MÊS DE MARIA
MEDITAÇÃO – 8º dia
CAPÍTULO
8 - A VIDA MARIANA NÃO É IMPEDIMENTO PARA A PERFEITA CONTEMPLAÇÃO.
Aqui se trata da
maneira de viver a vida mariana, quando faltar uma graça especial do Espírito
Santo. Como São Pedro Tomás e outros santos praticavam esta vida mariana.
Da descrição
acima se segue que aqui encontramos uma forma de amor excelente, puro e
perfeito por Maria, embora poucos, talvez a conheçam por experiência própria.
Somente a devotos especiais de Maria e a filhos prediletos, escolhidos por Ela,
é dada por um favor especial. Entre as almas, que se dedicam à vida perfeita,
existem algumas que não se sentem cativadas por esta vida mariana em Maria e
para Maria. Todavia, não podem por isso subestimar ou menosprezar esta vida
como ainda imperfeita e como uma vida que convenha somente a principiantes ou
àqueles que ainda estão a caminho. Isto lhes parece como um pouco contrário à
simplicidade, despojamento e abnegação de todas as criaturas e, assim sendo,
bem afastado ainda da perfeição. Elas têm que saber que esta vida mariana pode
muito bem existir sem impedimento algum para a vida espiritual, como já
explicamos acima; antes pelo contrário, enquanto Deus deste modo influencia a
alma, esta vida mariana é uma grande ajuda e estímulo. Porém, tudo acontece na
hora certa. Fora da moção e operação do Espírito Santo não é bom forçar o
espírito ou convencê-lo, ou fazer com que ele se ocupe com isto. Basta
contemplar com sentimento carinhoso nossa amável Mãe e amá-la mais intimamente,
até que Ela mesma tenha a bondade de infundir na alma aquele espírito de vida
mariana. Quando as almas unidas com Deus são cativadas por nossa amável e são
conduzidas como pela mão d’Ela a este grau superior, então experimentarão
quanto é real o que está escrito aqui sobre a vida mariana em Maria e para
Maria. Então não mais lhes estranhará tanto que São Pedro Tomás possuísse por
nossa Mãe amantíssima sentimentos tão ternos de amor; que se aproximasse d’Ela
de modo tão carinhoso e confiante; que gostasse tanto de pensar n’Ela e
parecesse constantemente ocupado com Ela, sem nunca se esquecer dela, tendo o
coração cheio de recordações, lembranças e amor, falando, comendo, bebendo ou
fazendo qualquer coisa. Tudo se impregnava com o doce nome de Maria cujo nome
ele mereceu ter imprimido no seu coração, como se conta. Pois, poder-se-ia
dizer que o hábito contínuo de ocupar o seu coração carinhosamente com Maria,
amando-a com amor ardente, tinha feito com que ele fosse absorvido n’Ela e
quase se transformasse n’Ela pela fusão de amor com Ela e com Deus. O mesmo
vale para São Bernardo e para o Beato Herman Joseph. Santa Maria Madalena de
Pazzi e inúmeros outros santos viviam de fato uma vida mariana sem impedimento
algum para a vida divina de contemplação ou de amor unitivo. Dizer que estes
santos, nos exercícios de amor por Maria e nestas operações interiores do
Espírito Santo, eram imperfeitos, parece contradizer a razão e a veneração
devida aos santos, como foi demonstrado abundantemente num outro lugar.
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