SOLENIDADE DE SANTO ELIAS PROFETA,
PAI E INSPIRADOR DA NOSSA ORDEM.
PAI E INSPIRADOR DA NOSSA ORDEM.
INVITATÓRIO:
R: Vinde, adoremos o Deus vivo,
que nos fala por meio dos profetas!
LAUDES: salmos do I Domingo
Ant.1 – Vive o Senhor em cuja presença
estou.
Ant.2 – “Sai e fica na montanha diante
do Senhor”. E eis que o Senhor passa.
Ant.3 – Eu me consumo de ardente zelo
pelo Senhor Deus dos Exércitos.
Ant do Cântico Evangélico – Senhor,
Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, saiba-se hoje que tu és Deus em Israel, e
que eu sou teu servo.
ORAÇÃO: Deus eterno e todo-poderoso, que
concedestes ao vosso profeta Elias, nosso Pai, viver na vossa presença e
inflamar-se de zelo pela vossa glória, concedei-nos que, procurando sempre a
vossa presença, nos tornemos no mundo testemunhas do vosso amor. PNSJC.
VÉSPERAS: Comum dos Santos Homens
Ant.1 – Agora estou vendo que és um
homem de Deus e que a Palavra do Senhor está na tua boca.
Ant.2 – Disse o Senhor a Elias: “Vá e
se apresente a Acab, pois vou mandar a chuva sobre a terra.
Ant.3 – Elias subiu ao céu num
redemoinho; e Eliseu não o viu mais.
Ant do Cântico Evangélico – Vou
mandar-vos o profeta Elias antes de chegar o Dia do Senhor, dia grande e
terrível. Há de reconciliar o coração
dos pais com os filhos e o coração dos filhos com os pais.
ORAÇÃO: Deus eterno e todo-poderoso, que
concedestes ao vosso profeta Elias, nosso Pai, viver na vossa presença e
inflamar-se de zelo pela vossa glória, concedei-nos que, procurando sempre a
vossa presença, nos tornemos no mundo testemunhas do vosso amor. PNSJC.
SOBRE A ORAÇÃO DE ELIAS
Bento XVI
Queridos irmãos e irmãs,
Na história
religiosa do Israel antigo, grande relevância tiveram os profetas com os seus
ensinamentos e pregação. Entre esses, emerge a figura de Elias, suscitado por
Deus para levar o povo à conversão. O seu nome significa "o Senhor é o meu
Deus" e é de acordo com esse nome que vive sua vida, toda consagrada a
provocar no povo o reconhecimento do Senhor como único Deus. De Elias, o
Eclesiástico diz: "Suas palavras queimavam como uma tocha ardente. Elias,
o profeta, levantou-se em breve como um fogo" (Eclo 48,1).
Com essa
chama, Israel reencontrava o seu caminho rumo a Deus. No seu ministério, Elias
reza: invoca o Senhor para que dê novamente a vida ao filho de uma viúva que o
havia hospedado (cf. 1Re 17,17-24), brada a Deus o seu cansaço e a sua angústia
enquanto foge para o deserto, prometido de morte pela rainha Jezabel (cf. 1Re
19,1-4), mas é sobretudo sobre o Monte Carmelo que se mostra em todo o seu
poder de intercessor quando, diante de todo o Israel, reza ao Senhor para que
se manifeste e converta o coração do povo. É o episódio narrado no capítulo 18
do Primeiro Livro dos Reis, sobre o qual hoje nos detemos.
Encontramo-nos
no reino do Norte, no IX século a.C., no tempo do rei Acab, em um momento em
que em Israel se havia criado uma situação de aberto sincretismo. Ao lado do
Senhor, o povo também adorava Baal, o ídolo tranqüilizador do qual se
acreditava que viesse o dom da chuva e ao qual, por isso, atribuía-se o poder
de dar fertilidade aos campos e vida aos homens e ao gado.
Ainda que
pretendendo seguir o Senhor, Deus invisível e misterioso, o povo buscava
segurança também em um deus compreensível e previsível, do qual pensava poder
obter fecundidade e prosperidade em troca de sacrifícios. Israel estava cedendo
à sedução da idolatria, a contínua tentação do fiel, iludindo-se em poder
"servir a dois senhores" (cf. Mt 6,24; Lc 16,13), e de facilitar os
caminhos impenetráveis da fé no Onipotente recolocando a própria confiança também
em um deus impotente feito pelos homens.
