terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

M E D I T A Ç Õ E S     Q U A R E S M A I S
Queridos irmãos da OTCarm.

Iniciamos hoje a Quaresma, em preparação para a Páscoa de Jesus.
Durante todos os dias deste tempo de graça, serão colocados, para nossa meditação, textos sobre a Paixão de Nosso Senhor.
Que Ele nos ajude a preparar-nos bem para vivermos o Mistério de sua  Morte e Ressurreição

 O SERVO SOFREDOR - A história da paixão de Cristo
Horst R. Kuchenbecker
1 - Consciências atribuladas (22.02.2012)
Deixai-vos reconciliar com Deus (2 Co 5.20).
     As folias do tumultuoso carnaval abrandam, enquanto isso, muitas consciências começa a se tumultuar. Mais uma vez Satanás conseguiu triunfar em muitas vidas. Os jornais mostram o saldo do carnaval: lares desfeitos, suicídios, vidas arruinadas, etc.  
     Também nós cristãos não conseguimos evitar que a pecaminosidade do carnaval nos afetasse. Vimos pecado pelos meios de comunicação, jornais, revistas e a televisão, bem como na rua. Nossa carne se sentiu atraída e se regozijou. Precisamos exclamamos com o apóstolo Paulo: Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte? (Romanos 7.24 RA) Onde buscaremos e encontraremos consolo?
     Eis que Deus em sua grande misericórdia mais uma vez nos estende sua mão, dizendo: Deixai-vos reconciliar com Deus (2 Co 5.20). Mais uma vez ele nos convida, dizendo: Vinde, pois, e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã (Isaías 1.18 RA).
    Para que Deus pudesse nos convidar e oferecer o perdão, foi necessário que seu Filho unigênito Jesus Cristo se dispusesse a tomar sobre si os nossos pecados e trilhasse o caminho ao Calvário. Esta sua obediência ao Pai e o carregar de nossos pecados até a morte de cruz, queremos contemplar bem de perto nestas meditações quaresmais, conforme o encontramos relatado nos quatro evangelhos. Nisto não queremos ser meros expectadores, que pasmam e se comovem diante da paixão e morte de Cristo, dizendo: Como os fariseus, os romanos e o povo puderam ser tão injustos e cruéis com Cristo. Queremos antes meditar sobre o porquê da paixão de Cristo. Este por que, o próprio Jesus nos indica dizendo: (Tu) me deste trabalho com os teus pecados e me cansaste com as tuas iniqüidades (Isaías 43.24 RA). Isto vale para cada um de nós. Nós fizemos Jesus sofrer. Cada pecado em pensamentos, palavras e ações são as bofetadas, os açoites, os pregos que feriram Jesus. Por isso confessamos com o poeta sacro: Eu, eu e meu pecado havemos motivado a tua grande dor (HL 94.4).
     Queremos meditar também sobre o proveito desta tão profunda humilhação de Jesus. Tudo isso aconteceu para nós. Jesus foi o substituto de toda a humanidade, também o teu e o meu substituto. Ele trilhou o caminho que tu e eu deveríamos trilhar, mas não éramos capazes disso. Por isso Jesus perguntou a seus discípulos: Podeis vós beber o cálice que eu estou para beber? Responderam-lhe: Podemos (Mateus 20.22 RA) Eles julgaram, naquele momento que sim. Mas isto era impossível. Jesus concluiu a conversa com eles dizendo: O Filho do homem veio para servir... e dar a sua vida em resgate por muitos (isto é, por todos). Ele cumpriu a lei em nosso lugar, carregou nossos pecados e os pagou pelo derramar do seu sangue. Venceu nossos inimigos: pecado, morte e Satanás. Tudo isso para que pudéssemos voltar à comunhão com Deus, pela fé na graça de Cristo. Agora ele nos diz: Deixa-vos reconciliar com Deus (2 Co 5.20).
     Vamos, pois, a ele. Humilhemo-nos em profundo arrependimento, suplicando-lhe perdão. Orando: Cria em mim, ó Deus, um puro coração e renova em mim espírito reto. Não me lances fora da tua presença e não retires de mim o teu Espírito Santo. Torna a dar-me a alegria da tua salvação e sustém-me com um voluntário espírito (Sl 51.10). Amém.

