domingo, 15 de abril de 2012

Meditações Pascais - 5ª Meditação

Cristo ressuscitado, fornalha ardente de amor
Pe. Divino Antônio Lopes FP.
“E disseram um ao outro: ‘Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho, quando nos explicava as Escrituras?” (Lc 24, 32).

     Como é consolador andar na presença de Deus, dialogar com o Senhor do universo e receber o Seu carinho e amor: “Entre Jesus e certas almas existe um amor tão grande que sempre a alma vive em presença do Amado. Não pode permitir que nenhuma coisa criada o impeça, por isso, busca a solidão” (Santa Teresa dos Andes).

     Aquele que vive mergulhado em Cristo Jesus, numa união verdadeira e totalmente separado das criaturas, vencerá todos os obstáculos com vitória, porque o Piloto que governa a sua vida o ajudará: “Tudo posso naquele que me fortalece” (Fl 4, 13).

     A presença de Nosso Senhor muda completamente a nossa vida. Os discípulos de Emaús diziam: “Não ardia o nosso coração quando ele nos falava?” (Lc 24, 32). Quando Jesus Cristo está em nós, não somente o nosso coração, mas todo o nosso ser arde de amor por Ele. Nosso Senhor é a fornalha ardente que nos aquece.

     Quando Cristo fala, o nosso coração arde de amor; quando o mundo fala, a nossa alma sente-se enojada, porque ele é vazio e interesseiro.
  

Comentário ao Evangelho do dia feito por São João da Cruz (1542-1591), Carmelita, Doutor da Igreja - A Subida ao Carmelo 3,31 (a partir da trad. OC, Cerf 1990, p. 869 rev.)


«Censurou-lhes a incredulidade»

     Quando há abundância de sinais e de testemunhos, é menos meritório acreditar. [...] É por isso que Deus só realiza obras maravilhosas quando elas são absolutamente necessárias para a fé dos homens. Por este motivo, e a fim de que os Seus discípulos não fossem privados do mérito da fé por terem tido experiência direta da Sua ressurreição, antes de lhes aparecer, dispôs as coisas de modo a que eles acreditassem sem O terem visto.

     A Maria Madalena, começou por lhe mostrar o túmulo vazio; em seguida, instruiu-a por meio dos anjos, porque «a fé vem da pregação», como diz São Paulo (Rm 10,17). O Senhor queria que ela cresse ouvindo e antes de ver; e, quando O viu, foi sob a aparência de um jardineiro, a fim de completar a sua instrução na fé.

     Aos discípulos, começou por lhes enviar as santas mulheres, que lhes disseram que Ele tinha ressuscitado. Aos peregrinos de Emaús, começou por inflamar o coração na fé, antes de Se lhes revelar. Por fim, repreendeu os discípulos por não terem acreditado. E a Tomé, que tinha querido tocar-Lhe nas chagas, disse: «Bem-aventurados os que, sem terem visto, acreditam» (Jo 20,29)!

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