Alegrem-se os céus nas alturas porque agora, pela encarnação de Nosso Senhor, a terra foi santificada, e o gênero humano libertado dos sacrifícios idolátricos. Que as nuvens façam chover a justiça, porque hoje o pecado de Eva foi apagado e perdoado pela pureza da Virgem Maria e pelo Deus e homem que dela nasceu.
Hoje Adão, passada a antiga condenação, foi libertado daquela horrível e tenebrosa sentença. Cristo nasceu da Virgem, dela recebendo a natureza humana, conforme a livre disposição da Providência divina: a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14); deste modo, a Virgem se tornou Mãe de Deus. Ela é Virgem e Mãe porque gerou a Palavra encarnada sem participação de homem. Conservou, porém, a virgindade, a fim de pôr em relevo o nascimento miraculoso daquele que assim determinara que fosse. Ela é mãe da Palavra divina segundo a substância da natureza humana.
Nela, a Palavra se fez homem, nela, realizou a união das duas naturezas e, por ela, foi dada ao mundo, segundo a sabedoria e a vontade daquele que opera prodígios. Como diz São Paulo: Dos Israelitas é que Cristo descende, quanto à sua humanidade (cf. Rm 9,5).
Com efeito, ele foi, é e será sempre o mesmo. Todavia, se fez homem por causa de nós. Aquele que ama o homem, se fez homem, o que antes não era. Mas se fez homem, permanecendo ao mesmo tempo Deus, sem mudança de espécie alguma. Fez-se, portanto, semelhante a mim por causa mim.
Fez-se o que não era, conservando, no entanto, o que era. Finalmente, se fez homem para que, tornando seus os nossos sofrimentos, nos tornasse capazes da adoção de filhos, e nos concedesse o reino. Que sejamos dignos desse reino pela graça e a misericórdia do Senhor Jesus Cristo.
A ele, juntamente com o Pai e o Espírito Santo, sejam dados glória, honra e poder, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
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