MARIA NA ESPIRITUALIDADE CARMELITA
Existe
na Igreja Católica, uma riquíssima espiritualidade Mariana. A espiritualidade Mariana
é uma das grandes riquezas que a Igreja Católica foi juntando e organizando ao
longo de sua história.
Ao
longo da história formaram-se muitas diferentes imagens de Maria. Assim, a
devoção a Maria pode assumir diversos matizes e características diferentes,
desde "Maria, a mulher cheia com o Espírito Santo", da RCC...
"Maria, a mulher pobre e libertadora", da TdL... "Maria, a
mulher contemplativa", dos Carmelitas... "Maria Dolorosa", dos
Focolarinos...
Juntamente
com a oração do terço, as novenas, os ofícios, as ladainhas, a espiritualidade
Mariana pode assumir muitas formas diferentes. A dimensão Mariana faz parte da
catolicidade e é um aspecto importante da visão cristã e mais ainda da vivência
prática do cristianismo. Maria sempre foi o modelo de mulher cristã, mulher
orante e espelho para os cristãos. Como dizia São Bernardo: "De Maria
nunca se fala o suficiente". Maria é como o tesouro, de que fala o
Evangelho, do qual sempre se pode retirar coisas novas e velhas.
MARIA NO CARMELO
Maria é
a mãe dos carmelitas; sob o título de Nossa Senhora do Monte Carmelo ela está
nas origens fundacionais da ordem Carmelita. A devoção e o amor a Maria são
muito fortes e enraizados entre os Carmelitas.
Maria
sempre foi considerada o modelo para os cristãos; e no Carmelo, Maria é vista
como o modelo de mulher orante e contemplativa. Ela é a mulher mística por
excelência, aquela que conhece por experiência própria os caminhos interiores.
Para os
Carmelitas Maria é a "mãe do silêncio", inteiramente centrada e
recolhida dentro de si mesma; ela é aquela que guardava e conservava as
palavras de Deus no silêncio do seu coração.
Maria
no Carmelo é a mãe dos contemplativos, ela que foi a mais perfeita
contemplativa. Maria é vista como o modelo perfeito de orante; mulher que era
íntima de Deus e que vivia abismada e recolhida no interior de si mesma.
Maria é
também aquela que perfeitamente conciliou e harmonizou contemplação e ação;
Nossa Senhora sabia ser Marta (ação) e Maria (contemplação). Ela, a silenciosa,
que meditava e guardava em seu coração as palavras de Deus, inteiramente
recolhida em Deus, também era aquela que cuidava dos afazeres domésticos, dava
atenção ao seu filho e cumpria suas funções de esposa.
Na
espiritualidade Mariana do Carmelo, também salienta-se a vida inteiramente
normal e comum de Maria. Na vida de Maria, quase nada é espetacular ou
triunfante. Quase tudo se passa de maneira ordinária, simples e comum. Em
Maria, parece não existir êxtases, visões, revelações, coisas extraordinárias.
Toda sua vida espiritual transcorre na simplicidade da vida cotidiana de uma
jovem mãe de família. A vida espiritual de Maria, se passa numa constante
normalidade e simplicidade.
Os
Carmelitas têm muito apreço pela vida interior de Maria; procuram meditar no
seu escondimento e vida oculta; tentam imitar a sua simplicidade que nunca
deixa transbordar a riqueza interior que traz dentro de si; vêem-na como a
mulher escondida em Deus, mergulhada em Deus, mas que exteriormente vive uma
vida normal e comum.
S. Teresa
não fala muito de Maria; para Teresa, Maria é vista como intercessora
e rainha, sempre pronta para socorrer-nos.
S. Teresinha
salienta principalmente os aspectos da doçura maternal de Maria; para
Teresinha, Maria é a doce Virgem, que é mais mãe que rainha.
Elisabete
da Trindade põe relevo na dimensão da vida interior de Maria; para Elisabete,
Maria é a mulher inteiramente recolhida e mergulhada em Deus.
Edith
Stein fala de Maria como modelo do feminino; para Edith, Maria é a mulher que
serve e doa-se, é aquela que encarna perfeitamente a feminilidade.
Entre
os Carmelitas, Maria é vista como o modelo perfeito de contemplativa; a doce e
terna mãe; a mulher silenciosa, cujo coração foi transpassado pela dor; aquela
que vivia recolhida e escondida dentro de si mesma, em Deus; o modelo de
feminilidade, pela doação e o serviço.
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