É exatamente
para desmascarar a insensatez enganadora de tal atitude que Elias faz o povo se
reunir sobre o Monte Carmelo e o coloca diante da necessidade de fazer uma
escolha: "Se o Senhor é Deus, segui-o, mas se é Baal, segui a Baal"
(1Re 18, 21). E o profeta, portador do amor de Deus, não deixa somente a sua
gente diante daquela escolha, mas ajuda-a, indicando o sinal que revelará a
verdade: tanto ele quanto os profetas de Baal preparam um sacrifício e rezam, e
o verdadeiro Deus se manifestará respondendo com o fogo que consumirá a
oferenda.
Começa assim
o confronto entre o profeta Elias e os seguidores de Baal, que, na realidade, é
entre o Senhor de Israel, Deus de salvação e vida, e o ídolo mudo e sem
consistência, que nada pode fazer, nem o bem nem o mal (cf. Jer 10,5). E inicia
também o confronto entre dois modos completamente distintos de dirigir-se a
Deus para rezar.
Os profetas
de Baal, de fato, gritam, agitam-se, dançam saltando, entram em um estado de
exaltação, chegando a fazer incisões sobre o corpo, "com espadas e lanças,
até banhar-se todos de sangue" (1Re 18,28). Esses recorrem a si mesmos
para interpelar o seu deus, confiando em suas próprias capacidades para
provocar a resposta.
Revela-se
assim a realidade enganatória do ídolo: esse é pensado pelo homem como algo de
que se pode dispor, que se pode gerir com as próprias forças, ao qual se pode
chegar a partir de si mesmos e da própria força vital. A adoração do ídolo, ao
invés de abrir o coração humano à Alteridade, a uma relação libertadora que
permita sair do espaço estreito do próprio egoísmo para chega a dimensões de
amor e dom recíproco, fecha a pessoa no círculo exclusivo e desesperador da
busca de si.
E o engano é
tal que, adorando o ídolo, o homem se encontra forçado a ações extremas, na
ilusória tentativa de submetê-lo á própria vontade. Por isso os profetas de
Baal chegam ao ponto de provocar mal a si mesmos, a infligir-se feridas sobre o
corpo, em um gesto dramaticamente irônico: para ter uma resposta, um sinal de
vida do seu deus, esses se cobrem de sangue, cobrindo-se simbolicamente de
morte.
Muito mais
atitude de oração, ao contrário, é aquela de Elias. Ele pede ao povo para que
se aproxime, envolvendo-o assim na sua ação e na sua súplica. O objetivo do
desafio por ele lançado aos profetas de Baal era o de reportar a Deus o povo
que havia se perdido seguindo os ídolos; por isso ele deseja que Israel se una
a ele, tornando-se participante e protagonista da sua oração e do quanto está
acontecendo.
Depois o
profeta erige um altar, utilizando, como recita o texto, "doze pedras,
segundo o número das doze tribos saídas dos filhos de Jacó, a quem o Senhor
dissera: 'Tu te chamarás Israel'" (v. 31). Aquelas pedras representam todo
o Israel e são a memória tangível da história da eleição, da predileção e da
salvação da qual o povo era objeto. O gesto litúrgico de Elias tem uma
importância decisiva; o altar é o lugar sagrado que indica a presença do
Senhor, mas aquelas pedras que o compõem representam o povo, que agora, pela
mediação do profeta, está simbolicamente colocado diante de Deus, torna-se
"altar", lugar de oferta e de sacrifício.
Mas é
necessário que o símbolo torne-se realidade, que Israel reconheça o verdadeiro
Deus e reencontre a própria identidade de povo do Senhor. Por isso Elias pede a
Deus que se manifeste, e aquelas doze pedras que deviam recordar a Israel a sua
verdade servem também para recordar o Senhor de sua fidelidade, à qual o
profeta apela na oração. As palavras da sua invocação são densas de significado
e de fé: "Senhor, Deus de Abraão, de Isaac e de Israel, saibam todos hoje
que sois o Deus de Israel, que eu sou vosso servo e que por vossa ordem fiz
todas estas coisas. Ouvi-me, Senhor, ouvi-me: que este povo reconheça que vós,
Senhor, sois Deus, e que sois vós que converteis os seus corações!" (vv.
36-37; cf. Gen 32, 36-37).
