dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi-se embora. Quando o
trigo cresceu e deu fruto, apareceu também o joio.
Dentro
do contexto das parábolas do Reino, Jesus apresenta às multidões de todos os
tempos a parábola do trigo e do joio. Cheio de entusiasmo e grandes
expectativas, Deus semeou boa semente nos nossos corações. Com uma atenção
especial preparou-nos, como se faz aos campos, para recebermos a semente;
depois escolheu uma boa semente. Apesar das melhores expectativas, a semente do
mal entrou, também no nosso coração! Como? Quando não estamos vigilantes,
quando baixamos a guarda! E o que ao princípio parece ser inofensivo, irá
tornar-se num grave problema… o joio, que parece querer levar a melhor no nosso
coração.
Os
servos do dono da casa foram dizer-lhe: ‘Senhor, não semeaste boa semente no
teu campo? Donde vem então o joio? Ele respondeu-lhes: ‘Foi um inimigo que fez
isso’. Disseram-lhe os servos: ‘Queres que vamos arrancar o joio? ’ ‘Não! –
disse ele – não suceda que, ao arrancardes o joio, arranqueis também o trigo.
Deixai-os crescer ambos até à ceifa e, na altura da ceifa, direi aos ceifeiros:
Apanhai primeiro o joio e atai-o em molhos para queimar; e ao trigo, recolhei-o
no meu celeiro’“.
Os
cristãos, cada um de nós, como servos do dono do campo, quantas vezes baixamos
a guarda, não estamos vigilantes e permitimos que o inimigo “salte” para o
nosso campo, para o nosso coração e aí faça a sua sementeira, que ao início
parece sempre inofensiva… Assim, a história de cada um de nós é este “campo”,
onde Deus semeia com cuidado especial o bem, e o inimigo, com astúcia, semeia o
mal. Arrancar o joio não é solução, diz-nos Deus. Arrancar o joio gerará
violência sobre o trigo, ainda frágil. O trigo é um bem demasiado precioso para
ser posto em risco. O triunfo do bem revelar-se-á no fim. Até ao fim haverá
oportunidade de conversão.
Jesus
disse-lhes outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se a um grão de
mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as
sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se
árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos”.
Não
poucas vezes, questionamos o “dono do campo”, por existir tanto joio, tanto mal
no nosso mundo. No entanto, é-nos apresentado o exemplo de um homem: tomou em
suas mãos a menor das sementes e, cuidando dela, fez com que se tornasse a
maior das hortaliças do seu campo, servindo até de abrigo para as aves do céu.
É este, precisamente, o segredo: ao tomar em nossas mãos a semente do reino,
podemos questionar a sua insignificância aparente mas, dispensando-lhe
atenciosamente os maiores cuidados, esta crescerá de tal modo que o joio nada
poderá contra ela.
Disse-lhes
outra parábola: “O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher
toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado”. Tudo isto
disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir
o que fora anunciado pelo profeta, que disse: “Abrirei a minha boca em
parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo”.
Tal
como a mulher que mistura uma quantidade irrisória de fermento na massa e a faz
crescer de forma “milagrosa”, assim o cristão deposita o fermento do Reino dos
céus no seu coração, o transformará radicalmente. De facto, o fermento do Reino
que Jesus anunciou, não deixa a massa, os corações, indiferentes; pelo
contrário, transforma-os, torna-os maiores, para serem alimento para a
comunidade. O fermento do Reino quebra as amarras do egoísmo e torna o nosso
coração grande para amar.
Jesus
deixou então as multidões e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e
disseram-Lhe: “Explica-nos a parábola do joio no campo”. Jesus respondeu:
“Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa
semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que
o semeou é o Demônio. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos.
Agora,
já na intimidade com os seus discípulos, Jesus explica-lhes o sentido da
parábola do trigo e do joio, tal como lhe pediram. Ficam esclarecidos do lugar
de cada um. Na ceifa, no fim do mundo, os anjos separarão o trigo do joio. O
juízo de Deus será, portanto, no fim. O momento presente é de paciência,
esperando que todos procurem a conversão e a salvação. Deus espera, pois não
quer fragilizar o bem que luta por sobreviver. Enquanto não chega o dia da
colheita, o mal pode deixar de sê-lo, assim como o bem. Deus espera que aqueles
que vivem do mal, do joio, se convertam em trigo e alcancem a salvação.
Como o
joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do
homem enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e
todos os que praticam a iniquidade, e hão de lançá-los na fornalha ardente; aí
haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no reino
do seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça”.
Apelando
à conversão urgente, à vivência autêntica dos valores do Reino, Mateus
apresenta-nos uma imagem simbólica do “dia da colheita”. Dois fogos terão lugar
nesse dia: o fogo do joio ao ser queimado sem piedade; e o fogo dos justos que
brilharão como o sol no Reino do Pai, pois souberam viver como filhos
empenhados. Na verdade, saber-nos filhos não nos assegura a salvação, vivendo,
assim, acomodados, sem compromisso e entusiasmo; pelo contrário, saber-nos
filhos e, por isso, boa semente, deverá fazer emergir o melhor de nós, dando
fruto abundante nas nossas comunidades cristãs.
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