Do Ofício de Leituras
Da Carta aos Coríntios, de São Clemente I, papa
(Cap. 7,4-8,3;8,5-9,1;13,1-4;19,2:
Funk 1,71-73.77-79.87) (Séc. I)
Fazei penitência
     Fixemos atentamente o olhar no sangue de Cristo e compreendamos quanto é precioso aos olhos de Deus seu Pai, esse sangue que, derramado para nossa salvação, ofereceu ao mundo inteiro a graça da penitência.
     Percorramos todas as épocas do mundo e verificaremos que em cada geração o Senhor concedeu o tempo favorável da penitência a todos os que a ele quiseram converter-se. Noé proclamou a penitência, e todos que o escutaram foram salvos. Jonas anunciou a ruína aos ninivitas, reconciliaram-se com Deus por suas súplicas e alcançaram a salvação, apesar de não pertencerem ao povo de Deus.
     Inspirados pelo Espírito Santo, os ministros da graça de Deus pregaram na penitência. O próprio Senhor de todas as coisas também falou da penitência, com juramento: Pela minha vida, diz o Senhor, não quero a morte do pecador, mas que mude de conduta (cf. Ez 33,11); e acrescentou esta sentença cheia de bondade: Deixa de praticar o mal, ó Casa de Israel!Dize aos filhos do meu povo: Ainda que vossos pecados subam da terra até o céu, ainda que sejam mais vermelhos que o escarlate e mais negros que o cilício, se voltardes para mim de todo o coração e disserdes: ‘Pai’, eu vos tratarei como um povo santo e ouvirei as vossas súplicas” (cf. Is 1,18;63,16;64,7; Jr 3,4;31,9).
     Querendo levar à penitência todos aqueles que amava, o Senhor confirmou esta sentença com sua vontade todo-poderosa.
     Obedeçamos, portanto, à sua excelsa e gloriosa vontade. Imploremos humildemente sua misericórdia e benignidade. Convertamo-nos sinceramente sua misericórdia. Abandonemos as obras más, a discórdia e a inveja que conduzem à morte.
     Sejamos humildes de coração, irmãos, evitando toda espécie de vaidade, soberba, insensatez e cólera, para cumprirmos o que está escrito. Pois diz o Espírito Santo: Não se orgulhe o sábio em sua sabedoria, nem o rico em sua riqueza; mas quem se gloria, glorie-se no Senhor, procurando-o e praticando o direito e a justiça (cf. Jr 9,22-23; 1Cor 1,31).
     Antes de mais nada, lembremo-nos das palavras do Senhor Jesus, quando exortava à benevolência e à longanimidade:Sede misericordiosos, e alcançareis misericórdia; perdoai, e sereis perdoados; como tratardes o próximo, do mesmo modo sereis tratados; dai, e vos será dado; não julgueis, e não sereis julgados; fazei o bem, e ele também vos será feito; com a medida com que medirdes, vos será medido (cf. Mt 5,7;6,14;7,1.2).
     Observemos fielmente este preceito e estes mandamentos, a fim de nos conduzirmos sempre, com toda humildade, na obediência às suas santas palavras. Pois eis o que diz o texto sagrado: Para quem hei de olhar, senão para o manso e humilde, que treme ao ouvir minhas palavras? (cf. Is 66,2).
     Tendo assim participado de muitas, grandes e gloriosas ações, corramos novamente para a meta que nos foi proposta desde o início: a paz. Fixemos atentamente nosso olhar no Pai e Criador do universo e desejemos com todo ardor seus dons de paz e seus magníficos e incomparáveis benefícios.

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