segunda-feira, 20 de agosto de 2012

MARIA NA ESPIRITUALIDADE CARMELITA

             Existe na Igreja Católica, uma riquíssima espiritualidade Mariana. A espiritualidade Mariana é uma das grandes riquezas que a Igreja Católica foi juntando e organizando ao longo de sua história.
                Ao longo da história formaram-se muitas diferentes imagens de Maria. Assim, a devoção a Maria pode assumir diversos matizes e características diferentes, desde "Maria, a mulher cheia com o Espírito Santo", da RCC... "Maria, a mulher pobre e libertadora", da TdL... "Maria, a mulher contemplativa", dos Carmelitas... "Maria Dolorosa", dos Focolarinos...
                Juntamente com a oração do terço, as novenas, os ofícios, as ladainhas, a espiritualidade Mariana pode assumir muitas formas diferentes. A dimensão Mariana faz parte da catolicidade e é um aspecto importante da visão cristã e mais ainda da vivência prática do cristianismo. Maria sempre foi o modelo de mulher cristã, mulher orante e espelho para os cristãos. Como dizia São Bernardo: "De Maria nunca se fala o suficiente". Maria é como o tesouro, de que fala o Evangelho, do qual sempre se pode retirar coisas novas e velhas.
MARIA NO CARMELO
                Maria é a mãe dos carmelitas; sob o título de Nossa Senhora do Monte Carmelo ela está nas origens fundacionais da ordem Carmelita. A devoção e o amor a Maria são muito fortes e enraizados entre os Carmelitas.
                Maria sempre foi considerada o modelo para os cristãos; e no Carmelo, Maria é vista como o modelo de mulher orante e contemplativa. Ela é a mulher mística por excelência, aquela que conhece por experiência própria os caminhos interiores.
                Para os Carmelitas Maria é a "mãe do silêncio", inteiramente centrada e recolhida dentro de si mesma; ela é aquela que guardava e conservava as palavras de Deus no silêncio do seu coração.
                Maria no Carmelo é a mãe dos contemplativos, ela que foi a mais perfeita contemplativa. Maria é vista como o modelo perfeito de orante; mulher que era íntima de Deus e que vivia abismada e recolhida no interior de si mesma.
                Maria é também aquela que perfeitamente conciliou e harmonizou contemplação e ação; Nossa Senhora sabia ser Marta (ação) e Maria (contemplação). Ela, a silenciosa, que meditava e guardava em seu coração as palavras de Deus, inteiramente recolhida em Deus, também era aquela que cuidava dos afazeres domésticos, dava atenção ao seu filho e cumpria suas funções de esposa.
                Na espiritualidade Mariana do Carmelo, também salienta-se a vida inteiramente normal e comum de Maria. Na vida de Maria, quase nada é espetacular ou triunfante. Quase tudo se passa de maneira ordinária, simples e comum. Em Maria, parece não existir êxtases, visões, revelações, coisas extraordinárias. Toda sua vida espiritual transcorre na simplicidade da vida cotidiana de uma jovem mãe de família. A vida espiritual de Maria, se passa numa constante normalidade e simplicidade.
                Os Carmelitas têm muito apreço pela vida interior de Maria; procuram meditar no seu escondimento e vida oculta; tentam imitar a sua simplicidade que nunca deixa transbordar a riqueza interior que traz dentro de si; vêem-na como a mulher escondida em Deus, mergulhada em Deus, mas que exteriormente vive uma vida normal e comum.
                S. Teresa não fala muito de Maria; para Teresa, Maria é vista como intercessora e rainha, sempre pronta para socorrer-nos.
                S. Teresinha salienta principalmente os aspectos da doçura maternal de Maria; para Teresinha, Maria é a doce Virgem, que é mais mãe que rainha.
                Elisabete da Trindade põe relevo na dimensão da vida interior de Maria; para Elisabete, Maria é a mulher inteiramente recolhida e mergulhada em Deus.
                Edith Stein fala de Maria como modelo do feminino; para Edith, Maria é a mulher que serve e doa-se, é aquela que encarna perfeitamente a feminilidade.
                Entre os Carmelitas, Maria é vista como o modelo perfeito de contemplativa; a doce e terna mãe; a mulher silenciosa, cujo coração foi transpassado pela dor; aquela que vivia recolhida e escondida dentro de si mesma, em Deus; o modelo de feminilidade, pela doação e o serviço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO