quinta-feira, 21 de junho de 2012


MÊS DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Vigésimo segundo dia
Queixa do Sagrado Coração de Jesus

     Escutemos as queixas que se digna fazer-nos o Coração de Jesus, as quais são nova prova de seu amor, pois Ele só se queixa porque ama; e nos ama unicamente para nossa felicidade, sem interesse algum da própria, que não diminui com a nossa salvação.
O que devo fazer por ti, oh! povo cristão, meu povo, que não tenha feito? Em que te contristei? Responde-me. Distingui-te entre as nações que deixei sentadas nas trevas e à sombra da morte eterna, para fazer-te compartilhar o dom incomparável da verdadeira fé, e tu o deixaste sem fruto em tua alma indiferente. Eras uma bela vinha que plantei com minhas mãos e não produziste para mim senão amargura, porquanto em Minha sede deste-me vinagre para beber; e muita mais pela tua tibieza e ingratidão, que pelo ferro da lança, traspassaste o Coração de teu Salvador. Por ti derramei todo o meu Sangue até a última gota; e que apreço lhe deste? Que proveito dele tiraste? Chamei-te para meu reino, e para a minha herança; e tu me deste uma cana por cetro, coroa de espinhos por diadema, pela inconstância de teu coração, pelo orgulho e fausto do teu proceder. Tomando tua natureza, elevei-te até a participação da Divindade; e tu me suspendeste na Cruz pelas tuas culpas. Alimentei-te não com o maná que teus pais comeram, e que não os impediu de morrer, mas com o pão descido dos céus, que encerra em si a vida eterna; e tu dilaceraste meu Corpo Místico, chegando até a negar esse inefável benefício que faz a admiração dos Anjos. Oh, vós todos que passais pelo caminho da vida, considerai e vede se há dor igual à que sente Meu Coração por semelhante ingratidão!
O divino Salvador queixa-se também à sua fiel serva Margarida Maria, de modo não menos vivo, descobrindo-lhe seu Coração: «Eis aqui o Coração que tanto amou aos homens, que nada poupou até exaurir-se e consumir-se para testemunhar-lhes seu amor. Entretanto, da maior parte deles não recebo senão ingratidões, pelas irreverências, sacrilégios, desprezo e tibieza que têm para comigo no Sacramento de meu amor; e o que me é ainda mais sensível, é serem corações que me foram consagrados os que assim me tratam».
Mostrando-lhe em outra ocasião seu Coração dilacerado e traspassado de golpes: «Eis as feridas que recebi de Meu povo escolhido; os outros contentaram-se em ferir-Me o corpo; estes, porém, atacam Meu Coração, este Coração que nunca cessou de amá-los».
E não são as nossas essas almas ingratas? Não é de nós que Jesus se queixa, nós alistados em sua milícia pelo santo batismo, alimentados tantas vezes com Sua carne sacrossanta; nós talvez consagrados a seu Coração em alguma confraria encarregada de reparar tantos ultrajes, e nós, todavia, tão frios, tão indiferentes para com este Divino Coração?
Com razão de sobra nos diz Jesus pelo Rei Profeta: "Se fosse um inimigo que assim me tratasse, eu o teria suportado; mas ser desprezado, desamparado de meus amigos, de meus filhos, daqueles que eu amo!” (Sl 54,23).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI SEU SUA SUGESTÃO