quarta-feira, 18 de abril de 2012

MEDITAÇÕES PASCAIS - 7ª Meditação
     Cristo ressuscitado, delícia das almas piedosas
 Pe. Divino Antônio Lopes FP.
“Maria estava junto ao sepulcro, de fora, chorando” (Jo 20, 11).

      A ex-pecadora que antes chorava em busca do pecado e bebia da lama do mundo, agora chora junto ao sepulcro do Senhor, onde Seu Santíssimo Corpo havia sido depositado.
      O encontro que o Senhor teve com Maria Madalena foi muito sério, o Amor Eterno derramou sobre ela uma chuva de graças, e a mesma não deixou perder uma gota, a sua transformação foi total; de uma lata suja e cheia de insetos se transformou em um belíssimo vaso de cristal.
      A ex-pecadora encontrou verdadeiramente a sagrada face do Senhor; sentiu em seu coração a doçura do Amor Eterno e viu que a vaidade que o mundo oferece não passa de uma caricatura e sombra comparando com os carinhos de Nosso Senhor.
      O seu choro diante do túmulo de Jesus Cristo não é falso nem exagerado, mas sim, é atitude de uma alma grata e apaixonada por Deus. Ela passou um bom tempo servindo ao falso amor, agora encontrou o Amor verdadeiro e não quer perdê-Lo.
      Maria Madalena chora, não quer mais dividir o coração com as criaturas; decidiu que somente o Senhor da Vida reinará nele.
      Ela chora porque o seu coração está sedento do Senhor que perdoou os seus inúmeros pecados... d’Aquele Senhor que lhe tirou a lama da alma.

Do Tratado sobre a fuga do mundo, de Santo Ambrósio, bispo (Séc.IV)

Busquemos a Deus, único bem verdadeiro

     Onde está o coração do homem está também o seu tesouro; pois Deus não costuma negar o bem aos que lhe pedem.
     Porque o Senhor é bom, e é bom sobretudo para os que nele esperam, unamo-nos a ele, permaneçamos com ele de toda a nossa alma, de todo o coração e de todas as forças, para vivermos na sua luz, vermos a sua glória e gozarmos da graça da felicidade eterna. Elevemos nossos corações para esse bem, permaneçamos e vivamos unidos a ele, que está acima de tudo quanto possamos pensar ou imaginar; e concede a paz e a tranquilidade perpétuas, uma paz que ultrapassa toda a nossa compreensão e sentimento.
     É esse o bem que tudo penetra; todos vivemos nele e dele dependemos; nada lhe é superior, porque é divino. Só Deus é bom e, portanto, o que é bom é divino e o que é divino é bom; por isso se diz no salmo: Vós abris a mão e todos se fartam de bens (Sl 103,28). É, com efeito, da bondade de Deus que nos vêm todos os bens, sem nenhuma mistura de mal.
     Esses bens são os que a Escritura promete aos fiéis, dizendo: Comereis dos bens da terra (Is 1,19).
     Nós morremos com Cristo e trazemos em nosso corpo a morte de Cristo, para que também a vida de Cristo se manifeste em nós. Portanto, já não é a nossa própria vida que vivemos, mas a vida de Cristo: vida de inocência, vida de castidade, vida de sinceridade e de todas as virtudes. Também ressuscitamos com Cristo; vivamos, pois, unidos a ele, subamos com ele, a fim de que a serpente não possa encontrar na terra o nosso calcanhar e feri-lo.
     Fujamos daqui. Podes fugir com o espírito, embora permaneças com o corpo; podes ficar aqui e estar ao mesmo tempo junto do Senhor, se teu coração estiver unido a ele, se teus pensamentos se fixarem nele, se percorreres seus caminhos, guiado pela fé e não pelas aparências, se te refugiares junto dele – que é nosso refúgio e nossa força, como disse Davi:
     Eu procuro meu refúgio em vós, Senhor, que eu não seja envergonhado para sempre (Sl 70,1). Já que Deus é o nosso refúgio, e Deus está nos céus e no mais alto dos céus, é preciso fugir daqui para as alturas onde reina a paz, onde repousaremos de nossas fadigas, onde celebraremos o banquete do grande sábado, como disse Moisés: O repouso sabático da terra será para vós ocasião de festim (Lv 25,6). Descansar em Deus e contemplar as suas delícias é, na verdade, um banquete, cheio de alegria e felicidade.
     Fujamos, como os cervos, para as fontes das águas. Que a nossa alma sinta a mesma sede de Davi. Qual é esta fonte? Escuta o que ele diz: Em vós está a fonte da vida (Sl 35,10). Diga minha alma a esta fonte: Quando terei a alegria de ver a face de Deus? (Sl 41,3). Porque a fonte é o próprio Deus.

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