quarta-feira, 7 de março de 2012

  M E D I T A Ç Õ E S Q U A R E S M A I S
O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo XVI
Pequei, traindo sangue inocente


     Então, Judas, o que o traiu, vendo que Jesus fora condenado, tocado de remorso, devolveu as trinta moedas de prata aos principais sacerdotes e aos anciãos, dizendo:  Pequei, traindo sangue inocente. Eles, porém, responderam: Que nos importa? Isso é contigo.  Então, Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se (Mateus 27.3-5).


    A consciência de Judas entra em colapso. Até há pouco, ele estava calmo e feliz. Tinha as trinta moedas de prata no bolso. Quanta felicidade. Porém, esta felicidade durou pouco. Vendo que Jesus fora condenado à morte, teve remorsos. Por que a condenação de Jesus à morte o perturbou? Sem dúvida, porque Satanás havia enganado a Judas. Em que sentido? Dizendo-lhe: Jesus é todo- poderoso. Mesmo que o prendam, na hora precisa, ele se libertará, como das vezes anteriores. (Lc 4.29,30; Jo 8.58; 10.38). Não vão conseguir matá-lo. Tu ficarás com o dinheiro, pedirás perdão a Jesus e tudo estará bem. Que engano, que cegueira. Agora viu que Jesus fora açoitado, como lhe cuspiram no rosto e lhe deram bofetadas, o condenaram à morte, e não acontecia nada. Jesus não se libertou. Nesta hora, Satanás tinha mais uma preocupação em relação à Judas: Não permitir que Judas lhe escapasse das mãos. Portanto conduzi-lo o quanto antes ao desespero e à morte. Deve ter-lhe pintado o pecado da traição com todas as cores negras. A consciência de Judas passou a acusá-lo e Satanás lhe fazia ver: Teu pecado é grande de mais para ser perdoado. Atormentado por sua consciência, Judas foi ao palácio do sumo sacerdote e exclamou: Pequei, traindo sangue inocente. Os fariseus lhe responderam: Que importa? Isto é contigo. Então Judas, atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se. Pobre Judas.

     Alguém talvez poderia dizer: Mas o que Judas poderia fazer? Sua morte horrenda fora profetizada. Sim, Deus em sua onisciência a previu. A onisciência de Deus, no entanto, não foi a causa do pecado nem do suicídio de Judas. Judas pecou por sua própria vontade. Jesus morreu também pelo pecado de Judas e o advertiu o suficiente, mas Judas rejeitou todo o amor de Jesus e se precipitou à eterna condenação.  

    Pedro também traiu Jesus. Não havia, em si, diferença entre o pecado de Judas e de Pedro. O cantar do galo acordou a Pedro e o olhar complacente de Jesus confortou a Pedro. Ele chorou amargamente, em verdadeiro arrependimento e o evangelho o confortou, o levou a confiar no amor de Jesus, para que não desesperasse. Judas devolveu o dinheiro por remorsos, mas não havia nele verdadeiro arrependimento, num sentido de voltar a Deus e suplicar o perdão, confiante na graça de Cristo.

    Satanás continua a rodear todo cristão, como leão que ruge (1 Pedro 3.8). Muitas são nossas quedas. Importa viver diante da face de Deus em verdadeiro arrependimento e confiança na graça de Cristo.

     Sabemos quão difícil é confiar em Cristo, quando a consciência nos acusa de pecado. Não conseguimos orar. Parece que temos que esperar até sentimo-nos melhores. Nossa consciência não para de nos acusar. Nisso Satanás ganha forças. Importa ir logo a Cristo, suplicar o perdão, cantar hinos, recitar versículos bíblicos para silenciar a consciência. Mas quem rejeitar este amor divino pela incredulidade, voltando a amar o pecado, a este valerão as palavras de Jesus: Melhor lhe fora não haver nascido! (Mateus 26.24 )

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