terça-feira, 1 de maio de 2012


MÊS DE MARIA

MEDITAÇÃO – 2º dia
CAPÍTULO 2 - A VIDA MARIANA SE DEIXA CONDUZIR EM TUDO POR UM AMOR FILIAL PARA COM A NOSSA MÃE CELESTE
Trata-se de viver em Deus, - o que pode ser simultaneamente - um viver em Maria. Tanto por uma graça especial, como por um hábito adquirido com a prática, pode-se viver esta vida mariano-divina nos trabalhos, nos sofrimentos e na morte.
Agora, nós vamos mostrar como a vida Deiforme ou Vida Divina em Deus também é vivida em Maria. Para viver em Deus temos que, em todas as nossas ações, omissões e paixões, tanto corporais como espirituais, causadas pelos homens ou pelos espíritos maus, proceder com atitude de reverência e amor, de modo delicado e livre, com o íntimo voltado para Deus, desejando-O como se vivêssemos tranquilamente em Sua presença. Assim, exatamente como o salvador deixava que todas as Suas obras as fizesse o Pai que n’Ele morava e, ao mesmo tempo, as realizava também Ele com o Pai, com suave, amorosa e reverencial inclinação de espírito para o Seu Pai Celeste. Do mesmo modo, podemos também viver em Maria, nossa mãe amantíssima, procurando em tudo o que fazemos ou sofremos, no que realizamos ou omitimos, nas nossas penas, dores, aflições e dificuldades, conservar e até fomentar em nós uma filial, terna e inocente elevação do nosso espírito, uma amorosa aspiração ou respiração para Maria como uma Mãe amantíssima e diletíssima em Deus. Deste modo, entre nós e Ela e, através d’Ela, entre nós e Deus, se estabelece um suave fluxo e refluxo de amor.
Isto parece realizá-lo, de vez em quando, o Espírito Santo na nossa alma mediante a difusão, redundância e transbordamento do amor de Deus para Maria e d’Ela de novo para Deus. Isto vemos acontecer com Santa Maria Madalena de Pazzi, que pela exuberância da divina caridade sempre se refugiava na Virgem, Mãe de Deus, como sua mãe dulcíssima, procurava saídas para a inclinação filial e manifestações de amor, cheia de ternura e candura, mesmo nos êxtases que o Espírito de Deus operava nela. Cheias desses exemplos são as vidas de vários santos, como São Bernardo, São Pedro Tomás, o Beato Herman Joseph e outros. Tal disposição operada espontaneamente pelo Espírito de Amor na alma ou pelo hábito adquirido por meio de atos contínuos de amor facilita esta inclinação para com nossa bondosa Mãe. Assim, uma doce e contínua recordação d’Ela enche a alma. De maneira similar a alma experimenta, em todas as suas atividades, uma recordação amorosa e reverencial de Deus; porque, pelo exercício fiel da fé e do amor, a alma adquire o costume ou hábito de ficar pensando, sempre em todos os lugares, na Presença de Deus e se torna repleta de um sentimento autêntico de amor por Deus, com tal facilidade que lhe parece impossível esquecer-se de Deus. Portanto, do mesmo modo, o filho de Maria pelo exercício contínuo de pensar n’Ela, como Sua Mãe Amável, adquire o hábito deste pensar filial e amoroso, de tal modo, que todos os seus pensamentos e sentimentos se orientem ao mesmo tempo para Ela e para Deus, e a alma nem pode esquecer Sua Mãe Amável nem tampouco a Deus. Tal hábito tinha adquirido o carmelita São Pedro Tomás, Patriarca de Constantinopla. Ele ficava totalmente voltado com filial inclinação para Maria, como Sua Mãe Amável, nas suas atividades e no exercício de suas elevadas funções e missões apostólicas. Ela, por sua parte, o envolveu sempre com maternal ternura e cuidado, consolando-o e fortificando-o.

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