Elias
dirige-se ao Senhor chamando-o Deus dos Pais, fazendo assim implícita memória
das promessas divinas e da história de eleição e de aliança que indissoluvelmente
uniu o Senhor ao seu povo. O envolvimento de Deus na história dos homens é tal
que também o seu Nome está inseparavelmente conectado àquela dos Patriarcas e o
profeta pronuncia aquele Nome santo para que Deus recorde e se mostre fiel, mas
também para que Israel se sinta chamado pelo nome e reencontre a sua
fidelidade.
O título
divino pronunciado por Elias parece de fato um pouco surpreendente. Ao invés de
usar a fórmula habitual, "Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó", ele
utiliza um apelativo menos comum: "Deus de Abraão, de Isaac e de
Israel". A substituição do nome "Jacó" por "Israel"
evoca a luta de Jacó às margens do Yabboq com a mudança do nome ao qual o
narrador faz explícita referência (cf. Gen 32,31) e da qual falei em uma das
catequeses passadas.
Tal
substituição adquire uma importância significativa dentro da invocação de
Elias. O profeta está rezando pelo povo do reino do Norte, que se chamava de
fato Israel, distinto de Judá, que indicava o reino do Sul. E agora, esse povo,
que parece ter esquecido a própria origem e o próprio relacionamento
privilegiado com o Senhor, se ouve chamar pelo nome enquanto é pronunciado o
Nome de Deus, Deus do Patriarca e Deus do povo: "Senhor, Deus […] de
Israel, hoje se saiba que tu és Deus em Israel".
O povo pelo
qual Elias reza é colocado diante da própria verdade, e o profeta pede que
também a verdade do Senhor manifeste-se e que Ele intervenha para converter
Israel, tirando-o da idolatria e levando-o assim à salvação. O seu pedido é que
o povo finalmente saiba, conheça em plenitude quem verdadeiramente é o seu
Deus, e faça a escolha decisiva de seguir a Ele somente, o verdadeiro Deus.
Porque
somente assim Deus é reconhecido por aquilo que é, Absoluto e Transcendente,
sem a possibilidade de colocá-lo ao lado de outros deuses, que O negariam como
absoluto, relativizando-O. É essa a fé que faz de Israel o povo de Deus; é a fé
proclamada no conhecido texto do Shema‘ Israel: "Ouve, ó Israel! O Senhor,
nosso Deus, é o único Senhor. Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração,
de toda a tua alma e de todas as tuas forças" (Dt 6,4-5).
Ao absoluto
de Deus, o fiel deve responder com um amor absoluto, total, que comprometa toda
a sua vida, as suas forças, o seu coração. E é exatamente pelo coração do seu
povo que o profeta, com a sua oração, está implorando conversão: "este
povo reconheça que vós, Senhor, sois Deus, e que sois vós que converteis os
seus corações!" (1Re 18,37). Elias, com a sua intercessão, pede a Deus
aquilo que Deus mesmo deseja fazer, manifestar-se em toda a sua misericórdia,
fiel à própria realidade de Senhor da vida que perdoa, converte, transforma.
E é isso que
acontece: "Então, subitamente, o fogo do Senhor baixou do céu e consumiu o
holocausto, a lenha, as pedras, a poeira e até mesmo a água da valeta. Vendo
isso, o povo prostrou-se com o rosto por terra, e exclamou: 'O Senhor é Deus! O
Senhor é Deus!'" (vv. 38-39). O fogo, esse elemento ao mesmo tempo
necessário e terrível, ligado às manifestações divinas da sarça ardente e do
Sinai, agora serve para assinalar o amor de Deus que responde à oração e se
revela ao seu povo.
Baal, o deus
mudo e impotente, não respondeu às invocações dos seus profetas; o Senhor, pelo
contrário, responde, e de modo inequívoco, não somente queimando a oferenda,
mas mesmo secando toda a água que estava derramada em torno do altar. Israel
não pode mais ter dúvidas; a misericórdia divina veio ao encontro da sua
debilidade, das suas dúvidas, da sua falta de fé. Então, Baal, o ídolo vão, é
vencido, e o povo, que parecia perdido, reencontrou a estrada da verdade e
reencontrou a si mesmo.
Queridos
irmãos e irmãs, o que diz a nós essa história do passado? Qual é o presente
desta história? Antes de mais nada, está em questão a prioridade do primeiro
mandamento: adorar somente a Deus. Onde desaparece Deus, o homem cai na
escravidão das idolatrias, como mostraram, no nosso tempo, os regimes
totalitários e como mostram também diversas formas do niilismo, que tornam o
homem dependente dos ídolos, da idolatria; escravizam-no.
