MÊS DE MARIA
MEDITAÇÃO – 2º dia
CAPÍTULO
2 - A VIDA MARIANA SE DEIXA CONDUZIR EM
TUDO POR UM AMOR FILIAL PARA COM A NOSSA MÃE CELESTE
Trata-se de viver em Deus, - o que pode ser
simultaneamente - um viver em Maria. Tanto por uma graça especial, como por um
hábito adquirido com a prática, pode-se viver esta vida mariano-divina nos
trabalhos, nos sofrimentos e na morte.
Agora, nós vamos mostrar como a vida
Deiforme ou Vida Divina em Deus também é vivida em Maria. Para viver em Deus
temos que, em todas as nossas ações, omissões e paixões, tanto corporais como
espirituais, causadas pelos homens ou pelos espíritos maus, proceder com
atitude de reverência e amor, de modo delicado e livre, com o íntimo voltado
para Deus, desejando-O como se vivêssemos tranquilamente em Sua presença. Assim,
exatamente como o salvador deixava que todas as Suas obras as fizesse o Pai que
n’Ele morava e, ao mesmo tempo, as realizava também Ele com o Pai, com suave,
amorosa e reverencial inclinação de espírito para o Seu Pai Celeste. Do mesmo
modo, podemos também viver em Maria, nossa mãe amantíssima, procurando em tudo
o que fazemos ou sofremos, no que realizamos ou omitimos, nas nossas penas,
dores, aflições e dificuldades, conservar e até fomentar em nós uma filial,
terna e inocente elevação do nosso espírito, uma amorosa aspiração ou
respiração para Maria como uma Mãe amantíssima e diletíssima em Deus. Deste
modo, entre nós e Ela e, através d’Ela, entre nós e Deus, se estabelece um
suave fluxo e refluxo de amor.
Isto parece realizá-lo, de vez em quando, o
Espírito Santo na nossa alma mediante a difusão, redundância e transbordamento
do amor de Deus para Maria e d’Ela de novo para Deus. Isto vemos acontecer com
Santa Maria Madalena de Pazzi, que pela exuberância da divina caridade sempre
se refugiava na Virgem, Mãe de Deus, como sua mãe dulcíssima, procurava saídas
para a inclinação filial e manifestações de amor, cheia de ternura e candura,
mesmo nos êxtases que o Espírito de Deus operava nela. Cheias desses exemplos
são as vidas de vários santos, como São Bernardo, São Pedro Tomás, o Beato
Herman Joseph e outros. Tal disposição operada espontaneamente pelo Espírito de
Amor na alma ou pelo hábito adquirido por meio de atos contínuos de amor
facilita esta inclinação para com nossa bondosa Mãe. Assim, uma doce e contínua
recordação d’Ela enche a alma. De maneira similar a alma experimenta, em todas
as suas atividades, uma recordação amorosa e reverencial de Deus; porque, pelo
exercício fiel da fé e do amor, a alma adquire o costume ou hábito de ficar
pensando, sempre em todos os lugares, na Presença de Deus e se torna repleta de
um sentimento autêntico de amor por Deus, com tal facilidade que lhe parece
impossível esquecer-se de Deus. Portanto, do mesmo modo, o filho de Maria pelo
exercício contínuo de pensar n’Ela, como Sua Mãe Amável, adquire o hábito deste
pensar filial e amoroso, de tal modo, que todos os seus pensamentos e
sentimentos se orientem ao mesmo tempo para Ela e para Deus, e a alma nem pode
esquecer Sua Mãe Amável nem tampouco a Deus. Tal hábito tinha adquirido o
carmelita São Pedro Tomás, Patriarca de Constantinopla. Ele ficava totalmente
voltado com filial inclinação para Maria, como Sua Mãe Amável, nas suas
atividades e no exercício de suas elevadas funções e missões apostólicas. Ela,
por sua parte, o envolveu sempre com maternal ternura e cuidado, consolando-o e
fortificando-o.
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