Segundo. O
objetivo primário da oração é a conversão: o fogo de Deus que transforma o
nosso coração e nos torna capazes de ver a Deus e, assim, viver segundo Deus e
viver pelo outro.
E o terceiro
ponto. Os Padres dizem-nos que também essa história de um profeta é profética,
está – dizem – à sombra do futuro, do futuro Cristo; é um passo no caminho rumo
a Cristo. E dizem-nos que aqui vemos o verdadeiro fogo de Deus: o amor que guia
o Senhor até a cruz, até o dom total de si. A verdadeira adoração de Deus, portanto,
é dar a si mesmo a Deus e aos homens, a verdadeira adoração é o amor. E a
verdadeira adoração a Deus não destrói, mas renova, transforma.
Certamente, o
fogo de Deus, o fogo do amor queima, transforma, purifica, mas mesmo assim não
destrói, mas sim cria a verdade do nosso ser, recria o nosso coração. E, assim,
realmente vivos pela graça do fogo do Espírito Santo, do amor de Deus, somos
adoradores em espírito e em verdade.
LADAINHA IV
Senhor tende piedade de nós,
Jesus Cristo tende piedade de nós,
Senhor tende piedade de nós,
Deus Pai do céu tende piedade de
nós
Deus Filho Redentor do mundo tende
piedade de nós
Deus Espírito Santo tende piedade
de nós
Santíssima Trindade que sois um só
Deus tende piedade de nós
Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós
Santa Maria, Mãe dos Carmelitas,
Santa Maria, Rainha dos profetas,
Santa Maria, honra e esplendor do
Monte Carmelo,
São José, Patrono do Carmelo,
Santo Elias, Patriarca do Carmelo,
S. Elias, arauto da onipotência e
da misericórdia divinas,
S. Elias, modelo dos monges,
S. Elias, honrado com a divina
amizade,
S. Elias, homem de Deus,
S. Elias, pai e mestre dos
profetas,
S. Elias, ponte entre as duas
Alianças,
S. Elias, cuja missão foi
continuada na palavra de João Batista,
S. Elias, que aparecestes com
Moisés na Transfiguração no Monte Tabor,
S. Elias, que conversastes com o Filho
de Deus sobre a sua Páscoa,
S. Elias, que atestais o cumprimento da Lei e dos Profetas,
S. Elias, cuja tenda está no Céu,
S. Elias, profeta e testemunha da
nova Aliança,
S. Elias, invocado por Jesus
crucificado em sua agonia,
S. Elias, padroeiro dos órfãos e
das viúvas,
S. Elias, patrono dos agonizantes,
S. Elias, punidor o pecado,
S. Elias, destruidor dos
orgulhosos,
S. Elias, que ouvis o gemido dos
sofredores,
S. Elias, que preservais intactos
os ditos do Senhor,
S. Elias, que preparais o mundo
para o juízo,
S. Elias, que purificais os
corações com o fogo,
S. Elias, modelo de oração
perseverante,
S. Elias, precursor do Messias,
S. Elias, que empurrais os tiranos
à ruína,
S. Elias, sumo sacerdote e
Libertador,
S. Elias, guarda da pureza da lei
de Moisés,
S. Elias, destruidor dos ídolos e
demônios,
S. Elias, espelho da vida
monástica,
S. Elias, fundador de uma nação
Santa,
S. Elias, mestre dos Santos da
Igreja,
S. Elias, lutador contra o
Anticristo,
S. Elias, indicado por s. Tiago
como um exemplo de fé,
S. Elias, esperança do novo
Israel,
S. Elias, esperança da Igreja a
caminho,
S. Elias, estrela do coro dos
profetas,
S. Elias, Pai e inspirador da
Ordem do Carmo,
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, perdoai-nos Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, ouvi-nos Senhor
Cordeiro de Deus, que tirais o
pecado do mundo, tende misericórdia de
nós
V. Rogai por nós, santo Pai Elias.
R. Para
que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Oremos:
Deus eterno e todo-poderoso, que
concedestes ao bem-aventurado Elias, vosso profeta e nosso pai, a graça de
viver na vossa presença e de se inflamar de zelo pela vossa glória, fazei que,
procurando sempre a vossa presença, nos tornemos testemunhas do vosso
amor. Por Nosso Senhor Jesus Cristo,
vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Amem.
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